domingo, 14 de janeiro de 2018

Cérebro de criança remapeia-se após transplante das mãos
Estudo publicado na revista “Annals of Clinical and Translational Neurology”

 

A primeira criança submetida a um transplante de ambas as mãos bem-sucedido foi também a primeira a manifestar alterações substanciais na representação das sensações das mãos no cérebro.
Em 2015, uma equipa de 40 especialistas, do Hospital Pediátrico da Filadélfia e da Faculdade de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia, EUA, liderada por L- Scott Levin, efetuou o transplante a Zion Harvey, atualmente com 10 anos de idade, e que ficará na história.
Seis anos antes do transplante, a criança tinha tido ambas as mãos amputadas devido a uma infeção muito grave. Os investigadores pensam que a reorganização do cérebro começou nessa altura.
“O Zion tem sido uma criança de muitas primeiras vezes aqui na Medicina da Penn e no Hospital Pediátrico da Filadélfia e no mundo”, disse o autor principal do estudo.
“Com as alterações observadas no seu cérebro, que a nossa equipa colaborativa tem vindo a avaliar de perto desde o seu transplante há dois atrás, o Zion é agora a primeira criança a exibir uma reorientação no mapeamento do cérebro. Isto é um marco gigantesco, não só para a nossa equipa e investigação, mas também para o próprio Zion” acrescentou. 
A avaliação das respostas do pequeno paciente a estímulos sensoriais nos lábios e dedos foi feita através de magnetoencefalografia (MEG), um exame que mede a atividade magnética no cérebro, e deteta o local, tempo e força dos sinais nas respostas do paciente.
A equipa efetuou MEG quatro vezes, no ano a seguir ao transplante, assim como a cinco crianças saudáveis da mesma idade de Zion, e que serviram com controlos.
Foi observado que nos primeiros dois exames as pontas dos dedos não responderam a um estímulo táctil. O toque nos lábios foi registado pelo MEG como sendo na área do córtex cerebral, mas com um atraso de 20 milissegundos em comparação com os controlos. 
Nas duas visitas seguintes os sinais registados pela MEG do estímulo dado aos lábios tinha voltado para a região do cérebro dos lábios e com um tempo de resposta normal. Os sinais cerebrais para o estímulo das pontas dos dedos apareceram também e na região das mãos, com um pequeno atraso no tempo de resposta, mas com uma força de sinal mais forte do que o normal. A equipa espera que com o tempo. As respostas sensoriais se tornem mais típicas da idade do Zion.
Estes resultados levantaram muitas questões e geraram um grande entusiasmo relativamente à plasticidade do cérebro, particularmente nas crianças. Entretanto, 18 meses após a operação, o pequeno Zion já conseguia vestir-se, escrever e alimentar-se de forma mais independente do que antes da mesma. 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/cerebro-de-crianca-remapeia-se-apos-transplante-das-maos?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20171218
Leite materno pode fornecer um impulso metabólico a bebés prematuros
Estudo publicado na revista “Pediatric Research”

 

