terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Crianças com hábitos saudáveis seguem uma dieta próxima da mediterrânica
Estudo publicado na revista “Nutrients”


As crianças e adolescentes entre os nove e os 17 anos que têm um padrão de vida saudável têm uma alimentação mais próxima da dieta mediterrânica, esta é uma das conclusões do estudo “Padrões de hábitos alimentares, estilos de vida e excesso de peso em crianças e adolescentes espanhóis no estudo científico ANIBES”.
 
De acordo com o comunicado de imprensa enviado à ALERT, o estudo, realizado pela Fundação Espanhola de Nutrição (FEN) conjuntamente com um comité científico de especialistas, focou-se na identificação de padrões de estilos de vida e padrões alimentares em menores (nove a 17 anos) que participaram no estudo científico ANIBES (“Antropometria, Ingestão, e Balanço Energético em Espanha”).
 
O estudo, publicado na revista “Nutrients”, identificou quatro padrões diferentes de alimentação, entre os quais se destaca o padrão mediterrânico, pela sua proximidade com a dieta mediterrânica tradicional.
 
“Caracteriza-se pela predominância de vegetais, azeite, peixe, frutas, iogurte, leite fermentado e água e uma menor ingestão de outros alimentos e bebidas, carnes processadas, molhos, doces, bebidas açucaradas e suplementos alimentares”, explicou a presidente da Sociedade Espanhola de Nutrição Comunitária (SENC), Carmen Pérez-Rodrigo.
 
“Também foram identificados outros padrões como o denominado 'aperitivos', caracterizado por um elevado aporte de pão, carnes processadas e queijo. O padrão ‘massa’, centrado numa elevada ingestão de massas, molhos e temperos, assim como produtos de padaria mas com baixo consumo de legumes”, refere Carmen -Rodrigo.
 
“Por último, existe outro padrão de alimentos denominado leite e alimentos açucarados caracterizado pela elevada quantidade de leite, açúcar, alimentos açucarados e suplementos alimentares”.
 
Este estudo também demonstrou que com base na análise dos hábitos alimentares, atividade física, comportamentos sedentários e horas de sono existem dois padrões de estilos de vida. Identificou-se um padrão de estilo de vida saudável caracterizado por elevados índices de atividade física, uma escassa atividade sedentária, uma alimentação saudável e uma duração de sono adequada, e um padrão de estilo de vida pouco saudável, caracterizado por uma baixa atividade física e uma alimentação menos adequada. Neste padrão inclui-se uma elevada percentagem da população feminina entre os 9 e os 17 anos (32% do total de indivíduos).
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/criancas-com-habitos-saudaveis-seguem-uma-dieta-proxima-da-mediterranica?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160222)
Impressora 3D produz tecido vivo implantado com sucesso em animais
Estudo publicado na revista “Nature Biotechnology”


Investigadores americanos provaram que é possível imprimir estruturas de tecido vivo para substituir tecidos danificados ou afetados por doenças com uma impressora 3D sofisticada e melhorada, dá conta um estudo publicado na revista “Nature Biotechnology”.
 
Os investigadores do Wake Forest Baptist Medical Center, nos EUA, imprimiram estruturas ósseas, musculares e de orelha que, quando implantadas em animais converteram-se em tecido funcional, tendo desenvolvido um sistema de vasos sanguíneos. Estes resultados preliminares sugerem que as estruturas desenvolvidas têm o tamanho, a solidez e a funcionalidade adequadas para serem utilizadas em humanos.
 
"A nova impressora de tecidos e órgãos é um passo importante para produzir tecidos de substituição para os pacientes. Esta pode fabricar tecido estável à escala humana com qualquer forma. Com desenvolvimentos futuros esta tecnologia pode potencialmente ser utilizada para imprimir tecidos vivos e estruturas de órgãos para implantação cirúrgica”, revelou, em comunicado de imprensa, o líder do estudo, Anthony Atala.
 
A engenharia dos tecidos é uma ciência que tem como objetivo crescer tecidos de substituição e órgãos em laboratório para ajudar a resolver a escassez de tecido doados e disponíveis para transplantes. A precisão da impressão 3D é um método promissor para a replicação de tecidos e órgãos complexos do corpo. No entanto, as impressoras atuais de jato, de extrusão e laser não são capazes de produzir estruturas com tamanho ou força suficientes para serem implantas no corpo.
 
