segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Gengivas saudáveis, pulmões saudáveis

Estudo publicado no “Journal of Periodontology”

A doença periodontal pode aumentar o risco de infecções respiratórias, tais como a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e a pneumonia, refere um estudo publicado no “Journal of Periodontology”.

Essas infecções, que são causadas quando as bactérias que colonizam a parte superior da garganta atingem o tracto respiratório inferior, podem ser severamente debilitantes e são uma das principais causas de morte nos EUA.

O estudo acompanhou 200 participantes entre os 20 e os 60 anos que tinham pelo menos 20 dentes naturais. Metade desses pacientes foram hospitalizados com doenças respiratórias, como pneumonia e bronquite, e a outra metade não teve o mesmo histórico. Da avaliação, os investigadores verificaram que pacientes com doenças respiratórias apresentavam uma pior saúde periodontal que o grupo de controlo, sugerindo uma relação entre doenças respiratórias e doenças periodontais. Os investigadores suspeitam que a presença de patogénios orais associados à doença periodontal podem aumentar o risco de desenvolver ou agravar doenças respiratórias. No entanto, os autores do estudo notaram que são necessários estudos adicionais para compreender, de um modo mais conclusivo, esta ligação.

Em comunicado enviado à imprensa, o presidente da Academia Americana de Periodontologia, Donald S. Clem, reforçou a importância do acompanhamento médico. "As doenças pulmonares podem ser seriamente debilitantes. Em conjunto com o seu dentista ou periodontista, pode ser capaz de prevenir ou diminuir a progressão de doenças nocivas como a pneumonia e DPOC".

Segundo o especialista, esse estudo reforça a importância da manutenção de uma boa saúde periodontal, já que esta desempenha um papel importante na saúde de outros sistemas do organismo. "Cuidar bem da sua saúde periodontal envolve escovagem diária dos dentes e o uso do fio dental. E é também importante ser avaliado por um especialista anualmente”, refere ainda Donald S. Clem.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.

Fonte: http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/gengivas-saudaveis-pulmoes-saudaveis?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20110131

Portugueses sofrem de carência de iodo


Os portugueses têm carência moderada de iodo, sendo que cerca de metade das crianças em idade escolar possuem níveis abaixo do recomendado, revela um estudo, intitulado “Estudo do Aporte do Iodo em Portugal”, realizado pelo Grupo de Estudos da Tiróide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo.

O coordenador do estudo, Edward Limbert, revelou à agência Lusa que esta “carência repercute-se mais nas mulheres grávidas, isto porque durante a gravidez as necessidades de iodo aumentam em cerca de 50 %”. A investigação verificou que 80 % das grávidas portuguesas têm níveis de ingestão de iodo abaixo do recomendado e 20 % apresentam níveis muito baixos.

“A carência nas grávidas faz-se sentir muito. Isto tem uma agravante, essas carências moderadas de iodo, como se tem verificado noutros países europeus e em estudos que têm sido feitos para ver quais são as repercussões destas carências, podem dar origem a problemas nas crianças”, revelou.

Edward Limbert explicou que “a síntese das hormonas tiróideias depende do iodo, se o iodo baixa - e como essas hormonas têm influência no sistema nervoso do feto - isso pode ter consequências pejorativas que se traduzem depois em problemas de aprendizagem escolar e em défice de atenção nas crianças”.

O professor explicou que para aumentar os níveis de iodo “recomenda-se que durante a gravidez, ou mesmo quando pensam engravidar, as mulheres comecem a fazer uma suplementação de iodo”.

Quanto à população infantil, o estudo constatou que 46% das crianças, entre os seis e os 12 anos, apresenta níveis de iodo abaixo do recomendado. De acordo com Edward Limbert, a carência de iodo “poderá ter alguma influência no seu desenvolvimento psico-intelectual, mas não há estudos que demonstrem que carências desta natureza são suficientes para provocar alterações nas crianças”.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde é necessário que se faça a iodização do sal, quer isto dizer, “pôr uma percentagem de iodo no sal das cozinhas”. “Isso tem que ser uma medida legislativa como aconteceu em Itália. Até lá, deve comer-se mais peixe e substâncias vindas do mar, ricas em iodo”, referiu Edward Limbert.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.

(Fonte: http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/portugueses-sofrem-de-carencia-de-iodo?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20110131)

Investigadores portugueses desenvolvem tratamento para feridas diabéticas

Estudo publicado no “PLoS ONE”

Investigadores portugueses desenvolveram um método, que combina células estaminais do sangue do cordão umbilical e células dos vasos sanguíneos, que permitirá melhorar a cicatrização de feridas crónicas em diabéticos, dá conta um estudo publicado no “PLoS ONE”.

