domingo, 23 de outubro de 2016

Desenvolvido novo cimento ósseo para fraturas nas vértebras
Estudo da Universidade de Aveiro

Investigadores da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveram um novo tipo de cimento ósseo com características muito promissoras para a reparação de vértebras fraturadas.
De acordo com informação avançada pela UA, à qual a agência Lusa teve acesso, os investigadores adicionaram, pela primeira vez, estrôncio, manganês e açúcar aos habituais ingredientes, o que resultou numa melhoria do desempenho biológico do cimento, bem como das suas propriedades mecânicas.
Estes fatores tornam este cimento desenvolvido na UA "muito promissor para regeneração óssea e engenharia de tecidos e em particular na reparação de vértebras fraturadas" devido, por exemplo, à osteoporose ou a acidentes, referiu Paula Torres, investigadora do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica (DEMaC).
A investigadora desenvolveu este material inovador no âmbito do seu doutoramento em Ciência e Engenharia de Materiais na UA, que começou há cinco anos.
O trabalho contou com a colaboração de investigadores de outros departamentos da UA, de outras instituições nacionais e da Robert Mathys Stiftung Foundation, na Suíça. 
Segundo a nota da UA, os resultados obtidos ao longo das várias fases do estudo culminaram na obtenção de um cimento com propriedades gerais muito promissoras.
"Com base nestes resultados, pode concluir-se que os objetivos inicialmente estabelecidos foram alcançados com um grau de satisfação relativamente elevado", congratula-se Paula Torres, adiantando que a próxima fase é levar o cimento para testes in vivo, isto é em animais.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/desenvolvido-novo-cimento-osseo-para-fraturas-nas-vertebras?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161017)
Aleitamento materno é a primeira vacina do bebé
Conferência organizada pela UNICEF

O aleitamento materno, considerado a primeira vacina para o bebé, e a importância para o desenvolvimento sustentável foram os temas de debate numa conferência organizada pela UNICEF e Comissão Nacional Iniciativa Amiga dos Bebés.
“O leite materno é a primeira vacina de um bebé, a primeira e melhor proteção que pode ter contra doenças e outros problemas de saúde. Ao nível mundial as mortes de recém-nascidos representam quase metade de todas as mortes de crianças menores de 5 anos, e o aleitamento desde a primeira hora de vida pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Se todos os bebés fossem alimentados apenas com o leite materno desde o nascimento até aos seis meses, mais de 800 mil vidas seriam salvas todos os anos”, refere um comunicado da UNICEF Portugal, ao qual a agência Lusa teve acesso. 
A conferência, que pretendeu alertar para a relação entre o aleitamento materno e os objetivos de desenvolvimento sustentável, contou com a participação de cerca de 150 profissionais de saúde portugueses, assim como alguns especialistas convidados, entre os quais o professor Bernardo Horta, investigador em saúde materno-infantil da Universidade de Pelotas, no Brasil.
O investigador brasileiro apresentou dados relativos a uma investigação de 30 anos e que resultam de um acompanhamento dos efeitos do aleitamento materno num grupo populacional.
“Estudos da UNICEF mostram que, ao nível global, uma grande percentagem das mulheres não estão a receber o apoio de que precisam para iniciarem o aleitamento materno imediatamente a seguir ao parto, mesmo quando um médico, enfermeiro ou parteira presta assistência durante o parto”, refere a nota de imprensa.
A conferência ocorreu no âmbito da Semana Europeia do Aleitamento Materno.
A Comissão Nacional Iniciativa Amiga dos Bebés foi criada em 1992 pelo Comité Português para a UNICEF, é constituída por um grupo de profissionais de saúde de várias áreas que de forma voluntária procuram promover o aleitamento materno de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde: em exclusivo até aos seis meses de idade do bebé e, em conjunto com a alimentação, até aos dois anos.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/aleitamento-materno-e-a-primeira-vacina-do-bebe?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161010)
Desenvolvimento neuromuscular: glutamato desempenha papel importante
Estudo publicado no “Journal of Neuroscience”

 

Investigadores americanos descobriram que, para além da acetilcolina, o glutamato também está envolvido na forma como os músculos e as células nervosas estão ligadas durante o desenvolvimento, dá conta um estudo publicado no “Journal of Neuroscience”.

Neste estudo, os investigadores da Universidade de Buffalo e da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, decidiram adotar uma nova abordagem para a questão antiga de como se desenvolvem as ligações entre a espinal medula e os músculos.

