domingo, 27 de novembro de 2016

Minipulmões desenvolvidos laboratorialmente
Estudo publicado na revista “eLife”

 
Investigadores americanos transplantaram minipulmões desenvolvidos em laboratório em ratinhos imunossuprimidos onde as estruturas foram capazes de sobreviver, crescer e amadurecer, dá conta um estudo publicado na revista “eLife”.
 
As doenças respiratórias são responsáveis por quase uma em cinco mortes no mundo, e as taxas de sobrevivência ao cancro do pulmão permanecem baixas apesar dos numerosos avanços terapêuticos alcançados durante os últimos 30 anos. Desta forma, há necessidade de novos modelos fisiologicamente relevantes.
 
Assim, os minipulmões desenvolvidos em laboratório podem ajudar na investigação desta área, uma vez que fornecem um modelo humano para testar fármacos, compreender a função genética, gerar tecidos humanos transplantáveis e estudar doenças complexas, como a asma.
 
Os investigadores da Universidade de Michigan, nos EUA, utilizaram várias vias de sinalização envolvidas no crescimento celular e formação de órgãos para incentivar as células estaminais a diferenciaram-se em minipulmões.
 
Os cientistas, liderados por Jason Spence, já tinham demonstrado que os minipulmões desenvolvidos laboratorialmente apresentavam estruturas semelhantes às vias aéreas que movimentam o ar para dentro e para fora do corpo, os brônquios, e aos pequenos sacos pulmonares que são importantes para a troca gasosa durante a respiração, os alvéolos.
 
Contudo, para superar a estrutura imatura e desorganizada, os investigadores tentaram transplantar os minipulmões em ratinhos, uma abordagem que tem sido amplamente adotada na área das células estaminais. No entanto, muitas das estratégias iniciais utilizadas para transplantar os minipulmões não foram bem-sucedidas.
 
O estudo apurou que, em apenas oito semanas, o tecido transplantado tinha estruturas impressionantes em forma de tubo, similares às vias aéreas pulmonares dos adultos.
 
Os investigadores caracterizaram os minipulmões transplantados como um tecido bem desenvolvido que continha uma camada epitelial altamente organizada a revestir o órgão. Contudo, verificou-se que não houve crescimento de células alveolares nos transplantes.
 
Ainda assim, observou-se a presença de vários tipos de células pulmonares especializadas, como as células produtoras de muco, as células multiciliadas e células estaminais encontradas no pulmão adulto.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/minipulmoes-desenvolvidos-laboratorialmente?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161121)
Cancro da mama: uma possível explicação para as recidivas
Estudo publicado no “Proceedings of the National Academy of Sciences”

 
Nos pacientes com cancro da mama, as células malignas tumorais residuais dormentes que resistem aos tratamentos voltam a crescer após o tratamento inicial. O estudo publicado no “Proceedings of the National Academy of Sciences” dá conta de que estas células tumorais dormentes podem ter-se tornado latentes por ingerirem as células estaminais do organismo.
 
Enquanto ensinavam as células estaminais mesenquimais/estromais (MSCs, sigla em inglês), células adultas estaminais da medula óssea, a combater o cancro, os investigadores da Universidade do Texas A&M, nos EUA, repararam que estas células desapareciam das culturas de células.
 
Após terem inicialmente pensado que se tratava de um erro laboratorial, os investigadores constataram que as células da mama cancerígenas estavam a cometer um ato de canibalismo para com as células estaminais. Observou-se também que as células que tinham ingerido as células estaminais ficaram dormentes, mas muito mais difíceis de matar. 
 
Na opinião dos investigadores, se as células estaminais no organismo se comportarem da mesma forma, tal poderá explicar a recidiva do cancro da mama.
 
O estudo apurou que as células cancerígenas que tinham ingerido as MSCs eram altamente resistentes à quimioterapia e à privação de nutrientes, que matam eficazmente outras células cancerígenas. Devido à sua quantidade reduzida, estas células sobreviventes não são detetadas através dos métodos de rastreio. Assim, na existência de condições favoráveis, elas acordam e começam a crescer de novo e, como são resistentes ao tratamento, estas recidivas são muito difíceis de combater. 
 
Os cientistas têm esperança de que, como agora existe um possível mecanismo para as recidivas, possa ser identificado um tratamento que mantenha estas células canibais dormentes.
 
Adicionalmente, poderá ser possível desenvolver um fármaco que impeça as células cancerígenas de ingerirem as MSCs.  
 
Os investigadores estão também a explorar a possibilidade de alimentar as células cancerígenas com agentes tóxicos, utilizando as MSCs como um veículo. 
 
Thomas J. Bartosh, um dos autores do estudo, concluiu que se estes achados forem aplicados aos seres humanos, as implicações para os pacientes serão enormes.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/cancro-da-mama-uma-possivel-explicacao-para-as-recidivas?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161121)

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Deficiência na vitamina B12 materna pode aumentar risco de diabetes tipo 2
Estudo da Universidade de Warwick
 
A deficiência na vitamina B12 durante a gravidez pode predispor as crianças para problemas metabólicos, como a diabetes tipo 2, revela um estudo apresentado na Conferência Anual da Sociedade de Endocrinologia.
 

Este estudo, levado a cabo pelos investigadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido, poderá conduzir a uma revisão das necessidades de vitamina B12 para as mulheres grávidas, através do aumento do seu consumo por meio da dieta ou de suplementos.
 

A vitamina B12 pode ser naturalmente encontrada nos produtos de origem animal, incluindo peixe, carne, aves, ovos e leite. O que significa que a deficiência é mais provável de atingir aqueles que adotam uma dieta vegan.
 

