sábado, 11 de janeiro de 2014



Cérebro elimina toxinas durante o sono

Estudo publicado na “Science”

Uma boa noite de sono limpa literalmente a mente. O estudo publicado na revista “Science” constatou que durante o sono o cérebro elimina as toxinas produzidas durante o dia.

Durante séculos, os cientistas e filósofos questionaram-se sobre o motivo pelo qual as pessoas dormiam, e como o sono afetava o cérebro. Apenas recentemente os cientistas demonstraram que o sono é importante para o armazenamento das memórias. Este estudo sugere agora um novo papel do sono na saúde e na doença.

Este estudo, levado a cabo pelos investigadores Universidade de Rochester, nos EUA, teve por base uma descoberta recente, a qual demonstrou que o cérebro tem o seu próprio sistema de eliminação de resíduos celulares, o qual é conhecido por sistema “'glymphatic”. Foi verificado que, durante o sono, este sistema está 10 vezes mais ativo.

Os investigadores começaram por estudar este sistema através da injeção de um corante no líquido cefalorraquidiano (LCR) de ratinhos, tendo observado o fluxo e, simultaneamente, monitorizado a atividade elétrica cerebral. Foi observado que o corante fluía rapidamente quando os animais estavam inconscientes, a dormir ou anestesiados. Pelo contrário, o corante mal se movia quando os ratinhos estavam acordados.

Ficamos surpreendidos com o baixo fluxo presente no cérebro dos ratinhos que estavam acordados. Este achado sugere que talvez o espaço este as células cerebrais se altere entre o estado consciente e inconsciente”, revelou, em comunicado de imprensa, o líder do estudo, Maiken Nedergaar.

Na verdade os investigadores verificaram que o espaço entre as células aumentava cerca de 60% quando os animais estavam a dormir. “Observámos alterações dramáticas no espaço extracelular”, referiu um outro autor do estudo, Maiken Nedergaard.
 
Estudos anteriores já tinham sugerido que as moléculas tóxicas envolvidas nas doenças neurodegenerativas se acumulavam no espaço entre as células cerebrais. Os investigadores observaram que a proteína beta-amilóide, envolvida na doença de Alzheimer, era eliminada mais rapidamente quando os animais estavam a dormir, o que sugere, de facto, que o sono elimina as moléculas tóxicas do cérebro.
 
“Estes resultados podem ter várias implicações em múltiplas doenças neurológicas, ou seja as células que regulam o sistema “'glymphatic ”podem tornar-se alvos de tratamento destas doenças”, conclui um dos autores do estudo, Jim Koenig.
 
Fonte em http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/cerebro-elimina-toxinas-durante-o-sono


Células nervosas do estômago funcionam como relógio circadiano 

Estudo publicado no “Journal of Neuroscience”

As células nervosas do estômago atuam como um relógio circadiano, limitando o consumo de alimentos para momentos específicos do dia, sugere um estudo publicado no “Journal of Neuroscience”.

Neste estudo os investigadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, investigaram como as células nervosas do estômago respondiam à dilatação, que ocorre como consequência do consumo de alimentos, em intervalos de três horas ao longo do dia.

O líder do estudo explicou que estas células nervosas são responsáveis por informar o cérebro sobre a quantidade de alimentos consumida e quando a sua ingestão deve ser interrompida.

O estudo apurou que as células nervosas atingem uma sensibilidade mínima nos períodos de vigília. O que significa que, nas alturas do dia de maior atividade, quando é necessária uma maior energia, é consumida uma maior quantidade de alimentos, antes de as pessoas se sentirem saciadas.

Contudo, os investigadores constataram que no período de sono, as células nervosas do estômago tornam-se mais sensíveis à dilatação, sinalizando mais rapidamente a saciedade o cérebro, e consequentemente, limitando o consumo de alimentos. Esta variação repete-se a cada 24 hora, de uma forma circadiana, com as células nervosas a atuarem como relógio a coordenar o consumo de alimentos e as necessidades de energia. 

Apesar destes achados terem sido obtidos através de experiências laboratoriais, os investigadores acreditam que as mesmas variações nas respostas das células nervosas ocorram nos humanos, ou seja as células nervosas são menos sensíveis durante o dia e mais sensíveis à noite.  

A líder do estudo, Amanda Page, referiu que estes achados “poderão conduzir a novas descobertas de como as alterações do ritmo circadiano afeta os hábitos alimentares das pessoas. "
Sabemos que os indivíduos que trabalham por turnos, por exemplo, são mais propensas a terem distúrbios no sono e no comportamento alimentar, conduzindo à obesidade e a outros problemas de saúde. Atualmente estamos a realizar mais estudos para averiguar o tipo de impacto que estas alterações no ritmo circadiano têm sobre comportamento alimentar, e como as células nervosas do estômago reagem a estas mudanças", conclui a investigadora.

Fonte - http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/celulas-nervosas-do-estomago-funcionam-como-relogio-circadiano


“Doenças Reumáticas: Produtividade, Empregabilidade e Saúde Social”
Mais de metade dos pacientes sente produtividade afetada
Os doentes reumáticos sentem que a sua produtividade profissional é afetada pela doença, dá conta um estudo intitulado “Doenças Reumáticas: Produtividade, Empregabilidade e Saúde Social”.
 
O estudo, ao qual a agência Lusa teve acesso, inquiriu cerca de 500 indivíduos, tendo apurado que cerca de 55,7% das pessoas sentiram a sua produtividade afetada e, destas, 43,5% indicaram que a produtividade foi afetada em mais de 50%. Como resultados dos problema de saúde, seis em cada 10 inquiridos revelaram ter perdido entre uma a oito horas de trabalho na semana anterior ao inquérito, enquanto dois em cada 10 disseram ter perdido entre 20 a 40 horas. Relativamente às atividades diárias normais não relacionadas com o trabalho, mais de 85% dos doentes questionados indicou sofrer de limitações fora do contexto laboral pela sua doença reumática.
De acordo com o questionário, a lombalgia, a dor na coluna cervical, a tendinite no punho ou mão e a dor na coluna dorsal são as patologias mais frequentemente relatadas pelos inquiridos.
O estudo inclui vários tipos de profissionais, como pessoal administrativo, técnicos de nível intermédio, trabalhadores de serviços de proteção e segurança, profissionais das forças armadas, especialistas de atividades intelectuais, trabalhadores da indústria e da agricultura, representantes dos poderes legislativos, gestores executivos e trabalhadores não qualificados.
De acordo com a representação em Portugal da organização internacional não lucrativa “Fit for Work Europe”, as doenças reumáticas são as patologias crónicas mais prevalentes no adulto, motivando “um tremendo impacto”.
Estas são ainda as doenças que consomem mais cuidados de saúde primários, que implicam maior incapacidade temporária (expressa em dias de baixa) e que são responsáveis por um maior número de reformas antecipadas por invalidez.

Fonte - http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/%E2%80%9Cdoencas-reumaticas-produtividade-empregabilidade-e-saude-social%E2%80%9D


Depressão aumenta risco de doença de Parkinson 

Estudo publicado na revista “Neurology”

Os indivíduos deprimidos apresentam um risco três vezes maior de desenvolver doença de Parkinson, sugere um estudo publicado na revista “Neurology”.
 
Estudos anteriores já tinham associado a depressão a outras doenças como o cancro e acidente cerebral vascular. “O nosso estudo sugere que a depressão pode também ser um fator de risco independente da doença de Parkinson”, referiu, em comunicado de imprensa, um dos autores do estudo, Albert C. Yang.
 
Neste estudo os investigadores do Hospital Geral de Veteranos de Taipei, na China, analisaram, ao longo de 10 anos, os registos médicos de 4.634 indivíduos com depressão e 18.544 indivíduos saudáveis. O risco de desenvolvimento de doença de Parkinson foi apurado através de um modelo de regressão logística. Adicionalmente, os investigadores analisaram o risco desta doença neurológica excluindo os indivíduos diagnosticados com Parkinson entre dois a cinco anos após o diagnóstico da depressão.
 