Cada músculo é constituído por muitas fibras musculares individuais e, em adultos, cada uma dessas fibras musculares está ligada a um único neurónio motor. No entanto, este arranjo simples não é o que se observa ao nascimento. Nesta fase, cada fibra muscular pode estar associada a dez neurónios.

O processo que permite que um neurónio motor permaneça enquanto os outros são retraídos parece ser o seguinte, de acordo com os pesquisadores: o nervo que é mais eficaz na ativação do músculo é aquele que ganha.

Ao longo de várias décadas, a comunidade científica assumiu que o processo de “poda” começava com a libertação do neurotransmissor acetilcolina da célula nervosa. O que parecia lógico, uma vez que os neurónios motores necessitam de facto de quantidades elevadas de acetilcolina.

Contudo, os investigadores, liderados por Kirkwood Personius, constataram que o glutamato, o neurotransmissor mais comum no cérebro, também está envolvido neste processo. As células nervosas libertam uma molécula que é convertida em glutamato, e este por sua vez ativa os recetores do glutamato, recetores NMDA, no músculo.

Os recetores NMDA são um dos vários tipos de moléculas que respondem ao glutamato. Estes são especialmente importantes para controlar o desenvolvimento cerebral, a aprendizagem e a plasticidade sináptica. De acordo com o investigador, nunca ninguém tinha pensado que os recetores NMDA estivessem envolvidos na inervação dos músculos.

Os investigadores testaram em ratinhos a hipótese de a ativação do recetor do glutamato modelar o desenvolvimento do sistema neuromuscular de várias formas. Todas elas comprovaram a sua suspeita. Adicionalmente, o estudo demonstrou que a resposta do músculo ao glutamato é muito forte ao nascimento, mas rapidamente desaparece à medida que os ratinhos se desenvolvem.

Na opinião dos investigadores, este estudo pode ajudar a compreender por que motivo o retorno da função muscular é frequentemente limitado após um trauma nervoso periférico.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/desenvolvimento-neuromuscular-glutamato-desempenha-papel-importante?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161010)
Componente do vinho tinto ajuda a reduzir a inflamação
Estudo publicado na revista “Scientific Reports”


Uma componente do vinho tinto pode ajudar a controlar a inflamação induzida por uma bactéria patogénica que está associada a doenças inflamatórias do trato respiratório superior, como a asma, doença pulmonar obstrutiva crónica e otite média, dá conta um estudo publicado na revista “Scientific Reports”.
No estudo, os investigadores da Universidade do Estado de Geórgia, nos EUA, identificaram um novo mecanismo que o resveratrol, um composto encontrado naturalmente em alguns alimentos, como as uvas, utiliza para aliviar a inflamação nas vias aéreas. Os resultados sugerem que o composto pode fornecer benefícios para a saúde e ser utilizado para desenvolver agentes anti-inflamatórios novos e eficazes.
O resveratrol pertence a um grupo de compostos chamados polifenóis, que se acredita que atuem como antioxidantes e protejam o organismo de danos. Há muito que este composto é considerado como um agente terapêutico de várias doenças, incluindo as doenças inflamatórias. 
Os investigadores liderados por, Jian-Dong Li, verificaram que o resveratrol era eficaz contra a inflamação causada por um importante agente patogénico respiratório, o Haemophilus influenzae.
A presença de uma determinada quantidade de inflamação é necessária e benéfica para a defesa do organismo contra a infeção bacteriana. Contudo, a inflamação descontrolada conduz ao desenvolvimento de doenças inflamatórias. 
As doenças inflamatórias do trato respiratório superior, como asma e a doença pulmonar obstrutiva crónica, afetam mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo e são caracterizadas por inflamação crónica que é agravada por agentes patogénicos respiratórios, como é o caso do Haemophilus influenzae.
Os antibióticos são utilizados rotineiramente no tratamento de infeções por este agente patogénico, mas devido ao número crescente de estirpes de bactérias resistentes a estes fármacos e ao sucesso limitado dos tratamentos disponíveis há necessidade de desenvolver terapias alternativas.
Neste estudo, os investigadores constataram, pela primeira vez, que o resveratrol diminuía a expressão de mediadores pró-inflamatórios nas células epiteliais das vias aéreas e nos pulmões dos ratinhos através do aumento de uma molécula (MyD88) que funciona como regulador negativo das vias de sinalização inflamatória.
Os investigadores também verificaram que o resveratrol tinha efeitos anti-inflamatórios após a infeção pelo Haemophilus influenzae, o que sugere o seu potencial terapêutico. 
Jian-Dong Li conclui que estes achados podem ajudar no desenvolvimento de estratégias que tenham por alvo ou que aumentem a produção do MyD88. “Podemos utilizar o resveratrol para suprimir a inflamação ou desenvolver derivados do resveratrol que podem funcionar como agentes farmacológicos para suprimir a inflamação, utilizando a mesma estratégia”, concluiu.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/componente-do-vinho-tinto-ajuda-a-reduzir-a-inflamacao?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161010)
A linguagem dos sentidos
Estudo publicado na revista “Nature”