Estudos anteriores demonstraram que as mães com níveis baixos de B12 apresentavam um índice de massa corporal (IMC) mais elevado e eram mais propensas a dar à luz bebés com baixo peso à nascença e com elevados níveis de colesterol. Estas crianças também apresentavam uma maior resistência à insulina na infância, um fator de risco para a diabetes tipo 2.
 

Neste estudo, os investigadores, liderados por Ponusammy Saravanan, colocaram a hipótese de as alterações associadas à deficiência na vitamina B12 poderem ser resultantes de níveis anormais de leptina, a hormona que informa quando um indivíduo está saciado.
 

A leptina é produzida pelas células adiposas do organismo e os seus níveis aumentam em resposta à ingestão de alimentos. Apesar de as dietas magras estarem associadas a níveis normais de leptina, a obesidade aumenta os níveis desta hormona, os quais permanecem consistentemente mais elevados do que o habitual. Isto pode conduzir à resistência à leptina, à ingestão excessiva de alimentos e a um aumento do risco de resistência à insulina, que leva à diabetes tipo 2. Desta forma, a leptina pode funcionar como "marcador" eficaz da gordura corporal.
 

O estudo apurou que os bebés cujas mães tinham deficiência na vitamina B12 apresentavam níveis mais elevados de leptina. Estes achados sugerem que a deficiência materna na vitamina B12 pode programar prejudicialmente o gene da leptina, alterando os níveis a que a hormona é produzida à medida que o feto cresce.
 

Ponusammy Saravanan explicou que o ambiente nutricional fornecido pela mãe pode programar permanentemente a saúde do bebé. Sabe-se que as crianças nascidas de mães sub ou sobrenutridas têm um risco aumentado de problemas de saúde, como a diabetes tipo 2. Neste estudo, verificou-se também que a deficiência materna na vitamina B12 pode afetar o metabolismo da gordura e contribuir para este risco.
 
Em estudos futuros os investigadores irão determinar como e por que motivo os bebés nascidos de mães com deficiência em vitamina B12 apresentam um aumento dos níveis da leptina.
 

Adaikala Antonysunil, uma das autoras do estudo, refere que isto pode ser devido ao facto de os níveis baixos de vitamina B12 conduzirem à acumulação de gordura no feto e, consequentemente, ao aumento da leptina, ou os níveis baixos da vitamina provocarem alterações químicas nos genes da placenta que produzem a leptina, produzindo mais hormona.
 

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/deficiencia-na-vitamina-b12-materna-pode-aumentar-risco-de-diabetes-tipo-2?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161114
Vasos sanguíneos controlam crescimento cerebral
Estudo publicado no “Proceedings of the National Academy of Sciences”
 
Os vasos sanguíneos desempenham um papel importante na reprodução das células estaminais, permitindo o crescimento do cérebro e o desenvolvimento no útero, sugere um estudo publicado no “Proceedings of the National Academy of Sciences”.
 

O estudo levado a cabo pelos investigadores do Instituto de Oftalmologia da UCL, no Reino Unido, demonstra que os vasos sanguíneos podem aumentar o número de células estaminais neurais dentro de um organismo vivo. Estes resultados podem ser importantes para o desenvolvimento de terapias baseadas nas células estaminais para regenerar partes do sistema nervoso doentes ou danificadas.
 

No cérebro em desenvolvimento, os novos neurónios são produzidos por células estaminais neuronais em áreas “neurogénicas”, onde têm que ser instruídos acerca de quando e quantas vezes se devem dividir ou que tipo de descendência devem produzir. Contudo, até à data, ainda não eram conhecidos os sinais responsáveis por estas instruções.
 

No estudo, os investigadores, liderados por Mathew Tata, analisaram o comportamento das células estaminais neuronais no tronco encefálico de ratinhos sem a proteína do vaso sanguíneo NRP1, uma vez que esta parte do cérebro é especialmente importante para o controlo de processos fundamentais, como a respiração e a frequência cardíaca.
 

A prevenção do crescimento dos vasos sanguíneos em áreas neurogénicas interfere com a normal produção de neurónios normais, o que faz com que as células estaminais neuronais percam a sua capacidade de reproduzir. Como resultado, as células estaminais desaparecem do tronco cerebral antes de o seu crescimento estar completo. Desta forma, os animais que não apresentam a proteína NRP1 têm troncos cerebrais mais pequenos.
 

Este estudo demonstra, pela primeira vez, que os vasos sanguíneos não são apenas importantes para o fornecimento de sangue ao cérebro em desenvolvimento, mas também desempenham um papel importante na sinalização de células estaminais.
 

Christiana Ruhrberg, uma outra autora do estudo, refere que os vasos sanguíneos são mais conhecidos pela sua importância no fornecimento de oxigénio e nutrientes ao cérebro. No entanto, a descoberta mais intrigante do estudo foi que os vasos sanguíneos não regulam o comportamento das células estaminais neurais no tronco cerebral simplesmente através do seu papel na oxigenação do cérebro ou na manutenção do tecido cerebral saudável.
 

A investigadora conclui que este estudo demonstrou que os vasos sanguíneos também fornecem sinais importantes que permitem que as células estaminais se reproduzam por um maior período de tempo, antes de se tornarem permanentemente células nervosas que não se podem multiplicar.
 

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/vasos-sanguineos-controlam-crescimento-cerebral?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161114
Benefícios dos “Doutores Palhaços” comprovados
Dados do projeto “Rir é o melhor remédio?”
 