O Sistema Integrado de Impressão de Tecidos e Órgãos, desenvolvido ao longo dos últimos dez anos, é capaz de ultrapassar estes desafios, recorrendo a materiais plásticos e biodegradáveis para criar a forma do tecido e o gel de base aquosa que contém as células. Adicionalmente este sistema não danifica as células.
 
Um dos desafios principais da engenharia de tecidos é assegurar que as estruturas implantadas vivam o tempo suficiente para que possam ser integradas no corpo. Nesse sentido, os investigadores otimizaram a "tinta" de água que mantém as células promovendo a sua saúde e crescimento. Os investigadores imprimiram uma rede de "microcanais" através das estruturas, que permitiu que os nutrientes e o oxigénio presentes no corpo humano se difundissem nas estruturas implantadas e as mantivessem vivas enquanto desenvolviam um sistema de vasos sanguíneos.
 
"Os nossos resultados indicam que a combinação de bio-tinta utilizada, em combinação com os microcanais, proporciona um ambiente adequado para manter as células vivas e para suportar o crescimento das células e tecidos," referiu o investigador.
Uma outra vantagem do Sistema Integrado de Impressão de Tecidos e Órgãos é a capacidade para processar dados de tomografias e de ressonâncias magnéticas e produzir tecido à medida para os pacientes.
 
Os investigadores já conseguiram criar orelhas com tamanho humano que foram implantadas na pele de ratinho. Dois meses mais tarde verificou-se que a forma da orelha foi mantida tendo-se formado cartilagem e vasos sanguíneos.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/impressora-3d-produz-tecido-vivo-implantado-com-sucesso-em-animais?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160222)
Bilingues: têm um cérebro diferente?
Estudo da Universidade do Estado da Pensilvânia


Os bilingues utilizam e aprendem a linguagem de uma forma que altera a mente e o cérebro, tendo consequências muito positivas, dá conta um estudo que foi apresentado no encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência.

Estudos recentes demonstraram a forma notável como os bilingues alteram as redes cerebrais que permitem uma cognição “qualificada”, apoiam um desempenho linguístico fluente e facilitam novas aprendizagens.

Os investigadores da Universidade do Estado da Pensilvânia, nos EUA, demonstraram que as estruturas e as redes cerebrais dos bilingues são distintas dos monolingues. Estas diferenças ajudam os bilingues a, nomeadamente, falar no idioma pretendido.

Tal como os seres humanos não são todos iguais, os bilingues também não o são e as alterações na mente e no cérebro diferem dependendo da forma como o indivíduo aprende a linguagem, quais as duas línguas em causa e o contexto em que as linguagens são utilizadas.

Uma das autoras do estudo, Judith F. Kroll, refere que o que se sabe da investigação recente é que em cada nível de processamento de linguagem, desde as palavras à gramática e ao discurso, há interação e competição entre idiomas.

“Algumas vezes observamos estas interações entre os idiomas no comportamento, mas por vezes apenas as vemos nos dados do cérebro”, referiu a investigadora.  

As duas línguas estão constantemente ativas nos bilingues, o que significa que os indivíduos não podem facilmente inativar facilmente qualquer um dos idiomas e estes estão em competição um com o outro. Isto faz com que os bilingues conciliem os dois idiomas, remodelando a rede do cérebro que apoia cada um.

“As consequências do bilinguismo não são limitadas à linguagem, mas refletem a reorganização da rede cerebral que tem implicações na forma como os bilingues negoceiam a competição cognitiva de uma forma geral”, conclui Judith F. Kroll.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/bilingues-tem-um-cerebro-diferente?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160222)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Neurónios intestinais ajudam a impedir inflamação excessiva
Estudo publicado na revista “Cell”

 
Os neurónios no intestino parecem trabalhar conjuntamente com um tipo de células imunitárias de forma a proteger os tecidos da inflamação excessiva. O estudo publicado na revista “Cell” pode ter implicações importantes nas doenças gastrointestinais como a síndrome do cólon irritável.
 