 

Investigadores suíços identificaram a assinatura da expressão genética comum à visão, tato e audição, o que permitiu descobrir a “língua franca” sensorial que facilita a interpretação e a integração da informação sensorial do cérebro. Estes achados publicados na revista “Nature” abrem assim caminho para uma melhor compreensão dos distúrbios de perceção e comunicação.

A visão, o tato e a audição são as nossas janelas para o mundo. A capacidade de detetar e classificar vários tipos de estímulos é essencial para interagir com objetos e pessoas que nos rodeiam, assim como para comunicar corretamente. Na verdade, os défices de interação social dos pacientes com autismo parecem ser, em parte, resultantes das dificuldades em detetar e interpretar os sinais sensoriais. Mas de que forma o cérebro interpreta e integra os estímulos enviados pelos cinco sentidos?

Neste estudo, os investigadores da Universidade de Genebra, na Suíça, analisaram a estrutura genética das vias táteis, visuais e auditivas em ratinhos. Ao observarem a expressão genética visual nestas vias distintas durante o desenvolvimento, os cientistas foram capazes de detetar padrões comuns, como que uma linguagem genética subjacente a todas.

Os investigadores, liderados por Denis Jabaudon, constataram que durante o desenvolvimento, as várias vias sensoriais partilham inicialmente uma estrutura genética comum que posteriormente se adapta à atividade do órgão associada a cada sentido.

O investigador referiu que este processo demora apenas alguns dias em ratinhos, mas pode demorar vários meses nos seres humanos, cujo desenvolvimento é mais longo e bem mais sensível ao ambiente.

Esta língua franca genética permite a construção das várias vias sensoriais de acordo com uma arquitetura similar independentemente das suas funções distintas. É esta linguagem partilhada que permite ao cérebro interpretar corretamente os estímulos que proveem de diferentes fontes e compor uma representação coerente do seu significado combinado.

A partilha do mesmo plano de construção também explica como as várias vias se podem equilibrar mutuamente, nomeadamente o facto de o tato e a audição ficarem altamente desenvolvidos quando um indivíduo nasce cego. Esta descoberta também explica porque as interferências sensoriais, incluindo a sinestesias e alucinações, podem ocorrer em indivíduos que sofrem de doenças do neurodesenvolvimento, como o autismo ou esquizofrenia.

Denis Jabaudon conclui que estes resultados ajudam a perceber melhor como os circuitos cerebrais que constroem a nossa representação do mundo se juntam durante o desenvolvimento. “Agora, estamos em condições de analisar como estes achados podem ser utilizados para os [circuitos cerebrais] reparar quando falham”, acrescentou o investigador.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/a-linguagem-dos-sentidos?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161010)
Tamanho fetal reduzido aumenta risco de asma
Estudo da Universidade de Aberdeen

 

Um tamanho fetal reduzido está associado a um risco de asma aumentado e a uma menor função pulmonar nas crianças entre os cinco e os 15 anos de idade, sugere um estudo apresentado no Congresso Internacional da Sociedade Respiratória Europeia.

O estudo conduzido pelos investigadores da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, sugere que os fatores pré-natais na gravidez contribuem para o bem-estar respiratório durante toda a vida da criança.

Numa pesquisa anterior, os investigadores, liderados por Stephen Turner, já tinham associado o tamanho reduzido do feto no primeiro e segundo trimestres de gravidez a um risco aumentado de asma aos dez anos de idade. Neste estudo, a mesma equipa de cientistas decidiu averiguar se o tamanho fetal reduzido estava associado a uma função pulmonar reduzida e a asma persistente entre os cinco e os 15 anos.

