quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Investigadores de Coimbra “abrem portas” a novos tratamentos da artrite reumatoide

Investigadores de Coimbra “abrem portas” a novos tratamentos da artrite reumatoideUma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) concluiu que a artrite reumatoide altera as células do sistema imunitário T CD8, produzidas pelo timo (órgão linfoide situado junto ao coração). A alteração das células traduz-se na perda de tolerância imunológica, que ao destruir as células boas da articulação, tornam-se os responsáveis pela manutenção da doença crónica.

Os resultados do estudo, realizado primeiro em modelos animais e posteriormente em humanos, demonstraram que ao retirar as células T CD8 do sistema, os ratinhos apresentavam melhorias muito significativas. Segundo Helena Carvalheiro, primeira autora do artigo científico publicado no Arthritis & Rheumatology, jornal internacional de referência da área, estes resultados: "abrem portas para o desenvolvimento de novos alvos terapêuticos com o foco nestas células que estão a matar as células erradas porque perderam a capacidade de distinguir o que é estranho daquilo que faz parte do organismo".

A pesquisa vai agora focar-se em «selecionar as vias moleculares intracelulares das T CD8 que podem ser modificadas geneticamente com fins terapêuticos, isto é, vamos avaliar como funcionam os sinais dentro destas células, através da análise genética, identificar os que estão alterados e proceder à sua reparação para que todas as peças da máquina voltem a funcionar em favor do doente», acrescenta Helena Carvalheiro.

Sendo a Artrite Reumatoide uma doença crónica que provoca a destruição das articulações e invalidez progressiva, a procura de novas respostas clínicas «continua a ser um objetivo nuclear, apesar dos notáveis progressos registados já na última década», sublinha o especialista da FMUC, José António Pereira da Silva.

Para o desenvolvimento desta investigação, financiada pela ação Marie-Curie e por um laboratório de indústria farmacêutica, foram acompanhados 96 doentes com artrite reumatoide.

Na foto, a equipa de investigadores formada por: Cátia Duarte; José António Pereira da Silva; Helena Carvalheiro; Margarida Souto Carneiro
 
Fonte - http://www.newsfarma.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=2317:investigadores-de-coimbra-%E2%80%9Cabrem-portas%E2%80%9D-a-novos-tratamentos-da-artrite-reumatoide&catid=10:noticias&Itemid=113

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Bebés: aos cinco meses já têm consciência
Estudo publicado na revista “Science”


Os bebés começam a ter consciência do meio exterior por volta dos cinco meses, dá conta um estudo publicado na revista “Science”.
Aos três meses de idade o cérebro dos bebés tem triliões de ligações, um número que triplica no primeiro ano de vida. Há muito que a comunidade científica tenta saber quando é que realmente os bebés começam a ter conhecimento daquilo que os rodeia.
 
De forma a tentar averiguar este processo, os investigadores da École Normale Supérieure, em França, analisaram a atividade cerebral de 80 crianças de cinco, 12 e 15 meses de idade, enquanto estas visualizavam imagens de rostos humanos.
 
As imagens foram apresentadas em vários momentos diferentes, começando por períodos curtos, que foram lentamente aumentando. À medida que as fotos eram exibidas era emitido um som para chamar a atenção das crianças.
 
O estudo refere que, habitualmente, nos adultos, as áreas do cérebro que estão associadas à visão são ativadas mesmo que a imagem seja visualizada por um curtíssimo espaço de tempo. Quando uma imagem é visualizada ao longo de pelo menos 300 milissegundos é enviado um sinal neuronal, desde o centro da visão até ao córtex pré-frontal, ficando o indivíduo consciente da visualização da imagem.
 
O estudo apurou que o cérebro de todos bebés respondia à visualização das imagens, sendo a resposta mais fraca e estando apenas presente quando a imagem era visualizada durante pelo menos 900 milissegundos. Nos bebés mais velhos, a resposta neuronal era mais significativa e foi observada aquando da observação das imagens ao longo de 750 milissegundos.
 
