domingo, 27 de março de 2016

Infeções hospitalares matam mais do que acidentes de viação
Dados da Direção-Geral da Saúde

 
Em Portugal, as infeções hospitalares matam mais do que os acidentes de viação, ocorrendo cerca de 12 óbitos diários. Deste modo, o Ministério da Saúde vai avançar no próximo ano com incentivos aos hospitais que reduzam as infeções.
 
De acordo com a notícia avançada pela agência Lusa, estes dados foram divulgados durante a apresentação do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA), da Direção-Geral da Saúde.
 
O estudo constatou que o número de óbitos por infeções hospitalares “é muito superior ao de acidentes de viação”, estimando-se que, em 2014, tenham ocorrido 4.500 mortes por esta causa, com uma despesa associada de 300 milhões de euros.
 
O secretário de Estado Adjunto da Saúde, Fernando Araújo, destacou precisamente o aumento de mortalidade por infeções nos cuidados de saúde, sublinhando que “se morre sete vezes mais por infeções do que nos acidentes de viação”.
 
O diretor do programa, Paulo André Fernandes, confirmou que “gradualmente é um problema que tem vindo a aumentar e que tende a aumentar se não houver mobilização de esforços e recursos para que isso não aconteça”.
 
Assim, o Ministério da Saúde quer avançar em 2017 com incentivos financeiros aos hospitais que consigam reduzir as infeções. Vão ser necessários “indicadores claros, que serão disponibilizados até junho deste ano”, revelou o secretário de Estado.
 
“No segundo semestre vamos monitorizar e a partir daí colocar objetivos para que no contrato programa de 2017 sejam implementados e, em função de serem atingidos, sejam ressarcidos os hospitais para premiar as boas práticas”, acrescentou.
 
Paulo André Fernandes considera que “os incentivos financeiros são um instrumento importante para que medidas sejam tomadas”, já que “mais de um terço das infeções podem ser prevenidas”.
 
Além dos incentivos financeiros, a tutela defende que os conselhos de administração dos hospitais e as direções clínicas estejam mais sensibilizados para a importância de administrarem de forma mais criteriosa os antibióticos (para reduzir a resistência dos microrganismos) e adotarem outras medidas recomendadas no programa, como diminuir a duração terapêutica antibiótica e não usar estes medicamentos na ausência de infeção bacteriana.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/infecoes-hospitalares-matam-mais-do-que-acidentes-de-viacao?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160321)
Doença celíaca: novo método de deteção
Estudo publicado na revista “Pediatric Research”

 
Investigadores espanhóis desenvolveram um método novo, simples e não invasivo que permite determinar se uma criança entre os dois e os quatro anos sofre de doença celíaca sem necessidade de recorrer a extração de sangue, dá conta um estudo publicado na revista “Pediatric Research”.
 
Este método desenvolvido pelos investigadores da Universidade de Granada, em Espanha, não necessita de técnicos experientes (apesar de ter de ser interpretado por profissionais médicos), é rápido (demora cerca de 10 minutos) e é económico (cada dispositivo custa, em média, entre 10 a 12 euros). Adicionalmente, o método é menos invasivo que uma extração sanguínea, o que, no caso da população infantil, é muito importante.
 
A doença celíaca silenciosa passa despercebida aos olhos do médico, pois apresenta poucos sintomas, mesmo impercetíveis para o paciente. A doença celíaca é uma doença sistémica causada pela intolerância permanente ao glúten, que pode ser encontrado no trigo, cevada e centeio, e que afeta as pessoas com predisposição genética. Os pacientes afetados por esta doença têm má absorção intestinal, distensão abdominal, diarreia, dor abdominal, bem como problemas de pele, dores articulares e cefaleias.
 
Atualmente, o diagnóstico da doença baseia-se na sintomatologia clínica, na avaliação de anticorpos da doença celíaca no sangue e num estudo histológico compatível através de uma biópsia intestinal.
 
Este estudo, liderado por José Maldonado Lozano, teve como objetivo a avaliação da prevalência da doença celíaca silenciosa em 198 crianças com idades compreendidas entre os dois e os quatro anos. Foram utilizados novos dispositivos que permitiram detetar os marcadores da doença (autoanticorpos) presentes no sangue capilar.
 
