terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Atividade física pode proteger crianças da depressão
Estudo publicado na revista “Pediatrics"
 
As crianças que são fisicamente mais ativas podem beneficiar de uma maior proteção contra a depressão, atesta um estudo publicado na revista “Pediatrics”.
 

O estudo, conduzido por uma equipa de investigadores da Norwegian University of Science and Technology (NTNU) e da NTNU Social Research, Noruega, contou com a participação de 800 crianças com o objetivo de procurar uma correlação entre atividade física e sintomas de depressão.
 

Para o estudo, a equipa analisou cerca de 800 crianças com seis anos de idade, das quais 700 foram novamente avaliadas aos oito e 10 anos de idade. A atividade física das crianças foi medida com acelerómetros e os pais foram entrevistados relativamente à saúde mental dos filhos.
 

Foi observado que as crianças de seis e oito anos que eram fisicamente ativas apresentavam menos sintomas de depressão quando foram analisadas dois anos após o exame inicial, o que parece sugerir que a atividade física oferece proteção contra o desenvolvimento de estados depressivos.
 

Tonje Zahl, autora principal do estudo, observou que o facto de se “ser ativo, suar, e brincar de forma mais brusca e ativa oferece mais do que benefícios físicos para a saúde”.
 

Foram igualmente estudadas crianças no sentido de apurar se as que apresentam sintomas de depressão se tornavam fisicamente menos ativas ao longo do tempo, mas tal não foi verificado.
 

A investigadora adianta ainda que os resultados do estudo são importantes pois poderão sugerir que a atividade física pode ser empregue na prevenção e tratamento da depressão em crianças.
 

Estudos anteriores demonstraram que um estilo de vida sedentário, como jogar videojogos ou ver TV, está associado à depressão mas o presente estudo não encontrou uma correlação entre a depressão e um estilo de vida sedentário.
 

Sendo assim, os pais e profissionais de saúde devem motivar a atividade física nas crianças, como brincar ao ar livre, jogar futebol ou andar de bicicleta.
 

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/atividade-fisica-pode-proteger-criancas-da-depressao?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20170213)
Crianças consomem mais sal do que os pais
Pais das crianças analisadas consomem já sal em excesso
 
Um estudo conduzido sobre o consumo de sal pelo Hospital Senhora da Oliveira em Guimarães indicou que cerca de 60% das crianças avaliadas consomem mais sal do que os pais.
 
O coordenador do estudo, o médico Jorge Cotter, acompanhou mais de 300 crianças entre os 10 e os 15 anos de uma escola básica 2,3 de Guimarães, segundo apurou a agência Lusa. Foi ainda analisada a ingestão de sal pelos pais, que por sua vez já apresentam um consumo excessivo.
 
Em 2010 tinham sido analisadas crianças entre os 10 e os 12 anos da mesma escola EB 2,3 Prof. João de Meira, com resultados que foram apresentados em 2013, ano em que se iniciou novo estudo, do qual se começam agora a conhecer alguns dados. A análise conhecida em 2013 mostrou consumo de sal em excesso, uma realidade que agora se repete e até com um ligeiro agravamento.
 
“A ingestão de sal continua a ser muito acima do que é recomendável e não há qualquer evolução positiva [entre os estudos de 2010 e 2013], antes pelo contrário há uma ligeira tendência para o aumento do consumo de sal”, afirmou Jorge Cotter.
 
Além da determinação da excreção de sódio na urina de pais e crianças num período de 24 horas, é ainda avaliada a pressão arterial e o peso e altura das crianças. É sempre verificada se a recolha da urina foi feita de modo correto e pode ser validada, o que aconteceu em 85% dos casos.
 
O investigador não consegue apresentar razões efetivas para esta diferença, mas alerta apenas que as recolhas de urina foram realizadas durante um fim-de-semana, para avaliar mais o ambiente familiar, o que impede de inferir conclusões ou atribuir responsabilidades à alimentação escolar.
 
“Isto mostra que tem falhado a mensagem para que, nas crianças, a ingestão de sal seja diminuída. E não só a mensagem como as medidas de ordem prática. Seguramente, entre 2010 e 2013, na nossa população, não deu resultado”, constatou o médio do Hospital Senhora da Oliveira.
 