Os autores do estudo acreditam que estes resultados sugerem que este tipo de resposta neuronal poderá funcionar como um marcador da consciência, uma vez que o sinal no córtex pré-frontal mostra que a imagem é armazenada por um curto período de tempo na "memória de trabalho" do cérebro ou consciência.
 
Os resultados também podem ajudar no desenvolvimento de testes para indivíduos que não podem comunicar, como é o caso dos pacientes em coma. Técnicas similares também poderão ser utilizadas para que os profissionais de saúde compreendam a eficácia dos anestésicos nas crianças, bem como a sua perceção da dor.

Fonte - http://www2.alert-online.com/pt/news/health-portal/bebes-aos-cinco-meses-ja-tem-consciencia
 
Experiências positivas na infância melhoram saúde cardiovascular
Estudo publicado na revista “Circulation”


As experiências psicossociais positivas durante a infância podem melhorar a saúde cardiovascular na idade adulta, sugere um estudo publicado na revista “Circulation”.
 
Os investigadores da Universidade de Helsínquia, na Finlândia, acreditam que estes resultados apoiam os já encontrados em estudos anteriores, ou seja, que o bem-estar das crianças afeta a saúde na idade adulta.
 
Neste estudo, os investigadores liderados por Laura Pulkki-Råback, analisaram o estatuto socioeconómico, estabilidade emocional, comportamentos de saúde parentais, ocorrência de eventos stressantes e autocontrolo de problemas comportamentais em 3.577 crianças com idades compreendidas entre os três e os dezoito anos.
 
A saúde cardiovascular de 1.089 destes participantes foi avaliada 27 anos mais tarde, quando estes tinham entre 30 a 45 anos. Esta avaliação incluiu um questionário da Associação Americana do Coração, que avalia sete fatores que contribuem para a saúde cardiovascular, como níveis de colesterol, dieta, pressão arterial, peso, níveis de glucose e hábitos tabágicos.
 
O estudo apurou que as crianças que tinham vivido experiências psicossociais positivas, como ambiente emocional estável em casa, estabilidade financeira, aceitação social, oportunidade para controlar a agressividade e impulsividade, e que tinham aprendido hábitos de estilo de vida saudáveis tinham maior probabilidade de ter uma melhor saúde cardiovascular na idade adulta.
 
O estudo apurou que as crianças que tinham vivido as experiências psicossociais mais positivas na infância tinham uma probabilidade 14% maior de ter um peso normal na idade adulta, 12% maior de não fumarem e 11% maior de ter uns níveis de glucose saudáveis, comparativamente com aqueles que tinham vivido os eventos menos positivos na infância.
 
"As escolhas que os pais fazem têm um efeito a longo prazo na saúde futura dos filhos, e a melhoria de qualquer um dos parâmetros pode ter benefícios mensuráveis. Por exemplo, se um pai desempregado consegue um emprego estável, o efeito pode ser enorme. Se a mãe ou o pai deixa de fumar, o benefício é ainda maior. Todos os esforços que melhorem o bem-estar familiar são benéficos”, conclui a investigadora.

Fonte - http://www2.alert-online.com/pt/news/health-portal/experiencias-positivas-na-infancia-melhoram-saude-cardiovascular?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20150119
 

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Os instrumentos musicais e o desenvolvimento cerebral
Estudo publicado no “Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry”

 
A aprendizagem de um instrumento musical pode ajudar as crianças a gerirem as suas energias mentais, aponta um estudo norte-americano.
 
James Hudziak e colegas descobriram, através de ressonância magnética, que o espessamento ou adelgaçamento do córtex em algumas áreas do cérebro são indicadores de problemas mentais, como o défice de atenção, depressão e ansiedade, mesmo em crianças às quais estes problemas não tenham sido diagnosticados.
 
