quarta-feira, 22 de junho de 2016

Recuperação após AVC: novos caminhos
Estudo da Universidade da Beira Interior

A Universidade da Beira Interior (UBI) atingiu resultados promissores em novos caminhos para a recuperação de doentes que tenham sofrido Acidente Vascular Cerebral (AVC).
 
Numa nota de imprensa enviada à agência Lusa, a UBI refere  que está a ser realizado um estudo no Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS) da universidade que aponta para a possibilidade de tratamento com nanopartículas (quer por via intravenosa, quer pelo método in vitro), contendo ácido retinóico.
 
"Em teoria, a administração destas nanopartículas não só pode reabilitar os vasos propriamente ditos, mas igualmente possibilitar que novos neurónios proliferem, migrem para a zona de lesão e sobrevivam", refere a líder do estudo, Raquel Ferreira.
 
Os resultados publicados na revista "Nanoscale" são, segundo a investigadora, “robustos" e foram mais longe do que se esperava inicialmente, abrindo portas a outra utilização da técnica realizada.
 
Desta forma, por um lado, há a possibilidade de "administração destas partículas de forma intravenosa, de maneira a estimular o mecanismo de regeneração interno", método para o qual ainda é necessário fazer testes de modo a confirmar que não há riscos para outros órgãos.
 
Por outro lado, pode também proceder-se à recolha "das células progenitoras endoteliais, aumentar o seu número in vitro e voltar a injetá-las no doente para que façam o que sabem de melhor, ou seja, promover a reparação tanto vascular como do tecido cerebral", explicou Raquel Ferreira.
 
A investigação pretende agora avançar para testes em modelo animal e dentro de um ano os investigadores esperam obter mais elementos que complementem estes dados.
 
Fonte - http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/recuperacao-apos-avc-novos-caminhos?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160620
Stress: porque aumenta as convulsões epiléticas?
Estudo publicado na revista “Science Signaling”


Investigadores do Canadá descobriram por que motivo o stress pode aumentar a frequência e intensidade das convulsões em pacientes com epilepsia e identificaram uma possível forma de impedir este processo, dá conta um estudo publicado na revista “Science Signaling”.

A epilepsia é uma doença neurológica crónica caracterizada por convulsões recorrentes, provocadas por picos repentinos de atividade elétrica no cérebro. O stress e a ansiedade são fatores desencadeadores bem estabelecidos das convulsões. Na verdade, alguns estudos têm demonstrado que a redução do stress pode diminuir o risco de convulsão para os indivíduos afetados por esta condição.

Contudo, até à data, a comunidade científica ainda não tinha percebido por que o motivo o stress e a ansiedade exacerbavam a epilepsia e o que poderia ser feito para evitar a ocorrência de convulsões.

Neste estudo, os investigadores da Universidade Western, no Canadá, descobriram que a doença produz alterações na sinalização neuronal que aumentam a ocorrência de convulsões ao converter uma resposta ao stress benéfica num desencadeador epilético.

No estudo os investigadores focaram-se num neurotransmissor conhecido por CRF (do inglês, corticotropin-releasing factor) que coordena muitas das respostas comportamentais ao stress no sistema nervoso central.

Através da utilização de um modelo de ratinho para a epilepsia foi analisado o efeito deste neurotransmissor no córtex piriforme, uma região do cérebro onde ocorrem as convulsões nos humanos.

O estudo apurou que no cérebro normal, o CRF diminuía a atividade desta zona do cérebro envolvida nas convulsões. Contudo, nos ratinhos com epilepsia, o CRF fazia exatamente o oposto, aumentando a atividade do córtex piriforme.

Os investigadores verificaram que quando utilizaram o CRF no cérebro epilético, a polaridade do efeito ficava invertida, ou seja, o córtex piriforme passava de inibido para ativado. Experiências posteriores demonstraram que o CRF alterava a sinalização neuronal no cérebro dos ratinhos com epilepsia.

Os cientistas constataram que o CRF ativava uma proteína denominada RGS2 que alterava a comunicação entre as células nervosas no córtex piriforme, aumentando a ocorrência das convulsões.