O estudo apurou que, ao longo do período de acompanhamento, 66 indivíduos com depressão (1,42%) e 97 do grupo de controlo (0,52%) foram diagnosticados com doença de Parkinson. Estes resultados, tendo em conta factores como a idade de e o sexo, mostram que sofrer de depressão aumenta 3,24 vezes o risco de desenvolvimento de doença de Parkinson.
 
Apesar dos resultados encontrados, Albert C. Yang refere que nem todas as pessoas deprimidas se deverão preocupar com o desenvolvimento da doença de Parkinson. O investigador acrescenta que, “o principal achado deste estudo é que a depressão aumenta o risco de Parkinson, particularmente nos idosos com depressão e nos indivíduos que demonstraram dificuldades no tratamento deste tipo de doença psiquiátrica.
 
“Estes resultados sugerem que determinadas populações de indivíduos deprimidos devem estar em alerta, nomeadamente aqueles que têm um início de depressão em idade avançada, pois esta pode funcionar como um aviso para doenças neurológicas, como a doença de Parkinson”, concluem os investigadores.

 Fonte - http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/depressao-aumenta-risco-de-doenca-de-parkinson
Depressão: novo mecanismo identificado
Estudo publicado na revista “Molecular Psychiatry”


Investigadores israelitas descobriram um novo mecanismo responsável pelo desenvolvimento da depressão o qual pode conduzir à produção de antidepressivos mais eficazes e de ativação mais rápida, revela um estudo publicado na revista “Molecular Psychiatry”.
 
Apesar dos recentes progressos no conhecimento da depressão, os especialistas ainda não conhecem totalmente os mecanismos responsáveis por esta doença de modo a criarem uma terapia e prevenção realmente eficazes. Isto pode ser devido ao facto de a maioria dos estudos se terem focado nos neurónios, deixando outras células do cérebro um pouco à margem.
 
Assim, neste estudo, os investigadores da Universidade de Jerusalém, em Israel, decidiram analisar um tipo de células imunitárias no cérebro, as microglia. Estas células, que representam cerca de 10% das células cerebrais, também parecem estar envolvidas em processo fisiológicos que não estão associados à infeção ou danos, incluindo a resposta ao stress.
 
Os investigadores, liderados por Raz Yirmiya, mimetizaram em ratinhos o stress crónico sentido pelos humanos, expondo-os animais a condições stressantes, ao longo de um período de cinco semanas. Foi verificado que os ratinhos desenvolveram um comportamento e sintomas neurológicos que espelhavam aqueles sentidos pelos indivíduos depressivos, incluindo a redução de prazer decorrente da interação social, assim como uma redução na produção de novas células cerebrais, neurogénese, que é um importante marcador da depressão.
 
O estudo apurou que durante a primeira semana de exposição ao stress, as microglia entraram numa fase de proliferação e ativação, período após o qual algumas células começaram a morrer. Após as cinco semanas de exposição ao stress, este fenómeno conduziu a uma redução do número de células.
 
No entanto, quando os investigadores bloquearam o stress inicial com fármacos ou manipulação genética, a morte e o declínio destas células foi interrompido, bem como os sintomas depressivos e a neurogénese.
 
“Fomos capazes de demonstrar que os fármacos que estimulam as microglia funcionaram como antidepressivos eficazes e de ação rápida, tendo conseguido produzir uma recuperação completa dos sintomas depressivos, bem como um aumento da neurogénese para níveis considerados normais em poucos dias de tratamento”, explicou em comunicado de imprensa, o investigador.
 
Raz Yirmiya refere ainda que para além da importância clínica, estes resultados mostram, pela primeira vez, que para além dos neurónios, as microglia desempenham também um papel relevante na depressão, podendo assim estas células funcionar como um prometedor alvo terapêutico.
 
Disponível em http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/depressao-novo-mecanismo-identificado