O revestimento do intestino humano tem uma área de superfície total de cerca de 300 m2. Esta é a maior superfície do organismo que é exposta a potenciais agentes patogénicos. Diariamente, o intestino absorve cerca de 100 g de proteínas através da dieta e alberga cerca de 100 triliões de bactérias benéficas.
 
De forma a manter uma proteção imunitária de uma área tão extensa, existem mais leucócitos no intestino do que no restante corpo humano. Neste estudo os investigadores da Universidade de Rockefeller, nos EUA, focaram-se em dois tipos de leucócitos conhecidos como macrófagos: os macrófagos da lâmina própria que podem ser encontrados perto do revestimento do intestino, estando assim perto dos alimentos ingeridos e os macrófagos da camada muscular do intestino que se encontram numa camada mais interna do tecido.
 
Através da utilização de um sistema de imagens 3D, os investigadores foram capazes de analisar as diferenças nas estruturas celulares dos dois tipos de macrófagos. Para além de terem constatado que havia diferenças na estrutura e no movimento das células, os investigadores verificaram que os neurónios intestinais estavam rodeados pelos macrófagos. 
 
O estudo apurou também que na presença de uma infeção os macrófagos da lâmina própria expressavam preferencialmente genes pró-inflamatórios, enquanto os macrófagos da camada muscular expressavam genes anti-inflamatórios. Posteriormente, os investigadores verificaram que os neurónios do intestino estavam envolvidos na resposta distinta das duas populações de macrófagos à infeção.  
 
Os investigadores constataram que os macrófagos da camada muscular do intestino expressavam recetores à sua superfície que lhes permitia responder à norepinefrina, uma substância sinalizadora produzida pelos neurónios. A presença deste recetor pode indicar um mecanismo através do qual os neurónios controlam a inflamação.
 
O estudo apurou ainda que este tipo de macrófagos são ativados mais rapidamente através dos neurónios, do que por outras células imunitárias. Os investigadores sugerem que estes achados explicam por que motivo estes macrófagos conseguem responder tão rapidamente à infeção, uma ou duas horas após, apesar de estarem tão profundamente embebidos na parede intestinal e longe da fonte de infeção.
 
“Agora temos uma noção mais clara de como a comunicação entre os neurónios e macrófagos no intestino ajuda a impedir os danos potenciais da inflamação. É possível que uma infeção grave possa interromper esta via, conduzindo a danos nos tecidos e alterações gastrointestinais permanentes que estão presentes em doenças como a síndrome do intestino irritável. Estes resultados podem ser, no futuro, aproveitados para desenvolver tratamentos para este tipo de doenças”, revelou, em comunicado de imprensa, Daniel Mucida.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/neuronios-intestinais-ajudam-a-impedir-inflamacao-excessiva?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160201)
Puberdade precoce aumenta risco de diabetes gestacional
Estudo publicado na revista “Diabetes Care”

 
As mulheres que começam a ter ciclos menstruais cedo têm maior risco de desenvolver diabetes gestacional, uma condição que afeta até 7% das mulheres grávidas que pode conduzir ao desenvolvimento de diabetes tipo 2 e outras complicações nos bebés, refere um estudo publicado na revista “Diabetes Care”.
 
Estudos anteriores já tinham constatado que havia uma associação entre o início dos ciclos menstruais, ou menarca, numa idade precoce e o desenvolvimento de diabetes tipo 2. Neste estudo os investigadores da Universidade de Clemson, nos EUA, decidiram averiguar se havia uma associação entre a menarca e a diabetes gestacional, um tipo de diabetes que tem início durante a gravidez.
 
Para o estudo, os investigadores liderados, por Liwei Chen, contaram com a participação de mais de 27.000 mulheres. Verificou-se que quando a menarca tinha início aos 11 anos comparativamente com os 14 anos, as mulheres apresentavam um risco 39% maior de desenvolver diabetes. Um aumento do risco, embora menor, também ocorreu quando a menarca começou aos 12 e 13 anos.
 
Na opinião de Liwei Chen, este novo achado pode fazer com que os médicos comecem a perguntar às mulheres quando começaram a ter a menarca de forma a determinar o risco de desenvolvimento de diabetes. Estas mulheres podem representar uma população de elevado risco e devem ser alvo de programas de prevenção.
 
“O bom controlo do peso antes da gravidez poderá ajudar a reduzir o risco da diabetes para estas mulheres”, revelou, em comunicado de imprensa, o investigador.
 
