quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Obesidade da mãe: porque afeta o peso do bebé?
Estudo publicado no “International Journal of Obesity”


Investigadores americanos descobriram por que motivo as crianças cujas mães são obesas apresentam um maior risco de desenvolverem obesidade, dá conta um estudo publicado no “International Journal of Obesity”.
 
Os investigadores do Centro de Diabetes Joslin, nos EUA, demostraram que as células umbilicais das crianças cujas mães são obesas ou têm excesso de peso têm uma alteração na expressão de genes que são importantes na regulação da energia celular e metabolismo, comparativamente com as células dos bebés com mães com peso normal.
 
De acordo com Elvira Isganaitis, uma das autoras do estudo, estes resultados podem melhorar os cuidados de saúde, antes e após o nascimento para as crianças em risco de obesidade. O estudo também sugere que o aumento do risco de obesidade pode ser resultante da presença de níveis elevados de determinados lípidos no sangue materno que fluem através do cordão umbilical.
 
Para o estudo, os investigadores contaram com a participação de 24 mulheres com excesso de peso ou obesas e 13 mulheres sem excesso de peso. Foram recolhidas células umbilicais da veia que transporta oxigénio e outros nutrientes da placenta para o embrião.
 
O estudo apurou que, nestas células, a obesidade aumentada das mães estava associada a uma menor expressão de genes que regulam a mitocôndria (organelos que estão envolvidos na produção de energia) e doutros genes que regulam a produção e metabolismo dos lípidos.
 
Estes resultados sugerem que já existem perturbações metabólicas importantes à nascença que resultam da obesidade materna. As alterações observadas são similares às que ocorrem na obesidade, resistência à insulina e diabetes tipo 2.
 
Através da análise do sangue fetal, os investigadores verificaram que os bebés de mães obesas apresentavam níveis elevados de muitos lípidos que são conhecidos por serem metabolicamente prejudiciais, como os ácidos gordos saturados.
 
A investigadora espera que no futuro seja possível utilizar marcadores sanguíneos para identificar embriões em risco de desenvolver obesidade ou outras condições relacionadas, como diabetes tipo 2, e acompanhá-los com intervenções médicas adequadas.
 
Elvira Isganaitis acrescentou que as mães e os profissionais de saúde também podem acompanhar os padrões de crescimento e nutrição das crianças com risco de obesidade, tanto nos primeiros dois de vida como depois. “O risco de doenças crónicas não está determinado à nascença, existem vários períodos em que o risco de doença ao longo da vida pode ser modelado”, concluiu.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A.http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/obesidade-da-mae-porque-afeta-o-peso-do-bebe?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160829
Identificado centro da generosidade no cérebro
Estudo publicado nos “Proceedings of the National Academy of Sciences”


Investigadores do Reino Unido identificaram parte do cérebro que ajuda a aprender como sermos bons para os outros. O estudo publicado nos “Proceedings of the National Academy of Sciences” pode ajudar a compreender condições como a psicopatia que é caracterizada por comportamentos extremamente antissociais.
Patricia Lockwood, a líder do estudo, explica que os comportamentos pró-sociais são comportamentos sociais que beneficiam outras pessoas. Estes são um aspeto fundamental das interações humanas, essenciais para a união e coesão, mas atualmente pouco se sabe como e por que motivo as pessoas fazem coisas para ajudar os outros.
 
No comunicado da Universidade de Oxford, no Reino Unido, a cientista refere ainda que apesar de as pessoas terem tendência para se envolverem em comportamentos pró-sociais existem diferenças substanciais entre os indivíduos. A empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro e entender os seus sentimentos, têm sido apontados como fatores motivadores importantes dos comportamentos pró-sociais. Contudo, neste estudo os investigadores da Universidade de Oxford e da University College London, no Reino Unido, decidiram averiguar porque e como podem estar relacionados.
 
Os investigadores utilizaram um modelo já conhecido de como as pessoas aprendem a maximizar os bons resultados para elas próprias e aplicarem este mesmo modelo para perceber como as pessoas aprendem a ajudar os outros. Enquanto estavam a ser submetidos a ressonâncias magnéticas os participantes tinham de escolher os estímulos que lhes proporcionavam, a eles ou a outras pessoas, um sentido de recompensa.
 
