segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Esclerose lateral amiotrófica: novo tratamento reduz progressão de sintomas

Estudo publicado na “Nature Medicine”

Um novo fármaco, o dexpramipexole, reduz a progressão de sintomas e mortalidade da esclerose lateral amiotrófica, revela um estudo publicado na “Nature Medicine”.

A esclerose lateral amiotrófica (ELA), também designada por doença de Lou Gehrig, é uma doença neurodegenerativa que afecta os neurónios motores no cérebro e na espinal medula. A morte destas células nervosas interrompe a transmissão de impulsos nervosos para as fibras musculares, conduzindo à fraqueza, paralisia e, geralmente, à morte por insuficiência respiratória. Acredita-se que a disfunção mitoncondrial é um dos factores subjacentes à morte das células nervosas. Este novo fármaco parece proteger os neurónios desta disfunção.

A progressão da esclerose lateral amiotrófica pode variar bastante, alguns pacientes sobrevivem décadas após o diagnóstico e outros morrem dentro de um ano. Por esse motivo, tem sido um desafio desenvolver os ensaios clínicos de fase 2 necessários para testar o nível de dosagem e determinar a eficácia do fármaco.

Para ultrapassar este desafio, a equipa de investigadores liderada por Merit Cudkowicz directora da unidade de ensaios clínicos de neurologia do Massachusetts General Hospital, nos EUA, desenvolveu um estudo em duas fases. Na primeira, 102 pacientes que haviam sido recentemente diagnosticados com ELA foram aleatoriamente divididos em quatro grupos aos quais foi administrado, por via oral, um placebo, ou 50, ou 150 ou 300mg de dexpramipexole, durante 12 semanas. Quando esta fase terminou, os participantes, que continuaram no estudo, receberam apenas placebo durante quatro semanas e, em seguida, foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos diferentes. Um em que foi administrado doses diárias de 50mg e outro de 300 mg de fármaco, durante 24 semanas.

Os resultados da primeira fase do estudo mostraram que, o dexpramipexole parece retardar a progressão dos sintomas, medidos quer pela escala de avaliação “ALS Functional Rating Scale” quer pela capacidade pulmonar. O efeito protector foi maior no grupo ao qual foi administrado 300 mg de fármaco em que a progressão dos sintomas foi de aproximadamente 30 % mais lento do que no grupo controlo. Na segunda fase foram obtidos resultados semelhantes, uma progressão mais lenta da doença e um menor risco de morte em participantes que receberam a dose mais elevada.

Merit Cudkowicz revelou que estes resultados estão, neste momento, a ser confirmados num ensaio clínico de fase três e que espera que este fármaco ofereça aos pacientes que sofrem de ELA uma oportunidade de permanecerem saudáveis durante mais tempo, com um menor declínio das funções e aumento sobrevivência.

ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/esclerose-lateral-amiotrofica-novo-tratamento-reduz-progressao-de-sintomas?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20111128)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

“Os custos e carga da Diabetes Mellitus tipo 2 em Portugal”

Estudo realizado pela Faculdade de Medicina de Lisboa e Universidade Católica


A diabetes tem um custo anual para o sistema de saúde superior a 900 milhões de euros, dá conta um estudo realizado pela Faculdade de Medicina de Lisboa e pela Universidade Católica

O estudo intitulado “Os custos e carga da Diabetes Mellitus tipo 2 em Portugal” teve por base os dados estatísticos demográficos e de saúde disponíveis para Portugal em 2008 e procurou saber quais os custos e a carga da diabetes Mellitus tipo 2 (a forma predominante a nível mundial, com 90% de prevalência) em Portugal.

O estudo apurou que a doença custou, em 2008, ao sistema de saúde, 952 milhões de euros, o que representa cerca de 5,5% do total das despesas de saúde e 0,55% do Produto Interno Bruto (PIB) desse ano. Do total 616 milhões de euros estão relacionados com custos directos, dos quais 108,2 milhões com internamentos atribuíveis à diabetes e 508 milhões com tratamentos em ambulatório (239 milhões só em medicamentos). Quanto aos custos indirectos, ou seja a incapacidade de trabalhar resultante da diabetes, são estimados em 336 milhões de euros.