“É uma descoberta relevante, pode permitir uma solução terapêutica para um problema que tem grande expressão na sociedade actual”, revelou à agência Lusa, Lino Ferreira, o coordenador da equipa do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC/Biocant).

Para o estudo, os investigadores utilizaram seis ratinhos, os quais apresentavam, cada um, duas pequenas feridas de seis milímetros de diâmetro. Estes animais foram, durante dez dias, tratados com um gel que continha células estaminais do sangue do cordão umbilical e células existentes nos vasos sanguíneos, endoteliais. Durante o período de tratamento os animais foram mantidos em espaços individuais, com comida, água, temperatura e humidade controlada.

Lino Ferreira revelou que “não chegou a haver cicatrização completa. Mas houve diminuição da extensão das feridas ao longo do tempo”.

O estudo mostrou que a metodologia utilizada “potenciou o efeito terapêutico”, adiantando que a combinação dos dois tipos de células “melhorou a cicatrização das feridas”, em comparação com feridas tratadas com gel contendo apenas células estaminais.

O pé diabético “é um dos exemplos mais significativos de ferida diabética”, sendo responsável “por cerca de 70 % de todas as amputações efectuadas por causas não traumáticas”, dá conta um documento anexado à presente investigação que cita dados do Ministério da Saúde.

“Estima-se que cerca de 25 % de todas as pessoas com diabetes tenha condições favoráveis ao aparecimento de lesões nos pés”, acrescenta ainda o documento.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.

(Fonte: http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/investigadores-portugueses-desenvolvem-tratamento-para-feridas-diabeticas?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20110131)

Consumo de mirtilo diminui risco de hipertensão

Estudo publicado no “American Journal of Clinical Nutrition”

O consumo de uma porção de mirtilo (planta de bagas vermelhas também conhecida por aranto ou airela) por semana reduziu em 10% o risco de hipertensão, refere um estudo publicado no "American Journal of Clinical Nutrition".

O estudo, realizado por investigadores da University of East Anglia e da Harvard University, EUA, concluiu que as antocianinas, alguns compostos bioactivos do mirtilo, são protectores da hipertensão. Além disso, as antocianinas, que pertencem à família dos flavonóides, também estão presentes em grandes quantidades na groselha preta, framboesas e beringela.

Os flavonóides estão presentes, embora em menor quantidade, em muitos tipos de frutas, legumes, grãos e ervas. Até agora, sabia-se que os flavonóides presentes no chá, sumo de frutas, vinho tinto e chocolate preto reduziam o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. "Os nossos resultados são animadores e sugerem que a ingestão adequada de antocianinas pode ajudar a prevenir a hipertensão", afirmou, em comunicado, o principal autor do estudo e professor do departamento de nutrição da University of East Anglia, Aedin Cassidy.

Para realizar a pesquisa, os cientistas tiveram em conta os resultados de estudos sobre a saúde de enfermeiros e profissionais de saúde nos EUA, realizados ao longo de um período de 14 anos. Ao todo analisaram a dieta de 134 mil mulheres e 47 mil homens.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.

Fonte (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/consumo-de-mirtilo-diminui-risco-de-hipertensao?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20110131)

Sangue de tipo O relacionado com menor risco de enfarte do miocárdio

Estudo publicado na revista “The Lancet“

Os investigadores descobriram um gene que aumenta o risco de doença cardiovascular e, durante a pesquisa, verificaram que ser portador do tipo sanguíneo O parece proteger contra o enfarte agudo do miocárdio quando as artérias estão obstruídas. O estudo foi publicado na revista “The Lancet“.

"Certos genes predispõem o indivíduo a acumulação de placas nas artérias do coração, enquanto outros conduzem a um enfarte agudo do miocárdio quando já existe acumulação", explicou, em comunicado, o líder da investigação, Muerdach Reilly, professor associado de medicina no Instituto Cardiovascular da University of Pennsylvania, EUA.

Para o estudo, a equipa comparou cerca de 13 mil pessoas com doença arterial coronária, com cerca de 7.400 pessoas sem a condição. Para identificar os genes específicos que podem estar relacionados com enfarte agudo do miocárdio, compararam 5.800 pessoas com doença arterial coronária que sofreram um enfarte, com 3.600 pessoas que tinham a doença, mas nunca tinham sofrido um enfarte.

A a equipa identificou um gene, chamado ADAMTS7, que foi associado com um risco aumentado de doença arterial coronária. Além disso, na análise específica do risco de enfarte agudo do miocárdio, também encontraram uma relação com o tipo sanguíneo. Os indivíduos com sangue tipo O têm um menor risco de sofrer um enfarte agudo do miocárdio.