Para o estudo, os investigadores recrutaram um total de duas mil mães entre 1997 e 1999. O tamanho fetal no primeiro e segundo trimestres de gravidez foi avaliado através de ecografias de rotina. A asma e a função pulmonar foram determinadas aos cinco, dez e 15 anos.

Os investigadores constataram que os fetos maiores apresentavam um risco reduzido de asma e tinham uma melhor função pulmonar. O tamanho fetal foi expresso sob a forma de pontuação z, um método estatístico utilizado para diferenciar dos parâmetros normais. Cada aumento de uma unidade na pontuação Z no tamanho fetal no primeiro trimestre foi associado a um risco 22% menor de asma entre os cinco, 10 e 15 anos.

O aumento do tamanho do feto foi também associado a um aumento da função pulmonar. A asma persistente foi associada a reduções do tamanho do feto no primeiro e segundo trimestres de gravidez, bem como a uma diminuição do volume máximo de ar que é possível exalar no primeiro segundo numa expiração forçada aos cinco, dez e 15 anos, comparativamente com os outros grupos.

Stephen Turner, um dos autores do estudo, refere que o tamanho fetal no primeiro trimestre é relevante para os sintomas e fisiologia respiratória até aos 15 anos de idade. “Estes resultados sugerem que os fatores pré-natais contribuem para o bem-estar das vias respiratórias ao longo da vida”, referiu, em comunicado de imprensa, o investigador.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/tamanho-fetal-reduzido-aumenta-risco-de-asma?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160912)
Antibióticos aumentam risco de alergias alimentares
Estudo publicado na revista “Allergy, Asthma & Clinical Immunology”

 

O tratamento com antibióticos num primeiro ano de vida está associado a um aumento do risco de desenvolvimento de alergia alimentar, sugere um estudo publicado na revista “Allergy, Asthma & Clinical Immunology”.

Para o estudo, os investigadores da Universidade da Carolina do Sul, nos EUA, analisaram dados clínicos de 1.504 casos de crianças com alergias alimentares e 5.995 crianças sem este tipo de alergias. Após terem tido em conta fatores como parto, tempo de amamentação, asma, eczema, idade materna e residência urbana, os cientistas verificaram que as crianças às quais tinham sido prescritos antibióticos no primeiro ano de vida apresentavam um risco 1,2 vezes maior de serem diagnosticadas com alergia alimentar, comparativamente com aquelas que não tinham tomado este tipo de medicação.

O estudo, liderado por David J. Amrol, apurou que a associação entre a prescrição de antibióticos e o desenvolvimento de alergia alimentar era estatisticamente significativa e a probabilidade da alergia alimentar aumentava com o número de prescrições de antibióticos. O risco aumentava 1,3 vezes com três prescrições, 1,43 vezes com quatro prescrições e 1,64 com cinco ou mais prescrições.

Os cientistas constataram que a associação mais forte foi encontrada nas crianças a quem tinham sido prescritos antibióticos de largo espetro, como a cefalosporina e a sulfonamide, com um risco de 1,5 e 1,54, respetivamente, comparativamente com a toma de antibióticos de espetro mais reduzido, como é o caso da penicilina e macrolídeos.

Esta associação pode ser justificada pelo facto de a flora intestinal ser muito importante para o desenvolvimento da tolerância a proteínas externas, tais como aquelas que estão presentes nos alimentos. Adicionalmente, sabe-se que os antibióticos alteram a composição da flora intestinal.

O estudo sugere assim que existe uma potencial associação entre o aumento da prescrição de antibióticos e o aumento de alergias alimentares nas crianças. Tendo em conta que tem sido sugerido que os antibióticos são frequentemente prescritos inapropriadamente para tratar infeções virais, um dos autores do estudo, Bryan Love, aconselha os médicos a serem cautelosos no que diz respeito à prescrição deste tipo de fármacos.

“O excesso de antibióticos potencia a ocorrência de efeitos secundários, incluindo o desenvolvimento de alergias alimentares e encoraja a resistência antibacteriana”, concluiu o investigador.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/antibioticos-aumentam-risco-de-alergias-alimentares?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160912)
Alunos têm dores nas costas mas não vão ao médico
Estudo da Associação Portuguesa Spine Matters

 

Investigadores da Associação Portuguesa Spine Matters constataram que cerca de um terço dos alunos entre o 1.º e o 9.º ano de escolaridade sofre de dores nas costas, mas apenas 3% consultou um médico da especialidade.