A ajuda que os “Doutores Palhaços” fornecem às crianças para que estas se esqueçam que estão num hospital é reconhecida por 92% dos profissionais de saúde e 85% consideram que as crianças colaboraram mais com os tratamentos ou exames, após as visitas.
 

O estudo, ao qual a agência Lusa teve acesso, constatou que 73% dos profissionais inquiridos referiram que as crianças apresentam maiores e/ou mais rápidas evidências clínicas de melhoria após contacto com os “Doutores Palhaços” da Operação Nariz Vermelho.
 

O projeto “Rir é o melhor remédio?” foi desenvolvido nos últimos seis anos, em parceria com o Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho, e vai ser apresentado quinta-feira, no Porto, na cerimónia de assinatura do Protocolo de Cooperação entre o Centro Maternoinfantil do Norte (CMIN) e a Operação Nariz Vermelho, nas instalações do hospital.
 

A Operação Nariz Vermelho, que este ano celebra o seu 14.º aniversário, inaugura naquele dia, no CMIN o seu 14.º programa de visitas. O objetivo destas sessões nos hospitais é partilhar com a comunidade médica as mais-valias do trabalho destes profissionais.
 

Os resultados da investigação “refletem as evidências científicas do nosso trabalho junto das crianças, familiares e profissionais de saúde” referiu à agência Lusa, Susana Ribeiro, coordenadora do Núcleo de Investigação da ONV.
 

“Há muito que conhecemos este impacto e agora o ‘Rir é o melhor remédio?’ permite-nos partilhá-lo com a sociedade”, disse a responsável.
 

De acordo com Susana Ribeiro, entre os inquiridos para esta investigação, em vários hospitais do país visitados pela ONV, 99% dos pais manifestaram gratidão pelos “Doutores Palhaços”.
 

A responsável adiantou que “98% dos pais consideram que os ‘Doutores Palhaços’ são uma parte importante da equipa de cuidados das crianças hospitalizadas e 99% referem que gostariam que visitassem as crianças com mais frequência”.
 

A Operação Nariz Vermelho (ONV) é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sem vínculos políticos ou religiosos, que promove semanalmente visitas de “Doutores Palhaços” às enfermarias pediátricas de 13 hospitais do país.
 

O objetivo desta instituição é tornar mais alegre a vivência das crianças hospitalizadas e dos seus familiares. A ONV existe oficialmente desde 2002 e conta atualmente com uma equipa de 22 “Doutores Palhaços” e nove profissionais nos bastidores.
 

 Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/beneficios-dos-“doutores-palhacos”-comprovados?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161114
Esclerose tuberosa: doentes queixam-se de falta de informação dos médicos
Estudo da Escola Nacional de Saúde Pública
 
Cerca de metade dos cuidadores dos pacientes com esclerose tuberosa falta ao trabalho pelo menos uma vez num mês e os familiares queixam-se que os médicos têm conhecimentos insuficientes sobre esta doença rara.
 
De acordo com dados de um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, ao qual a agência Lusa teve acesso, 30 dos 66 cuidadores inquiridos revelaram ter faltado pelo menos uma vez ao trabalho no último mês, com 35% a sofrerem uma redução salarial.
 
A esclerose tuberosa é um distúrbio genético raro que se traduz no desenvolvimento de tumores benignos em órgãos vitais como o coração, olhos, cérebro, rins, pulmões e pele, ameaçando o funcionamento desses órgãos.
 
Segundo a Associação de Esclerose Tuberosa, estima-se que em Portugal vivam cerca de 1.600 pessoas com a doença.
 
Do estudo realizado com uma amostra de 66 cuidadores e 13 doentes, concluiu-se que os próprios médicos continuam “a não estar devidamente informados em relação a esta doença”, o que pode contribuir para os problemas de falta de apoio e de integração social de que os doentes se queixam.
 
“A escassa articulação entre as várias especialidades médicas envolvidas no tratamento da esclerose tuberosa é outro dos problemas que temos vindo a expor”, refere a presidente da associação, Micaela Rozenberg, num comunicado em que anuncia os principais dados do estudo hoje divulgado.
 
De acordo com os dados disponíveis, a doença afeta a pele em 95% dos casos, o cérebro em 94% das situações e 85% dos inquiridos refere ainda a ocorrência de episódios de epilepsia.
 

sábado, 12 de novembro de 2016

Cérebro começa a “ceder” com a idade
Estudo publicado no “Proceedings of the National Academy of Sciences”