Na opinião dos investigadores estes resultados sugerem que os fármacos bloqueadores da CRF podem impedir as convulsões induzidas pelo stress nos pacientes epiléticos.

Fonte - http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/stress-porque-aumenta-as-convulsoes-epileticas?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160620
Ferramenta acelera a adaptação de próteses para amputados
Iniciativa da startup Adapttech

 

Está a ser desenvolvida no Porto uma ferramenta que permite aos técnicos adaptarem melhor e mais rapidamente as próteses às necessidades dos amputados do membro inferior, oferecendo-lhes um maior conforto.

A ferramenta é constituída por um sistema de sensores – posicionado entre o membro amputado e o encaixe da prótese – e um scanner, que permite a criação de um modelo 3D onde são representados os resultados obtidos.

Frederico Carpinteiro, um dos fundadores da Adapttech, a startup envolvida no projeto, explicou à agência Lusa que esta tecnologia permite ao técnico verificar a pressão, o movimento, o atrito e a temperatura na zona de encaixe. Isto traduz-se num maior conforto para o paciente e na adaptação máxima da prótese em apenas uma ou duas sessões, ao contrário das sucessivas sessões que são atualmente necessárias.

Atualmente, o processo usado para a adaptação das próteses prolonga-se por várias sessões, "muitas vezes sem que se consiga atingir um bom resultado", acrescentaram.

Essa situação deve-se, em grande parte, à falta de precisão por parte do amputado em identificar o local onde tem dores (pode ocorrer devido a uma troca na posição dos nervos após uma cirurgia) e à inexistência de uma medida quantitativa ou de observação que o técnico possa utilizar.

"A solução que nós temos não é uma solução para o problema, é a melhor solução para os nossos clientes", afirmou Mário Espinoza, outro dos fundadores da startup.

Mário Espinoza e Frederico Carpinteiro começaram por participar no iUP25k – Concurso de Ideias de Negócio da Universidade do Porto, em 2013, tendo chegado, no mesmo ano, à final do Concurso BES Realize o Seu Sonho.

A primeira conquista deu-lhes acesso ao programa de aceleração de empresas do Parque da Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), onde estiveram incubados cerca de dois anos.

Em fevereiro de 2015, entraram para o programa COHiTEC, da COTEC Portugal, tendo sido selecionados, antes do fim da formação, para participar no inRes 2015, do Programa CarnegieMellon Portugal, oportunidade que lhes permitiu ter uma série de formações em Portugal e nos Estados Unidos.

Há cerca de três semanas a startup teve acesso a um financiamento por parte da sociedade de gestão de ativos Hovione Capital, o que vai possibilitar à equipa desenvolver, ao longo de um ano, o protótipo beta, praticamente idêntico ao produto que vai ser comercializado no mercado europeu, em 2018.

Atualmente a startup está alojada, neste momento, no Founders, espaço que alberga empresas de diferentes áreas.

Fonte -http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/ferramenta-acelera-a-adaptacao-de-proteses-para-amputados?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160613
Nascem 17 bebés prematuros diariamente em Portugal
Taxas de nascimentos prematuros são muito elevadas

 

Em Portugal nascem diariamente cerca de 17 bebés prematuros, que representam quase oito por cento do total de nascimentos.

O livro “Viver a prematuridade”, da autoria da jornalista Cláudia Pinto, mostra que as taxas de nascimentos prematuros são muito elevadas e sem tendência para descer, com níveis “muito altos” comparativamente aos registados na Europa.

De acordo com a notícia avançada pela agência Lusa, em 2014, nasceram 6.393 bebés pré-termo (antes das 37 semanas de gestação) e, destes, 816 (cerca de 1%) eram muito prematuros (com menos de 32 semanas). É precisamente nestes bebés muito pré-termo que se verifica o maior risco de mortalidade neonatal.

A prematuridade pode ser causada por vários fatores, como a idade materna avançada, o baixo nível socioeconómico, o consumo de álcool e tabaco em excesso, história anterior de parto pré-termo, gravidez múltipla, alterações da quantidade de líquido amniótico, infeções, hemorragias e malformações uterinas, restrição do crescimento fetal e ainda diversos problemas de saúde materna, como a obesidade.