O estudo apurou que apesar de as pessoas aprenderem com facilidade a tomar decisões que beneficiam as outras, não aprendem tão rapidamente a tomar decisões em seu próprio benefício. Foi também identificada uma região específica do cérebro envolvida na aprendizagem para obter o melhor resultado para outras pessoas.
 
Os investigadores constataram que o córtex cingulado anterior subgenual era a única parte do cérebro que era ativada quando os participantes estavam a aprender a ajudar os outros. Contudo, verificou-se que esta região não estava igualmente ativada em todas as pessoas. Os indivíduos que se classificaram como tendo elevados níveis de empatia aprendiam a beneficiar os outros mais rapidamente que aqueles com níveis baixos de empatia. Estes indivíduos também apresentavam uma maior sinalização no córtex cingulado anterior subgenual quando beneficiavam os outros.
 
Patricia Lockwood conclui que através da compreensão de como o cérebro funciona quando fazemos coisas para outras pessoas poderemos compreender melhor o que ocorre de errado nas condições psicológicas caracterizadas por comportamentos antissociais.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/identificado-centro-da-generosidade-no-cerebro?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160822)

domingo, 25 de setembro de 2016

Uma hora de exercício elimina risco de estar oito horas sentado
Estudo publicado na revista “The Lancet”

 
Os riscos de saúde associados ao facto de se estar sentado durante oito ou mais horas por dia podem ser eliminados através da prática de uma hora de exercício físico, sugere um estudo publicado na revista “The Lancet”.
 
A inatividade física está associada a um risco aumentado de doença cardíaca, diabetes, alguns cancros e a mais de cinco milhões de mortes por ano.
 
Para o estudo, uma equipa internacional de investigadores analisou 16 estudos que incluíram mais de um milhão de indivíduos. Os participantes foram divididos em quatro grupos, dependendo do nível de atividade física moderada praticada, que variava desde menos de cinco minutos a 60 minutos por dia. O exercício de intensidade moderada foi definido como caminhar 9km/h ou pedalar a 16 km/h. 
 
Os investigadores verificaram que a prática de 60 a 75 minutos de exercício de intensidade moderada por dia era suficiente para eliminar o risco aumentado de morte precoce associado ao estar sentado ao longo de oito horas por dia. 
 
O estudo apurou que os indivíduos que estavam sentados oito horas por dia, mas eram fisicamente ativos, tinham um menor risco de morte comparativamente com aqueles que passavam menos horas sentados mas eram menos ativos. Estes resultados sugerem que a atividade física é particularmente importante, independentemente do número de horas que um indivíduo passa sentado.
 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um mínimo de 150 minutos de atividade física por semana para os adultos, o que fica muito abaixo dos 60 a 75 minutos diários identificados neste estudo.
 
"Tem havido muita preocupação com os riscos para a saúde associados aos atuais estilos de vida mais sedentários. A nossa mensagem é positiva: é possível reduzir - ou até eliminar - estes riscos se formos suficientemente ativos, mesmo sem ter de fazer desporto ou ir ao ginásio", referiu, Ulf Ekelund, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
 
O investigador refere que para muitas pessoas, que vão de transportes para o trabalho e têm empregos de escritório, não há como escapar a estar sentado por longos períodos tempo. Assim, aconselha a fazer uma caminhada à hora do almoço, correr de manhã ou ir de bicicleta para o emprego. 
 
“Uma hora de atividade física por dia é o ideal, mas se isso for impossível, pelo menos fazer algum exercício todos os dias ajuda a reduzir o risco", concluiu.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/uma-hora-de-exercicio-elimina-risco-de-estar-oito-horas-sentado?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160816
Os perigos da inatividade física

Estudo publicado no “European Journal of Preventive Cardiology”






A baixa capacidade física é apenas superada pelo tabagismo no que diz respeito ao risco de morte nos homens de meia-idade, sugere um estudo pulicado no “European Journal of Preventive Cardiology”.