Para além de a idade contribuir para a perda de firmeza e elasticidade da pele, também contribui para que o cérebro comece a ceder, sugere um estudo publicado no “Proceedings of the National Academy of Sciences”.
No estudo, os investigadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Brasil, analisaram a forma como o cérebro se dobra e como as “dobras corticais” ficam alteradas com a idade.
Ao associar a alteração na forma como o cérebro se dobra com a tensão no córtex cerebral, os investigadores constataram que, à medida que o ser humano envelhece, a tensão no córtex parece diminuir. Verificou-se que este efeito foi mais pronunciado nos indivíduos com doença de Alzheimer.
A expansão do córtex cerebral é a caraterística mais óbvia da evolução do cérebro dos mamíferos e geralmente é acompanhada por graus crescentes de dobras da superfície cortical. Num cérebro adulto médio, se o córtex de um hemisfério estivesse desdobrado e achatado teria uma área de superfície de cerca de 100.000 mm2, do tamanho de cerca de uma folha e meia de papel A4.
Estudos anteriores já tinham demonstrado que o córtex de todas as espécies de mamíferos se dobrava de acordo com uma lei universal, ou seja, independentemente do tamanho e forma, todos se dobravam da mesma forma. No entanto, ainda não se tinha determinado se esta lei se aplicava também à diversidade morfológica dos diferentes indivíduos numa única espécie, particularmente no que diz respeito a fatores como idade, sexo e doenças.
De maneira a descobrir se a forma como o córtex cerebral se dobra é universal, os investigadores, liderados por Yujiang Wang, utilizaram ressonâncias magnéticas para mapear as dobras em mais de mil adultos saudáveis.
O estudo apurou que as dobras do cérebro humano seguiam a mesma lei universal simples. No entanto, verificou-se que com idade a forma como o cérebro se dobra sofre alterações. Os cientistas verificaram que a tensão dentro do córtex cerebral diminui. Este é um processo semelhante ao que acontece com a pele, à medida que as pessoas envelhecem a tensão diminui e a pele começa a perder elasticidade.
Os cientistas descobriram ainda que os cérebros das mulheres e dos homens diferem no tamanho, área de superfície e número de dobras. Na verdade, cérebro da mulher tende a ter menos dobras do que o de um homem da mesma idade. No entanto, os cérebros dos homens e das mulheres seguem exatamente a mesma lei. 
O estudo apurou também que os cérebros dos pacientes com doença de Alzheimer apresentavam alterações precoces mais pronunciadas na tensão cortical e nas dobras comparativamente com os indivíduos saudáveis. 
A investigadora conclui que são necessários mais trabalhos nesta área, mas sugere que o efeito que a doença de Alzheimer tem sobre a forma como o cérebro se dobra é semelhante ao do envelhecimento prematuro do córtex.
“O próximo passo será ver se há uma forma de utilizar as alterações nas dobras do cérebro como um indicador precoce da doença”, concluiu.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/cerebro-comeca-a-%E2%80%9Cceder%E2%80%9D-com-a-idade?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161031)
Células inativas podem ajudar a compreender desenvolvimento cerebral
Estudo publicado na “BMC Biology”

 

A descoberta de neurónios inativos que são lentamente ativados à medida que o cérebro se desenvolve poderá ajudar a compreender melhor o desenvolvimento cerebral, revela um estudo publicado na revista científica “BMC Biology”.
O estudo levado a cabo por cientistas da Universidade de Calgary, no Canadá, é o primeiro a explorar o mecanismo celular através do qual o cérebro desativa um conjunto de neurónios e volta a ativá-los de forma gradual, no momento mais indicado.
A investigação, que começou como um projeto de estudo do papel das memórias em pacientes com doença de Alzheimer, teve como foco o córtex de associação temporal (TeA, sigla em inglês), uma área cerebral responsável pela aprendizagem e memória. Bin Hu e Taylor Chomiak, autores do estudo, repararam que os neurónios desta área, em cérebros de ratinhos, se mantinham sem qualquer atividade, o que intrigou os cientistas ao ponto de alterarem o foco da investigação para tentarem perceber o que se passava.
De acordo com estudos anteriores, o cérebro desenvolve-se através de um mecanismo de maturação hierárquico, em que as funções básicas (como a visão, por exemplo) se desenvolvem primeiro e, só depois de estas estarem consolidadas, é que as funções mais complexas (como a aprendizagem e a memória de longo prazo) se seguem.
É por esse facto, explica Hu, que não somos capazes de nos lembrar do que nos aconteceu quando éramos bebés, porque “não há benefícios em termos de evolução que compensem o armazenamento dessa informação na nossa memória de longo prazo”.
Hu revela que o estudo levado a cabo demonstra que “há neurónios que estão presentes no cérebro aquando do nascimento, mas permanecem adormecidos e são ativados de forma lenta à medida que o cérebro se desenvolve”. De acordo com os cientistas, este achado desafia o dogma de que todos os neurónios no cérebro estão presentes e completamente ativos desde o nascimento.
Os autores explicam, na página da Internet da entidade canadiana, que a informação chega às dendrites dos neurónios e convergem no corpo celular ou soma, onde esta é integrada e enviada através de axónios para as dendrites de outros neurónios.
Contudo, os cientistas descobriram que existe uma camada lipídica e proteica temporária entre as dendrites e o soma dos neurónios localizados no TeA. De acordo com Chomiak, essas células encontram-se intactas, mas desligadas funcionalmente, ou seja, ao entrar nos neurónios, a informação depara-se com um barreira que a impede de passar para outras células. Com o tempo, esta barreira vai desaparecendo e as células vão “acordando” lentamente e começam a comunicar entre si. É neste momento que os cientistas acreditam que se começam a formar as memórias de longo prazo.
Hu e Chomiak acreditam que esta descoberta é importante para melhor compreender o mecanismo de aprendizagem e as possíveis implicações em determinadas condições do neurodesenvolvimento. 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/celulas-inativas-podem-ajudar-a-compreender-desenvolvimento-cerebral?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161107)

domingo, 23 de outubro de 2016

Desenvolvido novo cimento ósseo para fraturas nas vértebras
Estudo da Universidade de Aveiro