Justificar completamente

No entanto, os cientistas advertem que, embora o sangue tipo O possa oferecer alguma protecção contra o enfarte agudo do miocárdio em pacientes com doença arterial coronária, isto não significa que seu tipo de sangue, por si só, evite problemas cardiovasculares.

ALERT Life Sciences Computing, S.A

Fonte (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/sangue-de-tipo-o-relacionado-com-menor-risco-de-enfarte-do-miocardio?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_201101319
Investigadores recebem Prémio de Epidemiologia Clínica
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Investigadores da Universidade do Porto, integrados no grupo de estudos da SACiUCI (Sépsis Adquirida na Comunidade e internada em Unidade de Cuidados Intensivos), receberam no passado dia 27 de Janeiro, em Lisboa, das mãos da Ministra da Saúde Ana Jorge, o Prémio Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa / Merck Sharp & Dohme em Epidemiologia Clínica 2010, no valor de 20 mil euros, por um trabalho intitulado Epidemiology of Community-Acquired Sepsis admitted in Intensive Care: a large multi-center prospective cohort study.

Este estudo contou com a colaboração de clínicos de 17 unidades de cuidados intensivos de todo o país, que integram o Grupo de Estudos da Sépsis Adquirida na Comunidade e internada em Cuidados Intensivos - SACiUCI, liderado por António Carneiro e foi submetido a concurso, em nome do Grupo de Estudos sobre SACiUCI, por Teresa Cardoso e António Carneiro, do Hospital de Santo António e por Orquídea Ribeiro e Altamiro da Costa Pereira, do Serviço de Bioestatística e Informática Médica, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

De acordo com os autores, “este é o maior estudo, em Portugal, sobre epidemiologia da sepsis adquirida na comunidade, com resultados de unidades de cuidados intensivos de Norte a Sul de Portugal (representando 41% de todas as unidades nacionais), que incluíram cerca de 900 doentes com sépsis, durante um ano para permitir a identificação de possíveis variações sazonais”. Durante o período de estudo, foram admitidos 4142 pacientes adultos nas Unidades de Cuidados Intensivos participantes, tendo 22% revelado sépsis adquirida na comunidade. Destes, 40% sofreram sepsis grave e metade entrou em choque séptico. As infecções respiratórias foram a causa mais comum da septicemia (61%), seguidas das infecções intra-abdominais e urinárias, com taxas de 18 e 7%, respectivamente. Foi ainda calculada a taxa de mortalidade ao fim de um período de 28 dias, observando-se que 18% dos pacientes faleceram no seguimento de sépsis, 20% devido a sépsis grave e 44% como resultado de choque séptico – dados reveladores da relação entre a gravidade da septicemia e o risco de mortalidade e que salientam a necessidade de diagnosticar e tratar a sépsis o mais precocemente possível.

Os autores destacam que “a sépsis adquirida na comunidade é uma causa importante de admissão nas Unidades de Cuidados Intensivos, representando cerca de um quarto de todos os internamentos verificados neste estudo”. De acordo com Teresa Cardoso, primeira autora deste trabalho, “uma adequada caracterização do perfil microbiológico, por foco de infecção, é fundamental no desenvolvimento e revisão das recomendações de antibioterapia empírica eficaz, um importante factor de prognóstico.” Teresa Cardoso, médica na Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente do Hospital de Santo António e assistente de Semiologia Médica e Cirúrgica do Mestrado Integrado de Medicina doInstituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, frequenta o primeiro ano do Programa Doutoral em Investigação Clínica e em Serviços de Saúde na FMUP, sob a orientação dos professores António Sarmento e Altamiro da Costa Pereira.

O Prémio SCML/MSD encontra-se na sua segunda edição, tendo sido criado em 2009 com o objectivo de contribuir para dinamizar a investigação científica em Ciências da Saúde em Portugal, nomeadamente na área da Epidemiologia Clínica.

(Fonte: http://noticias.up.pt/catalogo_noticias.php?ID=6734)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Novo medicamento para a dor crónica

Substância activa foi recentemente desenvolvida por investigadores canadianos, activando-se no cérebro e na medula óssea.

O medicamento específico para determinadas regiões do cérebro e da medula óssea tem por base investigações prévias que constatavam que a dor crónica, além de uma dor aguda e prolongada, provinha de mudanças distintivas nas sinapses neuronais e mecanismos sensoriais do cérebro, na medula óssea.

Chamado NB001, o medicamento que foi criado através de uma série de métodos neurobiológicos produz fortes efeitos analgésicos, sendo que não surgiram nos indivíduos tratados nenhuns efeitos secundários. A substância activa funciona ao bloquear a enzima AC1, que se produz na região frontal do cérebro e na medula espinhal durante uma lesão nervosa que provoca a dor crónica.