A pediatra e antiga ministra da Saúde, Ana Jorge, uma das especialistas a prestar declarações para o livro, elogia o acompanhamento neonatal feito em Portugal quer aos bebés quer às famílias. Contudo, considera faltar organizar melhor o acompanhamento posterior a estas famílias.

“Nem em todos os locais existem centros de desenvolvimento com equipas multidisciplinares dedicadas que façam acompanhamento posterior aos bebés prematuros, com enfoque nas necessidades das famílias”, referiu a pediatra.

As unidades de seguimento dos prematuros após a alta não estão organizadas da mesma forma em todo o país. Há hospitais, como o caso do Garcia de Orta, em que uma equipa multidisciplinar faz a vigilância periódica das crianças prematuras, geralmente até aos oito anos.

Apesar de o grupo de maior risco de desenvolvimento de complicações ser o dos prematuros antes das 32 semanas, os bebés entre as 34 e as 36 semanas preocupam especialmente Ana Jorge.

“Os partos destes bebés são muitas vezes provocados, o que não é aconselhável. Os bebés não estão ainda completamente desenvolvidos e o desencadeamento de um parto não é um processo natural, a evitar antes das 40/41 semanas. Deve ser o bebé a ditar o momento em que deve nascer. Muitas vezes, os partos previstos ou marcados antes de haver sinais de que chegou o final da gravidez levam a um nascimento antecipado, com um aumento de problemas no período neonatal precoce, quando comparados com os de termo”, refere-se no livro “Viver a prematuridade.

Fonte - http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/nascem-17-bebes-prematuros-diariamente-em-portugal?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160613
Exercício aeróbico reduz risco cardiovascular das crianças obesas
Estudo publicado no “International Journal of Obesity”


Uma equipa internacional de investigadores constatou que o exercício aeróbico é uma ferramenta eficaz na redução dos riscos de saúde a longo prazo associados à obesidade infantil, dá conta um estudo publicado no “International Journal of Obesity”.

Os investigadores da Universidade de Geórgia, nos EUA, do Instituto de Investigação Médica, na Austrália, e da Universidade de Oxford, no Reino Unido, constataram que uma maior capacidade aeróbica na infância, independentemente da gordura abdominal, reduzia o risco de desenvolvimento da síndrome metabólica no início da idade adulta em 36%, comparativamente com níveis mais baixos desta capacidade.

A síndrome metabólica é um conjunto de fatores de risco de doença cardiovascular que está associada a um risco aumentado de doença arterial coronária, acidente vascular cerebral e diabetes tipo 2.

O estudo, que teve um período de acompanhamento de 20 anos, recolheu dados de 1.792 australianos que participaram num questionário de saúde infantil e condição física, entre os sete e os 15 anos de idade. Os dados recolhidos incluíram uma corrida de cerca de 1,6 Km para avaliação da capacidade respiratória e medição do perímetro abdominal para determinar a gordura abdominal na infância. Na idade adulta, os participantes foram submetidos a várias avaliações de saúde e de condição física.

Apesar de os riscos cardiovasculares a longo prazo da obesidade infantil serem menores naqueles com melhor condição física na infância, as crianças com níveis mais elevados de gordura abdominal ainda tinham um risco três vezes maior de síndrome metabólica na idade adulta.

No entanto, a combinação de um perímetro abdominal elevado com uma baixa capacidade cardiorrespiratória na infância revelou-se particularmente significativo, uma vez que estes participantes apresentavam um risco mais de oito vezes maior de ter síndrome metabólica na idade adulta do que aqueles com um baixo perímetro abdominal e níveis elevados de capacidade aeróbia.

Os resultados do estudo também apoiam a importância de as pessoas se manterem fisicamente ativas para além da infância.