Investigadores da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveram um novo tipo de cimento ósseo com características muito promissoras para a reparação de vértebras fraturadas.
De acordo com informação avançada pela UA, à qual a agência Lusa teve acesso, os investigadores adicionaram, pela primeira vez, estrôncio, manganês e açúcar aos habituais ingredientes, o que resultou numa melhoria do desempenho biológico do cimento, bem como das suas propriedades mecânicas.
Estes fatores tornam este cimento desenvolvido na UA "muito promissor para regeneração óssea e engenharia de tecidos e em particular na reparação de vértebras fraturadas" devido, por exemplo, à osteoporose ou a acidentes, referiu Paula Torres, investigadora do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica (DEMaC).
A investigadora desenvolveu este material inovador no âmbito do seu doutoramento em Ciência e Engenharia de Materiais na UA, que começou há cinco anos.
O trabalho contou com a colaboração de investigadores de outros departamentos da UA, de outras instituições nacionais e da Robert Mathys Stiftung Foundation, na Suíça. 
Segundo a nota da UA, os resultados obtidos ao longo das várias fases do estudo culminaram na obtenção de um cimento com propriedades gerais muito promissoras.
"Com base nestes resultados, pode concluir-se que os objetivos inicialmente estabelecidos foram alcançados com um grau de satisfação relativamente elevado", congratula-se Paula Torres, adiantando que a próxima fase é levar o cimento para testes in vivo, isto é em animais.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/desenvolvido-novo-cimento-osseo-para-fraturas-nas-vertebras?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161017)
Aleitamento materno é a primeira vacina do bebé
Conferência organizada pela UNICEF

O aleitamento materno, considerado a primeira vacina para o bebé, e a importância para o desenvolvimento sustentável foram os temas de debate numa conferência organizada pela UNICEF e Comissão Nacional Iniciativa Amiga dos Bebés.
“O leite materno é a primeira vacina de um bebé, a primeira e melhor proteção que pode ter contra doenças e outros problemas de saúde. Ao nível mundial as mortes de recém-nascidos representam quase metade de todas as mortes de crianças menores de 5 anos, e o aleitamento desde a primeira hora de vida pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Se todos os bebés fossem alimentados apenas com o leite materno desde o nascimento até aos seis meses, mais de 800 mil vidas seriam salvas todos os anos”, refere um comunicado da UNICEF Portugal, ao qual a agência Lusa teve acesso. 
A conferência, que pretendeu alertar para a relação entre o aleitamento materno e os objetivos de desenvolvimento sustentável, contou com a participação de cerca de 150 profissionais de saúde portugueses, assim como alguns especialistas convidados, entre os quais o professor Bernardo Horta, investigador em saúde materno-infantil da Universidade de Pelotas, no Brasil.
O investigador brasileiro apresentou dados relativos a uma investigação de 30 anos e que resultam de um acompanhamento dos efeitos do aleitamento materno num grupo populacional.
“Estudos da UNICEF mostram que, ao nível global, uma grande percentagem das mulheres não estão a receber o apoio de que precisam para iniciarem o aleitamento materno imediatamente a seguir ao parto, mesmo quando um médico, enfermeiro ou parteira presta assistência durante o parto”, refere a nota de imprensa.
A conferência ocorreu no âmbito da Semana Europeia do Aleitamento Materno.
A Comissão Nacional Iniciativa Amiga dos Bebés foi criada em 1992 pelo Comité Português para a UNICEF, é constituída por um grupo de profissionais de saúde de várias áreas que de forma voluntária procuram promover o aleitamento materno de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde: em exclusivo até aos seis meses de idade do bebé e, em conjunto com a alimentação, até aos dois anos.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/aleitamento-materno-e-a-primeira-vacina-do-bebe?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161010)
Desenvolvimento neuromuscular: glutamato desempenha papel importante
Estudo publicado no “Journal of Neuroscience”

 

Investigadores americanos descobriram que, para além da acetilcolina, o glutamato também está envolvido na forma como os músculos e as células nervosas estão ligadas durante o desenvolvimento, dá conta um estudo publicado no “Journal of Neuroscience”.

Neste estudo, os investigadores da Universidade de Buffalo e da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, decidiram adotar uma nova abordagem para a questão antiga de como se desenvolvem as ligações entre a espinal medula e os músculos.

Cada músculo é constituído por muitas fibras musculares individuais e, em adultos, cada uma dessas fibras musculares está ligada a um único neurónio motor. No entanto, este arranjo simples não é o que se observa ao nascimento. Nesta fase, cada fibra muscular pode estar associada a dez neurónios.

O processo que permite que um neurónio motor permaneça enquanto os outros são retraídos parece ser o seguinte, de acordo com os pesquisadores: o nervo que é mais eficaz na ativação do músculo é aquele que ganha.

Ao longo de várias décadas, a comunidade científica assumiu que o processo de “poda” começava com a libertação do neurotransmissor acetilcolina da célula nervosa. O que parecia lógico, uma vez que os neurónios motores necessitam de facto de quantidades elevadas de acetilcolina.

Contudo, os investigadores, liderados por Kirkwood Personius, constataram que o glutamato, o neurotransmissor mais comum no cérebro, também está envolvido neste processo. As células nervosas libertam uma molécula que é convertida em glutamato, e este por sua vez ativa os recetores do glutamato, recetores NMDA, no músculo.

Os recetores NMDA são um dos vários tipos de moléculas que respondem ao glutamato. Estes são especialmente importantes para controlar o desenvolvimento cerebral, a aprendizagem e a plasticidade sináptica. De acordo com o investigador, nunca ninguém tinha pensado que os recetores NMDA estivessem envolvidos na inervação dos músculos.

Os investigadores testaram em ratinhos a hipótese de a ativação do recetor do glutamato modelar o desenvolvimento do sistema neuromuscular de várias formas. Todas elas comprovaram a sua suspeita. Adicionalmente, o estudo demonstrou que a resposta do músculo ao glutamato é muito forte ao nascimento, mas rapidamente desaparece à medida que os ratinhos se desenvolvem.