Para o estudo, a equipa de investigadores contou com a participação de 232 crianças, com idades compreendidas entre os 6 e os 16 anos de idade. Os participantes foram submetidos a três ressonâncias magnéticas, efetuadas em intervalos de dois anos. Adicionalmente, a equipa teve acesso ao QI e dados relativos à formação musical das crianças. 
 
Foram observadas diversas alterações em várias áreas do cérebro, associadas à educação musical. Os investigadores detetaram alterações nas áreas motoras, já que tocar um instrumento musical requer o controlo e coordenação de movimento. Foi também detetado o espessamento cortical nas áreas do cérebro associadas à função executiva, controlo inibidor e processamento de emoções, incluindo “memória de trabalho, controlo da atenção, assim como organização e planeamento do futuro”.
 
Contudo, não foi encontrada associação entre o espessamento do córtex e o número de anos de prática de instrumentos musicais, mas sim a idade em que se tocou o instrumento.
 
A equipa concluiu que a aprendizagem de um instrumento musical por parte das crianças trouxe benefícios a nível de redução da ansiedade, de um maior controlo das emoções e de uma melhor concentração.
 
Os autores chamam a atenção para a importância de se elaborarem novas formas de tornar a educação musical mais acessível aos jovens, começando na infância.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www2.alert-online.com/pt/news/health-portal/os-instrumentos-musicais-e-o-desenvolvimento-cerebral?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20150105)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

O consumo benéfico dos medronhos
Estudo da Universidade de Aveiro


Investigadores da Universidade de Aveiro (UA) desvendam os benefícios para a saúde do consumo do medronho através da sua caracterização química detalhada.
 
O estudo realizado pelo Departamento de Química revelou que este fruto tem a capacidade de evitar a formação de radicais livres responsáveis por doenças como o cancro, de controlar os níveis de colesterol e de melhorar a saúde da pele e dos ossos.
 
De acordo com a notícia avançada pela agência Lusa, a caracterização química detalhada do medronho realizada na UA “destaca a presença de ácidos gordos insaturados, nomeadamente ómega 3 e 6, fitoesteróis e triterpenóides”, compostos com importante atividade biológica.
 
“Os ómegas 3 e 6 são ácidos gordos essenciais que têm de ser obtidos a partir da dieta, uma vez que o nosso organismo não os sintetiza”, explicou uma das autoras do estudo, Sílvia Rocha.
 
Estes compostos “têm demonstrado um papel importante no controlo dos níveis de colesterol, na saúde da pele e dos ossos, e existe uma relação inversa entre o consumo de ómega 3 e a perda de funções cognitivas”.
 
A investigadora referiu ainda que “os esteróis têm um importante papel na saúde, uma vez que contribuem para regular o nível de colesterol; e os triterpenóides, para além de ajudarem igualmente a controlar o colesterol, têm uma ação anti-inflamatória, antimicrobiana e antifúngica”.
 
O estudo apurou ainda que os medronhos da Serra da Beira apresentam uma atividade antioxidante superior à de frutos de outras proveniências, tanto de Portugal como de outros países europeus.
 
“A atividade antioxidante reflete a capacidade de evitar a formação de radicais livres, substâncias que, quando produzidas em excesso são responsáveis pelo stress oxidativo, conhecido por provocar danos no organismo humano, os quais estão associados ao envelhecimento e aumento da suscetibilidade a diversas doenças, nomeadamente as doenças civilizacionais emergentes”, disse Sílvia Rocha.
 
Estas são razões suficientes para que a equipa de investigadores da UA, em colaboração com a Cooperativa Portuguesa de Medronho, queira ver o medronho nacional, aproveitado quase exclusivamente para a produção de aguardentes e licores, também fora das garrafas e consumido fresco ou incluído noutros alimentos.
 
Fonte - http://www2.alert-online.com/pt/news/health-portal/o-consumo-benefico-dos-medronhos
Excesso de peso associado a meio milhão de cancros anualmente
Estudo publicado na "Lancet Oncology"


Um novo estudo demonstrou que, a cada ano, quase meio milhão de cancros, a nível mundial, surgem na sequência de excesso de peso.
 