“Descobrimos que os participantes que tinham níveis inferiores de condição física na infância, mas aumentaram estes níveis na idade adulta apresentaram uma prevalência significativamente menor de síndrome metabólica, comparativamente com aqueles que permaneceram com uma condição física inferior. “Isto foi especialmente relevante para aqueles com maiores níveis de gordura abdominal na infância”, concluiu uma das coautoras do estudo.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/exercicio-aerobico-reduz-risco-cardiovascular-das-criancas-obesas?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160613)

sábado, 11 de junho de 2016

Neuroprótese melhora capacidade de marcha nos pacientes com AVC
Estudo publicado no “American Journal of Physical Medicine & Rehabilitation”


Uma neuroprótese implantada cirurgicamente melhorou substancialmente a rapidez e distância da marcha de um paciente com mobilidade limitada após um acidente vascular cerebral (AVC), dá conta um estudo publicado no “American Journal of Physical Medicine & Rehabilitation”.
 
Os investigadores do Centro Médico de Assuntos de Veteranos de Cleveland Louis Stokes, nos EUA, implantaram a neuroprótese num indivíduo com 64 anos com função motora e sensibilidade da perna e pé esquerdo afetada após um AVC hemorrágico. Após avaliação minuciosa, o paciente foi submetido a uma cirurgia onde foi colocado um gerador de impulsos implantável e elétrodos de estimulação intramuscular nos músculos da anca, joelho e tornozelo.
 
Posteriormente, foi criado um programa de estimulação elétrica personalizado para ativar os músculos, com o objetivo de restaurar um padrão de marcha mais natural. O paciente foi submetido a um treino extenso, ao longo de vários meses, após a colocação da neuroprótese.
 
Os investigadores verificaram que o paciente apresentou melhorias significativas na velocidade e na distância da marcha. A velocidade de marcha aumentou de 0,29 metros por segundo (m/s) antes da cirurgia, para 0,35 m/s após o treino, mas sem estimulação muscular. Contudo, quando a estimulação muscular foi ativada, a velocidade da marcha aumentou drasticamente para 0,72 m/s. Uma análise mais detalhada da capacidade de marcha também demonstrou que o paciente adquiriu uma marcha mais simétrica e dinâmica.
 
O estudo apurou ainda que o paciente foi capaz de caminhar uma maior distância, tendo inicialmente andado 76 metros antes de se sentir cansado. Após o treino, mas sem estimulação, o paciente foi capaz de andar cerca de 300 metros, em 16 minutos. Com estimulação, a distância máxima percorrida pelo paciente foi de 1.400 metros, em 41 minutos.
 
“A distância da marcha aumentou 370% com a estimulação, enquanto a velocidade da marcha duplicou”, referiram em comunicado de imprensa os investigadores.
 
Apesar de o paciente não estar a andar com estimulação fora do laboratório, a sua capacidade de marcha na vida quotidiana melhorou significativamente.
 
"O efeito terapêutico é provavelmente um resultado do condicionamento muscular durante o exercício estimulado e o treino da marcha. A utilização persistente do dispositivo durante a caminhada pode proporcionar uma formação contínua que mantém tanto o condicionamento muscular como a saúde cardiovascular”, referiram os investigadores.
 
Apesar de os resultados serem animadores, os cientistas referem que são necessários mais estudos de maior dimensão para demonstrar a aplicabilidade da neuroprótese para o controlo de várias articulações.
 
ALERT Life Sciences Computing, S.A
Consumo de fruta na gravidez melhora desenvolvimento dos bebés
Estudo publicado na revista “EbioMedicine”


O consumo de fruta, conhecido por reduzir o risco de uma vasta gama de condições de saúde, como doenças cardíacas e acidente vascular cerebral, pode começar a ter benefícios ainda no útero, sugere um estudo publicado na revista “EbioMedicine”.
 
Os investigadores da Universidade de Alberta, no Canadá, constataram que as mães que comiam mais fruta durante a gravidez tinham filhos com um melhor desempenho num teste de desenvolvimento, ao um ano de idade.
 
Para o estudo, os investigadores, liderados por Piush Mandhane, analisaram os dados de 688 crianças, tendo controlado os fatores que habitualmente afetam a aprendizagem e o desenvolvimento, incluindo orçamento familiar, escolaridade paterna e materna, e a idade gestacional da criança.
 