 

“A baixa capacidade física representa um risco maior de morte do que a pressão arterial e níveis de colesterol elevados”, referiu, em comunicado de imprensa, o líder do estudo, Per Ladenvall.

 

Para o estudo os investigadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, contaram com a participação de 792 homens nascidos em 1913. Aos 54 anos de idade os participantes foram submetidos a um teste físico. Destes, 656 também realizaram um teste físico de intensidade máxima, em que se esforçaram até ao limite. Foi medido o consumo máximo de oxigénio, denominado VO2 max, na subpopulação de 656 homens, através da ergoespirometria. 

 

Per Ladenvall explica que a VO2 max é uma medida da capacidade aeróbica e quanto maior, maior é a capacidade física de um indivíduo. 

 

Após o primeiro exame em 1967 e até 2012 foram realizados vários exames físicos a cada dez anos. De forma a analisar a associação entre a VO2 max e mortalidade, os homens foram divididos em três grupos, tendo em conta os valores da VO2 max: 2.00 l/min, 2.26 l/min e 2.56 l/min.

 

O estudo apurou que o aumento da VO2 max prevista em cada grupo estava associado a um risco 21% menor de morte ao longo dos 45 anos de acompanhamento. Estes resultados tiveram em conta fatores, como tabagismo, pressão arterial e níveis de colesterol. 

 

“Verificámos que a baixa capacidade aeróbica estava associada a taxas mais elevadas de morte. A associação entre a capacidade de exercício e todas as causas de morte foram classificadas, com o risco mais elevado a ocorrer no grupo com capacidade aeróbica máxima mais baixa. O efeito da capacidade aeróbica no risco de morte foi apenas superado pelo tabagismo”, referiu o investigador. 

 

De acordo com Per Ladenvall, a duração do acompanhamento do estudo foi única. O risco associado à baixa capacidade aeróbica foi evidente ao longo de mais de quatro décadas e sugere que ser fisicamente ativo pode ter um grande impacto durante toda a vida. 

 

“Percorremos um longo caminho na redução do tabagismo. O próximo grande desafio é manter-nos fisicamente ativos e também reduzir a inatividade física, como estar sentado demasiado tempo”, concluiu o investigador.

 

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/os-perigos-da-inatividade-fisica?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160816

Diabetes gestacional: exercício diminui risco em mulheres obesas 
Estudo publicado na revista “PLOS Medicine” 

O exercício pode por si só diminuir o número de mulheres grávidas obesas que desenvolvem diabetes gestacional, bem como diminuir os níveis de colesterol, dá conta um estudo publicado na revista “PLOS Medicine”. 

O número de mulheres obesas em idade fértil está a aumentar. Estas mulheres apresentam um risco aumentado de complicações durante a gravidez, sendo as mais comuns a diabetes gestacional, pressão arterial elevada, um grande aumento de peso e pré-eclampsia. 

As mulheres grávidas e obesas também correm um maior risco de necessitarem de cesariana e darem à luz bebés grandes. Estas complicações podem ter um grande impacto na saúde tanto da mãe como do filho, não apenas ao longo da gravidez, como também mais tarde na vida. 

Para o estudo os investigadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega e do Hospital St. Olavs, na Noruega, analisaram o efeito da prática de exercício regular durante a gravidez em mulheres grávidas obesas. O estudo contou com a participação de 91 mulheres que foram aleatoriamente divididas num grupo que praticou exercício e num grupo de controlo. 

Apenas duas mulheres que praticaram exercício desenvolveram diabetes gestacional, comparativamente com nove incluídas no grupo de controlo. As mulheres inseridas no grupo de exercício também apresentaram uma pressão arterial mais baixa no final da gravidez. O estudo apurou ainda que a quantidade de exercício necessária para reduzir o risco de diabetes gestacional não é muito elevada. As mulheres incluídas no grupo de exercício foram convidadas a praticar sessões de 60 minutos, três vezes por semana, ao longo da gravidez. O treino consistiu em 35 minutos de caminhada na passadeira e 25 minutos de treino de força. 