Na opinião dos investigadores, este estudo pode ajudar a compreender por que motivo o retorno da função muscular é frequentemente limitado após um trauma nervoso periférico.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/desenvolvimento-neuromuscular-glutamato-desempenha-papel-importante?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161010)
Componente do vinho tinto ajuda a reduzir a inflamação
Estudo publicado na revista “Scientific Reports”


Uma componente do vinho tinto pode ajudar a controlar a inflamação induzida por uma bactéria patogénica que está associada a doenças inflamatórias do trato respiratório superior, como a asma, doença pulmonar obstrutiva crónica e otite média, dá conta um estudo publicado na revista “Scientific Reports”.
No estudo, os investigadores da Universidade do Estado de Geórgia, nos EUA, identificaram um novo mecanismo que o resveratrol, um composto encontrado naturalmente em alguns alimentos, como as uvas, utiliza para aliviar a inflamação nas vias aéreas. Os resultados sugerem que o composto pode fornecer benefícios para a saúde e ser utilizado para desenvolver agentes anti-inflamatórios novos e eficazes.
O resveratrol pertence a um grupo de compostos chamados polifenóis, que se acredita que atuem como antioxidantes e protejam o organismo de danos. Há muito que este composto é considerado como um agente terapêutico de várias doenças, incluindo as doenças inflamatórias. 
Os investigadores liderados por, Jian-Dong Li, verificaram que o resveratrol era eficaz contra a inflamação causada por um importante agente patogénico respiratório, o Haemophilus influenzae.
A presença de uma determinada quantidade de inflamação é necessária e benéfica para a defesa do organismo contra a infeção bacteriana. Contudo, a inflamação descontrolada conduz ao desenvolvimento de doenças inflamatórias. 
As doenças inflamatórias do trato respiratório superior, como asma e a doença pulmonar obstrutiva crónica, afetam mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo e são caracterizadas por inflamação crónica que é agravada por agentes patogénicos respiratórios, como é o caso do Haemophilus influenzae.
Os antibióticos são utilizados rotineiramente no tratamento de infeções por este agente patogénico, mas devido ao número crescente de estirpes de bactérias resistentes a estes fármacos e ao sucesso limitado dos tratamentos disponíveis há necessidade de desenvolver terapias alternativas.
Neste estudo, os investigadores constataram, pela primeira vez, que o resveratrol diminuía a expressão de mediadores pró-inflamatórios nas células epiteliais das vias aéreas e nos pulmões dos ratinhos através do aumento de uma molécula (MyD88) que funciona como regulador negativo das vias de sinalização inflamatória.
Os investigadores também verificaram que o resveratrol tinha efeitos anti-inflamatórios após a infeção pelo Haemophilus influenzae, o que sugere o seu potencial terapêutico. 
Jian-Dong Li conclui que estes achados podem ajudar no desenvolvimento de estratégias que tenham por alvo ou que aumentem a produção do MyD88. “Podemos utilizar o resveratrol para suprimir a inflamação ou desenvolver derivados do resveratrol que podem funcionar como agentes farmacológicos para suprimir a inflamação, utilizando a mesma estratégia”, concluiu.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/componente-do-vinho-tinto-ajuda-a-reduzir-a-inflamacao?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161010)
A linguagem dos sentidos
Estudo publicado na revista “Nature”

 

Investigadores suíços identificaram a assinatura da expressão genética comum à visão, tato e audição, o que permitiu descobrir a “língua franca” sensorial que facilita a interpretação e a integração da informação sensorial do cérebro. Estes achados publicados na revista “Nature” abrem assim caminho para uma melhor compreensão dos distúrbios de perceção e comunicação.

A visão, o tato e a audição são as nossas janelas para o mundo. A capacidade de detetar e classificar vários tipos de estímulos é essencial para interagir com objetos e pessoas que nos rodeiam, assim como para comunicar corretamente. Na verdade, os défices de interação social dos pacientes com autismo parecem ser, em parte, resultantes das dificuldades em detetar e interpretar os sinais sensoriais. Mas de que forma o cérebro interpreta e integra os estímulos enviados pelos cinco sentidos?

Neste estudo, os investigadores da Universidade de Genebra, na Suíça, analisaram a estrutura genética das vias táteis, visuais e auditivas em ratinhos. Ao observarem a expressão genética visual nestas vias distintas durante o desenvolvimento, os cientistas foram capazes de detetar padrões comuns, como que uma linguagem genética subjacente a todas.

Os investigadores, liderados por Denis Jabaudon, constataram que durante o desenvolvimento, as várias vias sensoriais partilham inicialmente uma estrutura genética comum que posteriormente se adapta à atividade do órgão associada a cada sentido.

O investigador referiu que este processo demora apenas alguns dias em ratinhos, mas pode demorar vários meses nos seres humanos, cujo desenvolvimento é mais longo e bem mais sensível ao ambiente.

Esta língua franca genética permite a construção das várias vias sensoriais de acordo com uma arquitetura similar independentemente das suas funções distintas. É esta linguagem partilhada que permite ao cérebro interpretar corretamente os estímulos que proveem de diferentes fontes e compor uma representação coerente do seu significado combinado.

A partilha do mesmo plano de construção também explica como as várias vias se podem equilibrar mutuamente, nomeadamente o facto de o tato e a audição ficarem altamente desenvolvidos quando um indivíduo nasce cego. Esta descoberta também explica porque as interferências sensoriais, incluindo a sinestesias e alucinações, podem ocorrer em indivíduos que sofrem de doenças do neurodesenvolvimento, como o autismo ou esquizofrenia.