A menarca precoce está também associada a um risco de obesidade na idade adulta. Estudos anteriores sugeriram que a obesidade na pré-gravidez era um fator de risco da diabetes gestacional. Contudo, segundo Liwei Chen, a obesidade não explica toda a associação entre a menarca e a diabetes gestacional.
 
Após terem tido em conta alguns fatores que poderiam ter afetado esta associação, incluindo obesidade na adolescência e aos 18 anos, assim como hábitos tabágicos, consumo de álcool, prática de atividade física e tipo de alimentação adotada, os investigadores verificaram que os resultados se mantiveram inalterados.
 
A menarca dita o início da puberdade e a ocorrência de várias alterações hormonais no organismo. Liwei Chen acredita que algumas dessas alterações podem estar associadas ao desenvolvimento da diabetes gestacional mais tarde na vida. A menarca precoce está também associada a níveis mais elevados de estrogénio na vida adulta, e outros desequilíbrios hormonais estão associados a um risco aumentado de diabetes gestacional.
 
Os autores do estudo concluem que a menarca pode assim representar um novo fator de risco da diabetes gestacional. No entanto ainda são necessários mais estudos para descobrir quais os mecanismos moleculares subjacentes.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/puberdade-precoce-aumenta-risco-de-diabetes-gestacional?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160201)
O desejo irresistível das calorias
Estudo publicado na revista “Nature Neuroscience”

 
O sabor doce e as calorias que contêm combinam-se e fornecem um poder letal capaz de destruir qualquer dieta. Investigadores americanos descobriram que o cérebro responde ao sabor e à quantidade de calorias de um modo completamente distinto. É o desejo por calorias e não por doces que domina o deseja por alimentos doces, defende um estudo publicado na revista “Nature Neuroscience”.
 
O cérebro tem de facto dois grupos separados de neurónios para processar os sinais doces e de energia. “Se é dado ao cérebro a possibilidade de escolha entre o sabor agradável, mas sem calorias e um sabor desagradável mas com energia, o cérebro escolhe este último”, revelou, em comunicado de imprensa, o líder do estudo, Ivan de Araujo.
 
Tanto o sabor doce como o valor dos nutrientes são registados no corpo estriado, uma antiga região do cérebro envolvida no processamento de recompensas. Os seres humanos comem doces de forma a garantir que ingerem o suficiente para fornecer ao cérebro calorias suficientes para que este funcione com a máxima eficácia. 
 
Contudo, neste estudo os investigadores da Universidade de Yale, nos EUA, demonstram, em estudos realizados em ratinhos, que os sinais do sabor e dos nutrientes são processadas em duas áreas separadas do corpo estriado, o ventral e dorsal, respetivamente. Verificou-se que o corpo estriado dorsal permaneceu sensível à energia, mesmo quando as calorias ingeridas pelos ratinhos foram emparelhadas com um sabor muito desagradável.
 
Posteriormente os investigadores tentaram descobrir qual dos sinais tinha mais controlo no comportamento alimentar. Para tal alimentaram ratinhos com açúcar com sabor doce, mas sem calorias, ou açúcar com calorias, mas com um sabor desagradável. Quando ativaram os neurónios do corpo estriado dorsal, os investigadores verificaram que os animais comeram grandes quantidades de açúcar com um sabor desagradável.
 
“O circuito sensível do açúcar no cérebro está ligado para dar prioridade à busca de calorias em detrimento da qualidade de sabor”, explicou o investigador.
 
Os autores esperam que os achados ajudem a impulsionar novas estratégias com o intuito de impedir o consumo excessivo de açúcar.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/o-desejo-irresistivel-das-calorias?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160201)
Dieta rica em fibras beneficia saúde pulmonar
Estudo publicado nos “Annals of the American Thoracic Society”

 
A adoção de uma dieta com elevado teor de fibra pode reduzir o risco de desenvolvimento de doenças pulmonares, atesta um estudo publicado nos “Annals of the American Thoracic Society”.
 
A doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) é a terceira maior causa de morte numa escala global. No entanto, ainda existem poucos tratamentos capazes de reduzir e minimizar os riscos para os pulmões. A única forma de reduzir de facto o risco de DPOC é deixar de fumar.
 