Os investigadores utilizaram a escala do quociente de inteligência (QI). Em média, as pessoas têm um QI de 100, mas cerca de dois terços da população tem um QI entre 85 e 115. O estudo apurou que se as mães consumissem, em média, seis ou sete porções de fruta ou sumo de fruta por dia ao longo da gravidez, os filhos tinham mais seis ou sete pontos na escala de QI ao um ano de idade.
 
“Sabemos que quanto mais tempo uma criança está no útero, mais se desenvolve, e incluir mais uma porção de fruta por dia na dieta da mãe fornece ao bebé o mesmo benefício que nascer uma semana mais tarde”, referiu o investigador.
 
Embora os resultados sejam encorajadores, o investigador refere que se deve ter cuidado com o consumo excessivo de fruta, uma vez que pode potenciar o desenvolvimento de algumas complicações, como diabetes gestacional e elevado peso à nascença, condições estas que estão associadas ao aumento da ingestão de açúcares naturais. Desta forma, Piush Mandhane sugere que as mulheres grávidas devem ingerir a dose diária recomendada no Guia Alimentar do Canadá e consultar os seus médicos.
 
O investigador refere que planeia analisar se os efeitos do consumo da fruta na gravidez persistem nas crianças ao longo do tempo. A equipa de Piush Mandhane vai também tentar determinar se a fruta pode influenciar o desenvolvimento infantil envolvido no funcionamento executivo, em áreas como planeamento, organização e memória de trabalho.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/consumo-de-fruta-na-gravidez-melhora-desenvolvimento-dos-bebes?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160606)

domingo, 5 de junho de 2016

"A intervenção do fisioterapeuta em casos de torcicolo muscular congénito"

Artigo publicado na revista "Plural e Singular", ed. 11, Junho/Julho/Agosto 2015, pp 26 e 27

 

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Desenvolvido calçado terapêutico para pés reumáticos ou diabéticos
Iniciativa de uma startup do Porto


Uma startup do Porto desenvolveu um calçado terapêutico e certificado, para indivíduos com pé reumático ou diabético em estadio avançado, que ajuda a prevenir o desenvolvimento de úlceras associadas a esta patologia.
 
"Estamos a falar de pés com alterações críticas, em que pequenas diferenças de pressão, de humidade ou de alteração do padrão da marcha podem ter consequências muito mais gravosas do que num pé normal", referiu à agência Lusa João Amaro, fundador da startup Moldaro.
 
O médico fisiatra explica que, no caso dos diabéticos, a alteração desses fatores pode levar ao desenvolvimento de úlceras, infeções e, em casos mais graves, à amputação do pé.
 
"A taxa de morbilidade e mortalidade associada à diabetes é neste momento mais elevada do que algumas doenças infeciosas como a sida, a tuberculose ou a malária", disse.
 
O atingimento do sistema nervoso periférico e do sistema vascular arterial são os grandes responsáveis pelas manifestações associadas ao pé diabético, enquanto as alterações a nível sensitivo e motor são provocadas pela lesão dos tecidos nervosos.
 
O calçado desenvolvido tem a forma com profundidade e largura aumentadas, pele exterior suave e extensível, forro sem costuras interiores e telas em tecido especial, com intuito de garantir a manutenção da estrutura do sapato e uma correta eliminação da humidade.
 
Os componentes utilizados na produção do sapato, como a estabilização do calcanhar e forma da palmilha removível, asseguram uma correta biomecânica da marcha e a dissipação das pressões plantares.
 
"Um dos nossos grandes cuidados é manter o calçado apelativo", indicou o médico, referindo também a estabilidade medial e lateral no contraforte e os materiais macios e almofadados como duas das suas principais características.
 
A sola é produzida em material leve e antiderrapante, devido ao risco de queda aumentado dos doentes com pé diabético, tendo em conta as suas alterações neurológicas motoras.
 
A ideia para o desenvolvimento do calçado surgiu durante o internato da especialidade, em 2013, quando João Amaro conheceu pessoas ligadas a esta indústria.
 
João Amaro acredita que os doentes merecem "melhores produtos de apoio, especialmente ao nível da comunicação entre quem prescreve e quem oferece o produto médico" e por isso pretende estar ligado "à base", de forma a garantir a qualidade daquilo que é usado pelos doentes.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/desenvolvido-calcado-terapeutico-para-pes-reumaticos-ou-diabeticos?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160523)
O poder da voz materna
Estudo publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”


O cérebro das crianças está mais associado à voz da mãe do que às vozes das outras mulheres que não conhecem, sugere um estudo publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”.
 
O estudo levado a cabo pelos investigadores da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, nos EUA, constatou que as regiões cerebrais que respondem mais avidamente à voz da mãe estendem-se para além das áreas auditivas, incluindo as envolvidas no processamento das emoções e recompensa, funções socias, deteção do que é relevante e reconhecimento da face. A força das ligações entre as regiões cerebrais ativadas pela voz da mãe prevê a capacidade de comunicação social da criança.
 
“Muitos dos processos socias, linguísticos e emocionais são aprendidos através da audição da voz da mãe. Contudo, surpreendentemente pouco se sabe como o cérebro se organiza em torno de uma fonte sonora tão importante. Não tínhamos noção de que a voz da mãe tivesse um acesso tão rápido a tantos sistemas cerebrais diferentes”, revelou, em comunicado de imprensa, o líder do estudo, Daniel Abrams.
 
Para o estudo, os investigadores analisaram 24 crianças entre os sete e os 12 anos. Todas tinham um quociente de inteligência de pelo menos 80, nenhuma apresentava problemas de desenvolvimento e todas estavam a ser criadas pelas mães biológicas. Os pais foram convidados a preencher um questionário para aferir a capacidade de as crianças interagirem e se relacionarem com os outros. Antes de as crianças serem submetidas a ressonâncias magnéticas, as mães gravaram três palavras sem sentido.
 
Duas mães de crianças que não foram incluídas no estudo e que não conheciam as crianças, também gravaram as mesmas três palavras. Estas gravações funcionaram como controlo.
 
Enquanto as crianças estavam a ser submetidas às ressonâncias magnéticas ouviram as palavras gravadas, tanto pronunciadas pela mãe biológica como das mulheres que não conheciam. Verificou-se que as crianças conseguiam identificar as vozes das mães com 97% de eficácia, mesmo que apenas a tivessem ouvido durante pouco tempo (pouco mais de um segundo).
 
As regiões cerebrais que foram mais ativadas pelas vozes das mães do que pelas vozes controlo incluíam as regiões auditivas (como o córtex auditivo primário), regiões cerebrais que lidam com as emoções (como a amígdala), regiões cerebrais que detetam e atribuem valor a estímulos de recompensa (como a via de recompensa mesolímbica e o córtex pré-frontal medial), regiões que processam informações do próprio, e áreas envolvidas na perceção e processamento do rosto.
 
As crianças cujos cérebros demonstravam um maior grau de ligação entre todas estas regiões quando ouviam a voz da mãe eram aquelas com uma capacidade de comunicação mais forte. Estes resultados sugerem que o aumento de ligação entre as regiões do cérebro é uma impressão digital importante para uma maior capacidade de comunicação nas crianças.
 
“Esta é uma nova e importante forma de investigar problemas de comunicação social nas crianças com doenças como o autismo”, revelou, em comunicado de imprensa, um dos autores do estudo, Vinod Meno.
 
“A voz é um dos mais importantes estímulos de comunicação social. É emocionante ver que o eco da voz mãe vive em tantos sistemas cerebrais”, concluiu.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/o-poder-da-voz-materna?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160523)
Doenças da tiroide: um terço dos portugueses não conhece os sintomas
Estudo da Associação das Doenças da Tiroide


Um terço dos inquiridos de um estudo sobre os conhecimentos das doenças da tiroide desconhece os sintomas desta patologia, que afeta mais de um milhão de portugueses, dá conta um estudo da Associação das Doenças da Tiroide (ADTI).
 
O estudo sobre a perceção e conhecimentos dos portugueses face às doenças da tiroide, que incluiu 700 entrevistas, apurou que 89,2% dos portugueses já ouviu falar de doenças da tiroide, embora 37,9% não saiba identificar nenhuma.
 