As principais vantagens deste medicamento são deixar intacta a percepção da dor aguda, uma dor relativamente pequena e essencial para a protecção do corpo humano, e ser específico para os neurónios, tendo menos probabilidade de causar efeitos noutros órgãos.

A equipa de investigadores, liderada por Hansen Wang, publicou os resultados do seu estudo na revista Science Translational Medicine. Anteriormente tinham já sugerido que a eliminação do gene AC1 reduziria ou bloquearia a dor crónica, mas através deste medicamento conseguiram bloquear a enzima AC1 só nas regiões específicas necessárias para o desaparecimento deste problema.

A dor crónica é um dos problemas de saúde mais comuns do mundo, infelizmente a maioria dos analgésicos tradicionais não são eficazes para eliminá-la e têm tendência a reduzir também a dor aguda.


Fonte: http://www.hospitaldofuturo.com/novidades_noticia.asp?noticiaId=1193

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Parlamento Europeu aprova relatório de Marisa Matias sobre Doença de Alzheimer


O Parlamento Europeu aprovou, dia 19 de Janeiro de 2011, em Estrasburgo, um relatório a pedir mais medidas para tratar a doença de Alzheimer, da autoria da deputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias, que defende que a matéria deve ser uma prioridade europeia

Os eurodeputados querem que a União Europeia (UE) reforce a cooperação e a coordenação dos esforços de investigação clínica e que promova a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e a prestação de cuidados aos doentes com Alzheimer.

Estima-se que na Europa 9,9 milhões de pessoas sofram de demência, a vasta maioria, mais de sete milhões, diagnosticada com Alzheimer.

A responsável pela posição do Parlamento Europeu, Marisa Matias, sublinhou que o principal objectivo do seu relatório é colocar a doença de Alzheimer e outras do mesmo tipo "como prioridade da agenda europeia".

O relatório, aprovado em plenário com 646 votos a favor, seis contra e seis abstenções, propõe, por exemplo, a criação de centros especializados nos Estados-membros e o intercâmbio de melhores práticas no domínio da investigação destas doenças, visando reduzir as desigualdades existentes entre os Estados-membros e no interior de cada país em matéria de diagnóstico e tratamento.

Marisa Matias estima em quase cem mil os casos de doença de Alzheimer em Portugal, um número que deve ser 50 por cento do real, visto que nem todos os casos estarão diagnosticados.

"A situação em Portugal também é dramática porque não há meios preparados para tratar essas pessoas, sendo também as desigualdades socioeconómicas muito visíveis", disse a deputada europeia.

A doença de Alzheimer é uma doença do cérebro, degenerativa, isto é, que produz atrofia, progressiva, com início mais frequente após os 65 anos. Esta doença produz a perda das habilidades de pensar, raciocinar e memorizar, produzindo alterações no comportamento.

Estima-se em 35,6 milhões o número de pessoas em todo o mundo que sofrem de alguma forma de demência, devendo o número duplicar em cada 20 anos.

Mais de 28 por cento do número total de pessoas que sofrem de demência vive na Europa.

(Fonte: http://www.alzheimerportugal.org/scid/webAZprt/defaultArticleViewOne.asp?articleID=750&categoryID=808)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Antibiótico pode ajudar a aliviar cólon irritável

Estudo publicado no “New England Journal of Medicine”

A toma de um antibiótico específico conseguiu aliviar os sintomas da síndrome do intestino irritável (SII), uma doença gastrointestinal bastante comum na população, durante mais de dois meses após o fim do tratamento, sugere um estudo publicado no “New England Journal of Medicine”.

Os investigadores asseguram que a rifaximina, fármaco desenvolvido pela Salix Pharmaceuticals, é o primeiro tratamento para a SII que actua sobre a causa subjacente da doença em vez de se concentrar nos sintomas.

O estudo envolveu 1.260 pessoas com SII. Cada um dos participantes tomou rifaximina ou placebo três vezes por dia durante duas semanas. Durante as quatro semanas de tratamento, cerca de 41% dos que tomaram rifaximina referiram "alívio adequado" dos sintomas da SII, em comparação com cerca de 32% dos participantes do grupo placebo.

Quando questionados sobre o inchaço (um dos sintomas mais incomodativos da SII), cerca de 40% do grupo rifaximina disse que tinha encontrado alívio para o problema, em comparação com 30% dos participantes do grupo placebo. As pessoas do grupo rifaximina também relataram menos dor abdominal e perda de fezes líquidas. Os efeitos da terapia antibiótica permaneceram dez semanas após a interrupção do tratamento.

