sábado, 25 de março de 2017

Crianças obesas: a importância da herança genética
Estudo publicado no “Economics and Human Biology”

 
Um estudo conduzido por uma equipa de investigadores da Universidade de Sussex, Reino Unido, apurou que o Índice da Massa Corporal (IMC) das crianças é determinado em 35% a 40% pelos pais.
 
O estudo indicou ainda que relativamente a crianças obesas essa percentagem aumenta para 55% a 60%, o que sugere que metade da tendência deste grupo para a obesidade é determinada por fatores genéticos e ambiente familiar.
 
Para o estudo, a equipa de investigadores liderados por Peter Dolton utilizou dados relativos à altura e peso de 100.000 crianças e respetivos pais, oriundos de seis países diferentes: Reino Unido, Espanha, EUA, México, China e Indonésia.
 
Os investigadores descobriram que a transmissão intergeracional do IMC é, em média 20% oriunda da mãe e 20% oriunda do pai. 
 
Segundo o autor principal do estudo o padrão de resultados foi muito consistente em todos os países envolvidos, independentemente do seu estado de desenvolvimento económico, grau de industrialização ou tipo de economia. 
 
“A nossa evidência advém de dados recolhidos em diversos locais no mundo, que possuem diversos padrões de nutrição e obesidade – desde uma das populações mais obesas – os EUA – a dois dos países menos obesos do mundo – China e Indonésia”, comentou Peter Dolton. “Descobrimos que o processo de transmissão intergeracional é o mesmo em todos esses diferentes países”, explicou.
 
Este estudo demonstrou ainda que o efeito do IMC dos pais sobre o IMC dos filhos depende do que é o IMC dos filhos. Os investigadores observaram, que a influência dos pais era, de forma consistente, a mais reduzida nas crianças mais magras e a mais elevada nas crianças mais obesas em todos os grupos populacionais estudados.
 
Efetivamente, nas crianças mais magras o seu IMC era em 10% transmitido da mãe e 10% devido ao do pai. Nas crianças mais gordas, esta transmissão era quase de 30% devida a cada um dos progenitores.
 
“Isto demonstra que os filhos de pais obesos apresentam uma muito maior propensão para serem também eles obesos quando crescerem – o efeito parental ultrapassa o dobro para as crianças mais obesas em comparação com as crianças mais magras”, conclui Peter Dolton. “Estes achados (…) deviam fazer-nos repensar até que ponto é que a obesidade é o resultado de características de família e da nossa herança genética, em vez de decisões tomadas individualmente por nós”, acrescentou.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/criancas-obesas-a-importancia-da-heranca-genetica?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20170227)

Prevalência de microcefalia em Portugal entre 1 a 2 casos por cada 10 mil nascimentos

03-03-2017
A prevalência de microcefalia em Portugal varia entre 1 a 2 casos por cada 10 mil nascimentos, segundo a informação recolhida pelo Registo Nacional de Anomalias Congénitas (RENAC), coordenado pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge. Esta estimativa está dentro dos valores apresentados pelo registo europeu de anomalias congénitas (EUROCAT).

A associação entre a infeção materna pelo vírus Zika e o nascimento de uma criança com microcefalia realçou a necessidade de se manter o registo e a monitorização contínua das malformações congénitas. Em Portugal, esta monitorização é realizada através do RENAC, que funciona, desde 1995, no Instituto Ricardo Jorge.
O RENAC é um registo nosológico de base populacional, que recebe notificações da ocorrência de anomalias congénitas no Continente e nas Regiões Autónomas. É um registo voluntário e conta com a colaboração dos Serviços Hospitalares de Obstetrícia e Pediatria.
A microcefalia é uma malformação rara que surge após interrupção do desenvolvimento cerebral do feto durante a gravidez. Caracteriza-se pelo nascimento de uma criança com um perímetro cefálico muito menor que o esperado, quando comparado com indivíduos do mesmo sexo, idade e etnia.
São várias as causas da microcefalia e algumas podem ser prevenidas:
• A exposição ao álcool, sobretudo no inicio da gravidez, quando a mulher pode não saber que está gravida – que se previne através da abstenção do consumo de qualquer bebida alcoólica, antes e durante a gravidez;
• As infeções maternas – que se previnem confirmando com o seu médico assistente, antes da gravidez, se está vacinada designadamente para a rubéola e imunizada para a toxoplasmose. Se não estiver imunizada deve aprender as medidas preventivas necessárias à redução do risco de uma toxoplasmose durante a gravidez;
• A infeção pelo vírus Zika – que se previne não viajando para zonas com vírus, antes e durante a gravidez; evitando engravidar se o parceiro esteve em zonas infetadas; falando com o médico assistente sobre como prevenir a infeção, se tiver que viajar.
O Dia Mundial das Anomalias Congénitas assinala-se a 3 de março. As anomalias congénitas, também conhecidas como defeitos congénitos ou malformações congénitas, ocorrem durante a vida intrauterina e podem ser identificadas na fase pré-natal, no parto ou durante os primeiros anos de vida. Nas últimas décadas, tornaram-se numa das principais causas de mortalidade e morbilidade no período infantil constituindo por isso um importante problema de saúde pública.
- See more at: http://www.insa.min-saude.pt/prevalencia-de-microcefalia-em-portugal-entre-1-a-2-casos-por-cada-10-mil-nascimentos/#sthash.Vv6sz7Qq.dpuf
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A prevalência de microcefalia em Portugal varia entre 1 a 2 casos por cada 10 mil nascimentos, segundo a informação recolhida pelo Registo Nacional de Anomalias Congénitas (RENAC), coordenado pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge. Esta estimativa está dentro dos valores apresentados pelo registo europeu de anomalias congénitas (EUROCAT).