O estudo conduzido por investigadores do Centro Internacional de Investigação sobre o Cancro revelou que 3,6% dos novos casos de cancro, em 2012, estavam associados a um Índice de Massa Corporal (IMC) elevado.
 

O estudo indicou igualmente que o cancro devido a excesso de peso e obesidade é muito mais comum em países desenvolvidos do que em países menos desenvolvidos.
 

Entre os países desenvolvidos, os da América do Norte revelaram os índices mais elevados, com cerca de 111.000 casos em 2012, o que correspondia a 23% dos casos de cancro. Os países europeus revelaram também elevados índices de cancro associado a excesso de peso, tendo os da Europa de Leste registado 65.000 casos, ou seja 6,5% de todos os novos casos na Europa.
 

Nos países asiáticos, as proporções de cancro associado ao IMC elevado não foram tão altos; no entanto, devido ao tamanho da população, os índices “traduzem-se num considerável número absoluto de casos”, indicam os autores do estudo. Por outro lado, em África, registaram-se 1,5% de novos casos de cancro associados ao excesso de peso, sendo que traduzida em números, aquela percentagem correspondeu a 7.300 novos casos em todo o continente, em 2012.
 

Os resultados do estudo revelaram igualmente que o cancro associado a excesso de peso afeta mais as mulheres (com 345.000 novos casos ou 5,4%) do que os homens (136.000 novos casos ou 1,9%) devido ao cancro do útero e aos cancros da pós-menopausa.
 

Melina Arnold, autora principal do estudo, comentou, face aos resultados, que estes factos ”dão mais suporte para se exercer um esforço para resolver a tendência do aumento da obesidade. A prevalência global da obesidade em adultos duplicou desde 1980. Se esta tendência continuar irá certamente favorecer o aumento dos casos de cancro no futuro, especialmente na América do Sul e no Norte de África, onde se registaram os maiores aumentos dos índices de obesidade nos últimos 30 anos”.
 

O IMC elevado constitui um fator de risco para os cancros do cólon, esófago, reto, rins, mama, ovários e outros.

Fonte - http://www2.alert-online.com/pt/news/health-portal/excesso-de-peso-associado-a-meio-milhao-de-cancros-anualmente
Acidente vascular cerebral: tomografia prevê risco futuro
Estudo publicado na revista “Stroke”


A realização de uma tomografia computorizada 24 horas após a ocorrência de um acidente vascular cerebral (AVC) leve pode prever o risco de um AVC futuro, dá conta um estudo publicado na revista “Stroke”.
 
Um ataque isquémico transitório, muitas vezes referido como mini-AVC, ocorre quando o fluxo sanguíneo numa parte do cérebro fica temporariamente bloqueado. Os sintomas podem perdurar apenas alguns minutos.
 
“Todos os pacientes devem ser submetidos a uma tomografia computorizada após um ataque isquémico transitório. As imagens podem ajudar os profissionais de saúde a identificar padrões de danos relacionados com diferentes níveis de risco associados a um acidente vascular cerebral subsequente ou ajudar a prever quando os sintomas vão piorar”, revelou, em comunicado de imprensa, um dos autores do estudo, Jeffrey J. Perry.
 
Para este estudo, os investigadores da Universidade de Ottawa, no Canadá, observaram as imagens cerebrais de 2.028 pacientes que tinham sido submetidos a tomografias computorizadas 24 horas após um ataque isquémico transitório. No total, 814 pacientes sofreram danos cerebrais resultantes da isquemia, ou seja, da restrição do fluxo sanguíneo para o cérebro.
 
Através das imagens recolhidas, os investigadores foram capazes de prever quais os pacientes com maior risco de sofrer outro AVC nos 90 dias seguintes. Verificou-se que comparativamente com os pacientes sem isquemia, os pacientes que tinha sofrido um AVC isquémico tinham um risco 2,6 vezes maior de terem outro AVC.
 
