domingo, 5 de maio de 2019

Apneia do sono poderá estar associada a doença de Alzheimer
Estudo apresentado no Congresso da Academia Americana de Neurologia
A apneia do sono poderá estar associada a um risco mais elevado de demência, nomeadamente doença de Alzheimer, indicou um novo estudo. 
 
O estudo, que foi conduzido por Diego Carvalho e equipa da Clínica Mayo em Rochester, EUA, procurou analisar a potencial relação entre a apneia do sono e a presença de proteína tau no cérebro, um dos biomarcadores da Alzheimer.
 
Diego Carvalho avançou que muitas pessoas que sofrem de apneia do sono desconhecem ter a doença.
 
Para determinar a presença de apneia do sono, a equipa recrutou 288 pessoas com 65 anos ou mais de idade, sem sinais de incapacidade cognitiva, e pediu aos seus companheiros de sono que estivessem atentos a episódios de falha de respiração durante a noite. 
 
Adicionalmente, os investigadores analisaram a presença da proteína tau no cérebro dos participantes através de tomografia por emissão de positrões (PET), especialmente na região do córtex entorrinal. Esta região é responsável pela memória, perceção temporal e espacial e apresenta maior tendência para acumulação de tau. 
 
O processo de monitorização do sono noturno revelou que 43 participantes tinham experienciado episódios de apneia. Estes participantes possuíam níveis de tau no córtex entorrinal 4,5% mais elevados do que os participantes sem apneia do sono. Este aumento manteve-se após considerados fatores como idade, sexo, outros problema de sono e saúde cardiovascular.
 
Como resultado, os investigadores concluíram haver indícios de uma ligação entre a apneia do sono e uma maior acumulação de tau no cérebro. 
 
Contudo, disse Diego Carvalho, poderá verificar-se o contrário: “é também possível que os níveis mais elevados de tau noutras regiões possam predispor uma pessoa para a apneia do sono”.
 

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