Os tratamentos actuais, inclusive antidiarreicos e laxativos, simplesmente tratam os sintomas da SII e actuam apenas durante o período da medicação, segundo contou, em comunicado, uma das autoras do estudo, a gastrenterologista Yehuda Ringel, da University of North Carolina en Chapell Hill, EUA. "Este estudo mostra que os antibióticos funcionam em pacientes com SII, sugerindo que a flora intestinal tem a ver com a causa desta condição", disse Ringel, acrescentando que se “o efeito durou mais de dez semanas após a interrupção da medicação, sugere que estamos a mudar algo na anormalidade subjacente."

O laboratório farmacêutico solicitou a aprovação da Food and Drug Administration (órgão responsável pelo contro dos alimentos e medicamentos dos EUA) para o uso do medicamento no tratamento da SII. O fármaco está actualmente aprovado para o tratamento da diarreia do viajante e da encefalopatia hepática, um distúrbio cerebral causado por doenças do fígado.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.

( in http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/antibiotico-pode-ajudar-a-aliviar-colon-irritavel?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20110124)
Níveis baixos de vitamina D aumentam risco de infecções respiratórias no bebé

Estudo publicado na revista “Pediatrics”

Os níveis de vitamina D nos recém-nascidos parecem prever o risco de infecções respiratórias e ocorrência de sibilos asmáticos durante a infância, mas não o risco de desenvolver asma, de acordo com um estudo do Massachusetts General Hospital, nos EUA, publicado na revista “Pediatrics”. Os resultados apoiam a teoria de que a deficiência de vitamina D contribui para aumentar o risco de infecções.

Segundo explicou Carlos Camargo, líder da equipa de investigadores, em comunicado, "os dados sugerem que a associação entre a vitamina D e sibilância asmática - que pode ser um sintoma de muitas doenças respiratórias, e não só de asma - se deve em grande parte às infecções respiratórias". O investigador acrescenta que as infecções respiratórias agudas são um importante problema de saúde nas crianças, como no caso da bronquiolite.

Para a investigação, os cientistas analisaram dados de um estudo sobre asma e alergia na Nova Zelândia e acompanharam mais de mil crianças das cidades de Wellington e Christchurch. Para a análise foram recolhidas amostras de sangue do cordão umbilical dos recém-nascidos de mulheres que participaram no estudo. Essas mães também foram submetidas a um questionário sobre saúde respiratória das crianças. As amostras do sangue do cordão umbilical foram analisadas em relação aos níveis de 25-hidroxivitamina D (25OHD), considerada a melhor medida para a presença da vitamina D.

Os autores foram capazes de avaliar as amostras do sangue do cordão umbilical de 922 bebés. Desses, mais de 20% tinham níveis de 25OHD menor que 25nmol / L, que é considerado muito baixo. O nível médio de 44 nmol / L ainda foi considerado deficiente e os níveis mais baixos eram mais comuns entre as crianças nascidas no Inverno, com menor nível socioeconómico e história familiar de asma e tabagismo. Aos três meses, os bebés com valores de 25OHD abaixo de 25 nmol / L apresentaram um risco duas vezes mais elevado de desenvolver infecções respiratórias do que aqueles que tinham níveis de 75 nmol / L ou mais.

Os resultados, que cobrem os cinco primeiros anos de vida dos participantes, mostraram que os níveis mais baixos de 25OHD no recém-nascido, estavam associados a um maior risco cumulativo de sibilos asmáticos durante este período. No entanto, os autores não encontraram qualquer associação entre os níveis de 25OHD e um diagnóstico de asma aos cinco anos.

Além disso, estudos anteriores sugeriram que os níveis particularmente altos de vitamina D podem aumentar o risco de alergia, mas essa associação não foi observada entre os participantes deste estudo com níveis mais elevados de 25OHD. O estado de vitamina D foi determinado principalmente pela exposição ao sol, já que muito poucos tomavam suplementos.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.


http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/niveis-baixos-de-vitamina-d-aumentam-risco-de-infeccoes-respiratorias-no-bebe?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20110124

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Exercício com música reduz as quedas em idosos

Estudos publicados nos “Archives of Internal Medicine”

O uso de programas de exercício para idosos, nos quais se utiliza a música de piano poderá melhorar a forma de andar, equilíbrio e reduzir as suas quedas, segundo um estudo dos Hospitais Universitários e da Faculdade de Medicina de Genebra, na Suíça, publicado nos “Archives of Internal Medicine”.

Na investigação participaram 134 idosos com mais de 65 anos, sendo que 96% apresentavam um maior risco de quedas. Durante o estudo, os indivíduos foram aleatoriamente distribuídos por grupos de programas de exercício, em que a música estava a ser usada, ou num grupo que atrasou o tratamento. Durante os primeiros seis meses, os idosos do grupo de tratamento participavam numa hora de exercício semanal, programada e dirigida por um instrutor.