Os investigadores referiram que a intensidade do treino não foi muito elevada e nem todas as mulheres estiveram presentes na totalidade das sessões. “Isto significa que praticar pouco exercício durante a gravidez pode ser benéfico”, disse, em comunicado de imprensa, uma das autoras do estudo, Kirsti Krohn Garnæs. Os investigadores aconselham todas as grávidas a praticarem exercício durante a gravidez, desde que não existam razões médicas que impeçam as mulheres de o fazerem. 

~Fonte -  ALERT Life Sciences Computing, S.A.http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/diabetes-gestacional-exercicio-diminui-risco-em-mulheres-obesas?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160816
Video explicativo da Espondilite Anquilosante

disponível aqui

Ankylosing spondylitis is a form of arthritis that leads to pain and stiffness primarily in the joints of the spine, as well as affecting the ligaments and tendons. 

Ligaments and tendons are tough, resilient bands of connective tissue that form an intricate network throughout the bones in the spine—including the discs between the vertebrae. These ligaments and tendons provide both support and flexibility for the spine. 

The points at which the ligaments or tendons attach to the bone is called the enthesis. Inflammation of the enthesis, known as enthesitis, is the foundation of the disease process of ankylosing spondylitis. 

This inflammation causes bone to erode at connection points with ligaments or tendons. The body's natural healing response causes new bone to grow at these connection points in a process called calcification. 

It is this ongoing process of healing and repair following inflammation of the enthesis that eventually can lead to scarring of the tissues and extra bone formation.

Often the first symptom of ankylosing spondylitis is sacroiliitis, or inflammation of the sacroiliac joints at the base of the spine. 

This inflammation can cause buttock pain that radiates into the thigh and/or diffuse lower back pain. The sacroiliac joints can eventually fuse together, limiting mobility.

The same process of inflammation and calcification can spread up the spine. 

It often occurs in the facet joints, which are small paired joints at the back of the spine.

It can also occur at the costotransverse and costovertebral joints, where the ribs connect to the spine in the upper back.

The annulus fibrosus, the series of ligaments encasing the intervertebral discs, can also become calcified, causing spinal segments to fuse together partially or completely. 

As this process spreads, the spine can become a single, inflexible unit.

The spine is meant to move, and with less mobility the spine is subject to stress fractures, especially at the junctions where new bone has formed, as this bone tends to be weaker.

These stress fractures can lead to acute pain around the point of fracture.

In the thoracic region, the disease can lead to microfractures in the front of the vertebral body, leading to a shortening of the front of the spinal column and resulting in a hunched forward posture, called excessive kyphosis. In rare cases, this posture may crowd and impair major organs, such as the heart and lungs. 

Ankylosing spondylitis may affect other areas of the body as well, such as the eye or the joints of the knee, foot, hip, or shoulder.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Teste para diferenciar infeção viral e bacteriana em desenvolvimento
Estudo publicado no “Journal of the American Medical Association”

 

Uma equipa internacional de investigadores identificou dois genes que estão ativos apenas quando uma criança tem uma infeção bacteriana, revela um estudo publicado no “Journal of the American Medical Association”.

A equipa liderada pelos investigadores do Imperial College London, no Reino Unido, refere que estes achados podem ser utilizados para desenvolver um teste que pode detetar com maior rapidez condições como a meningite, sépsis ou pneumonia, que são causadas por infeções bacterianas. Este tipo de teste também pode impedir a prescrição desnecessária de antibióticos, que são apenas eficazes contra as bactérias, a crianças com infeção viral.

Atualmente, quando uma criança se encontra com febre, os médicos não têm um método eficaz de distinguir entre um doença bacteriana ou viral. O diagnóstico baseia-se na recolha de uma amostra de sangue ou líquido cefalorraquidiano e verificar se a bactéria cresce. Contudo, este processo pode demorar mais de 48 horas.

Michael Levin, o líder do estudo, refere que a febre é dos principais motivos da chegada das crianças às urgências. Frequentemente os médicos dão alta às crianças, porque pensam que estão perante uma infeção viral, quando de facto sofrem de uma infeção bacteriana com risco de vida, a qual é habitualmente diagnosticada demasiado tarde. Por outro lado, existem situações em que os médicos prescrevem antibióticos por precaução, mas na verdade as crianças têm uma infeção viral.

