terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Proteína com papéis distintos na pressão arterial e na doença de Alzheimer
Estudo publicado no “Journal of Clinical Investigation”


Uma proteína envolvida na pressão arterial elevada pode ajudar na prevenção da doença de Alzheimer, dá conta um estudo publicado no “Journal of Clinical Investigation”.
 
Neste estudo os investigadores do Centro Médico Cedars-Sinai, nos EUA, demonstraram, pela primeira vez, que a enzima conversora da angiotensina (ECA), conhecida pelos seus efeitos na pressão arterial, pode, de facto, induzir uma resposta imune protetora no cérebro e afetar a cognição. Foi também verificado que esta enzima está envolvida na remoção da proteína beta-amiloide nos vasos sanguíneos do cérebro.
 
A acumulação da proteína beta-amiloide no cérebro está fortemente associada à doença de Alzheimer. O desenvolvimento das placas amiloides conduz ao dano, destruição das células e ao desenvolvimento de um processo inflamatório que se acredita estar associado ao declínio da função mental.
 
Apesar de ainda não se saber ao certo por que motivo estes depósitos são formados, a comunidade científica acredita que a redução dos níveis da proteína beta-amiloide no início do desenvolvimento da doença poderá ajudar a impedir a sua progressão.
 
Neste estudo os investigadores, liderados por Maya Koronyo-Hamaoui, utilizaram ratinhos geneticamente modificados para apresentarem placas amiloides e sintomas da doença de Alzheimer. Estes foram cruzados com outros animais que tinham uma elevada expressão da proteína ECA em algumas células do sistema imunitário
 
Os investigadores apuraram que os ratinhos descendentes deste cruzamento tinham níveis mais baixos da proteína beta-amiloide e menores níveis de inflamação. O desempenho destes animais nos testes de aprendizagem e memória foi similar ao encontrado nos ratinhos controlo.
 
Desta forma, este estudo demonstra que a ECA pode ter efeitos prejudiciais ou benefícios, dependendo da forma e do local onde é ativada. Esta enzima contribui para a produção da angiotensina II, uma hormona envolvida no estreitamente dos vasos sanguíneos e no aumento da pressão arterial. Contudo, níveis elevados da ECA no cérebro conduzem a uma resposta rápida e eficaz do sistema imunitário contra a proteína beta-amiloide.
 
Os investigadores revelaram que estes resultados foram muito surpreendentes e que podem levar ao desenvolvimento de novas estratégias que impeçam a progressão da doença.
 
ALERT Life Sciences Computing, S.A.

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