A ingestão de alimentos ricos em fibras, incluindo legumes, frutas e grãos, é benéfica para a saúde. A fibra pode ajudar a manter um peso saudável, a regularizar os movimentos intestinais, a reduzir os níveis de colesterol, bem como reduzir o risco de diabetes e doenças cardíacas.
 
Neste estudo os investigadores da Universidade de Nebrasca, nos EUA decidiram averiguar se o consumo de fibras beneficiava também saúde pulmonar tendo para tal analisado os dados do National Health and Nutrition Examination Surveys (NHNES) que envolveram a participação de 1.921 indivíduos com idades compreendidas entre os 40 e os 70 anos. Os participantes foram submetidos a exames físicos regulares.
 
Os indivíduos foram convidados a preencher um questionário relativo ao estilo de vida e tipo de dieta adotados, tendo sido divididos de acordo com a quantidade de fibra que ingeriram. O quartil superior consistiu em pessoas que consumiam pelo menos 17,5 gramas de fibras por dia e o quartil inferior englobou aquelas que ingeriam menos de 10,75 gramas.
 
Antes de terem iniciado a análise, os investigadores tiveram em conta alguns fatores nomeadamente, estatuto socioeconómico, hábitos tabágicos, peso, bem como fatores demográficos e de saúde.
 
Após terem tido em conta estes fatores, os investigadores verificaram que os pulmões dos indivíduos que comiam mais fibras apresentavam uma melhor saúde pulmonar, comparativamente com aqueles do quartil mais baixo. Entre aqueles que consumiam os níveis mais elevados de fibra, 68,3% apresentavam uma função pulmonar normal, comparativamente com os 50,1% do quartil inferior. Apenas 14,8% daqueles que ingeriam alimentos com elevado teor de fibra tinham restrição das vias aéreas, em comparação com 29,8% do quartil inferior.
 
Estes resultados sugerem assim que um elevado consumo de fibras beneficia a saúde pulmonar. Contudo, os resultados por si só não podem provar uma causa e efeito.
 
Os autores do estudo acreditam que o efeito protetor da fibra pode ser, em parte, devido às propriedades anti-inflamatórias das fibras. A inflamação está subjacente a um grande número de doenças pulmonares, e a redução da resposta inflamatória pode ser suficiente para melhorar a saúde pulmonar. Acredita-se que a proteína C-reativa é importante na resposta inflamatória. No entanto, os níveis desta proteína parecem estar reduzidos nos indivíduos que ingerem uma dieta rica em fibra.
 
Outro mecanismo possível envolve a capacidade da fibra em alterar a composição da flora intestinal. Estas alterações podem proteger o organismo de infeções pulmonares e libertar agentes de protetores, incluindo um tipo de célula imunitária denominada por neutrófilo.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/dieta-rica-em-fibras-beneficia-saude-pulmonar?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160201)
Antibióticos afetam desenvolvimento da flora intestinal
Estudo publicado na revista “Nature Communications”

 
A toma de antibióticos no início da infância interfere com o desenvolvimento normal da flora intestinal. O estudo publicado na revista “Nature Communications” refere que os antibióticos de amplo espetro, habitualmente utilizados no tratamento de infeções respiratórias têm efeitos adversos, podendo contribuir também para o desenvolvimento de estirpes resistentes aos antibióticos.
 
Estudos anteriores já tinham indicado que a toma de antibióticos no início da infância estava associada a um aumento do risco de doenças autoimunes, como a doença inflamatória do intestino, asma, assim como a obesidade. Acredita-se que este efeito é mediado pelos microrganismos intestinais, uma vez que se verificou, em estudos em animais, que os antibióticos alteravam a composição da flora intestinal e reduziam a biodiversidade. Contudo, até à data ainda não existia informação sobre os efeitos a longo prazo dos antibióticos na flora intestinal das crianças.
 
Para o estudo os investigadores da Universidade de Helsínquia, na Finlândia, contaram com a participação de 142 crianças, com idades compreendidas entre os dois e os sete anos. Foram analisados o número de ciclos de antibióticos que as crianças receberam ao logo da sua vida e como a sua toma se refletia na flora intestinal. Adicionalmente foi investigada a associação entre a toma de antibióticos, a asma, e o índice de massa corporal.
 
