domingo, 27 de novembro de 2016

Minipulmões desenvolvidos laboratorialmente
Estudo publicado na revista “eLife”

 
Investigadores americanos transplantaram minipulmões desenvolvidos em laboratório em ratinhos imunossuprimidos onde as estruturas foram capazes de sobreviver, crescer e amadurecer, dá conta um estudo publicado na revista “eLife”.
 
As doenças respiratórias são responsáveis por quase uma em cinco mortes no mundo, e as taxas de sobrevivência ao cancro do pulmão permanecem baixas apesar dos numerosos avanços terapêuticos alcançados durante os últimos 30 anos. Desta forma, há necessidade de novos modelos fisiologicamente relevantes.
 
Assim, os minipulmões desenvolvidos em laboratório podem ajudar na investigação desta área, uma vez que fornecem um modelo humano para testar fármacos, compreender a função genética, gerar tecidos humanos transplantáveis e estudar doenças complexas, como a asma.
 
Os investigadores da Universidade de Michigan, nos EUA, utilizaram várias vias de sinalização envolvidas no crescimento celular e formação de órgãos para incentivar as células estaminais a diferenciaram-se em minipulmões.
 
Os cientistas, liderados por Jason Spence, já tinham demonstrado que os minipulmões desenvolvidos laboratorialmente apresentavam estruturas semelhantes às vias aéreas que movimentam o ar para dentro e para fora do corpo, os brônquios, e aos pequenos sacos pulmonares que são importantes para a troca gasosa durante a respiração, os alvéolos.
 
Contudo, para superar a estrutura imatura e desorganizada, os investigadores tentaram transplantar os minipulmões em ratinhos, uma abordagem que tem sido amplamente adotada na área das células estaminais. No entanto, muitas das estratégias iniciais utilizadas para transplantar os minipulmões não foram bem-sucedidas.
 
O estudo apurou que, em apenas oito semanas, o tecido transplantado tinha estruturas impressionantes em forma de tubo, similares às vias aéreas pulmonares dos adultos.
 
Os investigadores caracterizaram os minipulmões transplantados como um tecido bem desenvolvido que continha uma camada epitelial altamente organizada a revestir o órgão. Contudo, verificou-se que não houve crescimento de células alveolares nos transplantes.
 
Ainda assim, observou-se a presença de vários tipos de células pulmonares especializadas, como as células produtoras de muco, as células multiciliadas e células estaminais encontradas no pulmão adulto.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/minipulmoes-desenvolvidos-laboratorialmente?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161121)
Cancro da mama: uma possível explicação para as recidivas
Estudo publicado no “Proceedings of the National Academy of Sciences”

 
Nos pacientes com cancro da mama, as células malignas tumorais residuais dormentes que resistem aos tratamentos voltam a crescer após o tratamento inicial. O estudo publicado no “Proceedings of the National Academy of Sciences” dá conta de que estas células tumorais dormentes podem ter-se tornado latentes por ingerirem as células estaminais do organismo.
 
Enquanto ensinavam as células estaminais mesenquimais/estromais (MSCs, sigla em inglês), células adultas estaminais da medula óssea, a combater o cancro, os investigadores da Universidade do Texas A&M, nos EUA, repararam que estas células desapareciam das culturas de células.
 
Após terem inicialmente pensado que se tratava de um erro laboratorial, os investigadores constataram que as células da mama cancerígenas estavam a cometer um ato de canibalismo para com as células estaminais. Observou-se também que as células que tinham ingerido as células estaminais ficaram dormentes, mas muito mais difíceis de matar. 
 
Na opinião dos investigadores, se as células estaminais no organismo se comportarem da mesma forma, tal poderá explicar a recidiva do cancro da mama.
 
O estudo apurou que as células cancerígenas que tinham ingerido as MSCs eram altamente resistentes à quimioterapia e à privação de nutrientes, que matam eficazmente outras células cancerígenas. Devido à sua quantidade reduzida, estas células sobreviventes não são detetadas através dos métodos de rastreio. Assim, na existência de condições favoráveis, elas acordam e começam a crescer de novo e, como são resistentes ao tratamento, estas recidivas são muito difíceis de combater. 
 
Os cientistas têm esperança de que, como agora existe um possível mecanismo para as recidivas, possa ser identificado um tratamento que mantenha estas células canibais dormentes.
 