Os investigadores explicam que é necessário apenas uma punção capilar para retirar uma pequena gota de sangue, que em seguida é colocada no dispositivo. No caso de a criança ter a doença aparece uma linha rosa, tal como nos testes de gravidez. A presença desta linha significa a presença de autoanticorpos no sangue característicos da doença celíaca.
 
Os resultados positivos deverão ser confirmados através da extração de sangue e a avaliação dos anticorpos da doença através de outros métodos. Contudo, um resultado negativo permitirá descartar com confiança a doença. Tal como foi comprovado ao longo do estudo, um resultado negativo reduz a zero a probabilidade de a criança sofrer da doença celíaca, dado o seu elevado valor preditivo negativo.
 
O estudo permitiu detetar seis crianças celíacas entre as 198 que participaram no estudo, o que significa uma prevalência muito elevada de 3% (superior à média europeia). As crianças não apresentavam sintomas ou tinham apenas sintomas quase impercetíveis, o que fazia com que os pais não consultassem um pediatra.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/doenca-celiaca-novo-metodo-de-detecao?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160321)
Sono insuficiente e desregrado aumenta o risco de doenças cardíacas
Dia Mundial do Sono

 
O sono insuficiente e desregrado aumenta o risco de desenvolver hipertensão arterial e de morrer por doença cardiovascular, alerta a Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono (APCMS) e a Sociedade Portuguesa de Hipertensão.
 
No dia em que se assinala o Dia Mundial do Sono, as duas organizações alertam a população para a importância do sono e para as consequências nefastas da sua privação nos sistemas metabólico e cardiovascular.
 
O presidente da APCMS e investigador do Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa, Miguel Meira e Cruz, revelou à agência Lusa que o sono interfere com a função cardiovascular.
 
“O sono interfere nestes mecanismos e ajuda a regular a função cardiovascular, mas se não o temos de forma adequada também apoia o processo de desestabilização destes mecanismo e o aumento da prevalência da hipertensão e do risco cardiovascular global”, referiu Meira e Cruz. 
 
O presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, José Mesquita Bastos, acrescenta que “a ausência de um sono com qualidade é um risco cardiovascular acrescido e associa-se a um pior prognóstico da hipertensão arterial, com consequente risco acrescido de enfarte e acidente vascular cerebral”.
 
De acordo com um estudo divulgado pela APCMS, apenas cerca de 20% dos adolescentes portugueses se aproximam do sono recomendado para o escalão etário (nove a dez horas) e que 12,5% dormem menos de sete horas durante a semana. 
 
Dos mais de 350 adolescentes envolvidos no estudo, 91,1% dos quais obesos, tinham “um sono claramente reduzido”, um “mau hábito” que abrange todos os escalões etários, “com repercussões que, embora sejam distintas, na dependência do período da vida que afetam, são sempre negativas”, frisou Meira Cruz. 
 
O investigador referiu ainda um estudo de 2012 que incidiu sobre cerca de 200 adolescentes da cidade de Lisboa, que demonstrou que 34% destes eram hipertensos e que 12% eram colocados no estado de pré-hipertensão. 
 
“Sabemos que existe uma associação clara entre o sono e a desregulação metabólica associada à obesidade e ao excesso de peso que também se conjuga para a doença cardiovascular, nomeadamente isquémica”, acrescentou.
 
Apesar da existência de resultados que “podem num ou noutro momento causar alguma controvérsia”, Miguel Meira Cruz assegura que “a relação entre privação de sono e risco de mortalidade cardiovascular é inequívoca e que vale a pena refletir, sobretudo numa perspetiva profilática, sobre a urgência de adquirir hábitos e padrões de sono saudáveis”.
 
“Vale a pena prevenir, durmam bem antes que seja tarde”, aconselhou o especialista.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A.(http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/sono-insuficiente-e-desregrado-aumenta-o-risco-de-doencas-cardiacas?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160321)
Mirtilos podem ajudar a combater a doença de Alzheimer
Estudo da Universidade de Cincinatti

 
Os mirtilos, um superalimento conhecido por diminuir o risco de doença cardíaca e cancro, parece também ajudar a combater a doença de Alzheimer, dá conta um estudo apresentado na Reunião Anual da Sociedade Química Americana. 
 
Os investigadores da Universidade de Cincinatti, nos EUA, defendem que esta fruta tem grandes quantidades de antioxidantes saudáveis, que podem ajudar a impedir os efeitos nefastos desta forma mais comum da doença.
 