De forma a tentar encontrar uma solução para esta temática, os investigadores contaram com a participação de 240 crianças com uma média de 19 meses, que deram entrada nos hospitais do Reino Unido, Espanha, Holanda e EUA.

Após as crianças terem sido diagnosticadas, através de métodos tradicionais, com uma infeção viral ou bacteriana os investigadores analisaram os genes que tinham sido ativados nos leucócitos das crianças. Após terem medido alterações em 48 mil genes em simultâneo apenas a partir de uma gota de sangue, os investigadores verificaram que os genes IFI44L e FAM89A previam uma infeção bacteriana com 95 a 100 % de eficácia.

Jethro Herberg, um dos coautores do estudo, refere que atualmente existe uma ameaça crescente das bactérias resistentes aos antibióticos. Uma grande proporção da utilização de antibióticos é impulsionada pela incapacidade para identificar com segurança o pequeno número de crianças com infeção bacteriana.

O receio que infeções potencialmente fatais, como a meningite e a sépsis, escapem ao diagnóstico faz com que os médicos prescrevam com frequência antibióticos.
“Um teste rápido com base nos dois genes que identificámos poderia transformar a prática pediátrica, e permitir utilizar antibióticos apenas nas crianças que realmente têm uma infeção bacteriana”, concluiu o investigador.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/teste-para-diferenciar-infecao-viral-e-bacteriana-em-desenvolvimento?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160829)

PNPAS divulga estudo sobre realidade nacional

O excesso de peso e a obesidade infantis atingiram, nas últimas duas décadas, uma dimensão preocupante. Em 2013, 42 milhões de crianças com idade inferior a 5 anos apresentavam excesso de peso ou obesidade a nível mundial. Se as tendências atuais persistirem, prevê-se que, até 2025, 70 milhões de crianças estarão acima do peso ideal ou terão obesidade (World Health Organization, 2015a, 2015b).

Também em Portugal, dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde (2015) revelaram que mais de 35% das crianças com idades compreendidas entre os seis e os oito anos possuíam uma corpulência excessiva, isto é, um índice de massa corporal elevado para a idade e sexo, e que mais de 14% das crianças tinham obesidade. Esses dados mostram ainda que, na população entre os 10 e os 18 anos de idade, a prevalência de excesso de peso é superior a 30% e a da obesidade ronda os 8%.

Os especialistas Jessica Filipe, Cristina Godinho e Pedro Graça, em parceria e com o apoio do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde (DGS), descreveram e observaram 29 programas de promoção de alimentação saudável e/ou atividade física realizados entre 2001 e 2015 em Portugal. Foi assim possível reunir, pela primeira vez, neste formato, um conjunto de informação sobre a realidade nacional ao nível dos projetos na área da prevenção e controlo da obesidade infantil, permitindo a sua caracterização.

Os autores concluem que existem vários obstáculos à melhoria e replicação futura destes projetos. Entre eles estão:
  1. A insuficiente quantidade de informação disponibilizada;
  2. A utilização de terminologia inconsistente para descrever o conteúdo das intervenções;
  3. A ausência frequente de uma fundamentação teórica e empírica das atividades e metodologias selecionadas;
  4. A utilização de desenhos e processos de avaliação não otimizados.
Outro obstáculo a ter em conta é a insuficiência de recursos financeiros disponíveis. Esta fragilidade torna a sua manutenção difícil, prejudicando a alocação de recursos materiais vitais para o seu desenvolvimento, assim como o envolvimento desejável de todas as partes, com graves repercussões para a sua sustentabilidade a médio e longo prazo. Assim, a probabilidade de existência de projetos curtos e sem continuidade aumenta e acarreta outras repercussões, como a falta de avaliação e de reporte dos resultados de modo conclusivo.

Muito trabalho ainda por fazer e muito apoio a dar a todos os profissionais de saúde e da educação que obstinadamente teimam em realizar estas atividades de serviço público, muitas vezes sem quaisquer condições e com horas pessoais de trabalho extra em prol de uma sociedade melhor e com mais saúde para as crianças portuguesas.

Para saber mais, consulte: