terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Crianças consomem mais sal do que os pais
Pais das crianças analisadas consomem já sal em excesso
 
Um estudo conduzido sobre o consumo de sal pelo Hospital Senhora da Oliveira em Guimarães indicou que cerca de 60% das crianças avaliadas consomem mais sal do que os pais.
 
O coordenador do estudo, o médico Jorge Cotter, acompanhou mais de 300 crianças entre os 10 e os 15 anos de uma escola básica 2,3 de Guimarães, segundo apurou a agência Lusa. Foi ainda analisada a ingestão de sal pelos pais, que por sua vez já apresentam um consumo excessivo.
 
Em 2010 tinham sido analisadas crianças entre os 10 e os 12 anos da mesma escola EB 2,3 Prof. João de Meira, com resultados que foram apresentados em 2013, ano em que se iniciou novo estudo, do qual se começam agora a conhecer alguns dados. A análise conhecida em 2013 mostrou consumo de sal em excesso, uma realidade que agora se repete e até com um ligeiro agravamento.
 
“A ingestão de sal continua a ser muito acima do que é recomendável e não há qualquer evolução positiva [entre os estudos de 2010 e 2013], antes pelo contrário há uma ligeira tendência para o aumento do consumo de sal”, afirmou Jorge Cotter.
 
Além da determinação da excreção de sódio na urina de pais e crianças num período de 24 horas, é ainda avaliada a pressão arterial e o peso e altura das crianças. É sempre verificada se a recolha da urina foi feita de modo correto e pode ser validada, o que aconteceu em 85% dos casos.
 
O investigador não consegue apresentar razões efetivas para esta diferença, mas alerta apenas que as recolhas de urina foram realizadas durante um fim-de-semana, para avaliar mais o ambiente familiar, o que impede de inferir conclusões ou atribuir responsabilidades à alimentação escolar.
 
“Isto mostra que tem falhado a mensagem para que, nas crianças, a ingestão de sal seja diminuída. E não só a mensagem como as medidas de ordem prática. Seguramente, entre 2010 e 2013, na nossa população, não deu resultado”, constatou o médio do Hospital Senhora da Oliveira.
 
Jorge Cotter considera que a intervenção para reduzir o consumo de sal nas crianças tem de ser ativa, prática e continuada no tempo, devendo começar precocemente e antes da adolescência.
 
Em 2010, no trabalho publicado em 2013, os investigadores criaram uma intervenção que passou por promover um clube de jardinagem no qual as crianças aprendiam, em termos práticos, a usar alimentos de forma mais saudável e ervas que ajudem a substituir o sal.
 
Essa intervenção, que foi avaliada seis meses depois, teve sucesso, uma vez que o consumo de sal “tinha descido de uma forma significativa”.
 
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A 8http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/criancas-consomem-mais-sal-do-que-os-pais?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20170213)

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