O estudo, que envolveu 110 alunos, e que ainda se encontra na primeira fase, demonstrou também que é no 7.º ano que se encontra a maior carga transportada, com uma média de sete livros por aluno.

No âmbito do regresso às aulas, Luís Teixeira, médico ortopedista e fundador da Spine Matters, lembra a importância de se terem presentes estes dados, recolhidos nos últimos meses e alerta para as consequências de uma carga desadequada e contínua durante o período escolar e fase de crescimento das crianças e adolescentes.

"Todos sabemos que as nossas crianças continuam a transportar cargas excessivas nos dias de aulas, mas é fundamental percebermos de que é que estamos a falar. Na verdade, os números mostram que há muitos alunos a suportar 15% ou mais do seu peso corporal na carga escolar, uma percentagem já muito elevada e prejudicial para a coluna", referiu o médico.

No comunicado enviado pela associação à ALERT, Luís Teixeira refere que as mochilas das crianças não devem exceder esta percentagem devido a mudanças nos ângulos dos ombros, pescoço, tronco e membros inferiores, afetando a postura de forma global ao provocar uma curvatura anormal das costas. A má postura, cifoses (corcundez) e escolioses decorrentes desta utilização prolongada são alguns dos exemplos dos resultados que podem advir e que aumentam a probabilidade de se sofrer de dores lombares na vida adulta.

Por outro lado, o excesso de peso nas mochilas tem ainda sido apontado como responsável, a longo prazo, por dores de cabeça frequentes e consequente falta de concentração nas aulas.

"Uma das situações mais alarmantes que apurámos foi a desvalorização das dores nas costas destes alunos. Quando inquiridos sobre as cadeiras, tempo passado à secretária ou locais de estudo, não foi relacionada nenhuma percentagem significativa de casos em que sentem dor nesses momentos. No entanto, em relação às mochilas que usam, existe uma ligação imediata e a reação é comunicada aos pais em 71% dos casos. No entanto, e apesar de ser uma realidade constante, não são consultados especialistas para auxiliar e travar a situação”, refere o especialista.

Luís Teixeira aconselha os pais a pesarem as mochilas dos filhos e, se a carga exceder 15% do seu próprio peso, retirar carga. As mochilas devem ter duas alças e um bom suporte, em que o peso possa ser suportado uniformemente. Por outro lado, quando impossível de contornar a medida, a opção pontual deve ser por uma mala com rodas. Por último, o ortopedista refere que as alças da mochila devem ser ajustadas no caso de estarem muito soltas. Todas as mochilas devem ter as alças apertadas e justas para que não haja oscilação de peso.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/alunos-tem-dores-nas-costas-mas-nao-vao-ao-medico?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160905

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Ácidos gordos ómega-3 e 6 melhoraram capacidade de leitura das crianças
Estudo publicado no “Journal of Child Psychology and Psychiatry”

 
A toma de suplementos de ácidos gordos ómega-3 e 6 pode melhorar a capacidade de leitura das crianças em idade escolar. O estudo publicado no “Journal of Child Psychology and Psychiatry” sugere que a toma destes ácidos pode ajudar particularmente as crianças com défices de atenção.
 
Para o estudo, os investigadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, contaram com a participação de 154 crianças que frequentavam o terceiro ano de escolaridade e tinham entre nove e dez anos. As crianças realizaram um teste de computador que mediu a capacidade de leitura sob várias formas, incluindo rapidez da leitura, a capacidade de ler palavras sem sentido e vocabulário. 
 
As crianças foram divididas aleatoriamente em dois grupos. Um dos grupos tomou cápsulas de ácidos gordos ómega-3 e 6 e o outro grupo tomou um placebo ao longo de três meses. Tanto as crianças, como os pais, bem como os investigadores não sabiam a que grupos é que as crianças estavam alocadas. Após três meses, todas as crianças tomaram cápsulas de ácidos gordos ómega-3 e 6.
 
O estudo apurou que mesmo após três meses, a adição de ácidos gordos melhorou a capacidade de leitura das crianças, comparativamente com aquelas que receberam o placebo. Isto foi particularmente evidente na capacidade de ler e pronunciar em voz alta palavras sem sentido e na capacidade de ler um conjunto de letras rapidamente.
 
Apesar de nenhuma criança com perturbação da hiperatividade com défice de atenção ter sido incluída no estudo, algumas tinham problemas de atenção ligeiros. Para estas crianças a toma deste tipo de ácidos foi ainda mais relevante, tendo-se observado melhorias em vários testes, incluindo a rapidez de leitura. 
 