“Os nossos resultados corroboram os estudos prévios realizados em animais e estudos preliminares humanos, apoiando a noção de que os mirtilos podem, de facto, melhorar a memória e a função cognitiva de alguns idosos”, revelou, em comunicado de imprensa, o líder do estudo, Robert Krikorian. 
 
Na opinião do investigador, os efeitos benéficos dos mirtilos podem ser devido aos flavonoides, denominados antocianinas, que já demonstraram melhorar a função cognitiva em experiências realizadas em animais. 
 
Atualmente a doença de Alzheimer atinge cerca de 5,3 milhões de indivíduos nos EUA e em 2025 acredita-se que este número aumente para sete milhões. Com o intuito de melhorar esta tendência, os investigadores realizaram dois estudos em humanos.
 
Um dos estudos envolveu 47 indivíduos com mais de 68 anos e distúrbio cognitivo ligeiro, uma condição que aumenta o risco de doença de Alzheimer. Os participantes ingeriram, diariamente, pó de mirtilo liofilizado, equivalente a uma chávena, ou um placebo durante 16 semanas. 
 
O estudo apurou que houve uma melhoria no desempenho cognitivo e na função cerebral dos indivíduos que ingeriram o pó de mirtilo, comparativamente com aqueles que tomaram o placebo. “O grupo que ingeriu mirtilos apresentou melhorias na memória e no acesso a palavras e conceitos”, referiram os investigadores. As ressonâncias magnéticas funcionais realizadas demonstraram também que os indivíduos que ingeriram o pó de mirtilo apresentavam um aumento da atividade cerebral.
 
O segundo estudo envolveu 94 indivíduos com idades compreendidas entre 62 e 80 anos, que foram divididos em quatro grupos distintos. Os participantes foram convidados a ingerir pó de mirtilo, óleo de peixe, óleo de peixe e pó de mirtilo ou um placebo. Os indivíduos não apresentavam problemas cognitivos, mas sentiam que a memória estava em declínio. 
 
Apesar de os resultados não terem sido tão robustos quanto os do primeiro estudo, verificou-se que a função cognitiva melhorou ligeiramente nos indivíduos que ingeriram pó de mirtilo ou óleo de peixe separadamente. Contudo, a memória sofreu poucas melhorias.
 
Os investigadores concluíram que os dois estudos indicam que os mirtilos parecem ser mais eficazes para os pacientes com distúrbios cognitivos, mas não demonstraram ter benéficos mensuráveis para aqueles com problemas de memória ligeiros ou para aqueles que ainda não desenvolveram problemas cognitivos.
 
Os investigadores estão a planear realizar um estudo em indivíduos com idades compreendidas entre 50 e os 65 anos, que inclua pessoas com risco da doença de Alzheimer, de forma determinar se os mirtilos podem ajudar a impedir o início dos sintomas da doença.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/mirtilos-podem-ajudar-a-combater-a-doenca-de-alzheimer?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160321)

sábado, 19 de março de 2016

Estudo prova que Alzheimer não destrói as memórias – apenas as torna inacessíveis

Os doentes de Alzheimer podem afinal não ter perdido as suas memórias, mas apenas ter dificuldade em aceder-lhes, o que abre a porta a possíveis tratamentos para recuperá-las, revela um estudo publicado na revista científica Nature.

O estudo, realizado em ratos pelo cientista japonês Susumu Tonegawa, Nobel da Medicina em 1987, mostrou que ao estimular áreas específicas do cérebro com luz azul os cientistas conseguiam que os ratos recuperassem memórias que antes lhes eram inacessíveis.

Os resultados, publicados esta quarta-feira na revista Nature, são a primeira prova de que a doença de Alzheimer não destrói as memórias, apenas as torna inacessíveis.

Ver notícia completa aqui

Fonte - http://zap.aeiou.pt/estudo-prova-que-alzheimer-nao-destroi-memorias-apenas-torna-inacessiveis-105143

sexta-feira, 18 de março de 2016

My Diabetes: conheça o novo projeto digital da News Farma 
 
No dia em que se inicia a 12.ª edição do Congresso Português de Diabetes, a News Farma apresenta uma nova plataforma dirigida a profissionais de saúde que se dedicam às áreas da Endocrinologia e Diabetologia: o My Diabetes.
O My Diabetes é a partir de hoje a fonte de informação de excelência para os especialistas dedicados à Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo.
Com o objetivo de acompanhar a atividade destas especialidades a nível nacional e internacional, o My Diabetes vai dar visibilidade aos factos e acontecimentos mais relevantes, dar a conhecer as reuniões e encontros científicos da área, divulgar os resultados de estudos e investigações e dar espaço a artigos de key opinion leaders.