Jorge Cotter considera que a intervenção para reduzir o consumo de sal nas crianças tem de ser ativa, prática e continuada no tempo, devendo começar precocemente e antes da adolescência.
 
Em 2010, no trabalho publicado em 2013, os investigadores criaram uma intervenção que passou por promover um clube de jardinagem no qual as crianças aprendiam, em termos práticos, a usar alimentos de forma mais saudável e ervas que ajudem a substituir o sal.
 
Essa intervenção, que foi avaliada seis meses depois, teve sucesso, uma vez que o consumo de sal “tinha descido de uma forma significativa”.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A 8http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/criancas-consomem-mais-sal-do-que-os-pais?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20170213)

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Caídos do ninho - como pode o fisioterapeuta ajudar os bebés prematuros

















(in Revista Plural e Singular, ed. 14, Março/Abril/Maio 2016)
O papel do Fisioterapeuta nos casos de Artrogripose

















(in Revista Plural e Singular, ed. 13, Dezembro 2015, Janeiro/Fevereiro 2016)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Descobertas subestruturas cerebrais que afetam parte motora e não motora
Achado pode ajudar a melhorar os procedimentos neurocirúrgicos
 
Investigadores portugueses lideram um projeto europeu que descobriu subestruturas cerebrais com diferentes perfis de conectividade que afetam a parte motora e não-motora do ser humano, um achado que pode ajudar a melhorar os procedimentos neurocirúrgicos em doenças como a distonia.
 

A distonia "é uma doença neurológica crónica que se caracteriza por uma estimulação descontrolada dos nervos (músculos), que levam o indivíduo a ter dificuldades na locomoção e na utilização dos membros, podendo evoluir para incapacidades graves, como a não utilização do braço inteiro", explicou à agência Lusa o coordenador do Centro de Investigação em Engenharia Biomédica do INESC TEC, João Paulo Cunha.
 

Este estudo faz parte de um projeto que envolve o Centro de Investigação em Engenharia Biomédica do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e a Universidade de Munique, na Alemanha.
 

"Os investigadores portugueses" envolvidos na iniciativa "chegaram a este resultado através do estudo de uma parte do cérebro chamada GPi (Globus Pallidus Internus), que se situa na sua zona central e é composta por estruturas cerebrais com funções primárias", refere o comunicado do INESC TEC ao qual a agência Lusa teve acesso.
 

Em 2016, desenvolveram "métodos de neurocomputação para estudar as densidades de conectividade das fibras que saem do GPi para outras áreas do cérebro em pessoas saudáveis, sem indicação de qualquer patologia", descobrindo "que este núcleo da base do cérebro parece apresentar pelo menos 3 subestruturas com conectividades distintas, tendo uma delas clara ligação ao córtex sensoriomotor pelo tálamo".
 

O GPi é um dos alvos de uma técnica chamada DBS ('Deep Brain Stimulation' ou Estimulação Cerebral Profunda), que coloca elétrodos dentro da cabeça dos doentes (uma espécie de pacemaker cerebral) e ajuda a melhorar os sintomas, dependendo sempre do alvo a atingir, isto é, "se estamos a falar da doença de Parkinson, distonia, ou outras patologias", explicou o investigador João Paulo Cunha.
 

De acordo com o investigador, este estudo demonstrou que os elétrodos DBS implantados em determinada subestrutura produzem melhores resultados clínicos que os localizados noutras subestruturas", tornando estes resultados "úteis para o planeamento e execução de procedimentos neurocirúrgicos", referiu o também docente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
 

Outra das vantagens deste método é "a possibilidade de personalizar o padrão de conectividade para cada doente candidato a cirurgia, de forma a adaptar o alvo neurocirúrgico ao seu perfil específico, melhorando a precisão do procedimento", acrescentou.
 

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/descobertas-subestruturas-cerebrais-que-afetam-parte-motora-e-nao-motora?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20170130
Diabetes gestacional aumenta risco de depressão pós-parto
Estudo publicado na revista “Depression and Anxiety”
 
Uma equipa internacional de investigadores descobriu que a diabetes gestacional aumenta o risco de depressão pós-parto nas mulheres que são mães pela primeira vez, revela um estudo publicado na revista “Depression and Anxiety”.
 