Denis Jabaudon conclui que estes resultados ajudam a perceber melhor como os circuitos cerebrais que constroem a nossa representação do mundo se juntam durante o desenvolvimento. “Agora, estamos em condições de analisar como estes achados podem ser utilizados para os [circuitos cerebrais] reparar quando falham”, acrescentou o investigador.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/a-linguagem-dos-sentidos?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20161010)
Tamanho fetal reduzido aumenta risco de asma
Estudo da Universidade de Aberdeen

 

Um tamanho fetal reduzido está associado a um risco de asma aumentado e a uma menor função pulmonar nas crianças entre os cinco e os 15 anos de idade, sugere um estudo apresentado no Congresso Internacional da Sociedade Respiratória Europeia.

O estudo conduzido pelos investigadores da Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, sugere que os fatores pré-natais na gravidez contribuem para o bem-estar respiratório durante toda a vida da criança.

Numa pesquisa anterior, os investigadores, liderados por Stephen Turner, já tinham associado o tamanho reduzido do feto no primeiro e segundo trimestres de gravidez a um risco aumentado de asma aos dez anos de idade. Neste estudo, a mesma equipa de cientistas decidiu averiguar se o tamanho fetal reduzido estava associado a uma função pulmonar reduzida e a asma persistente entre os cinco e os 15 anos.

Para o estudo, os investigadores recrutaram um total de duas mil mães entre 1997 e 1999. O tamanho fetal no primeiro e segundo trimestres de gravidez foi avaliado através de ecografias de rotina. A asma e a função pulmonar foram determinadas aos cinco, dez e 15 anos.

Os investigadores constataram que os fetos maiores apresentavam um risco reduzido de asma e tinham uma melhor função pulmonar. O tamanho fetal foi expresso sob a forma de pontuação z, um método estatístico utilizado para diferenciar dos parâmetros normais. Cada aumento de uma unidade na pontuação Z no tamanho fetal no primeiro trimestre foi associado a um risco 22% menor de asma entre os cinco, 10 e 15 anos.

O aumento do tamanho do feto foi também associado a um aumento da função pulmonar. A asma persistente foi associada a reduções do tamanho do feto no primeiro e segundo trimestres de gravidez, bem como a uma diminuição do volume máximo de ar que é possível exalar no primeiro segundo numa expiração forçada aos cinco, dez e 15 anos, comparativamente com os outros grupos.

Stephen Turner, um dos autores do estudo, refere que o tamanho fetal no primeiro trimestre é relevante para os sintomas e fisiologia respiratória até aos 15 anos de idade. “Estes resultados sugerem que os fatores pré-natais contribuem para o bem-estar das vias respiratórias ao longo da vida”, referiu, em comunicado de imprensa, o investigador.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/tamanho-fetal-reduzido-aumenta-risco-de-asma?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160912)
Antibióticos aumentam risco de alergias alimentares
Estudo publicado na revista “Allergy, Asthma & Clinical Immunology”

 

O tratamento com antibióticos num primeiro ano de vida está associado a um aumento do risco de desenvolvimento de alergia alimentar, sugere um estudo publicado na revista “Allergy, Asthma & Clinical Immunology”.

Para o estudo, os investigadores da Universidade da Carolina do Sul, nos EUA, analisaram dados clínicos de 1.504 casos de crianças com alergias alimentares e 5.995 crianças sem este tipo de alergias. Após terem tido em conta fatores como parto, tempo de amamentação, asma, eczema, idade materna e residência urbana, os cientistas verificaram que as crianças às quais tinham sido prescritos antibióticos no primeiro ano de vida apresentavam um risco 1,2 vezes maior de serem diagnosticadas com alergia alimentar, comparativamente com aquelas que não tinham tomado este tipo de medicação.

O estudo, liderado por David J. Amrol, apurou que a associação entre a prescrição de antibióticos e o desenvolvimento de alergia alimentar era estatisticamente significativa e a probabilidade da alergia alimentar aumentava com o número de prescrições de antibióticos. O risco aumentava 1,3 vezes com três prescrições, 1,43 vezes com quatro prescrições e 1,64 com cinco ou mais prescrições.

Os cientistas constataram que a associação mais forte foi encontrada nas crianças a quem tinham sido prescritos antibióticos de largo espetro, como a cefalosporina e a sulfonamide, com um risco de 1,5 e 1,54, respetivamente, comparativamente com a toma de antibióticos de espetro mais reduzido, como é o caso da penicilina e macrolídeos.

Esta associação pode ser justificada pelo facto de a flora intestinal ser muito importante para o desenvolvimento da tolerância a proteínas externas, tais como aquelas que estão presentes nos alimentos. Adicionalmente, sabe-se que os antibióticos alteram a composição da flora intestinal.

O estudo sugere assim que existe uma potencial associação entre o aumento da prescrição de antibióticos e o aumento de alergias alimentares nas crianças. Tendo em conta que tem sido sugerido que os antibióticos são frequentemente prescritos inapropriadamente para tratar infeções virais, um dos autores do estudo, Bryan Love, aconselha os médicos a serem cautelosos no que diz respeito à prescrição deste tipo de fármacos.

“O excesso de antibióticos potencia a ocorrência de efeitos secundários, incluindo o desenvolvimento de alergias alimentares e encoraja a resistência antibacteriana”, concluiu o investigador.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/antibioticos-aumentam-risco-de-alergias-alimentares?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160912)
Alunos têm dores nas costas mas não vão ao médico
Estudo da Associação Portuguesa Spine Matters

 

Investigadores da Associação Portuguesa Spine Matters constataram que cerca de um terço dos alunos entre o 1.º e o 9.º ano de escolaridade sofre de dores nas costas, mas apenas 3% consultou um médico da especialidade.