Na aula realizaram exercícios que incluíam uma variedade de movimentos que desafiavam o sistema de controlo do equilíbrio e que se iam tornando progressivamente mais complexos. Estes exercícios incluíam caminhar ao som de uma música tocada em piano e responder às mudanças de ritmo da mesma. Durante os seis meses seguintes do estudo, o grupo de controlo atrasado, participou nos mesmos exercícios, enquanto o grupo anterior voltou às actividades normais de exercício.

As provas de equilíbrio e funcionalidade melhoraram no grupo estudado quando comparados com as realizadas pelo grupo de controlo. De acordo com os dados, foi registada uma menor taxa de quedas no grupo alvo inicial, ou seja, 24 quedas, enquanto no outro grupo se verificaram 54. Os adultos do grupo de intervenção atrasado experimentaram mudanças semelhantes durante o segundo período de exercícios com música.

Os autores descobriram que quando os participantes realizavam uma única tarefa em vez de múltiplas tarefas ao mesmo tempo, a sua velocidade ao caminhar aumentava, assim como o comprimento dos passos, em comparação com o grupo de controlo. Além disso, os benefícios da intervenção sobre a variabilidade da marcha continuaram a ser evidentes seis meses depois. Os investigadores sugerem que este programa de exercícios e música poderia ser útil para prevenir quedas e para a reabilitação física desta faixa etária.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.

(http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/exercicio-com-musica-reduz-as-quedas-em-idosos?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20110117)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Farmácias vão poder abrir 24 horas/diaFoi publicado Decreto-Lei n.º 7/2011: farmácias vão poder estar sempre abertas, sem cobrar mais pelos medicamentos

Foi publicado em Diário da República, esta segunda-feira, 10 de Janeiro, o Decreto-Lei n.º 7/2011, do Ministério da Saúde, que dispõe que a abertura de farmácias se pode fazer 24 horas por dia, sete dias por semana, em articulação com o regime de turnos. Tal não origina qualquer acréscimo de pagamento na dispensa dos medicamentos.

Assim, deixa de haver limites máximos ao horário de funcionamento das farmácias, que vão poder estar sempre abertas. As farmácias abertas 24 horas por dia, sete dias por semana, não podem cobrar mais pelos medicamentos.

Desta forma é alterado o Decreto-Lei n.º 53/2007, de 8 de Março, que regula o horário de funcionamento das farmácias de oficina.

Trata-se de uma medida que beneficia os cidadãos, que passam a poder dispor de mais farmácias a funcionar em regime de permanência, o que está em linha com o que já hoje acontece em vários países da União Europeia e garante que os medicamentos continuam a ser comercializados com segurança e qualidade.

Para assegurar o acesso a medicamentos, as farmácias de cada concelho organizam-se por turnos, de modo a haver sempre uma farmácia de serviço durante a noite.

Os turnos das farmácias de serviço podem ser:

  • De serviço permanente – ficam abertas até às 22 horas e das 22 horas até de manhã;
  • De reforço – ficam abertas até às 22 horas (apenas nos concelhos onde não haja uma farmácia que esteja normalmente aberta até às 21 horas);
  • Em disponibilidade – um farmacêutico ou auxiliar está disponível para ser chamado, em caso de urgência.
(in http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/noticias/farmacias+xxiv.htm)

Consumo de peixe frito relacionado com aumento de AVC nos EUA

Estudo publicado na revista “Neurology”


O consumo de peixe frito pode contribuir para a ocorrência de AVC (acidente vascular cerebral), dado que, embora este alimento seja rico em ómega-3, que protege a saúde cardíaca, ele é anulado quando o peixe é frito.

No estudo, publicado na edição on-line da revista “Neurology”, os cientistas analisaram 21.675 pessoas, de todos os estados norte-americanos, com mais de 45 anos. Os investigadores quiseram avaliar as razões pelas quais a população de certos estados do país apresentavam uma alta taxa de mortalidade por AVC. Os níveis críticos de mortalidade pela doença registam-se, sobretudo, nos estados da Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia, Alabama, Mississípi, Tennessee, Arcansas e Louisiana.

Os participantes foram entrevistados por telefone e em seguida submetidos a um exame físico realizado em casa. O questionário avaliou o consumo frequente de ostras, mariscos, atum, peixe frito e outros peixes não fritos. A American Heart Association recomenda o consumo de peixe pelo menos duas vezes por semana, com ênfase nos peixes gordos. Em todo o estudo, menos de um em cada quatro participantes consumiu duas ou mais porções de peixe frito por semana, mas as pessoas dos estados com maiores índices de AVC eram 17% menos propensas a seguir as recomendações sobre nutrição do que os habitantes de outras zonas geográficas. Além disso, o estudo também mostrou que as pessoas dessas regiões eram 30% mais propensas a comer duas ou mais porções de peixe frito do que as do resto do país.

