segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Será o aumento do autismo causado pelos alimentos processados?
Estudo publicado na revista “Scientific Reports”
Os alimentos que as mulheres grávidas consomem poderão estar relacionados com o atual aumento dos casos de autismo, sugeriu uma equipa de investigadores. 
 
Com o número de crianças com autismo a aumentar existe uma necessidade cada vez mais premente de descobrir as causas desse fenómeno.
 
Num estudo conduzido pela equipa da Universidade da Flórida Central, EUA, foram identificadas alterações moleculares quando as células estaminais neurais são expostas a elevados níveis de ácido propiónico (PPA), um ácido frequentemente adicionado a alimentos processados para aumentar o seu prazo de validade e para evitar a formação de bolores em queijo e pão.
 
Os investigadores Saleh Naser, Latifa Abdelli e Aseela Samsam descobriram que o PPA faz reduzir o desenvolvimento de neurónios no cérebro do feto.
 
Após ter sido observado que as crianças autistas sofrem frequentemente de problemas digestivos e intestinais, Saleh Naser especulou que poderia haver uma ligação entre o sistema gastrointestinal e o cérebro. 
 
A equipa propôs-se assim analisar as diferenças entre o microbioma de pessoas com autismo e o de pessoas normais.
 
A equipa descobriu que a exposição de células estaminais neurais a níveis excessivos de PPA prejudica as células cerebrais de várias formas. 
 
Em primeiro lugar, o PPA afeta o equilíbrio natural entre as células cerebrais pois reduz o número de neurónios e produz um excesso de células gliais. Embora as células gliais ajudem a desenvolver e proteger a função neuronal, se houver um excesso dessas células a ligação entre os neurónios poderá ser afetada. As células gliais causam também inflamação, já observada em cérebros de crianças com autismo. 
 
O excesso de PPA diminui e danifica ainda as vias usadas pelos neurónios para comunicar com o resto do organismo. A combinação de menos neurónios e de vias danificadas impede a capacidade do cérebro de comunicar, resultando em comportamentos típicos do autismo, como comportamentos repetitivos, problemas de mobilidade e incapacidade de interação com outrem.
 

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