Visite hoje mesmo a nova plataforma de notícias online da News Farma e fique a par de alguns dos temas em discussão no 12.º Congresso Português de Diabetes. Subscreva a newsletter especializada do My Diabetes e, semanalmente, receba no seu e-mail as notícias da sua área de especialização.

Conheça o My Diabetes em www.mydiabetes.pt

terça-feira, 15 de março de 2016


Programa Nacional de Educação para a Saúde, Literacia e Autocuidados

“Dar saúde às pessoas”. É desta forma que o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, entende a criação do Programa Nacional de Educação para a Saúde, Literacia e Autocuidados lançado no passado dia 10 de março, no Campus da Ajuda.


Coordenado pela Direção Geral de Saúde (DGS), o programa incide sobre a preparação e o apoio a prestadores informais em cuidados domiciliários, a prevenção da diabetes ou da obesidade e a promoção da saúde mental, do envelhecimento saudável e da utilização racional e segura do medicamento.

No âmbito do programa, e de acordo com o Despacho n.º 3618-A/2016, de 10 de março, foram anunciados 2 projetos-piloto que passam pelo desenvolvimento de aplicações para telemóvel e pela promoção de conteúdos sobre saúde em salas de espera e atendimento de domicílios, centros de saúde e instituições para pessoas dependentes.

Associados a este projeto, e na sequência do protocolo assinado, incluem-se a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade de Lisboa, o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, a Associação Portuguesa de Municípios Saudáveis e a Associação Portuguesa para a Promoção de Saúde Pública. Fonte: ACSS

Ainda sobre o Programa:


Novo Portal da Saúde - Ministério da Saúde Português 

link

domingo, 13 de março de 2016

Doenças autoimunes: descoberto mecanismo-chave


Investigadores do Canadá descobriram um novo mecanismo que impede o ataque do sistema imunológico e desenvolveram uma nova classe de fármacos que utiliza este mecanismo para o tratamento de várias doenças autoimunes, como a diabetes tipo 1 e a esclerose múltipla, sem comprometer todo o sistema imunitário, dá conta um estudo publicado na revista “Nature”.

“Esta descoberta é muito importante, porque agora sabemos como impedir as doenças autoimunes de uma forma altamente específica sem comprometer a imunidade em geral”, revelou, em comunicado de imprensa, um dos autores do estudo, Pere Santamaria.

Nas doenças autoimunes, um tipo de células imunitárias, os leucócitos, que habitualmente são responsáveis por afastar invasores estranhos, como bactérias e vírus, por vezes atacam erradamente as próprias células do organismo, o que causa a sua destruição. Cada doença autoimune resulta de um ataque contra milhares de fragmentos proteicos no órgão-alvo, como é o caso das células produtoras de insulina na diabetes tipo 1.

Neste estudo, os investigadores da Universidade de Calgary, no Canadá, demonstraram que as nanopartículas decoradas com alvos proteicos que atuam como “isco” para os leucócitos causadores de doenças podem ser utilizadas para reprogramá-los e suprimir a doença. Esta nova classe de fármacos explora um processo que ocorre naturalmente e que envolve a ativação do sistema imunológico para proteger o organismo contra doenças autoimunes.

O estudo demonstrou que este mecanismo e as nanopartículas que o exploram podem ser aplicadas a várias (e potencialmente a todas as) doenças autoimunes nos animais, ao modificar simplesmente o “isco” nas nanopartículas.

Os investigadores também verificaram que este mecanismo funciona em animais transplantados com leucócitos humanos, que essencialmente responderam aos nanomedicamentos correspondentes como os outros ratinhos.

Atualmente, os fármacos utilizados no tratamento das doenças autoimunes não são capazes de distinguir entre os leucócitos causadores de doença e os normais. Desta forma, os fármacos utilizados no tratamento deste tipo de doenças suprimem a imunidade normal, o que deixa o paciente suscetível a outras doenças.