O leite das mães de bebés prematuros tem quantidades de microRNA diferentes das do leite de mães de bebés de termo, o que pode ajudar os bebés prematuros a recuperar no crescimento e desenvolvimento, de acordo com uma investigação.
No estudo, os investigadores compararam o leite de mães de bebés prematuros – entre as 28 e 37 semanas de gestação – e de bebés de termo – depois das 38 semanas. Eles observaram as diferenças na composição dos microRNA (fragmentos de RNA que afetam a expressão dos genes e que podem ser passados para o bebé) do leite materno. 
“Descobrimos que há diferenças nos perfis destes microRNA e que a maioria dos microRNA alterados influenciam o metabolismo”, afirmou Molly Carney, estudante de medicina na Faculdade de Medicina Penn State, EUA. “Se esses microRNA estão a ser transferidos para o bebé, isso pode eventualmente ter um impacto na forma como o bebé processa a energia e os nutrientes”.
Os bebés nascidos prematuramente têm um risco acrescido em relação a uma série de problemas, incluindo atrasos de desenvolvimento. Também têm geralmente um peso mais baixo do que os outros bebés. Por essa razão, os bebés prematuros têm necessidades nutricionais diferentes dos bebés de termo.
Investigações anteriores já tinham estabelecido que os macronutrientes – gorduras, acúçares e proteínas – presentes no leite das mães de bebés prematuros são específicos para responder às necessidades particulares destas crianças. Mas, apesar de os investigadores já suspeitarem que os microRNA do leite materno desempenham um papel na saúde e desenvolvimento dos lactentes, não tinham ainda sido desenvolvidos estudos que analisassem especificamente diferenças nos microRNA do leite materno de mães de bebés prematuros e de termo.  
Os investigadores recolheram 36 amostras de leite materno de mães de bebés de termo e 31 amostras de mães de bebés que nasceram prematuramente. Seguidamente processaram as amostras num laboratório, extraindo os microRNA e comparando-os com o genoma humano para localizar as diferenças entre o leite materno de bebés prematuros e de termo.   
Nesta análise, os investigadores identificaram no leite materno de bebés prematuros nove microRNA que eram significativamente diferentes. Descobriram que esses microRNA têm como alvo processos metabólicos e podem ajudar na regulação da função gastrointestinal e no uso de energia nos bebés prematuros. 
Steven Hicks, professor assistente de pediatria na Faculdade de Medicina Penn State, observou que estes resultados podem explicar por que razão os bebés prematuros têm tendência para se desenvolverem mais quando são amamentados ao peito pelas mães. 
“Sabemos que os bebés prematuros têm melhores resultados de saúde com o leite materno do que com o leite artificial, e as nossas conclusões podem explicar alguns desses benefícios para a saúde associados com a amamentação”, afirmou Hicks. “Os perfis exclusivos do microRNA que encontrámos no leite dos bebés prematuros parecem estar bem adaptados para os lactentes prematuros, uma vez que têm como alvo vias metabólicas que podem estimular a recuperação do atraso no crescimento”.  
Por exemplo, os microRNA encontrados no leite materno dos prematuros bloqueiam a expressão tanto do gene ADRB3 como do NR3C1 – que afetam negativamente a adipogénese, ou armazenagem da gordura. Bloquear estas vias pode ajudar a estimular a produção de gordura nos bebés prematuros que têm dificuldade em aumentar de peso. 
Hicks explicou que estes resultados podem ter várias aplicações, incluindo a compatibilização dos bebés com leite materno doado e a criação no futuro de melhores fórmulas de leite artificial para bebés.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A(http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/leite-materno-pode-fornecer-um-impulso-metabolico-a-bebes-prematuros?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20170926)
Dois terços dos alunos carregam mochilas demasiado pesadas
Alerta da associação Deco Proteste


Dois terços dos alunos portugueses carregam às costas mochilas demasiado pesadas, que podem atingir onze quilos com todos os livros e material necessário, apontou a associação Deco Proteste.
Segundo apurou a agência Lusa, a associação conduziu um estudo que analisou seis escolas públicas e privadas da Grande Lisboa. 
No estudo são apontados os riscos para a saúde de tanto peso a que estão sujeitos corpos cujos ossos ainda estão a formar-se, nas idades entre os 10 e os 13 anos.
O caso mais extremo de excesso de peso encontrado foi o de um rapaz de 11 anos que transportava 11 quilos, mais de um terço do seu peso corporal, o que é três vezes mais do que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
A Deco vai pedir uma audiência à comissão parlamentar de Educação e Saúde, a quem enviará os resultados do estudo. Uma petição com 48 mil assinaturas pedindo medidas para reduzir o peso das mochilas está já a ser analisada na comissão.
A investigação, conduzida em março deste ano, centrou-se em 174 alunos, 66% dos quais tinham peso a mais nas mochilas, percentagem superior aos 53% encontrados no estudo semelhante anterior, feito em 2003.
As cargas mais intensas, representando 20% do peso corporal de quem as carrega, também são mais frequentes: aumentaram de 4,5% em 2003 para 16% este ano.
Para além dos livros necessários a cada disciplina, alguns dos quais com muito pouco uso, o que enche as mochilas são cadernos, dossiês, estojos, carteiras, chaves, roupa e calçado para Educação Física, enumera um aluno entrevistado pela Proteste.
Este peso é carregado durante todo o dia várias vezes por alunos sujeitos a uma carga horária que pode chegar a nove horas, sem contar com o percurso entre a casa e a escola.
A Deco apela à tutela, às editoras e às escolas, defendendo medidas como mais conteúdo digital na educação, livros em fascículos ou instalação de cacifos.
Aos pais, pede-se um olhar atento para distinguir o que é mesmo necessário nas mochilas, que devem ir à balança antes de saírem de casa.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A.(http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/dois-tercos-dos-alunos-carregam-mochilas-demasiado-pesadas?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20170904)