Endometriose: novos achados podem ajudar no diagnóstico e tratamento
Estudo publicado na “Science Translational Medicine”
Investigadores americanos identificaram a atividade celular associada a
determinados sintomas da endometriose, a qual pode ajudar a melhorar o
diagnóstico desta doença e a desenvolver fármacos mais eficazes, dá
conta um estudo publicado na revista “Science Translational Medicine”.
A endometriose é caracterizada pela presença do tecido endometrial, que
habitualmente se encontra no útero, noutros órgãos como ovários, cólon e
diafragma. Esta presença cria lesões que causam dor e podem levar à
infertilidade.
“As pacientes com endometriose queixam-se de infertilidade e dor, mas
para além disso parece o jogo de adivinhas. Há poucos mecanismos
moleculares conhecidos”, explicou, uma das autoras do estudo, Linda
Griffith.
A endometriose é difícil de estudar uma vez que esta aparece e
desaparece em diferentes momentos da vida das mulheres, e os sintomas
bem como a severidade também variam bastante. Adicionalmente o
diagnóstico pode demorar vários anos, entre três a 15 anos. Desta forma o
líder do estudo, Michael Beste, refere que há de facto necessidade de
melhorar a compreensão tanto da biologia básica, como das manifestações
clínicas da doença para tratar com mais eficácia e melhorar a qualidade
de vida das mulheres afetadas.
Assim, neste estudo os investigadores do Massachusetts Institute of
Technology (MIT), nos EUA, analisaram o fluido peritoneal de 77 mulheres
que tinham sintomas de endometriose variados. Foram medidas 50
proteínas em cada amostra, nomeadamente citoquinas. Estas proteínas são
conhecidas por regular a resposta do sistema imune aos agentes
infeciosas, estando também envolvidas no processo inflamatório.
O estudo apurou que determinados sintomas, como lesões do ovário e
rectovaginais, estavam associados a um perfil específico de atividade
das citoquinas. Este padrão, que incluía 13 citoquinas, estava também
negativamente associado à fertilidade.
Os investigadores também constaram que a c-Jun, uma proteína envolvida
na inflamação e já previamente associada à endometriose, era um dos
reguladores deste padrão. Foi também observado que o padrão de
citoquinas identificado era produzido por um tipo de células imunes, os
macrófagos.
Na opinião dos autores do estudo, estes resultados poderão abrir portas
para o desenvolvimento de novos tratamentos e fornecer uma melhor
compreensão dos mecanismos responsáveis por esta condição.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/endometriose-novos-achados-podem-ajudar-no-diagnostico-e-tratamento)
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