segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Novo biomaterial desenvolvido para preparação de cartilagem
Estudo publicado na “Science Translational Medicine”

Uma equipa de investigadores desenvolveu uma nova técnica de reparação de cartilagem, que promove o crescimento de tecido novo saudável, dá conta um estudo publicado na “Science Translational Medicine”.
 
A equipa de investigadores do Translational Tissue Engineering Center (TTEC) da Johns Hopkins University School of Medicine, EUA, inseriu, após intervenção cirúrgica em cartilagem danificada, uma estrutura comparável a um andaime de “hidrogel” na lesão, que funciona como suporte e fomenta o processo de recuperação.
 
“O nosso estudo-piloto indica que o novo implante funciona tão bem em pacientes como em laboratório. Sendo assim, esperamos que se torne parte da rotina dos cuidados e que melhore a recuperação”, afirmou a autora do estudo, Jennifer Elisseeff.
 
A cartilagem, que é um material resistente mas flexível, dá forma às orelhas e nariz e reveste a superfície das articulações permitindo que estas se movimentem com facilidade. A cartilagem pode ser danificada devido a lesões, doenças ou genes alterados.
 
A microfratura, uma técnica normalmente utilizada na reparação da cartilagem, consiste na punção de buracos minúsculos num osso próximo da cartilagem danificada. Estes buracos estimulam as células estaminais especializadas do próprio paciente a emergirem da medula óssea, formando nova cartilagem acima do osso.
 
No entanto, quando a cartilagem é afetada por lesões, esta técnica muitas vezes não é bem-sucedida na estimulação do crescimento de nova cartilagem ou conduz à produção de nova cartilagem menos resistente.
 
Mediante esta problemática, a equipa de investigadores de engenharia de tecidos conjeturou sobre a necessidade de construírem uma estrutura que favorecesse o crescimento das células estaminais especializadas. Após terem experimentado vários materiais, a equipa conseguiu desenvolver um hidrogel e um adesivo que o une ao osso.
 
O hidrogel desenvolvido foi implantado em 15 pacientes submetidos a intervenções cirúrgicas de microfratura padrão. Outros três pacientes foram somente submetidos a microfratura para efeitos de comparação.
 
Seis meses após as intervenções, a equipa observou que nos pacientes que tinham recebido os implantes, além de não terem sentido grandes problemas com o implante, a produção de cartilagem cobria uma média de 86% da lesão no joelho, enquanto nos pacientes que tinham sido submetidos apenas à microfratura a reposição de tecido perfazia uma média de 64%. Os pacientes com o implante tinham menos dores no joelho seis meses após a intervenção cirúrgica.
 
A equipa encontra-se agora a desenvolver um implante de próxima geração, que combina o hidrogel e o adesivo num material único. Entretanto, encontram-se também a desenvolver tecnologias de lubrificação das articulações e de redução da inflamação.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/novo-biomaterial-desenvolvido-para-preparacao-de-cartilagem?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20130121)
Flavonóides protegem contra a doença de Parkinson
Estudo publicado na revista “Neurology”

Os homens que consomem alimentos ricos em flavonóides, tais como frutas, chá, maçãs e vinho tinto apresentam um menor risco de desenvolver doença de Parkinson, sugere um estudo publicado na revista “Neurology”.
 
Estudos anteriores já tinham revelado que o consumo deste tipo de compostos estava associado com uma maior proteção contra várias doenças incluindo as cardiovasculares, hipertensão, alguns tipos de cancro e demência.
 
Para este estudo os investigadores da Harvard University e da University of East Anglia contaram com a participação de 130.000 indivíduos, dos quais 800 desenvolveram doença de Parkinson durante os vinte anos do período de acompanhamento. Após os investigadores terem analisado cuidadosamente as suas dietas e ajustado a idade e os seus estilos de vida, verificaram que os participantes do sexo masculino que consumiam mais flavonóides apresentavam um risco 40% menor de desenvolver doença de Parkinson do que aqueles que consumiam menores quantidades destes compostos. Contudo, esta associação não foi verificada para as mulheres.
 
