Rastreio à fibrose quística detetou seis casos
Projeto-piloto arrancou há seis meses
O Projeto-Piloto - Rastreio e Diagnóstico Precoce da Fibrose Quística,
da Associação Nacional da Tuberculose e Doenças Respiratórias (ANTDR),
confirmou seis casos de fibrose quística.
Segundo dados da agência Lusa, o projeto inclui o rastreio de fibrose
quística no teste do pezinho, e contabilizou a realização de 34 mil
exames num período de seis meses.
“Neste momento, dos 34 mil recém-nascidos rastreados temos seis casos
confirmados, dois a aguardar confirmação com exames complementares e um
falso positivo”, disse à agência Lusa a coordenadora do projeto, Celeste
Barreto. Os resultados encontrados até agora estão “dentro do
esperado”, explicou a responsável, acrescentando que confirmam a
incidência calculada, que é de um caso para cada 5.500 recém-nascidos.
A fibrose quística é uma doença rara e genética e estão já
identificadas mais de nove mil mutações genéticas associadas à doença.
Atualmente existem cerca de 300 doentes em seguimento nas consultas
especializadas pediátricas e de adultos.
A grande importância deste rastreio é que o doente é diagnosticado
antes de manifestar qualquer sintoma, o que permite começar logo a
fazer o tratamento para a insuficiência pancreática.
“Prevenimos a malnutrição”, que é secundária à disfunção pancreática,
intestinal e hepática, “mas também a parte respiratória. Estamos mais
atentos quando surgem aquelas complicações pulmonares, como as
bronquiolites que são comuns nas crianças pequenas”, explicou a também
diretora do serviço de pediatria médica do Hospital de Santa Maria.
As manifestações pulmonares podem surgir logo nos primeiros meses de
vida e são a principal causa de morbilidade e mortalidade, uma vez que a
obstrução das vias respiratórias pelo muco produzido, que é mais
espesso do que o normal, causa as infeções respiratórias recorrentes.
Com o rastreio é possível fazer prevenção e o doente não é simplesmente
diagnosticado quando já existem deteriorações pulmonares.
O diagnóstico precoce e a prevenção permitem melhorar bastante a
qualidade de vida e a sobrevida destes doentes e reduzir os episódios de
internamento hospitalar, especificou Celeste Barreto.
O rastreio neonatal tem a grande vantagem de identificar todos os
casos, mas até ao início deste projeto, Portugal era dos poucos países
da Europa que ainda não tinha este teste incluído nos rastreios
neonatais. Apesar de os tratamentos sintomáticos terem melhorado
substancialmente a qualidade de vida, na Europa, os doentes tratados
vivem aproximadamente até aos 35 anos.
Os resultados do rastreio neonatal foram apresentados no CF Meeting
Point que decorreu a 3 de maio passado. O Projeto-Piloto ANTDR arrancou
no dia 21 de outubro de 21013 e decorre durante um ano nos Centros de
Saúde e Maternidades de todo o País.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www2.alert-online.com/pt/news/health-portal/rastreio-a-fibrose-quistica-detetou-seis-casos?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20140512)
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