Adicionalmente, poderá ser possível desenvolver um fármaco que impeça as células cancerígenas de ingerirem as MSCs.  
 
Os investigadores estão também a explorar a possibilidade de alimentar as células cancerígenas com agentes tóxicos, utilizando as MSCs como um veículo. 
 
Thomas J. Bartosh, um dos autores do estudo, concluiu que se estes achados forem aplicados aos seres humanos, as implicações para os pacientes serão enormes.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/cancro-da-mama-uma-possivel-explicacao-para-as-recidivas?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161121)

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Deficiência na vitamina B12 materna pode aumentar risco de diabetes tipo 2
Estudo da Universidade de Warwick
 
A deficiência na vitamina B12 durante a gravidez pode predispor as crianças para problemas metabólicos, como a diabetes tipo 2, revela um estudo apresentado na Conferência Anual da Sociedade de Endocrinologia.
 

Este estudo, levado a cabo pelos investigadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, poderá conduzir a uma revisão das necessidades de vitamina B12 para as mulheres grávidas, através do aumento do seu consumo por meio da dieta ou de suplementos.
 

A vitamina B12 pode ser naturalmente encontrada nos produtos de origem animal, incluindo peixe, carne, aves, ovos e leite. O que significa que a deficiência é mais provável de atingir aqueles que adotam uma dieta vegan.
 

Estudos anteriores demonstraram que as mães com níveis baixos de B12 apresentavam um índice de massa corporal (IMC) mais elevado e eram mais propensas a dar à luz bebés com baixo peso à nascença e com elevados níveis de colesterol. Estas crianças também apresentavam uma maior resistência à insulina na infância, um fator de risco para a diabetes tipo 2.
 

Neste estudo, os investigadores, liderados por Ponusammy Saravanan, colocaram a hipótese de as alterações associadas à deficiência na vitamina B12 poderem ser resultantes de níveis anormais de leptina, a hormona que informa quando um indivíduo está saciado.
 

A leptina é produzida pelas células adiposas do organismo e os seus níveis aumentam em resposta à ingestão de alimentos. Apesar de as dietas magras estarem associadas a níveis normais de leptina, a obesidade aumenta os níveis desta hormona, os quais permanecem consistentemente mais elevados do que o habitual. Isto pode conduzir à resistência à leptina, à ingestão excessiva de alimentos e a um aumento do risco de resistência à insulina, que leva à diabetes tipo 2. Desta forma, a leptina pode funcionar como "marcador" eficaz da gordura corporal.
 

O estudo apurou que os bebés cujas mães tinham deficiência na vitamina B12 apresentavam níveis mais elevados de leptina. Estes achados sugerem que a deficiência materna na vitamina B12 pode programar prejudicialmente o gene da leptina, alterando os níveis a que a hormona é produzida à medida que o feto cresce.
 

Ponusammy Saravanan explicou que o ambiente nutricional fornecido pela mãe pode programar permanentemente a saúde do bebé. Sabe-se que as crianças nascidas de mães sub ou sobrenutridas têm um risco aumentado de problemas de saúde, como a diabetes tipo 2. Neste estudo, verificou-se também que a deficiência materna na vitamina B12 pode afetar o metabolismo da gordura e contribuir para este risco.
 
Em estudos futuros os investigadores irão determinar como e por que motivo os bebés nascidos de mães com deficiência em vitamina B12 apresentam um aumento dos níveis da leptina.
 

Adaikala Antonysunil, uma das autoras do estudo, refere que isto pode ser devido ao facto de os níveis baixos de vitamina B12 conduzirem à acumulação de gordura no feto e, consequentemente, ao aumento da leptina, ou os níveis baixos da vitamina provocarem alterações químicas nos genes da placenta que produzem a leptina, produzindo mais hormona.
 

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/deficiencia-na-vitamina-b12-materna-pode-aumentar-risco-de-diabetes-tipo-2?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161114
Vasos sanguíneos controlam crescimento cerebral
Estudo publicado no “Proceedings of the National Academy of Sciences”
 
Os vasos sanguíneos desempenham um papel importante na reprodução das células estaminais, permitindo o crescimento do cérebro e o desenvolvimento no útero, sugere um estudo publicado no “Proceedings of the National Academy of Sciences”.
 