O estudo apurou que a composição da flora intestinal refletia claramente a utilização de antibióticos. Verificou-se que os antibióticos reduziam a riqueza das espécies bacterianas e abrandava o desenvolvimento de flora intestinal impulsionada pela idade. Particularmente, a flora das crianças que tinham tomado macrolídeos, como a azitromicina ou a claritromicina, nos dois anos anteriores diferia da flora normal. Quanto menos tempo tinha passado desde da toma deste tipo de antibióticos maiores eram as anomalias na flora intestinal.
 
“Ao que parece a recuperação da flora intestinal após a toma de macrolídeos demora mais de um ano. Se a crianças forem repetidamente submetidas a múltiplos ciclos de antibióticos nos primeiros anos de vida, a flora pode não ter tempo de recuperar completamente”, revelou, em comunicado de imprensa, uma das autoras do estudo, Katri Korpela.
 
A toma de macrolídeos foi associada a características da flora intestinal que já tinham sido previamente associadas à obesidade e doenças metabólicas. A toma deste tipo de antibióticos nos primeiros dois anos de vida também conduziu a um aumento do índice de massa corporal e risco de asma anos mais tarde.
 
Os macrolídeos também parecem promover o desenvolvimento da resistência aos antibióticos, uma vez que a resistência a estes antibióticos estava elevada na flora intestinal das crianças que os tinha tomado.
 
Na opinião dos investigadores, liderados por Willem de Vos, estes resultados apoiam as recomendações de evitar a toma de macrolídeos como tratamento primário e de restringir a toma de antibióticos para situações estritamente necessárias.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/antibioticos-afetam-desenvolvimento-da-flora-intestinal?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160201)
Consumo de fibras diminui risco de cancro da mama
Estudo publicado na revista “Pediatrics”


As mulheres que consomem elevadas quantidades de fibras, especialmente frutas e vegetais, durante a adolescência e a idade adulta jovem, apresentam um menor risco de desenvolver cancro da mama, comparativamente com aquelas que não comem tantas fibras, defende um estudo publicado na revista “Pediatrics”.
 
Até à data, poucos foram os estudos que analisaram o efeito do consumo de fibras no desenvolvimento do cancro da mama, e nenhuma avaliou o efeito da dieta durante a adolescência e início da idade adulta, um período em que o risco do cancro da mama é particularmente importante.
 
Para o estudo os investigadores da Universidade de Harvard, nos EUA, contaram com a participação de um total de 90.534 mulheres. Em 1991, mulheres, com idades compreendidas entre os 27 e os 44 anos, preencheram questionários sobre o consumo de alimentos e posteriormente a cada quatro anos.
 
Em 1998, as participantes também preencheram um questionário relativo ao consumo de alimentos na escola secundária. Os investigadores analisaram o consumo de fibras das participantes tendo tido em conta fatores como raça, antecedentes familiares de cancro, índice de massa corporal, variações de peso ao longo do tempo, história menstrual, consumo de álcool, e outros fatores dietéticos.
 
O estudo apurou que o risco de cancro foi 12 a 19% menor para as mulheres que consumiram mais fibra durante o início da idade adulta. Um consumo elevado de fibras na adolescência também foi associado a um risco 16% menor de cancro da mama em geral e um risco 24% de cancro da mama após a menopausa.
 
Os investigadores constataram que houve, entre todas as participantes, uma forte associação inversa entre o consumo de fibra e a incidência de cancro da mama. Por cada ingestão adicional de 10 gramas de fibras diárias, o equivalente a uma maçã e duas fatias de pão integral, ou metade de uma chávena de feijão cozido e couve-flor, durante o início da idade adulta o risco de cancro diminuía 13%. O maior benéfico foi proveniente do consumo de fibras presentes nas frutas e vegetais.
 
Os autores do estudo especulam que um maior consumo de fibras pode diminuir, em parte, o risco de cancro da mama ao ajudar a reduzir os níveis de estrogénio no sangue, que estão associados ao desenvolvimento do cancro da mama.
 