É como impedir uma guerra, explica Pere Santamaria. Para a impedir talvez pensássemos em retirar o exército todo, que é o que os atuais fármacos fazem. Contudo, esta nova classe de fármacos aborda o problema de uma perspetiva completamente diferente. “Em vez de retirar os soldados, os nossos fármacos enganam um único soldado para se tornar no ‘traidor’ que elimina o general. Sem o general, o exército deixa de funcionar e que a guerra termina”, conclui.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/doencas-autoimunes-descoberto-mecanismo-chave?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160229)
Enxaqueca, dores de cabeça e síndrome do cólon irritável estão associados?
Estudo da Universidade de Istambul


A enxaqueca e as dores de cabeça de tensão parecem estar geneticamente associadas à síndrome do cólon irritável, dá conta um estudo apresentado no 68º Encontro Anual da Academia Americana de Neurologia.
 
A síndrome do cólon irritável é um distúrbio do sistema digestivo, caracterizado por dor e desconforto abdominal, bem como alterações no padrão da evacuação intestinal. Apesar de não se saber qual a causa exata da doença, os investigadores têm sugerido que a condição pode ser resultante de alterações na forma como o intestino, cérebro e sistema nervoso comunicam.
 
Adicionalmente, alguns estudos têm demonstrado que os indivíduos com síndrome do cólon irritável e outros distúrbios gastrointestinais têm frequentemente dores de cabeça ou enxaquecas, comparativamente com aqueles sem estes distúrbios.
 
De forma a tentar perceber se havia alguma ligação entre estas condições, os investigadores da Universidade de Istambul, na Turquia contaram com a participação de 107 indivíduos com enxaqueca episódica, 53 com dores de cabeça de tensão, 107 com síndrome do cólon irritável e 53 indivíduos saudáveis.
 
O estudo apurou que comparativamente com os indivíduos com dores de cabeça de tensão, aqueles com enxaqueca apresentavam o dobro do risco de terem síndrome do cólon irritável. Um total de 54% dos indivíduos com enxaqueca também tinha síndrome do cólon irritável, comparativamente com os 28% dos indivíduos com dores de cabeça de tensão. Dos pacientes com síndrome do cólon irritável, 38% tinha enxaqueca e 24% tinha também dores de cabeça de tensão.
 
Posteriormente, os investigadores analisaram a presença do gene transportador da serotonina e o gene do recetor da serotonina 2 em todos os pacientes e nos indivíduos saudáveis. O estudo apurou que os pacientes com síndrome do cólon irritável, enxaqueca ou dores de cabeça de tensão tinham pelo menos um gene diferente dos indivíduos saudáveis, o que sugere que as três condições parecem partilhar uma ligação genética.
 
“Uma vez que as dores de cabeça e a síndrome do cólon irritável são condições tão habituais e as causas são desconhecidas, a descoberta de uma possível ligação genética comum é encorajador”, revelou, em comunicado de imprensa, uma das coautoras do estudo, Derya Uluduz.
 
A investigadora acrescentou que, no entanto, são necessários mais estudos para explorar esta possível ligação. “A descoberta de genes partilhados pode conduzir a novas estratégias de tratamento para estas doenças crónicas”, concluiu.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/enxaqueca-dores-de-cabeca-e-sindrome-do-colon-irritavel-estao-associados?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160229)
Vitamina D: suplementos são necessários após primeiro ano de vida?
Estudo publicado no “American Journal of Public Health”


As crianças que são amamentadas após o primeiro ano de vida devem tomar suplementos de vitamina D para impedir o desenvolvimento de problemas de saúde, como o raquitismo, sugere um estudo publicado no “American Journal of Public Health”.

Os investigadores do Hospital St. Michael, no Canadá, sugerem que esta medida também seja aplicada a crianças que, para além de serem amamentadas, também já ingerem sólidos. Isto é especialmente importante para as crianças do Canadá e outros países do norte, onde há uma menor exposição aos raios ultravioletas, que o organismo utiliza para produzir vitamina D.

Apesar de o leite materno conter muitos dos nutrientes essenciais para o crescimento, não fornece quantidades adequadas de vitamina D. O aleitamento materno exclusivo no primeiro ano de vida, sem suplementos de vitamina D, é um fator de risco conhecido para o raquitismo, uma doença que conduz ao enfraquecimento dos ossos.

