quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Estudo sobre doenças musculo-esqueléticas

Em Portugal, mais de 48% das ausências laborais por doença musculo-esquelética duram 21 dias ou mais, o dobro da média europeia, mas a situação que pode ser evitada pela intervenção precoce. A conclusão é do estudo «Fit for Work: Doenças Musculoesqueléticas e Participação no Mercado de Trabalho», desenvolvido pela The Work Foundation, uma organização sem fins lucrativos. O estudo, apresentado na AESE Escola de Direcção e Negócios, em Lisboa, está integrado numa iniciativa pan-europeia que tem como objectivo identificar o impacto das doenças musculoesqueléticas no mercado de trabalho. «Os investigadores demonstram que uma intervenção precoce, que procure manter em actividade os doentes com estas patologias, pode contribuir para a produtividade nacional e reduzir o número de pessoas que abandonam a carreira profissional devido à doença», informa o comunicado de imprensa. O director da fundação refere, no mesmo comunicado, que «o trabalho pode ser a causa e a cura destas doenças. Pode agravar os seus sintomas, mas se interviermos precocemente, e se criarmos formas de apoiar os doentes, o trabalho pode fazer parte do processo de recuperação, na medida em que contribui para a auto-estima e faz com que o doente se sinta produtivo. É fundamental mudar a atitude dos profissionais de saúde e empregadores que acreditam que quem sofre de doenças musculoesqueléticas deve estar 100% recuperado antes de voltar a trabalhar».O estudo examinou quatro sintomas: dores musculares (afectam 31% dos trabalhadores portugueses), lesões de origem laboral nos membros superiores (afectam 29% das pessoas), a artrite reumatóide (cerca de 25% das pessoas deixa de trabalhar ao fim de cinco anos depois do diagnóstico) e as espondiloartropatias (doença reumática, crónica e progressiva que afecta sobretudo a espinha, mas também articulações, tendões e ligamentos).Face a este problema, os investigadores deixam algumas recomendações como a intervenção precoce, o reforço da avaliação dos custos sociais directos e indirectos e do impacto na vida laboral destas doenças, mais especialistas de reumatologia e uma maior concentração dos afectados pela doença na capacidade e não na incapacidade.

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