“Este é o primeiro estudo realizado em humanos que analisa a associação entre o consumo de flavonoides e o risco de desenvolver doença de Parkinson, tendo os resultados sugerido que existe uma sub-classe destes compostos, conhecidos por antocianinas, que podem ter efeitos neuroprotetores”, revelou em comunicado de imprensa, o líder do estudo, Xiang Gao.
 
O estudo revelou que os participantes que consumiam mais de uma porção de frutos silvestres, que são ricos em antocianinas, por semana, tinham um risco 25% menor de desenvolver doença de Parkinson, em comparação com os que não ingeriam este tipo de frutos.
 
“Tendo em conta os outros potenciais efeitos para a saúde dos frutos silvestres, tais como a diminuição do risco de hipertensão, conforme constatado em estudos anteriores, é aconselhável a introdução destes frutos na dieta”, aconselhou o investigador.
 
“Este estudo levanta muitas questões interessantes sobre o modo como a dieta pode influenciar o risco de desenvolvimento da doença de Parkinson”, revelou o diretor do Parkinson's UK, Kieran Breen.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A.(http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/flavonoides-protegem-contra-a-doenca-de-parkinson)
Tratamento da doença de Parkinson despoleta criatividade
Estudo publicado na revista “Behavioral Neuroscience”


A toma de fármacos, capazes de aumentar a atividade da dopamina no cérebro, pelos pacientes com doença de Parkinson está a conduzir ao desenvolvimento de novos talentos criativos nomeadamente ao nível da pintura, escultura e escrita, dá conta um estudo publicado na revista “Behavioral Neuroscience”.
 
A investigadora Rivka Inzelberg da Tel Aviv University, em Israel, deparou-se com este fenómeno quando os seus pacientes lhe começaram a oferecer obras de arte da sua autoria. Após ter analisado vários casos, a investigadora conclui que todos os pacientes que se tinham tornado mais criativos estavam a ser medicados com percursores sintéticos da dopamina ou com agonistas do recetor deste neurotransmissor.
 
Rivka Inzelberg explica que a dopamina está envolvida em várias vias do sistema neurológico e que ajuda na transmissão dos comandos motores. Na verdade, a ausência deste transmissor nos pacientes com doença de Parkinson está associada aos tremores e à dificuldade de coordenação dos movimentos. No entanto, a dopamina está também envolvida no sistema de recompensa.
 
A investigadora refere que há muito que se sabe que a dopamina e a arte estão associadas, citando o exemplo do pintor Vincent Van Gogh que sofria de psicose. É possível que a sua criatividade fosse o resultado da sua psicose, a qual acredita-se ser causada por um aumento espontâneo dos níveis de dopamina no cérebro.
 
O estudo refere que os talentos desenvolvidos pelos pacientes foram vários. Rivka Inzelberg dá o exemplo de um arquiteto que começou a desenhar e pintar figuras humanas após o tratamento, ou um paciente que se tornou um poeta premiado. Na opinião da investigadora é possível que estes pacientes estejam a expressar talentos latentes, que nunca tiveram coragem de mostrar anteriormente.
 
Os tratamentos indutores da dopamina estão também associados à perda do controlo do impulso, resultando por vezes em comportamentos associados à prática de hobbies ou de jogos de uma forma excessiva. Este aumento da motivação artística pode também estar associado a esta redução da inibição, permitindo que os pacientes abracem a sua criatividade.
 
De acordo com Rivka Inzelberg estas expressões artísticas têm um potencial terapêutico promissor, tanto a nível psicológico como fisiológico. Foi também constatado que alguns pacientes se sentiam mais felizes quando estavam ocupados com os trabalhos de arte e as suas limitações motoras diminuíram significativamente.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/tratamento-da-doenca-de-parkinson-despoleta-criatividade?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20130121)