A carga da doença é medida através do tempo de vida perdido por mortalidade prematura ou pelo tempo vivido com incapacidade, bem como pelo grau de severidade dessa incapacidade. Através da utilização de indicadores da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Banco Mundial, o estudo ao qual a agência Lusa teve acesso, revelou que houve, em 2008, um total 8.845 mortes atribuíveis à diabetes.

Quanto ao número de anos de vida perdidos em consequência da diabetes, quer por incapacidade quer por morte prematura verificou-se que “globalmente, em 2008 há um total de 130.993 anos de vida ajustados por incapacidade perdidos”, sendo que este total representa 23,2% de anos perdidos por incapacidade e 76,8% de anos perdidos por morte prematura.

O estudo indica ainda que as previsões da OMS apontam para um aumento da prevalência global de diabetes Mellitus dos actuais 285 milhões (2010) para os 438 milhões em 2030, fazendo com que esta patologia seja considerada um dos problemas mais importantes de saúde pública global.


Fonte - ALERT (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/%E2%80%9Cos-custos-e-carga-da-diabetes-mellitus-tipo-2-em-portugal%E2%80%9D?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20111121)

domingo, 20 de novembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Compreender a Espondilite Anquilosante

Um trabalho publicado na “Nature Genetics” identifica novos genes que estão implicados no desenvolvimento da espondilite anquilosante, bem como confirma o envolvimento de outros genes propostos em estudos anteriores.

A publicação, com a co-autoria de uma equipa portuguesa, permitiu também reconhecer a existência de interações entre dois dos genes, sendo uma das primeiras descrições sobre interacção génica nesta e noutras doenças comuns.

Este facto vem contribuir para a confirmação de uma das teorias que tenta explicar a patogénese desta doença reumática inflamatória, a qual pode ser altamente incapacitante pela deterioração dos ligamentos e das junções nos ossos. O trabalho contou com a participação de 43 equipas de investigação, naquilo que se pode considerar um mega esforço internacional para dar resposta à doença.

A espondilite anquilosante é uma doença inflamatória que afecta, principalmente, a coluna vertebral e as articulações da bacia, levando, de forma incapacitante, a uma gradual limitação de movimentos. Já havia sido percebido que a predisposição para a doença tinha origem genética e que estava relacionada com o HLA-B27, um gene envolvido em diversos processos inflamatórios. No entanto desconhecia-se a forma como a doença se desenvolve e como o HLA-B27 é envolvido.

O estudo apresentado, que utilizou dados de cerca de 4800 doentes e 13500 pessoas não afectadas, juntando informação de dois consórcios internacionais dedicados ao estudo desta doença: o Australo-Anglo-American Spondyloarthritis Consortium e o Wellcome Trust Case Control Consortium 2.

“Este tipo de artrite inflamatória é frequente em populações de origem europeia”, explica Jácome Bruges-Armas , coordenador da equipa do IBMC envolvida no estudo, e “pode afectar cinco em mil pessoas”. Apesar da maior frequência em membros da mesma família e do conhecimento do envolvimento de alguns genes relacionados com o sistema imunológico, sempre foi difícil compreender efectivamente a relação entre a predisposição genética e as manifestações da doença.

O que este estudo também comprova é “a origem multifactorial da doença”, adianta o investigador. De facto foi possível relacionar variantes de três outros genes no desenvolvimento da doença, bem como identificar quatro outras zonas do genoma que parecem exercer também uma forte influência. Uma componente significativa do genoma, está de alguma forma envolvida na cascata de acções que implicam o HLA-B27, ou seja, parece que este último é apenas um elemento final de um enorme circuito metabólico e, por isso, o mais facilmente identificável e relacionável com a doença.

No entanto, é da conjugação da acção dos agora identificados que, em conjunto com o HLA-B27, se poderá determinar com mais exactidão a predisposição de um indivíduo para desenvolver o processo inflamatório que conduz à doença.

Para Jácome Bruges-Armas, “faltava um estudo que permitisse compreender a genética da doença de forma a desenvolver formas de diagnóstico e prevenção mais eficazes”.

