terça-feira, 9 de agosto de 2016

Amamentação associada a um melhor desenvolvimento cerebral
Estudo publicado no “The Journal of Pediatrics”
 

Os bebés prematuros alimentados com mais leite materno nos primeiros 28 dias de vida apresentam volumes maiores de determinadas zonas cerebrais, um melhor quociente de inteligência (QI), memória de trabalho e função motora, atesta um estudo publicado no “The Journal of Pediatrics”.
Estes achados apoiam as atuais recomendações para a utilização do leite materno na alimentação dos bebés prematuros durante a hospitalização nos cuidados intensivos neonatais. 
Mandy Brown Belfort, líder do estudo, refere que isto não é apenas importante para as mães, mas também para os hospitais, funcionários e familiares, para que estes possam fornecer o apoio necessário numa altura em que as mães estão sob stress e a esforçarem-se para ter leite para os filhos.
Para o estudo, os investigadores do Hospital Brigham and Women's, nos EUA, acompanharam 180 bebés nascidos antes das 30 semanas de gestação. Foi determinado o número de dias que os bebés receberam leite materno desde o nascimento até aos 28 dias de vida. Apenas foram contabilizados os dias em que a ingestão de leite materno correspondia a mais de 50% da ingestão nutricional do bebé. 
Os investigadores também avaliaram os volumes de determinadas regiões do cérebro através da realização de ressonâncias magnéticas até aos sete anos de idade. As crianças foram ainda submetidas, aos sete anos, a testes cognitivos, que exploraram o QI, capacidade de leitura, atenção, memória de trabalho, linguagem e perceção visual, bem como a testes motores.
O estudo apurou que os bebés que tinham ingerido predominantemente leite materno durante mais dias apresentavam, à idade correspondente ao termo da gravidez e aos sete anos, um maior volume da substância cinzenta nuclear profunda, uma área importante no processamento e transmissão de sinais neuronais para outras partes do cérebro. Estes também tinham o QI mais elevado, apresentando também um melhor desempenho nos testes de avaliação de matemática, memória de trabalho e funções motoras. 
No geral, a ingestão de mais leite materno foi relacionada com melhores resultados, incluindo maiores volumes cerebrais de determinadas regiões à idade equivalente ao termo da gravidez, e com melhores resultados cognitivos aos sete anos.
Mandy Brown Belfort refere que muitas mães de bebés prematuros têm dificuldade em fornecer leite materno aos filhos. Como tal, é necessário garantir que estas mulheres têm os melhores sistemas de apoio possíveis à sua disposição. 
“É importante salientar que há muitos fatores que influenciam o desenvolvimento de um bebé, o leite materno é apenas um", acrescenta a investigadora.
Os autores alertam para a necessidade de realizarem estudos mais aprofundados e para algumas limitações do estudo atual, nomeadamente o facto de se tratar de um estudo observacional.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/amamentacao-associada-a-um-melhor-desenvolvimento-cerebral?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160808)
Esmagadora maioria dos AVC são evitáveis: conclusão de estudo mundial
Investigação publicado no “The Lancet”

 

Dez fatores de risco modificáveis são responsáveis por nove em cada dez acidentes vasculares cerebrais (AVC) em todo o mundo, revela um estudo à escala global divulgado na revista científica “The Lancet”.

O AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade, especialmente nos países com rendimentos baixos e médios. Os AVC isquémicos, resultantes de coágulos sanguíneos, correspondem a 85% dos casos da doença, enquanto os AVC hemorrágicos, decorrentes de uma hemorragia no cérebro, representam 15% dos casos.

Um estudo, levado a cabo pelo Instituto para a Investigação da Saúde da População, da Universidade de McMaster, no Canadá, e cientistas de 32 países, denominado INTERSTROKE, contou com 26 mil participantes da Europa, Ásia, América, África e Austrália, e teve como finalidade identificar as principais causas dos diferentes tipos de AVC em diferentes populações (jovens e idosos, homens e mulheres). A investigação teve por base os achados da primeira fase do INTERSTROKE, que identificou os dez fatores de risco modificáveis associados ao AVC em seis mil pacientes oriundos de 22 países.

Os investigadores analisaram os diferentes fatores de risco de AVC e identificaram a proporção de casos que seria possível evitar se não existissem esses fatores de risco.

De acordo com essa análise, os cientistas verificaram que: 48% dos casos de AVC seriam evitáveis se fosse eliminada a hipertensão; 36%, se as pessoas fossem mais ativas fisicamente; 19%, se praticassem uma dieta mais saudável; 12%, se não fumassem; 9%, se não tivessem problemas de coração; 4%, se não tivessem diabetes; 6%, se não bebessem álcool; 6%, se não houvesse stress; e 27%, se não tivessem lípidos no sangue (neste estudo considerou-se que as apolipoproteínas desempenhavam um melhor papel a prever o AVC do que o colesterol total).

Muitos destes fatores de risco encontram-se associados entre si (por exemplo, a obesidade e a diabetes), pelo que, quando combinados, o total de casos decorrentes dos dez fatores de risco chega ao 91%. Esta proporção foi semelhante em todos os países e independentemente da idade e sexo.

Contudo, alertam os cientistas no comunicado divulgado, o peso de cada um dos fatores de risco parece variar de região para região. O peso da hipertensão, por exemplo, foi de cerca de 40% na Europa Ocidental, América do Norte e Austrália e de 60% no Sudeste Asiático. O risco de AVC decorrente do consumo de álcool foi mais baixo na Europa Ocidental, América do Norte e Austrália, mas mais elevado em África e no Sul da Ásia, enquanto o impacto da inatividade física foi mais elevado na China.

Um ritmo cardíaco irregular, ou fibrilação auricular, foi associado ao AVC isquémico em todas as regiões, mas teve maior peso na Europa Ocidental, América do Norte e Austrália do que na China e no Sul da Ásia.

Contudo, a importância coletiva dos dez fatores de risco em conjunto era semelhante em todas as regiões.

De acordo com os cientistas, este estudo demonstra que o AVC é uma doença extremamente evitável em todo o mundo, independentemente da idade e do sexo. Além disso, consideram que a importância relativa dos fatores de risco modificáveis revela que deveriam existir programas de prevenção primários regionais ou de acordo com a etnia, e alertam ainda para a necessidade de realizar mais estudos acerca dos fatores de risco para o AVC nos países e grupos étnicos não incluídos no INTERSTROKE.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/esmagadora-maioria-dos-avc-sao-evitaveis-conclusao-de-estudo-mundial?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160808)