domingo, 8 de novembro de 2015

DPOC - Um problema sub valorizado

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) afecta, pelo menos, 700 mil portugueses. Muitos doentes chegam tarde demais à consulta. Número de novos casos aumentou 100% entre 2011 e 2013. A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) alerta para um problema subvalorizado.

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é consequência exclusiva do consumo do tabaco e avança silenciosamente apresentando sintomas que são frequentemente desvalorizados.

Carlos Robalo Cordeiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), explica que essa é a principal razão para muitos casos “que chegam tarde demais ao médico”. Em declarações à Renascença, o especialista alerta que “quando os doentes chegam a nós, já perderam, em média, 50% da sua capacidade respiratória”.

E quando assim é, o controlo da doença torna-se mais difícil. Estima-se que em Portugal haja, pelo menos, 700 mil portadores de DPOC. Um número que resulta da extrapolação feita a partir de um estudo realizado há três anos na Grande Lisboa e que revela “uma prevalência de cerca 14% da população com mais de 40 anos”.

Prevenção do tabagismo não é eficaz

“A prevenção tem sido eficaz nos grupos etários entre os 20 e os 30 anos”, diz à Renascença a presidente da Respira, a associação de doentes com DPOC.

Maria Luísa Branco alerta, contudo, que “se nós passarmos junto às escolas secundárias, há muitos jovens a fumar”. Um sinal de que “a estratégia da indústria tabaqueira está a ser bem sucedida”, acrescenta o presidente da SPP, para quem “a moda do cigarro electrónico não pode ser excluída deste fenómeno”.

Os resultados mais recentes do Eurobarómetro revelam que 25% da população portuguesa fuma “e é sobretudo à custa das mulheres jovens que esta percentagem evoluiu”.

Neste momento, Portugal está em 13.º lugar no ranking da prevenção tabágica. “Há um ano, apenas a Suécia estava à nossa frente”, precisa Carlos Robalo Cordeiro.

Novos casos duplicaram em dois anos

Entre 2011 e 2013, o número de novos casos anuais de DPOC duplicou. O presidente da SPP revela que “há quatro anos, tínhamos cerca de 50 mil portadores desta doença".

Neste momento, “e os dados mais actuais correspondem a finais de 2013, estão codificadas 100 mil pessoas com este diagnóstico”, o que significa um aumento de 100% em dois anos.

Os números completos de 2014 ainda não estão disponíveis. Carlos Robalo Cordeiro alerta, por isso, para um problema que está subvalorizado. “É um iceberg do qual só conhecemos a ponta”, conclui.

Fonte - http://www.mypneumologia.pt/sistema-de-sa%C3%BAde/37-dpoc-um-problema-subvalorizado.html

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