Proteína com papéis distintos na pressão arterial e na doença de Alzheimer
Estudo publicado no “Journal of Clinical Investigation”
Uma proteína envolvida na pressão arterial elevada pode ajudar na
prevenção da doença de Alzheimer, dá conta um estudo publicado no
“Journal of Clinical Investigation”.
Neste estudo os investigadores do Centro Médico Cedars-Sinai, nos EUA,
demonstraram, pela primeira vez, que a enzima conversora da angiotensina
(ECA), conhecida pelos seus efeitos na pressão arterial, pode, de
facto, induzir uma resposta imune protetora no cérebro e afetar a
cognição. Foi também verificado que esta enzima está envolvida na
remoção da proteína beta-amiloide nos vasos sanguíneos do cérebro.
A acumulação da proteína beta-amiloide no cérebro está fortemente
associada à doença de Alzheimer. O desenvolvimento das placas amiloides
conduz ao dano, destruição das células e ao desenvolvimento de um
processo inflamatório que se acredita estar associado ao declínio da
função mental.
Apesar de ainda não se saber ao certo por que motivo estes depósitos
são formados, a comunidade científica acredita que a redução dos níveis
da proteína beta-amiloide no início do desenvolvimento da doença poderá
ajudar a impedir a sua progressão.
Neste estudo os investigadores, liderados por Maya Koronyo-Hamaoui,
utilizaram ratinhos geneticamente modificados para apresentarem placas
amiloides e sintomas da doença de Alzheimer. Estes foram cruzados com
outros animais que tinham uma elevada expressão da proteína ECA em
algumas células do sistema imunitário
Os investigadores apuraram que os ratinhos descendentes deste
cruzamento tinham níveis mais baixos da proteína beta-amiloide e menores
níveis de inflamação. O desempenho destes animais nos testes de
aprendizagem e memória foi similar ao encontrado nos ratinhos controlo.
Desta forma, este estudo demonstra que a ECA pode ter efeitos
prejudiciais ou benefícios, dependendo da forma e do local onde é
ativada. Esta enzima contribui para a produção da angiotensina II, uma
hormona envolvida no estreitamente dos vasos sanguíneos e no aumento da
pressão arterial. Contudo, níveis elevados da ECA no cérebro conduzem a
uma resposta rápida e eficaz do sistema imunitário contra a proteína
beta-amiloide.
Os investigadores revelaram que estes resultados foram muito
surpreendentes e que podem levar ao desenvolvimento de novas estratégias
que impeçam a progressão da doença.
ALERT Life Sciences Computing, S.A.
Sem comentários:
Enviar um comentário