O estudo levado a cabo pelos investigadores do Instituto de Oftalmologia da UCL, no Reino Unido, demonstra que os vasos sanguíneos podem aumentar o número de células estaminais neurais dentro de um organismo vivo. Estes resultados podem ser importantes para o desenvolvimento de terapias baseadas nas células estaminais para regenerar partes do sistema nervoso doentes ou danificadas.
 

No cérebro em desenvolvimento, os novos neurónios são produzidos por células estaminais neuronais em áreas “neurogénicas”, onde têm que ser instruídos acerca de quando e quantas vezes se devem dividir ou que tipo de descendência devem produzir. Contudo, até à data, ainda não eram conhecidos os sinais responsáveis por estas instruções.
 

No estudo, os investigadores, liderados por Mathew Tata, analisaram o comportamento das células estaminais neuronais no tronco encefálico de ratinhos sem a proteína do vaso sanguíneo NRP1, uma vez que esta parte do cérebro é especialmente importante para o controlo de processos fundamentais, como a respiração e a frequência cardíaca.
 

A prevenção do crescimento dos vasos sanguíneos em áreas neurogénicas interfere com a normal produção de neurónios normais, o que faz com que as células estaminais neuronais percam a sua capacidade de reproduzir. Como resultado, as células estaminais desaparecem do tronco cerebral antes de o seu crescimento estar completo. Desta forma, os animais que não apresentam a proteína NRP1 têm troncos cerebrais mais pequenos.
 

Este estudo demonstra, pela primeira vez, que os vasos sanguíneos não são apenas importantes para o fornecimento de sangue ao cérebro em desenvolvimento, mas também desempenham um papel importante na sinalização de células estaminais.
 

Christiana Ruhrberg, uma outra autora do estudo, refere que os vasos sanguíneos são mais conhecidos pela sua importância no fornecimento de oxigénio e nutrientes ao cérebro. No entanto, a descoberta mais intrigante do estudo foi que os vasos sanguíneos não regulam o comportamento das células estaminais neurais no tronco cerebral simplesmente através do seu papel na oxigenação do cérebro ou na manutenção do tecido cerebral saudável.
 

A investigadora conclui que este estudo demonstrou que os vasos sanguíneos também fornecem sinais importantes que permitem que as células estaminais se reproduzam por um maior período de tempo, antes de se tornarem permanentemente células nervosas que não se podem multiplicar.
 

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/vasos-sanguineos-controlam-crescimento-cerebral?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161114
Benefícios dos “Doutores Palhaços” comprovados
Dados do projeto “Rir é o melhor remédio?”
 
A ajuda que os “Doutores Palhaços” fornecem às crianças para que estas se esqueçam que estão num hospital é reconhecida por 92% dos profissionais de saúde e 85% consideram que as crianças colaboraram mais com os tratamentos ou exames, após as visitas.
 

O estudo, ao qual a agência Lusa teve acesso, constatou que 73% dos profissionais inquiridos referiram que as crianças apresentam maiores e/ou mais rápidas evidências clínicas de melhoria após contacto com os “Doutores Palhaços” da Operação Nariz Vermelho.
 

O projeto “Rir é o melhor remédio?” foi desenvolvido nos últimos seis anos, em parceria com o Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho, e vai ser apresentado quinta-feira, no Porto, na cerimónia de assinatura do Protocolo de Cooperação entre o Centro Maternoinfantil do Norte (CMIN) e a Operação Nariz Vermelho, nas instalações do hospital.
 

A Operação Nariz Vermelho, que este ano celebra o seu 14.º aniversário, inaugura naquele dia, no CMIN o seu 14.º programa de visitas. O objetivo destas sessões nos hospitais é partilhar com a comunidade médica as mais-valias do trabalho destes profissionais.
 

Os resultados da investigação “refletem as evidências científicas do nosso trabalho junto das crianças, familiares e profissionais de saúde” referiu à agência Lusa, Susana Ribeiro, coordenadora do Núcleo de Investigação da ONV.
 

“Há muito que conhecemos este impacto e agora o ‘Rir é o melhor remédio?’ permite-nos partilhá-lo com a sociedade”, disse a responsável.
 

De acordo com Susana Ribeiro, entre os inquiridos para esta investigação, em vários hospitais do país visitados pela ONV, 99% dos pais manifestaram gratidão pelos “Doutores Palhaços”.
 