Desta forma, a Sociedade de Pediatria do Canadá e a Academia Americana de Pediatria recomendam as crianças amamentadas a tomarem diariamente um suplementado com 400 unidades internacionais de vitamina D durante o primeiro ano de vida.
 
Contudo, ainda pouco se sabe sobre a relação entre o tempo total em que uma criança é amamentada e a vitamina D. Um número crescente de crianças é amamentada após o primeiro ano de vida para além de ingerirem sólidos. Na verdade a Organização Mundial de Saúde recomenda a amamentação até dois anos ou mais.

Para o estudo, os investigadores mediram os níveis de vitamina D em 2.500 crianças com idades compreendidas entre os um e cinco anos que estavam a participar num programa denominado “TARGet Kids”. Este programa acompanhou as crianças desde o nascimento com o objetivo de compreender e prevenir problemas de nutrição comuns nos primeiros anos e para minimizar o seu impacto na saúde mais tarde na vida.

O estudo apurou que o risco de as crianças ficarem com níveis de vitamina D deficientes aumentou seis por cento por cada mês que a criança era amamentada após um ano. Este risco podia aumentar para 16 e 29% aos dois e aos três anos, respetivamente.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/vitamina-d-suplementos-sao-necessarios-apos-primeiro-ano-de-vida?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160229)
Lactato: como protege os neurónios de traumas agudos?
Estudo publicado na revista “Scientific Reports”

 

Investigadores suíços descobriram como o lactato, um produto residual do metabolismo da glicose, pode proteger os neurónios dos danos após trauma agudo, como o acidente vascular cerebral (AVC) ou a lesão da espinal medula, dá conta um estudo publicado na revista “Scientific Reports”.

O AVC ou lesão da espinal medula podem fazer com que as células nervosas recebam estimulação excessiva, o que acaba por danificá-las e até matá-las. Este processo, conhecido como excitotoxicidade, é uma das razões por que o tempo é crítico após estes tipos de traumas, estando também envolvido em doenças neurodegenerativas progressivas, como é o caso da doença de Alzheimer.

Neste estudo, os investigadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, constataram que o lactato, que é produzido no cérebro e mesmo nos músculos após a prática de exercício intenso, pode ser utilizado para proteger os neurónios contra a excitotoxicidade.

Após trauma agudo, como um AVC ou lesão da espinal medula, um certo tipo de recetores fica descontrolado e sobrecarrega o neurónio-alvo com uma torrente de sinais elétricos. Isso faz com que ocorra uma acumulação de iões de cálcio dentro do neurónio, o que desencadeia vias bioquímicas tóxicas que, em última análise, o danificam e matam.

Os recetores em causa são denominados recetores NMDA e interagem com o neurotransmissor glutamato. Estes recetores são um alvo preferencial da investigação científica, uma vez que estão envolvidos em várias doenças, incluindo a epilepsia, esquizofrenia, doença de Parkinson e doença de Alzheimer.

Neste estudo os investigadores, liderados por Pierre Magistretti, decidiram analisar os efeitos do glutamato em culturas de neurónios do cérebro de ratinhos, tendo utilizado uma nova técnica imagiológica não-invasiva que permite visualizar a estrutura e dinâmica das células com a resolução ao nível dos nanómetros.

Estudos anteriores já tinham sugerido que o lactato protegia os neurónios contra a excitotoxicidade. Contudo, ainda não se tinha apurado como este processo ocorria. No estudo foi testado o efeito do glutamato em neurónios de ratinho na presença ou ausência de lactato. Verificou-se que o glutamato matou 65% dos neurónios, mas na presença do lactato o número diminui para 32%.
 
De forma a tentar perceber como o lactato protegia os neurónios, os investigadores utilizaram diferentes bloqueadores dos recetores nos neurónios dos ratinhos, tendo apurado que o lactato desencadeia a produção de ATP, molécula de energia da célula. Por sua vez, o ATP produzido liga-se e ativa um outro tipo de recetor no neurónio, que ativa uma cascata complexa de mecanismos de defesa. Como resultado, o neurónio pode resistir ao ataque de sinais provenientes do recetor NMDA.