O estudo descobriu ainda que os afro-americanos consumiam peixe frito por semana mais de três vezes e meia do que os caucasianos, com uma média global de cerca de uma porção de peixe frito por semana, em comparação com a metade registada entre os indivíduos brancos. "Essas diferenças no consumo de peixe pode ser um dos possíveis motivos para as diferenças raciais e geográficas na incidência de AVC e mortalidade", considerou o autor do estudo Fadi Nahab, da Universidade Emory, em Atlanta, em comunicado enviado à imprensa.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.

(http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/consumo-de-peixe-frito-relacionado-com-aumento-de-avc-nos-eua?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20110110)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Medicamentos sem receita médica perdem a comparticipação

Medida entra em vigor a partir do final de Março de 2011


O Ministério da Saúde vai retirar a comparticipação de todos os medicamentos não sujeitos a receita médica, uma medida que entrará em vigor a partir do final de Março de 2011, segundo avançou o jornal “Correio da Manhã”.

Trata-se de uma das medidas que visam a redução da despesa pública no sector da Saúde, com vista à consolidação orçamental prevista na lei do Orçamento do Estado para o próximo ano.

Segundo adiantou o mesmo jornal, o Ministério da Saúde vai ainda retirar o benefício do regime de comparticipação especial, durante dois anos, a quem comprovadamente for apanhado a abusar desse benefício, que, regra geral, permite o acesso gratuito aos medicamentos. A despesa com a consultadoria vai também ser alvo de cortes e, para aumentar a receita orçamental, a tutela alienará imóveis não afectos à prestação de cuidados.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.

(in http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/medicamentos-sem-receita-medica-
perdem-a-comparticipacao?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign
=NL_AHP_20110103)

Frutose das bebidas associada a gota nas mulheres

Estudo publicado no “Journal of American Medical Association"


O consumo de bebidas ricas em frutose, como os refrigerantes, e o sumo de laranja foi associado a um risco aumentado de gota entre as mulheres, embora a sua contribuição para o risco da condição na população em geral seja modesto, dada a baixa taxa de incidência entre as mulheres, segundo dá nota um estudo da Universidade de Boston, nos EUA, publicado no “Journal of American Medical Association"(JAMA).

A gota é uma artrite inflamatória comum e dolorosa. E, segundo explicaram os autores, em comunicado enviado à imprensa, as bebidas ricas em frutose aumentam os níveis séricos de ácido úrico e, consequentemente, o risco de gota, embora os dados sobre esta relação sejam ainda limitados.

No trabalho, os cientistas, liderados por Hyon K. Choi, analisaram dados do Nurses Health Study, um estudo realizado nos EUA entre 1984 e 2006. Os investigadores analisaram dados de 78.906 mulheres sem antecedentes de gota que, no início do estudo forneceram informações sobre o consumo de bebidas e frutose através de um questionário de frequência alimentar validado.

Durante 22 anos de acompanhamento, os investigadores documentaram 778 casos diagnosticados de gota, de acordo com os critérios do Colégio Americano de Reumatologia. Verificaram que o aumento do consumo de bebidas açucaradas foi associado a um risco aumentado de gota. Em comparação com o consumo de menos de uma bebida por mês, as mulheres que consumiram uma porção por dia tiveram um aumento de 74% de risco de gota, e aquelas que tomaram mais de duas bebidas por dia tiveram 2,4 vezes maior risco. As bebidas dietéticas não foram associadas com o risco de gota.

O consumo de sumo de laranja também foi associado com um maior risco de gota. Comparadas com as mulheres que consumiam menos de um copo de sumo por dia, aquelas que bebiam um copo por dia tiveram um risco 41% maior de apresentar gota e o risco foi 2,4 vezes maior quando ingeriam dois ou mais sumos de laranja por dia. Além disso, em comparação com as mulheres que não tomavam frutose, as que consumiam maiores quantidades tiveram um risco de gota 62%.

Os autores indicam que, embora os riscos relativos de gota associados ao consumo de bebidas ricas em frutose entre as mulheres serem substanciais, as diferenças no risco absoluto correspondente foram modestas, dada a baixa incidência de gota entre as mulheres. Os cientistas acrescentaram ainda que estas descobertas têm implicações práticas para a prevenção da gota nas mulheres e que os médicos devem estar cientes dos potenciais efeitos destas bebidas sobre o risco da doença.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.