A responsável adiantou que “98% dos pais consideram que os ‘Doutores Palhaços’ são uma parte importante da equipa de cuidados das crianças hospitalizadas e 99% referem que gostariam que visitassem as crianças com mais frequência”.
 

A Operação Nariz Vermelho (ONV) é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sem vínculos políticos ou religiosos, que promove semanalmente visitas de “Doutores Palhaços” às enfermarias pediátricas de 13 hospitais do país.
 

O objetivo desta instituição é tornar mais alegre a vivência das crianças hospitalizadas e dos seus familiares. A ONV existe oficialmente desde 2002 e conta atualmente com uma equipa de 22 “Doutores Palhaços” e nove profissionais nos bastidores.
 

 Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/beneficios-dos-“doutores-palhacos”-comprovados?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161114
Esclerose tuberosa: doentes queixam-se de falta de informação dos médicos
Estudo da Escola Nacional de Saúde Pública
 
Cerca de metade dos cuidadores dos pacientes com esclerose tuberosa falta ao trabalho pelo menos uma vez num mês e os familiares queixam-se que os médicos têm conhecimentos insuficientes sobre esta doença rara.
 
De acordo com dados de um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, ao qual a agência Lusa teve acesso, 30 dos 66 cuidadores inquiridos revelaram ter faltado pelo menos uma vez ao trabalho no último mês, com 35% a sofrerem uma redução salarial.
 
A esclerose tuberosa é um distúrbio genético raro que se traduz no desenvolvimento de tumores benignos em órgãos vitais como o coração, olhos, cérebro, rins, pulmões e pele, ameaçando o funcionamento desses órgãos.
 
Segundo a Associação de Esclerose Tuberosa, estima-se que em Portugal vivam cerca de 1.600 pessoas com a doença.
 
Do estudo realizado com uma amostra de 66 cuidadores e 13 doentes, concluiu-se que os próprios médicos continuam “a não estar devidamente informados em relação a esta doença”, o que pode contribuir para os problemas de falta de apoio e de integração social de que os doentes se queixam.
 
“A escassa articulação entre as várias especialidades médicas envolvidas no tratamento da esclerose tuberosa é outro dos problemas que temos vindo a expor”, refere a presidente da associação, Micaela Rozenberg, num comunicado em que anuncia os principais dados do estudo hoje divulgado.
 
De acordo com os dados disponíveis, a doença afeta a pele em 95% dos casos, o cérebro em 94% das situações e 85% dos inquiridos refere ainda a ocorrência de episódios de epilepsia.
 

sábado, 12 de novembro de 2016

Cérebro começa a “ceder” com a idade
Estudo publicado no “Proceedings of the National Academy of Sciences”


Para além de a idade contribuir para a perda de firmeza e elasticidade da pele, também contribui para que o cérebro comece a ceder, sugere um estudo publicado no “Proceedings of the National Academy of Sciences”.
No estudo, os investigadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Brasil, analisaram a forma como o cérebro se dobra e como as “dobras corticais” ficam alteradas com a idade.
Ao associar a alteração na forma como o cérebro se dobra com a tensão no córtex cerebral, os investigadores constataram que, à medida que o ser humano envelhece, a tensão no córtex parece diminuir. Verificou-se que este efeito foi mais pronunciado nos indivíduos com doença de Alzheimer.
A expansão do córtex cerebral é a caraterística mais óbvia da evolução do cérebro dos mamíferos e geralmente é acompanhada por graus crescentes de dobras da superfície cortical. Num cérebro adulto médio, se o córtex de um hemisfério estivesse desdobrado e achatado teria uma área de superfície de cerca de 100.000 mm2, do tamanho de cerca de uma folha e meia de papel A4.
Estudos anteriores já tinham demonstrado que o córtex de todas as espécies de mamíferos se dobrava de acordo com uma lei universal, ou seja, independentemente do tamanho e forma, todos se dobravam da mesma forma. No entanto, ainda não se tinha determinado se esta lei se aplicava também à diversidade morfológica dos diferentes indivíduos numa única espécie, particularmente no que diz respeito a fatores como idade, sexo e doenças.
De maneira a descobrir se a forma como o córtex cerebral se dobra é universal, os investigadores, liderados por Yujiang Wang, utilizaram ressonâncias magnéticas para mapear as dobras em mais de mil adultos saudáveis.
O estudo apurou que as dobras do cérebro humano seguiam a mesma lei universal simples. No entanto, verificou-se que com idade a forma como o cérebro se dobra sofre alterações. Os cientistas verificaram que a tensão dentro do córtex cerebral diminui. Este é um processo semelhante ao que acontece com a pele, à medida que as pessoas envelhecem a tensão diminui e a pele começa a perder elasticidade.
Os cientistas descobriram ainda que os cérebros das mulheres e dos homens diferem no tamanho, área de superfície e número de dobras. Na verdade, cérebro da mulher tende a ter menos dobras do que o de um homem da mesma idade. No entanto, os cérebros dos homens e das mulheres seguem exatamente a mesma lei. 
O estudo apurou também que os cérebros dos pacientes com doença de Alzheimer apresentavam alterações precoces mais pronunciadas na tensão cortical e nas dobras comparativamente com os indivíduos saudáveis. 
A investigadora conclui que são necessários mais trabalhos nesta área, mas sugere que o efeito que a doença de Alzheimer tem sobre a forma como o cérebro se dobra é semelhante ao do envelhecimento prematuro do córtex.
“O próximo passo será ver se há uma forma de utilizar as alterações nas dobras do cérebro como um indicador precoce da doença”, concluiu.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/cerebro-comeca-a-%E2%80%9Cceder%E2%80%9D-com-a-idade?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161031)
Células inativas podem ajudar a compreender desenvolvimento cerebral
Estudo publicado na “BMC Biology”

