Capacete corretivo não melhora deformação craniana posicional
Estudo publicado no “British Medical Journal”
A utilização de um capacete corretivo não melhora a deformação craniana
posicional, defende um estudo publicado no “British Medical Journal”.
Uma vez que os crânios dos bebés são muito maleáveis, a pressão
constante sobre uma área específica pode fazer com que este mude de
forma. Isto é o que ocorre na deformação craniana posicional que é
principalmente causada pelo facto de o bebé dormir, durante longos
períodos de tempo, na mesma posição.
Estudos anteriores demonstraram que desde a campanha lançada, em 1992,
pela Academia Americana de Pediatria, a qual aconselhou os pais a
colocarem os seus filhos a dormir de barriga para cima de forma a
diminuir o risco de morte súbita, o número de crianças afetadas por esta
deformação craniana tem aumentando significativamente.
Apesar de a maioria das vezes esta deformação desaparecer naturalmente,
em casos mais graves é necessário a utilização de um capacete, o qual é
conhecido como órtese craniana. Este tratamento é iniciado quando a
criança tem 5 ou 6 meses de idade, altura em que o crânio é ainda
moldável. A órtese craniana deve ser utilizada até 23 horas por dia,
tendo o tratamento uma duração de cerca de 3 a 6 meses.
Neste estudo, uma equipa de investigadores holandeses decidiu averiguar
qual o impacto da utilização deste tipo de capacetes corretivos na
deformação craniana posicional, tendo para tal contado com a
participação de 84 bebés afetados por esta condição.
Metade das crianças foi obrigada a utilizar, a partir dos 6 meses,
capacetes corretivos durante 23 horas por dia, ao longo de seis meses. A
outra metade não foi submetida a qualquer tratamento.
Após terem avaliado a forma do crânio dos bebés aos dois anos de idade,
os investigadores constataram que comparativamente com as crianças que
não tinham utilizado o capacete corretivo, as que tinham utilizado não
apresentaram melhorias significativas.
O estudo apurou que a utilização da órtese craniana fez com que 25,6%
das crianças recuperassem completamente da deformação, tendo 22,5%
conseguido os mesmos resultados sem qualquer tratamento.
Os investigadores constataram que 96% dos pais das crianças que
utilizaram os capacetes queixaram-se que estas apresentavam pele
irritada, 33% revelou que os seus filhos sentiam dor, 77% disse que o
capacete os impediu de abraçar os filhos. Contudo, os pais disseram
estar satisfeitos (4.6 em 5) com a forma que a cabeça dos seus filhos
tinha adquirido aos dois anos de idade. Os pais das crianças que não
foram submetidas a qualquer tratamento demonstraram um grau de
satisfação semelhante, 4.4 em 5.
"Tendo em conta que a eficácia da utilização do capacete corretivo foi
semelhante à conseguida sem tratamento, à elevada prevalência de efeitos
colaterais, e aos elevados custos associados à terapia, desencorajamos a
utilização de capacete corretivo como um tratamento padrão para
crianças saudáveis e deformação craniana posicional moderada a grave”,
revelaram em comunicado de imprensa os autores do estudo.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www2.alert-online.com/pt/news/health-portal/capacete-corretivo-nao-melhora-deformacao-craniana-posicional?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20140512)
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