O estudo, que envolveu 110 alunos, e que ainda se encontra na primeira fase, demonstrou também que é no 7.º ano que se encontra a maior carga transportada, com uma média de sete livros por aluno.

No âmbito do regresso às aulas, Luís Teixeira, médico ortopedista e fundador da Spine Matters, lembra a importância de se terem presentes estes dados, recolhidos nos últimos meses e alerta para as consequências de uma carga desadequada e contínua durante o período escolar e fase de crescimento das crianças e adolescentes.

"Todos sabemos que as nossas crianças continuam a transportar cargas excessivas nos dias de aulas, mas é fundamental percebermos de que é que estamos a falar. Na verdade, os números mostram que há muitos alunos a suportar 15% ou mais do seu peso corporal na carga escolar, uma percentagem já muito elevada e prejudicial para a coluna", referiu o médico.

No comunicado enviado pela associação à ALERT, Luís Teixeira refere que as mochilas das crianças não devem exceder esta percentagem devido a mudanças nos ângulos dos ombros, pescoço, tronco e membros inferiores, afetando a postura de forma global ao provocar uma curvatura anormal das costas. A má postura, cifoses (corcundez) e escolioses decorrentes desta utilização prolongada são alguns dos exemplos dos resultados que podem advir e que aumentam a probabilidade de se sofrer de dores lombares na vida adulta.

Por outro lado, o excesso de peso nas mochilas tem ainda sido apontado como responsável, a longo prazo, por dores de cabeça frequentes e consequente falta de concentração nas aulas.

"Uma das situações mais alarmantes que apurámos foi a desvalorização das dores nas costas destes alunos. Quando inquiridos sobre as cadeiras, tempo passado à secretária ou locais de estudo, não foi relacionada nenhuma percentagem significativa de casos em que sentem dor nesses momentos. No entanto, em relação às mochilas que usam, existe uma ligação imediata e a reação é comunicada aos pais em 71% dos casos. No entanto, e apesar de ser uma realidade constante, não são consultados especialistas para auxiliar e travar a situação”, refere o especialista.

Luís Teixeira aconselha os pais a pesarem as mochilas dos filhos e, se a carga exceder 15% do seu próprio peso, retirar carga. As mochilas devem ter duas alças e um bom suporte, em que o peso possa ser suportado uniformemente. Por outro lado, quando impossível de contornar a medida, a opção pontual deve ser por uma mala com rodas. Por último, o ortopedista refere que as alças da mochila devem ser ajustadas no caso de estarem muito soltas. Todas as mochilas devem ter as alças apertadas e justas para que não haja oscilação de peso.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/alunos-tem-dores-nas-costas-mas-nao-vao-ao-medico?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160905

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Ácidos gordos ómega-3 e 6 melhoraram capacidade de leitura das crianças
Estudo publicado no “Journal of Child Psychology and Psychiatry”

 
A toma de suplementos de ácidos gordos ómega-3 e 6 pode melhorar a capacidade de leitura das crianças em idade escolar. O estudo publicado no “Journal of Child Psychology and Psychiatry” sugere que a toma destes ácidos pode ajudar particularmente as crianças com défices de atenção.
 
Para o estudo, os investigadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, contaram com a participação de 154 crianças que frequentavam o terceiro ano de escolaridade e tinham entre nove e dez anos. As crianças realizaram um teste de computador que mediu a capacidade de leitura sob várias formas, incluindo rapidez da leitura, a capacidade de ler palavras sem sentido e vocabulário. 
 
As crianças foram divididas aleatoriamente em dois grupos. Um dos grupos tomou cápsulas de ácidos gordos ómega-3 e 6 e o outro grupo tomou um placebo ao longo de três meses. Tanto as crianças, como os pais, bem como os investigadores não sabiam a que grupos é que as crianças estavam alocadas. Após três meses, todas as crianças tomaram cápsulas de ácidos gordos ómega-3 e 6.
 
O estudo apurou que mesmo após três meses, a adição de ácidos gordos melhorou a capacidade de leitura das crianças, comparativamente com aquelas que receberam o placebo. Isto foi particularmente evidente na capacidade de ler e pronunciar em voz alta palavras sem sentido e na capacidade de ler um conjunto de letras rapidamente.
 
Apesar de nenhuma criança com perturbação da hiperatividade com défice de atenção ter sido incluída no estudo, algumas tinham problemas de atenção ligeiros. Para estas crianças a toma deste tipo de ácidos foi ainda mais relevante, tendo-se observado melhorias em vários testes, incluindo a rapidez de leitura. 
 
Mats Johnson, um dos autores do estudo, refere que a dieta moderna contém níveis relativamente baixos de ácidos gordos ómega-3, o que se acredita que tenha um efeito negativo na aprendizagem, literacia e atenção das crianças. 
 
As membranas celulares no cérebro são maioritariamente constituídas por gorduras polinsaturadas. De facto, vários estudos têm indicado que os ácidos gordos são importantes para a transmissão de sinais entre as células nervosas, bem como para a regulação dos sistemas de sinalização no cérebro. 
 
“O nosso estudo sugere que as crianças podem beneficiar de suplementos alimentares com uma fórmula especial”, conclui o investigador.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/acidos-gordos-omega-3-e-6-melhoraram-capacidade-de-leitura-das-criancas?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160926