Estes achados podem ajudar a compreender melhor a neuroprotecção, podendo conduzir a formas farmacológicas melhoradas com o intuito de atenuar os danos irreparáveis causados por um AVC, danos da espinal medula e outros traumas.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/lactato-como-protege-os-neuronios-de-traumas-agudos?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160229)
Framboesas ajudam a prevenir o cancro e doenças inflamatórias
Estudo publicado no “Journal of Cellular Biochemistry”


O consumo de framboesas, um fruto vermelho que apresenta elevadas quantidades de polifenóis, pode ajudar a prevenir doenças inflamatórias, retinopatia diabética ou cancro, refere um estudo publicado no “Journal of Cellular Biochemistry”.
 
O estudo realizado pelos investigadores da Universidade do Porto apurou que a ingestão de compostos bioativos da framboesa, com as suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, melhora a capacidade das pessoas em evitar doenças inflamatórias e o cancro do cólon ou da mama, por exemplo.
 
“Aquilo que os resultados demonstram de uma forma consistente no nosso modelo celular é que os compostos bioativos que estão presentes na framboesa (polifenóis) comprovam que existe uma enorme potencialidade de modelação da atividade biológica por interação com o ambiente e, neste caso quanto maior for o consumo deste alimento, teoricamente maior a nossa capacidade de evitarmos doenças como inflamações e o cancro”, explica à agência Lusa um dos investigadores, Mário Sousa Pimenta.
 
O estudo analisou os efeitos dos polifenóis, compostos bioativos presentes na framboesa e que têm potencial anti-inflamatório e antioxidante, na modulação da formação de novos vasos sanguíneos  (angiogénese). Verificou-se que os polifenóis da framboesa e de outros frutos vermelhos com cor intensa apresentam um potencial de inibir a angiogénese, ou seja, tem potencial para inibir a formação de novos vasos sanguíneos, proliferação de células que revestem as paredes dos vasos sanguíneos e evitar a sua capacidade migratória das células.
 
Segundo Mário Sousa Pimenta, dos resultados obtidos no ensaio experimental, os polifenóis da framboesa e de outros frutos vermelhos com cor intensa apresentam “um potencial de inibir a angiogénese, ou seja, tem potencial para inibir a formação de novos vasos sanguíneos, proliferação de células que revestem as paredes dos vasos sanguíneos e evitar a sua capacidade migratória das células”.
 
A retinopatia diabética, doença oftalmológica associada à diabetes e a causa mais frequente de cegueira adquirida, traduz-se precisamente por um aumento da produção de vasos sanguíneos. Com este estudo, “teoricamente nós inibimos a angiogénese e podemos impedir uma das consequências da diabetes”, referiu Mário Sousa Pimenta
 
O consumo de polifenóis ajuda as pessoas a protegerem-se do cancro, da metastização do cancro, e de doenças inflamatórias, reiterou o médico, referindo que dados do estudo concluem também que se registaram "alterações de citoesqueleto", que tem um função de suporte das células e do movimento.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/doenca-de-alzheimer-o-papel-do-sistema-imunitario?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160229)
Teste sanguíneo deteta genes envolvidos nas doenças cardíacas hereditárias
Estudo publicado no “Journal of Cardiovascular Translational Research”

 
Uma equipa internacional de investigadores desenvolveu um teste sanguíneo simples e rápido que deteta com eficácia todos os genes envolvidos nas doenças cardíacas hereditárias, dá conta um estudo publicado no “Journal of Cardiovascular Translational Research”.
 
O teste desenvolvido por investigadores do Reino Unido e Singapura é capaz de identificar 174 genes associados com 17 condições cardíacas hereditárias, incluindo doenças da válvula aórtica, doença cardíaca estrutural, síndrome do QT longo e curto, síndrome de Noonan, fibrilhação auricular familiar e a maioria das cardiomiopatias.
 
As doenças cardíacas hereditárias são causadas por mutações genéticas herdadas dos pais. Apesar de ser possível ter uma destas mutações genéticas e nunca desenvolver a doença cardíaca associada, o gene aumenta significativamente o risco da doença.
 
Os testes genéticos são fundamentais para identificar este tipo de mutações, uma vez que permitem um diagnóstico precoce e que os pacientes tomem medidas para reduzir o risco de morte súbita associado a este tipo de condições.
 
Contudo, de acordo com o líder do estudo, James Ware, do Imperial College London, no Reino Unido, os atuais testes genéticos são apenas capazes de identificar um número pequeno de genes, o que significa que muitas vezes ignoram mutações genéticas que podem ser a chave para o diagnóstico de uma doença cardíaca hereditária.
 