Esta publicação foi retirada do site Ciência Hoje, que pode ser consultado no seguinte link: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49971&op=all (Acedido a 13 de Julho de 2011)

Fonte: http://compreenderespondilite.wordpress.com/2011/07/13/em-destaque-portugueses-ajudam-a-clarificar-a-genetica-da-artrite-inflamatoria/

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Doenças respiratórias responsáveis por 12% das mortes em Portugal em 2010

Dados do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias

As doenças respiratórias foram responsáveis por cerca de 12% das mortes em Portugal em 2010 e levaram a um maior número de internamentos, revela o Relatório Anual do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR), citado pela agência Lusa.

As doenças respiratórias crónicas atingem 40% da população portuguesa: asma 10%, rinite 25% e Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) 14,2% das pessoas com mais de 40 anos.

Ao contrário do que acontece com a mortalidade geral, a mortalidade por doença respiratória mantém uma tendência crescente. O relatório refere que "a mortalidade por doença respiratória representou entre 10 e 13% da totalidade dos óbitos, constituindo uma das principais causas de morte em Portugal", acrescentando que os internamentos devido a estas patologias aumentaram de 12% em 2006 para 14% em 2010.

Enquanto os internamentos globais têm uma diminuição de 9%, os internamentos por doença respiratória tiveram um aumento relativo de 12%, refere o documento, que analisa o impacto das principais patologias respiratórias nos internamentos hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS) entre 2006 e 2010, bem como a sua representação por regiões de saúde, sexo e escalões etários nos anos de 2006 a 2010.

O cancro do pulmão e as pneumonias continuam a ser doenças com mortalidade crescente, não obstante os progressos terapêuticos. Inversamente, nas doenças respiratórias crónicas, quer a asma, quer a DPOC, o panorama parece mais favorável, não obstante o envelhecimento da população que, em relação à DPOC, terá certamente influência, salienta o relatório da ONDR. Em 2010, dos doentes internados por cancro do pulmão 31% morreram.

Os internamentos por pneumonias apresentam ao longo dos anos um número de internamentos muito relevante, com um pico máximo em 2009, coincidindo com a epidemia da gripe A. Em 2010, os internamentos por gripe voltaram aos valores dos anos anteriores a 2009.

A maioria dos doentes internados por asma são mulheres (62%), 38% homens e 45% têm menos de 18 anos, enquanto nos doentes internados por Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), a maioria (66%) são homens.

ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/doencas-respiratorias-responsaveis-por-12-das-mortes-em-portugal-em-2010?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20111114)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Psoríase deveria ser considerada doença crónica

Declarações da Associação Portuguesa da Psoríase


A psoríase deveria ser reconhecida como doença crónica e os doentes deveriam adquirir um estatuto semelhante às outras doenças crónicas, de acordo com a Associação Portuguesa da Psoríase.

Em causa está a problemática das isenções das taxas moderadoras para os doentes crónicos, uma vez que o actual ministro da Saúde, Paulo Macedo, declarou recentemente que passa a haver isenção, não pelo doente em si, mas por tudo o que é relacionado com a doença, ou seja, tudo o que são consultas e sessões de hospital de dia, actos complementares no decurso e no âmbito da doença.

O presidente da Associação Portuguesa da Psoríase revelou à agência Lusa que nesse sentido, “iremos desenvolver várias iniciativas, nomeadamente a realização de sessões de esclarecimento, de modo a mostrar à população como a doença pode atingir qualquer pessoa, em qualquer idade, mas que não é contagiosa, nem prejudica a actividade profissional”.

A psoríase, que afecta mais de 250 mil portugueses, é uma doença auto-imune, crónica, que se manifesta no maior órgão, a pele. Esta doença não contagiosa pode surgir em qualquer idade. O seu aspecto, extensão, evolução e gravidade são variáveis, caracterizando-se pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que atingem sobretudo os cotovelos, joelhos, região lombar, couro cabeludo e unhas. Desenvolve-se quando o sistema imunitário do corpo faz disparar o crescimento rápido das células cutâneas.

Cerca de 10 % dos doentes acabam por desenvolver artrite psoriática, que se traduz por dor e deformidade, por vezes bastante debilitante, das pequenas ou grandes articulações.

Fonte: ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/psoriase-deveria-ser-considerada-doenca-cronica?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20111107)