Os pacientes com isquemia apresentavam um risco 5,35 vezes maior de terem outro AVC se as imagens revelassem isquemia crónica e isquemia aguda. Verificou-se ainda que estes pacientes apresentavam um risco 4,9 vezes maior de terem outro AVC caso as imagens demonstrassem algum tipo de microangiopatia (pequenos danos nos vasos sanguíneos) no cérebro, conjuntamente com isquemia aguda.
 
No caso das imagens que revelavam tanto a presença de isquemia aguda, isquemia crónica e microangiopatia o risco de os pacientes com isquemia terem outro AVC era 8,04 vezes maior.
 
De acordo com o estudo, 3,4% dos pacientes tiveram um AVC nos 90 dias após um ataque isquémico transitório e 25% destes apresentaram isquemia aguda, crónica e microangiopatia nos exames imagiológicas.
 
“Estes resultados devem fazer com que os médicos sejam mais agressivos no tratamento dos pacientes com ataque isquémico transitório quando estes são diagnosticados com isquemia aguda, especialmente se houver isquemia e/ou microangiopatia crónica adicional”, conclui o investigador.
 
Fonte - http://www2.alert-online.com/pt/news/health-portal/acidente-vascular-cerebral-tomografia-preve-risco-futuro
Desenvolvido tratamento prometedor para as lesões da espinal medula
Estudo publicado na revista “Nature”


Investigadores americanos desenvolveram um composto químico que parece ser bastante prometedor na restauração da função da espinal medula danificada, dá conta um estudo publicado na revista, “Nature”.
 
O composto, ao qual os investigadores da Case Western Reserve, nos EUA, chamaram peptídeo sigma intracelular (ISP, sigla em inglês), permitiu a ativação dos músculos paralisados, incluindo os envolvidos na micção e movimentação, de mais de 80% dos animais testados.
 
Imediatamente após uma lesão do sistema nervoso central, as moléculas conhecidas como proteoglicanos acumulam-se no tecido da cicatriz, no local da lesão e na rede perineuronal (PNN). No tecido saudável, os proteoglicanos são componentes-chave na matriz entre as células e desempenham um papel importante na manutenção da estrutura do sistema nervoso.
 
No entanto, após a lesão, os proteoglicanos  abundam em excesso no tecido cicatricial e nas redes impenetráveis em torno das sinapses no cérebro e na medula espinal. Isto resulta na formação de uma enorme barreira que impede a regeneração e o estabelecimento de novas ligações nervosas.
 
Os investigadores desenharam o peptídeo ISP para desativar o recetor do proteoglicano nos neurónios. Foi também adicionado um transportador para enviar o peptídeo através do sistema nervoso central e das membranas celulares. Assim, o ISP é capaz de penetrar nas membranas, incluindo no local danificado coberto de tecido cicatricial. Uma vez que o ISP é capaz de penetrar no tecido, este pode ser administrado sistemicamente em vez de diretamente na espinal medula.
 
Para este estudo, os investigadores administraram injeções diárias, durante sete semanas, a 26 ratinhos com lesões severas na medula espinal. Durante este período, os animais foram avaliados quanto à sua capacidade de andar, de se equilibrar e controlar a urina. O estudo apurou que 21 dos 26 animais recuperaram uma ou mais das funções logo após o início do tratamento. Alguns animais conseguiram mesmo recuperar as três funções e outros uma ou duas.
 
“Esta é uma descoberta sem precedentes. Para qualquer paciente com lesão da medula espinal seria considerado extraordinário a recuperação de pelo menos uma destas funções, especialmente a função urinária”, revelou, em comunicado de imprensa, um dos autores do estudo, Jerry Silver.
 
O investigador acrescentou que o ISP tem o potencial de tratar doenças onde o organismo produz cicatrizes destrutivas, tais como no enfarte agudo do miocárdio, lesão do nervo periférico e esclerose múltipla.
 