De forma a testar a eficácia do novo teste, que utiliza a sequenciação de nova geração, os investigadores analisaram o sangue de 284 indivíduos. Verificou-se que o teste foi capaz de identificar corretamente todas as mutações genéticas nas amostras de sangue que estavam associadas a 17 condições cardíacas hereditárias com 100% de eficácia.
 
Na opinião dos investigadores, o teste é mais rápido e mais confiável do que os testes genéticos atuais e permitirá um diagnóstico mais rápido, confiável e rentável de doenças cardíacas hereditárias.
 
Os investigadores esperam que o teste possa em breve ser utilizado no âmbito clínico em todo o mundo, auxiliando o diagnóstico e tratamento desse tipo de doenças.
 
"Sem um teste genético, muitas vezes temos que manter toda a família sob vigilância regular ao longo de muitos anos, pois algumas destas condições podem apenas desenvolver-se mais tarde na vida. Isto é altamente dispendioso para as famílias e para o sistema de saúde", concluiu, James Ware.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/teste-sanguineo-deteta-genes-envolvidos-nas-doencas-cardiacas-hereditarias?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160229)
Chocolate aumenta função cognitiva
Estudo publicado na revista “Appetite”


O consumo de chocolate, pelo menos uma vez por semana, pode aumentar a função cognitiva, sugere um estudo publicado na revista “Appetite”.
 
Vários estudos têm indicado que o consumo habitual de chocolate pode ser benéfico para a saúde. Um estudo recentemente publicado sugeriu que o consumo diário de chocolate durante a gravidez era benéfico para o crescimento e desenvolvimento fetal. Um outro estudo também defendeu que o consumo diário de chocolate poderia diminuir o risco de acidente vascular cerebral (AVC) e doença cardíaca.
 
Contudo, na opinião de um dos autores do estudo, Georgie Crichton, pouco se sabe sobre a relação do consumo de chocolate e a função cognitiva ou saúde do cérebro. Assim, neste estudo, os investigadores da Universidade do Sul da Austrália analisaram os dados de 968 indivíduos sem demência que tinham idades compreendidas entre os 23 e os 98 anos.
 
Através de um questionário de frequência alimentar, os investigadores analisaram o consumo de chocolate dos participantes ao longo de 30 anos.
 
A função cognitiva dos participantes foi avaliada através de uma série de tarefas que testaram a memória visual-espacial e organização (a capacidade de compreender e lembrar as relações espaciais entre os objetos), a memória de trabalho (que envolve a capacidade de processar informações novas e antigas), a memória verbal (caracterizada pela capacidade de recordar palavras e outros fatores relacionados com a linguagem) e, por último, a capacidade de analisar e seguir objetos específicos.
 
Os investigadores apuraram que os indivíduos que consumiam chocolate pelo menos uma vez por semana tinham um melhor desempenho em todas as tarefas cognitivas, comparativamente com aqueles que nunca ou raramente comiam chocolate.
 
Após terem tido em conta outros fatores que poderiam influenciar os resultados, incluindo idade, sexo, nível de educação, pressão arterial, níveis de colesterol e glucose, consumo de álcool e ingestão total de calorias, os investigadores verificaram que os resultados se mantiveram inalterados, com a exceção da memória de trabalho.
 
De acordo com Georgie Crichton, estes resultados não são surpreendentes uma vez que o cacau contem flavonoides que melhoram o fluxo sanguíneo no cérebro. Além disso, relembra, o chocolate tem também pequenas quantidades de cafeína que podem aumentar o estado de alerta.
 
Os investigadores referiram ainda que os benefícios do chocolate não estão apenas confinados ao chocolate preto, uma vez que o estudo incluiu participantes que consumiam chocolate preto, de leite e também chocolate branco.
 
O estudo alerta, no entanto, para o facto de o chocolate ter conteúdos elevados de gordura e açúcar, que podem conduzir ao aumento de peso se consumido em excesso, aumentando consequentemente o risco de doenças cardíacas, diabetes e outras condições. Contudo, com base nestes resultados, o consumo moderado de chocolate pode ser benéfico e fazer parte de uma dieta e estilo de vida saudáveis.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/chocolate-aumenta-funcao-cognitiva?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160229)