Vários estudos têm indicado que o tecido mamário é particularmente influenciado por carcinogéneos e anticarcinogéneos durante a infância e adolescência. “Agora temos evidências de que os alimentos que fornecemos às nossas filhas durante este período é também um fator importante no risco futuro de cancro”, conclui, um dos autores do estudo, Walter Willett.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/consumo-de-fibras-diminui-risco-de-cancro-da-mama?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160208)
Horários irregulares de sono afetam saúde metabólica das mulheres
Estudo publicado na revista “Sleep”


As alterações frequentes no horário do sono podem afetar negativamente a saúde metabólica das mulheres de meia-idade que não trabalham por turnos, defende um estudo publicado na revista “Sleep”.
 
Para o estudo os investigadores da Universidade de Pitsburgo, nos EUA, contaram com a participação de 370 mulheres com idades compreendidas entre os 48 e os 58 anos que não trabalhavam por turnos. Com base em relatórios diários da hora de dormir das participantes, os investigadores calcularam, a hora média, variabilidade, atraso e antecipação da hora de deitar. O índice de massa corporal (IMC) e a resistência à insulina foram avaliados no início do estudo e, em média, após cinco anos.
 
O estudo apurou que uma maior variabilidade e atraso na hora de deitar estavam associados a uma maior resistência à insulina. Por outro lado, uma maior antecipação na hora de deitar foi associado a um maior IMC. Os investigadores, liderados por Martica Hall, verificaram que permanecer acordado durante mais de duas horas que o habitual também estava associado a um risco do aumento da insulina, cinco anos mais tarde.
 
As associações transversais e prospetivas entre estas medidas apenas foram significativas quando os dias de semana bem como os fins-de-semana foram incluídos na análise, o que sugere que grandes desvios na hora de dormir entre os dias de trabalho e fim-semana afetaram a regulação da glicose.
 
"Os resultados são importantes porque o risco da diabetes aumenta nas mulheres de meia-idade. O nosso estudo sugere que os horários irregulares de sono podem ser um fator importante. A boa notícia é que o tempo de sono é um comportamento modificável”, revelou, em comunicado de imprensa, a investigadora.
 
Os investigadores verificaram que a saúde metabólica era melhor nas mulheres que tinham horários de sono mais regulares, tanto à semana como ao fim-semana.
 
De acordo com os autores, os horários irregulares de sono expõem o corpo a diferentes níveis de luz, que é o sinal de temporização mais importante para o relógio circadiano do corpo. Ao interromper o ritmo circadiano, a variabilidade das horas de deitar pode prejudicar o metabolismo da glicose e equilíbrio energético.
 
Os investigadores sugerem que estudos futuros deverão analisar os mecanismos potencialmente envolvidos nesta associação, incluindo a melatonina, bem como outras hormonas relevantes para a saúde metabólica e sensíveis a alterações do relógio circadiano, incluindo a leptina, a grelina e o cortisol.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A.(http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/horarios-irregulares-de-sono-afetam-saude-metabolica-das-mulheres?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160208)
Retinoblastoma é o tumor ocular mais comum em crianças
Dia Mundial de Luta contra o Cancro


O retinoblastoma é um tumor ocular maligno que tem origem nas células imaturas da retina cujo diagnóstico e tratamento atempados são essencial, lembra a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia no dia em que se assinala o Dia Mundial de Luta contra o Cancro.
 
“Quando é tratado numa fase em que ainda está confinado ao globo ocular, a taxa de sobrevivência é superior a 95%, mas cai de forma abrupta quando o tumor invade estruturas à volta do olho (órbita) ou desenvolve metástases à distância, podendo levar à morte”, explicou Guilherme Castela, oftalmologista da SPO.
 
De acordo com o comunicado de imprensa enviado à ALERT, o diagnóstico atempado deste tipo de tumor também é importante porque pode evitar a necessidade de retirar o olho e permitir que as crianças não percam a visão completamente.
 
Em 90% dos casos o tumor manifesta-se antes dos 5 anos, sendo a idade média de diagnóstico os 12 meses nos casos bilaterais e 24 meses nos unilaterais. Este tipo de tumor afeta mais frequentemente um olho - unilateral - (75% dos casos), mas também pode ser bilateral e até trilateral, se chegar à região cerebral da glândula pineal.
 
Os retinoblastomas podem ser hereditários sendo por isso importante o estudo genético das famílias, refere o médico.
 