Fonte - http://www2.alert-online.com/pt/news/health-portal/desenvolvido-tratamento-prometedor-para-as-lesoes-da-espinal-medula.
Hormona da saciedade: o elo entre a hipertensão e a obesidade
Estudo publicado na revista “Cell”


A leptina, também conhecida como hormona da saciedade, parece ser a responsável pelo aumento da pressão arterial que ocorre com o aumento de peso, sugere um estudo publicado na revista “Cell”.
 
A leptina é uma hormona que regula a quantidade de gordura que é armazenada no organismo. Esta é secretada pelas células adiposas e quando chega ao cérebro, através da corrente sanguínea, controla os sinais que desencadeiam o armazenamento de energia na gordura e também a libertação de energia a partir destes reservatórios. Para além de controlar o dispêndio de energia, a leptina também controla a sensação de fome, sendo por isso conhecida como a hormona da saciedade.
 
Há muito que se sabe que o excesso de peso é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da pressão arterial elevada e doença cardiovascular. Apesar de existirem vários fatores que podem estar envolvidos, ainda não se sabia ao certo qual era a ligação entre estas duas condições.
 
De forma a tentar explorar um possível elo de ligação, os investigadores da Universidade de Monash, na Austrália, e da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, analisaram ratinhos e humanos com problemas de produção ou processamento da leptina e compararam-nos com indivíduos saudáveis.
 
O estudo apurou que alguns indivíduos obesos que não expressavam a leptina devido a uma doença genética tinham, apesar do peso, uma pressão arterial baixa. Isto também se verificou nos indivíduos que não expressavam o recetor da leptina no cérebro, o que significa que o cérebro não era capaz de responder à hormona.
 
Através de experiências realizadas em ratinhos, os investigadores constataram que os animais que apresentavam uma sinalização normal da leptina desenvolviam um aumento da pressão arterial quando ficavam obesos com uma dieta de elevado teor calórico. Estes efeitos não foram observados nos animais que não expressavam leptina ou naqueles em que a hormona não estava funcional.
 
De acordo com os investigadores, estes resultados demonstram que a sinalização via leptina é necessária para o aumento da pressão arterial induzida pela obesidade.
 
“Agora sabemos que a leptina regula tanto o peso como a pressão arterial através da sua ação no cérebro. Ter por alvo este processo poderia ser uma forma útil de ajudar as pessoas a combater a obesidade e os problemas a ela associados, como pressão arterial elevada e doença cardíaca”, conclui um dos autores do estudo, Sadaf Farooqi.
 
Fonte - http://www2.alert-online.com/pt/news/health-portal/hormona-da-saciedade-o-elo-entre-a-hipertensao-e-a-obesidade
Obesidade aumenta risco de asma
Estudo publicado na revista “Plos Medicine”


O aumento do risco de desenvolvimento de asma que ocorreu nos finais do século XX pode, em parte, ser resultante do aumento do índice de massa corporal (IMC) na infância, sugere um estudo publicado na revista “PLOS Medicine”.
 
A incidência deste tipo de doença crónica, causada pela inflamação das vias respiratórias, tem aumentado durante as últimas décadas. Estima-se que 200 milhões de adultos e crianças sejam afetadas pela asma, em todo o mundo.
 
Apesar das causas da asma ainda não serem conhecidas, alguns especialistas acreditam que a obesidade pode ser uma delas. Na verdade, tal como a asma, a obesidade é também cada vez mais comum. Estudos observacionais realizados em crianças demonstraram que o IMC está positivamente associado à asma. Contudo, este tipo de estudo não foi capaz de provar que a obesidade causa a asma.
 
Assim, de forma a tentar provar se o IMC tem um efeito casual na asma, uma equipa internacional de investigadores utilizou um método que inclui informação genética e dados observacionais. Neste tipo de estudo Mendeliano a causalidade pode ser aferida através das associações entre as variantes genéticas que se sabem que afetam um fator modificável de risco, como é o caso da massa corporal, e a doença em questão, neste caso a asma nas crianças.
 