A associação entre a infeção materna pelo vírus Zika e o nascimento de uma criança com microcefalia realçou a necessidade de se manter o registo e a monitorização contínua das malformações congénitas. Em Portugal, esta monitorização é realizada através do RENAC, que funciona, desde 1995, no Instituto Ricardo Jorge.
O RENAC é um registo nosológico de base populacional, que recebe notificações da ocorrência de anomalias congénitas no Continente e nas Regiões Autónomas. É um registo voluntário e conta com a colaboração dos Serviços Hospitalares de Obstetrícia e Pediatria.
A microcefalia é uma malformação rara que surge após interrupção do desenvolvimento cerebral do feto durante a gravidez. Caracteriza-se pelo nascimento de uma criança com um perímetro cefálico muito menor que o esperado, quando comparado com indivíduos do mesmo sexo, idade e etnia.
São várias as causas da microcefalia e algumas podem ser prevenidas:
• A exposição ao álcool, sobretudo no inicio da gravidez, quando a mulher pode não saber que está gravida – que se previne através da abstenção do consumo de qualquer bebida alcoólica, antes e durante a gravidez;
• As infeções maternas – que se previnem confirmando com o seu médico assistente, antes da gravidez, se está vacinada designadamente para a rubéola e imunizada para a toxoplasmose. Se não estiver imunizada deve aprender as medidas preventivas necessárias à redução do risco de uma toxoplasmose durante a gravidez;
• A infeção pelo vírus Zika – que se previne não viajando para zonas com vírus, antes e durante a gravidez; evitando engravidar se o parceiro esteve em zonas infetadas; falando com o médico assistente sobre como prevenir a infeção, se tiver que viajar.
O Dia Mundial das Anomalias Congénitas assinala-se a 3 de março. As anomalias congénitas, também conhecidas como defeitos congénitos ou malformações congénitas, ocorrem durante a vida intrauterina e podem ser identificadas na fase pré-natal, no parto ou durante os primeiros anos de vida. Nas últimas décadas, tornaram-se numa das principais causas de mortalidade e morbilidade no período infantil constituindo por isso um importante problema de saúde pública.
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Crianças obesas: a importância da herança genética
Estudo publicado no “Economics and Human Biology”
22 fevereiro 2017
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Um estudo conduzido por uma equipa de investigadores da Universidade de Sussex, Reino Unido, apurou que o Índice da Massa Corporal (IMC) das crianças é determinado em 35% a 40% pelos pais.
 
O estudo indicou ainda que relativamente a crianças obesas essa percentagem aumenta para 55% a 60%, o que sugere que metade da tendência deste grupo para a obesidade é determinada por fatores genéticos e ambiente familiar.
 
Para o estudo, a equipa de investigadores liderados por Peter Dolton utilizou dados relativos à altura e peso de 100.000 crianças e respetivos pais, oriundos de seis países diferentes: Reino Unido, Espanha, EUA, México, China e Indonésia.
 
Os investigadores descobriram que a transmissão intergeracional do IMC é, em média 20% oriunda da mãe e 20% oriunda do pai. 
 
Segundo o autor principal do estudo o padrão de resultados foi muito consistente em todos os países envolvidos, independentemente do seu estado de desenvolvimento económico, grau de industrialização ou tipo de economia. 
 
“A nossa evidência advém de dados recolhidos em diversos locais no mundo, que possuem diversos padrões de nutrição e obesidade – desde uma das populações mais obesas – os EUA – a dois dos países menos obesos do mundo – China e Indonésia”, comentou Peter Dolton. “Descobrimos que o processo de transmissão intergeracional é o mesmo em todos esses diferentes países”, explicou.
 
Este estudo demonstrou ainda que o efeito do IMC dos pais sobre o IMC dos filhos depende do que é o IMC dos filhos. Os investigadores observaram, que a influência dos pais era, de forma consistente, a mais reduzida nas crianças mais magras e a mais elevada nas crianças mais obesas em todos os grupos populacionais estudados.
 
Efetivamente, nas crianças mais magras o seu IMC era em 10% transmitido da mãe e 10% devido ao do pai. Nas crianças mais gordas, esta transmissão era quase de 30% devida a cada um dos progenitores.
 
“Isto demonstra que os filhos de pais obesos apresentam uma muito maior propensão para serem também eles obesos quando crescerem – o efeito parental ultrapassa o dobro para as crianças mais obesas em comparação com as crianças mais magras”, conclui Peter Dolton. “Estes achados (…) deviam fazer-nos repensar até que ponto é que a obesidade é o resultado de características de família e da nossa herança genética, em vez de decisões tomadas individualmente por nós”, acrescentou.
 
ALERT Life Sciences Computing, S.A.
infantil constituindo por isso um importante problema de saúde pública
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