(http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/frutose-das-bebidas-associada-a-gota-
nas-mulheres?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_
campaign=NL_AHP_20110103)

Psoríase dobra o risco de síndrome metabólica

Estudo publicado nos “Archives of Dermatology”


Os doentes com psoríase têm o dobro do risco de desenvolver factores de risco cardiovasculares, conhecidos como síndrome metabólica, aponta um estudo publicado nos “Archives of Dermatology”.

Para o estudo, investigadores liderados por Jon Love, do Hospital Universitário de Landspitali da Universidade da Islândia, avaliaram dados de um estudo norte-americano, denominado National Health and Nutrition Examination Survey, que contemplou 6.549 pessoas, com uma média de idade de 39 anos. Verificaram que 40% dos indivíduos portadores de psoríase apresentavam alguns factores de risco cardiovascular. Em comparação, entre as pessoas que não apresentavam a patologia, apenas 23% desenvolveram problemas relacionados com a saúde cardíaca.

Os factores de risco da síndrome metabólica mais frequentes nos voluntários com psoríase foram a obesidade abdominal (63%), altos níveis de triglicéridos (44%) e níveis baixos do bom colesterol (34%). Só 13% dos pacientes com psoríase não desenvolveram características relacionadas com a síndrome metabólica, cerca de metade do registado no grupo dos indivíduos sem doença de pele (28%).

Este dobro do risco foi independente da idade, sexo, origem étnica e níveis de proteína C reactiva. “Devido às sérias complicações que lhes estão associadas, esta comorbidade necessita de ser reconhecida e tida em consideração durante o tratamento da psoríase”, aconselham os cientistas, em comunicado enviado à imprensa.

ALERT Life Sciences Computing, S.A.

(http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/psoriase-dobra-o-risco-de-sindrome-
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=NL_AHP_20110103)

Mais de 60 por cento das pessoas morrem nos hospitais

Cada vez se morre mais nos hospitais ou em clínicas - houve um aumento de 13,3 por cento em Portugal neste período

É uma tendência que começou na segunda metade do século XX e se acentuou na última década: morre-se cada vez mais nos hospitais. A casa como lugar para o fim da vida deixou de ser predominante e o problema é que uma parte substancial das unidades de saúde ainda não está preparada para lidar devidamente com a hospitalização da morte.

Só entre 2000 e 2008, a percentagem de pessoas que morreram nos hospitais ou em clínicas aumentou 13,3 por cento em Portugal. Os óbitos hospitalares representaram 61,4 por cento do total (contra 54,2 por cento, em 2000). Ao mesmo tempo, as mortes em casa - que em 2000 correspondiam sensivelmente um terço do total - eram já menos de 30 por cento em 2008. E é preciso notar que aqui estão incluídos os óbitos em lares de idosos. Os dados, do Instituto Nacional de Estatística, são analisados no estudo Dos 15 aos 115 - Tendências da mortalidade em Portugal 2000-2008 - um trabalho em que o Alto-Comissariado da Saúde avalia a evolução da mortalidade na primeira década do século XXI, comparando os valores dos anos 2000, 2004 e 2008.

É a confirmação de um fenómeno que o presidente do Conselho para a Qualidade na Saúde, o médico Luís Campos, foi o primeiro a observar e a destacar em Portugal. Em 1991, num trabalho sobre a hospitalização da morte, Luís Campos traçava já a curva ascendente dos óbitos por doença nas unidades de saúde, por contraponto às mortes por doença no domicílio - que representavam 88,3 por cento do total em 1958. Foi justamente no início da última década do século XX que passou a ser mais comum morrer no hospital do que em casa. Um fenómeno que é explicado por uma série de factores: a ocultação da morte, a mitificação da medicina e os avanços no campo da reanimação, acompanhados da redução do núcleo familiar e do aumento do trabalho feminino. O problema é que "esta mudança sociológica" não foi acompanhada pelo sistema de saúde, observa Luís Campos. Era necessário equipar os hospitais para as novas necessidades, mas ainda pouco foi feito.

Os autores do estudo do alto-comissariado chamam justamente a atenção para as debilidades da resposta a doentes em fase terminal nos hospitais. Para avaliar esta realidade, realizaram um inquérito em 28 serviços e obtiveram respostas de 36 responsáveis. Não é uma amostra representativa, mas permite ter uma ideia do que se passa nas unidades de saúde. Basta ver que apenas 36,8 por cento dos serviços inquiridos dispõem de um local próprio ou reservado para os doentes em fase terminal e que são a excepção os profissionais que têm treino específico para lidar com estes doentes, tal como são uma minoria os departamentos que mencionam a possibilidade de os cuidados serem prestados num esquema domiciliário.

O apoio aos familiares ainda é mais descurado: o telefone é o modo mais usado para participar a morte (71,7 por cento) e só uma minoria dos médicos e enfermeiros procura ajuda psicológica para os familiares após o óbito.