“Os resultados demonstram um grande desconhecimento da população sobre o funcionamento da tiroide, com 54,2% a não quererem ou não saberem responder para que serve esta glândula”, disse a presidente da ADTI, Celeste Campinho.
 
Segundo a notícia avançada pela agência Lusa, a investigação apurou ainda que o hipertiroidismo (34,9%) e o hipotiroidismo (31,1%) são as doenças mais conhecidas, seguidas do cancro da tiroide (19%) e dos nódulos da tiroide (11%). Quase metade dos inquiridos (42,2%) demonstrou saber que a oscilação de peso pode ser um sintoma de distúrbios na tiroide (42,4%).
 
“Existe um grande caminho a percorrer no sentido de fornecer aos portugueses o conhecimento necessário sobre as doenças da tiroide, para um tratamento adequado e manutenção da qualidade de vida. E aqui a ADTI pretende ter um papel fundamental na sociedade”, disse.
 
Para Maria João Oliveira, membro do Grupo de Estudo da Tiroide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), “um dos principais problemas é o desconhecimento dos sintomas, que muitas vezes se confundem com os de outras condições, o que leva a diagnósticos mais tardios”.
 
“As doenças da tiroide, nomeadamente o hipotiroidismo, têm um grande impacto na qualidade de vida dos doentes mas, ao mesmo tempo, um fácil tratamento”, daí a importância de “um rápido diagnóstico para tratamento adequado”, acrescentou.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/doencas-da-tiroide-um-terco-dos-portugueses-nao-conhece-os-sintomas?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160530)
Novas descobertas sobre os mecanismos cerebrais envolvidos na tomada de decisão
Estudo publicado no “Nature Neuroscience”


Um estudo realizado em macacos revelou que determinados neurónios atribuem valores a opções, enquanto outros se encontram relacionados com as escolhas finais. Os resultados deste estudo foram publicados na revista científica “Nature Neurosciences”.
 
Todos os dias deparamo-nos com a necessidade de tomar decisões, sejam elas relacionadas com comida, roupa ou até mesmo entre ver televisão ou ler um livro. Sendo que esta tomada de decisão ocorre numa determinada parte do cérebro, como é que um número limitado de células cerebrais consegue realizar um número ilimitado de escolhas?
 
De acordo com Camillo Padoa-Schioppa, cientista na Escola de Medicina da Universidade de Washington, e líder da investigação, há diferentes áreas do cérebro onde atribuímos determinado valor às opções e outras onde é tomada a decisão em relação à escolha. “Tomados em conjunto, estes grupos distintos de células parecem formar um circuito neural que gera decisões económicas”, esclarece o cientista em comunicado da universidade.
 
Para este estudo, os cientistas analisaram de que forma este circuito neural se reorganiza quando são tomadas decisões em circunstâncias distintas.
 
Para tal utilizaram macacos e doze sumos de fruta diferentes. Em cada sessão de prova os animais tinham de optar por uma de duas bebidas distintas.
 
“Um animal poderia optar entre um sumo de uva e um sumo de maçã e alguns neurónios representariam o valor do sumo de uva”, explicou Jue Xie, primeiro autor do estudo. “Mais tarde, o animal poderia escolher entre ponche de kiwi e sumo de pêssego, e os mesmos neurónios que tinham anteriormente atribuído valor ao sumo de uva iriam subsequentemente atribuir um valor ao ponche de kiwi”, adianta. “Isto significa que não existe uma célula do sumo de uva ou do sumo de maçã. Os neurónios associam-se a uma das opções disponíveis a qualquer momento”, revela Xie.
 
De acordo com Padoa-Schioppa, enquanto determinadas células, localizadas no córtex orbitofrontal, são responsáveis por atribuir um valor a uma opção, outras células distintas encontram-se associadas à tomada de decisão final.
 
“Os neurónios que atribuem valor a opções individuais são denominados células de oferta-valor. Mas se estivermos a escolher entre comidas diferentes, uma célula de oferta-valor poderá representar o valor de frango assado, enquanto se estivermos a escolher entre investimentos financeiros distintos, a mesma célula de oferta-valor poderá representar o valor de um fundo mutualista”, afirma Padoa-Schioppa.
 