Mats Johnson, um dos autores do estudo, refere que a dieta moderna contém níveis relativamente baixos de ácidos gordos ómega-3, o que se acredita que tenha um efeito negativo na aprendizagem, literacia e atenção das crianças. 
 
As membranas celulares no cérebro são maioritariamente constituídas por gorduras polinsaturadas. De facto, vários estudos têm indicado que os ácidos gordos são importantes para a transmissão de sinais entre as células nervosas, bem como para a regulação dos sistemas de sinalização no cérebro. 
 
“O nosso estudo sugere que as crianças podem beneficiar de suplementos alimentares com uma fórmula especial”, conclui o investigador.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/acidos-gordos-omega-3-e-6-melhoraram-capacidade-de-leitura-das-criancas?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160926
Problemas de sono podem estar associados a risco de doenças cardiovasculares
Estudo publicado na revista “Circulation”


Os problemas de sono, como dormir pouco ou demasiado, podem estar associados a vários fatores que podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares, dá conta uma declaração da Associação Americana do Coração publicada na revista “Circulation”.
 
De acordo com a Fundação Nacional do Sono, nos EUA, o sono é essencial para um coração saudável. Os indivíduos que não dormem entre seis a oito horas por noite apresentam um maior risco de doença cardiovascular, independentemente dos hábitos, idade, peso, tabagismo e exercício. A falta de sono está associada ao stress, aumento da pressão arterial e secreção de adrenalina – todos estes são fatores de risco para a doença cardíaca. Contudo, estes riscos podem diminuir se a qualidade do sono for melhorada.
 
Por outro lado, dormir demais, mais de oito horas, também está associado ao risco de morrer de doença cardiovascular, o que sugere que há um equilíbrio entre a duração do sono e a saúde do coração.
 
Muita da investigação científica realizada sobre o sono e a saúde do coração tem-se focado na insónia ou apneia do sono. A insónia é definida como a dificuldade de adormecer ou manter o sono, pelo menos, três noites por semana durante três meses ou mais. A apneia do sono é diagnosticada quando um indivíduo tem uma média de cinco ou mais pausas na respiração, que pode durar de segundos a minutos, por hora de sono. As pausas são normalmente devido a um estreitamento das vias aéreas.
 
A associação entre os problemas de sono e a obesidade e a diabetes tem sido a temática mais estudada. Segunda Marie-Pierre St-Onge, da Universidade de Columbia, nos EUA, estas são as duas principais condições em que existem estudos de intervenção que demonstram que os fatores de risco são aumentados quando o sono se encontra alterado. Na obesidade, por exemplo, os estudos mostram que o sono influencia a ingestão de alimentos e pode ter um impacto direto no risco de obesidade. Contudo, os estudos têm sido de curta duração, sendo por isso necessárias investigações mais longas para avaliar o verdadeiro impacto no peso.
 
Da mesma forma, os estudos de longa duração poderiam também ajudar a perceber se as variações do sono ao longo da semana têm impacto nos níveis de colesterol, triglicerídeos ou marcadores inflamatórios.
 
De acordo com Marie-Pierre St-Onge, são também necessárias mais evidências para associar diretamente o sono inadequado ou parco à diabetes, pressão arterial elevada e doenças cardiovasculares. Na verdade a investigação nesta área tem sido, em grande, parte observacional estabelecendo uma conexão, mas não tem provado que os problemas de sono causam estas condições.
 
No entanto, a especialista refere que os profissionais de saúde deveriam questionar os pacientes sobre os seus hábitos de sono, nomeadamente, o tempo que dormem, se dormem bem e se ressonam.
 
Na sua opinião, os indivíduos com excesso de peso e que ressonam deveriam ser encaminhados para um especialista do sono para verificar se têm apneia. Do mesmo modo, os indivíduos com sono inadequado ou insónia devem ser orientados de forma a melhorar o seu sono.
 
"Os pacientes precisam estar conscientes de que o sono adequado é importante, tal como ser fisicamente ativo e adotar uma dieta equilibrada, rica em frutas, legumes, cereais integrais, carnes magras e peixes é importante para a saúde cardiovascular. O sono é um outro tipo de munição que podemos adaptar para melhorar a saúde”, conclui.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/problemas-de-sono-podem-estar-associados-a-risco-de-doencas-cardiovasculares?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160926