A principal manifestação clínica deste tumor é a Leucocória (pupila branca) que ocorre em 60% dos casos. O oftalmologista explica que “o tumor cresce dentro do olho e apresenta um reflexo branco que se vê pela pupila. Este reflexo também pode aparecer nas fotografias com flash, deixando de aparecer o típico «olho vermelho». Nestes casos chama-se fotoleucocória”.
 
A pesquisa do reflexo vermelho é a forma mais eficaz para diagnosticar precocemente este tumor. Guilherme Castela aconselha que esta pesquisa seja realizada por todos os pediatras e oftalmologistas. “Todas as crianças devem ser rastreadas desde que nascem e pelo menos até aos 5 anos de idade”, diz Guilherme Castela.
 
Outra forma de apresentação menos frequente é o estrabismo convergente (desvio do olho para dentro) que pode ocorrer em 20 por cento dos casos.
 
O tratamento do retinoblastoma pode ser sistémico (quimioterapia e radioterapia), mas cada vez mais, com a evolução dos tratamentos, se utilizam tratamentos locais no olho.
 
No nosso país registam-se cerca de 10 novos casos por ano de retinoblastoma, cuja incidência ronda 1/18.000 crianças. Este tumor representa 3% de todos os tumores em crianças até aos 15 anos de idade e não apresenta predileção por género ou raça.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A.(http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/retinoblastoma-e-o-tumor-ocular-mais-comum-em-criancas?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160208)
Inflamação afeta centro de recompensa do cérebro
Estudo publicado na revista “Biological Psychiatry”


O centro de recompensa do cérebro, o corpo estriado, pode ser diretamente afetado pela inflamação e estas alterações estão associadas com o aparecimento de comportamentos de doença, sugere um estudo publicado na revista “Biological Psychiatry”.
 
A inflamação aumenta o risco de depressão. Mais especificamente a inflamação induz alterações de comportamento similares à depressão que estão frequentemente associados à doença, incluindo fadiga, dificuldade de concentração, falta de motivação e redução do prazer.
 
Para o estudo os investigadores da Universidade de Sussex, no Reino Unido, recrutaram 23 pacientes com hepatite C que começaram um tratamento com interferon-alfa (INF-a). Este tratamento provoca uma resposta inflamatória imediata, a qual foi confirmada pela medição de determinadas proteínas (citoquinas) no sangue.
 
Quatro horas após o início do tratamento, os participantes foram submetidos a um exame imagiológico específico, que demonstrou que haviam alterações microestruturais no corpo estriado. Estes resultados sugerem que o corpo estriado é altamente sensível ao INF-a.
 
O tratamento com INF-a também induziu fadiga e depressão nos pacientes, particularmente entre a quarta e a décima segunda semana de tratamento. Curiosamente, a alteração estrutural inicial do corpo estriado previu o aparecimento posterior de fadiga, mas não de depressão.
 
As alterações no corpo estriado foram heterogéneas com algumas alterações associadas ao risco de fadiga, enquanto outras alterações pareciam proteger contra o desenvolvimento da fadiga.
 
“A inflamação associada à fadiga e depressão são grandes problemas clínicos. Este estudo dá conta que as regiões do cérebro envolvidas na recompensa e motivação estão diretamente alteradas pela inflamação, de uma forma que pode predispor ou proteger contra o desenvolvimento da fadiga, mas não da depressão. A resposta heterogénea do corpo estriado sugere que a fadiga e humor são suportados por diferentes microcircuitos dentro do corpo estriado”, revelou, em comunicado de imprensa, o diretor da revista onde o estudo foi publicado, John Krystal.
 
Na opinião de um dos autores do estudo, Neil Harrison, estes resultados são importantes uma vez que mostram que uma simples ressonância magnética pode ser utilizada para medir os efeitos da inflamação no cérebro.
 
“A inflamação está cada vez mais envolvida na causa de doenças mentais comuns, particularmente na depressão. Esta técnica pode ser uma forma de identificar os pacientes que são mais sensíveis aos efeitos da inflamação no cérebro. Esta também pode ser utilizada para monitorizar a resposta a novas terapias anti-inflamatórias que estão atualmente a ser testados na depressão”, conclui o investigador.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/inflamacao-afeta-centro-de-recompensa-do-cerebro?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160208)