O estudo levado a cabo pelos investigadores da Escola de Medicina Icahn, nos EUA, e do Instituto Karolinska, na Suécia, apurou ainda que as mulheres com antecedentes de depressão são 20 vezes mais propensas a ter depressão pós-parto que as mães sem diagnóstico prévio de depressão. Adicionalmente verificou-se que, enquanto a diabetes isoladamente aumenta o risco de depressão pós-parto, os antecedentes de depressão materna conjuntamente com a diabetes gestacional aumentam ainda mais o risco de desenvolvimento de depressão pós-parto.
 

Michael Silverman, um dos autores do estudo, referiu que a maioria dos profissionais encara estas duas condições de uma forma isolada. Contudo, este estudo sugere que a diabetes gestacional e a depressão pós-parto devem ser consideradas em conjunto.
 

O estudo, que contou com a participação de mais de 700 mil mulheres, apurou que apesar de a diabetes aumentar o risco de depressão pós-parto em todas as mulheres, para aqueles com antecedentes de depressão, ter diabetes durante a gravidez aumenta o risco de depressão pós-parto em 70%.
 

Para além da diabetes gestacional, os investigadores estudaram mais de uma dúzia de outros fatores de risco, incluindo a diabetes pré-gestacional, associados à depressão pós-parto em mulheres com e sem antecedentes de depressão. Nas mulheres com antecedentes de depressão, a diabetes pré-gestacional e o parto prematuro conduziram a um aumento do risco. Uma mãe jovem, o parto assistido por instrumento ou por cesariana, bem como o parto prematuro aumentaram o risco em mulheres sem antecedentes de depressão.
 

Os investigadores defendem que, o facto de ter sido demonstrado que os antecedentes de depressão modificam alguns dos riscos associados aos fatores obstétricos e perinatais sugere que pode haver vias causais diferentes de depressão pós-parto em mulheres com e sem antecedentes de depressão.
 

A depressão pós-parto pode afetar negativamente o desenvolvimento da mãe e do bebé. Desta forma, a identificação de episódios depressivos anteriores como um fator de risco da depressão pós-parto permite que os médicos atuem precocemente. “Com esta informação, podemos agora intervir cedo, antes de a mãe dar à luz", concluiu o investigador.
 

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/diabetes-gestacional-aumenta-risco-de-depressao-pos-parto?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20170130
Estudo publicado no “American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine”
 
As crianças com asma são mais propensas a serem obesas mais tarde na infância ou na adolescência, sugere um estudo publicado no “American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine”.
 
Zhanghua Chen, a líder do estudo, referiu que a asma e a obesidade ocorrem frequentemente em conjunto nas crianças, mas ainda não se sabe ao certo se as crianças com asma apresentam um maior risco de obesidade ou se as crianças obesas desenvolvem asma.
 
Com o intuito de clarificar esta temática, os investigadores da Universidade do Sul da Califórnia, nos EUA, analisaram os registos de 2.171 crianças, que não eram obesas, e que frequentavam infantários ou os primeiros anos da escola primária. Cerca de 13,5% das crianças tinham asma no início do estudo. As crianças foram acompanhadas ao longo de uma média de dez anos.  
 
Ao longo do período de acompanhamento verificou-se que, 15,8% das crianças desenvolveram obesidade. Os investigadores constataram que, comparativamente com as crianças sem asma, as com asma eram 51% mais propensas de se tornarem obesas ao longo da década seguinte. Verificou-se ainda que a toma de medicamentos contra a asma reduzia o risco de as crianças se tornarem obesas em 43%. Estes resultados foram confirmados num grupo diferente de crianças que frequentavam a quarta classe.
 
Os investigadores tiveram em conta vários fatores que poderiam influenciar os resultados como excesso de peso no início do estudo, etnia, exposição ao tabaco e prática de atividade física.
 
Frank D. Gilliland, um dos autores do estudo, refere que estes achados reforçam a importância de um diagnóstico e tratamento precoce da asma, que pode encurtar o círculo vicioso da asma, aumentar o desenvolvimento da obesidade e, por outro lado, a obesidade aumentar os sintomas de asma. 
 
Os investigadores referem que, com base nestes resultados, as crianças com asma devem adotar uma dieta saudável, aumentar a prática de atividade física e controlar a asma através da toma de medicação.