 

A descoberta de neurónios inativos que são lentamente ativados à medida que o cérebro se desenvolve poderá ajudar a compreender melhor o desenvolvimento cerebral, revela um estudo publicado na revista científica “BMC Biology”.
O estudo levado a cabo por cientistas da Universidade de Calgary, no Canadá, é o primeiro a explorar o mecanismo celular através do qual o cérebro desativa um conjunto de neurónios e volta a ativá-los de forma gradual, no momento mais indicado.
A investigação, que começou como um projeto de estudo do papel das memórias em pacientes com doença de Alzheimer, teve como foco o córtex de associação temporal (TeA, sigla em inglês), uma área cerebral responsável pela aprendizagem e memória. Bin Hu e Taylor Chomiak, autores do estudo, repararam que os neurónios desta área, em cérebros de ratinhos, se mantinham sem qualquer atividade, o que intrigou os cientistas ao ponto de alterarem o foco da investigação para tentarem perceber o que se passava.
De acordo com estudos anteriores, o cérebro desenvolve-se através de um mecanismo de maturação hierárquico, em que as funções básicas (como a visão, por exemplo) se desenvolvem primeiro e, só depois de estas estarem consolidadas, é que as funções mais complexas (como a aprendizagem e a memória de longo prazo) se seguem.
É por esse facto, explica Hu, que não somos capazes de nos lembrar do que nos aconteceu quando éramos bebés, porque “não há benefícios em termos de evolução que compensem o armazenamento dessa informação na nossa memória de longo prazo”.
Hu revela que o estudo levado a cabo demonstra que “há neurónios que estão presentes no cérebro aquando do nascimento, mas permanecem adormecidos e são ativados de forma lenta à medida que o cérebro se desenvolve”. De acordo com os cientistas, este achado desafia o dogma de que todos os neurónios no cérebro estão presentes e completamente ativos desde o nascimento.
Os autores explicam, na página da Internet da entidade canadiana, que a informação chega às dendrites dos neurónios e convergem no corpo celular ou soma, onde esta é integrada e enviada através de axónios para as dendrites de outros neurónios.
Contudo, os cientistas descobriram que existe uma camada lipídica e proteica temporária entre as dendrites e o soma dos neurónios localizados no TeA. De acordo com Chomiak, essas células encontram-se intactas, mas desligadas funcionalmente, ou seja, ao entrar nos neurónios, a informação depara-se com um barreira que a impede de passar para outras células. Com o tempo, esta barreira vai desaparecendo e as células vão “acordando” lentamente e começam a comunicar entre si. É neste momento que os cientistas acreditam que se começam a formar as memórias de longo prazo.
Hu e Chomiak acreditam que esta descoberta é importante para melhor compreender o mecanismo de aprendizagem e as possíveis implicações em determinadas condições do neurodesenvolvimento. 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/celulas-inativas-podem-ajudar-a-compreender-desenvolvimento-cerebral?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161107)