Apesar de os neurónios individuais terem a capacidade de renovar o mapeamento da atribuição de valor de acordo com as opções, a organização geral do circuito neural mantém-se estável, afirmam os cientistas.
 
“As células de oferta-valor representaram sempre o valor de uma das opções, enquanto os neurónios que representam o resultado da escolha representaram sempre o resultado da escolha, independentemente dos sumos de fruta envolvidos na decisão”, de acordo com Xie.
 
Os investigadores notaram ainda que dois neurónios associados ao mesmo sumo de fruta no primeiro grupo de decisões dos macacos se encontravam igualmente associados ao mesmo sumo de fruta no segundo grupo de escolhas.
 
“Se olharmos para as células individuais, os neurónios são muito flexíveis”, afirma Padoa-Schioppa. “Mas se considerarmos toda a estrutura, o circuito de decisão é admiravelmente estável. Esta combinação de estabilidade do circuito e da flexibilidade neuronal possibilita que a mesma região cerebral gere decisões entre duas opções”.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/novas-descobertas-sobre-os-mecanismos-cerebrais-envolvidos-na-tomada-de-decisao?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160530)
Flora intestinal afeta memória?
Estudo publicado na revista “Cell Reports”


Um tipo específico de células imunitárias atua como intermediário entre as bactérias intestinais e o cérebro, dá conta um estudo publicado na revista “Cell Reports”.
 
Os intestinos e o cérebro comunicam entre si através de hormonas, produtos metabólicos ou ligações neuronais diretas. No estudo, os investigadores do Centro Max Delbrück para a Medicina Molecular, na Alemanha, descobriram que uma população específica de monócitos atua como uma ligação adicional.
 
No estudo, os investigadores administraram antibióticos a um grupo de ratinhos de forma a estes ficarem sem bactérias intestinais. Os animais submetidos ao tratamento apresentaram menos células nervosas recém-formadas numa região do cérebro conhecida por hipocampo, comparativamente com aqueles que não receberam o tratamento. A memória dos ratinhos tratados também ficou afetada, uma vez que a formação de novas células nervosas, um processo conhecido por neurogénese, é importante para determinadas funções de memória.
 
Os investigadores, liderados por Helmut Kettenmann, também verificaram que uma população específica de células imunitárias, os monócitos Ly6C(hi), diminuiu significativamente quando a flora intestinal foi eliminada.
 
De forma a verificar se os monócitos Ly6C(hi) eram responsáveis pelas alterações na neurogénese e memória, os investigadores compararam os ratinhos que não tinham sido tratados com os que tinham uma flora intestinal normal, mas que apresentavam níveis baixos de monócitos Ly6C(hi). Verificou-se que os ratinhos com níveis baixos de monócitos Ly6C(hi) apresentavam os mesmos problemas de memória que os animais que tinham perdido a flora intestinal. Contudo, quando os níveis de monócitos Ly6C(hi) foram repostos nos ratinhos tratados com antibióticos a neurogénese e a memória melhoraram.
 
O estudo constatou que os efeitos dos antibióticos poderiam ser revertidos através da toma de probióticos ou da prática de exercício. Verificou-se que o número de monócitos aumentou e a memória e a neurogénese melhoraram.
 
"Com os monócitos Ly6C(hi), talvez tenhamos descoberto uma nova via de comunicação da periferia para o cérebro”, referiu, em comunicado de imprensa, uma das autoras do estudo, Susanne Wolf.
 
No que diz respeito à aplicação dos resultados nos humanos, os investigadores referem que estes não demonstram que os antibióticos afetam a função cerebral, uma vez que a combinação de fármacos utilizada no estudo foi extremamente potente. Contudo, Susanne Wolf refere que é possível obter talvez os mesmos resultados com tratamentos prolongados com antibióticos.
 
A investigadora conclui que este estudo é pertinente no âmbito do tratamento dos indivíduos com doenças mentais, como a esquizofrenia ou depressão, que também têm problemas na neurogénese. “Para além da medicação e prática de exercício, estes pacientes podem também beneficiar da toma de probióticos”, acrescentou.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/flora-intestinal-afeta-memoria?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160530)