Neste estudo, liderado pelos investigadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, foram analisados os efeitos casuais do IMC, massa gorda e magra no desenvolvimento da asma em 4.835 crianças que tinham em média  7,5 anos de idade. Foi calculada a pontuação genética ponderada baseada em 32 variações na sequência de ADN associadas ao IMC, tendo sido também estimadas as associações com IMC, massa gorda e magra, e asma.
 
O estudo apurou que a pontuação genética estava mais fortemente associada ao IMC, massa gorda e magra e com a asma na infância. Na verdade o risco relativo de desenvolvimento de asma aumentava 55% por cada unidade a mais de IMC.
 
Estes resultados sugerem que um IMC mais elevado aumenta o risco de desenvolvimento de asma na infância. Assim as intervenções de saúde pública que tenham por alvo a redução da obesidade podem também ajudar a limitar o aumento global da asma.
 
Apesar de algumas das reconhecidas limitações do estudo, os investigadores concluem que “apesar de as influências ambientais sobre o desenvolvimento de asma na infância terem já sido amplamente investigadas noutros estudos, poucos foram aqueles que forneceram uma evidência casual tão demarcada”.
 
Fonte - http://www2.alert-online.com/pt/news/health-portal/obesidade-aumenta-risco-de-asma
Asma infantil e a partilha da cama com os pais
Estudo publicado no “European Respiratory Journal”


As crianças pequenas que partilham a cama com os pais apresentam um risco aumentado de desenvolver asma, dá conta um estudo publicado no “European Respiratory Journal”.
 
Para o estudo, os investigadores holandeses contaram com a participação de 6.160 mães e filhos. Anualmente, foram recolhidas informações sobre os sintomas de asma das crianças, desde o primeiro ano até aos seis anos. Os pais foram também submetidos a questionários para recolha dos padrões do sono das crianças desde os dois aos 24 meses.
 
O estudo apurou que as crianças que, aos dois meses, partilham a cama com os pais, não apresentavam um risco aumentado de terem pieira ao longo dos seus primeiros anos de vida ou serem diagnosticadas com asma. Contudo, a partilha da cama aos 24 meses aumentava o risco das crianças terem pieira entre os três e os seis anos e serem diagnosticadas com asma aos seis anos.
 
De acordo com a investigadora da Universidade de Roterdão, na Holanda, Maartje Luijk, estes resultados mostram que há uma associação entre as crianças que partilham a cama com os pais aos dois anos de idade e o desenvolvimento de pieira e asma mais tarde na infância.
 
Os investigadores colocaram no entanto a hipótese de estes resultados poderem sugerir que a partilha da cama poderia ser a consequência e não a causa da asma, uma vez que os pais poderiam decidir partilhar a cama com os seus filhos para conseguir monitorizar os sintomas de asma. Contudo, esta hipótese não foi confirmada, uma vez que as crianças com pieira não apresentavam, comparativamente com aquelas que não apresentavam este sintoma, uma maior tendência para partilhar a cama com os pais.
 
“Apesar de estes resultados sugerirem que a partilha de cama aumenta de alguma forma o risco de asma, o estudo não fornece uma evidência causal. Podem existir vários fatores envolvidos. As famílias que partilham a cama podem ter mais tendência para reportar a pieira dos filhos uma vez que estão mais atentas à respiração da criança”, referiu a investigadora.
 
“Alternativamente, as famílias podem encarar a pieira como um problema e algo que possa conduzir a problemas de sono, o que pode, por sua vez, levar à partilha da cama para melhor monitorizar estes problemas, acrescentou Maartje Luijk.
 
Assim, na opinião da investigadora, são necessários mais estudos para identificar quais os fatores que podem ter impacto no desenvolvimento de asma através da partilha da cama.
 
Fonte - http://www2.alert-online.com/pt/news/health-portal/asma-infantil-e-a-partilha-da-cama-com-os-pais