terça-feira, 9 de agosto de 2016

Esmagadora maioria dos AVC são evitáveis: conclusão de estudo mundial
Investigação publicado no “The Lancet”

 

Dez fatores de risco modificáveis são responsáveis por nove em cada dez acidentes vasculares cerebrais (AVC) em todo o mundo, revela um estudo à escala global divulgado na revista científica “The Lancet”.

O AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade, especialmente nos países com rendimentos baixos e médios. Os AVC isquémicos, resultantes de coágulos sanguíneos, correspondem a 85% dos casos da doença, enquanto os AVC hemorrágicos, decorrentes de uma hemorragia no cérebro, representam 15% dos casos.

Um estudo, levado a cabo pelo Instituto para a Investigação da Saúde da População, da Universidade de McMaster, no Canadá, e cientistas de 32 países, denominado INTERSTROKE, contou com 26 mil participantes da Europa, Ásia, América, África e Austrália, e teve como finalidade identificar as principais causas dos diferentes tipos de AVC em diferentes populações (jovens e idosos, homens e mulheres). A investigação teve por base os achados da primeira fase do INTERSTROKE, que identificou os dez fatores de risco modificáveis associados ao AVC em seis mil pacientes oriundos de 22 países.

Os investigadores analisaram os diferentes fatores de risco de AVC e identificaram a proporção de casos que seria possível evitar se não existissem esses fatores de risco.

De acordo com essa análise, os cientistas verificaram que: 48% dos casos de AVC seriam evitáveis se fosse eliminada a hipertensão; 36%, se as pessoas fossem mais ativas fisicamente; 19%, se praticassem uma dieta mais saudável; 12%, se não fumassem; 9%, se não tivessem problemas de coração; 4%, se não tivessem diabetes; 6%, se não bebessem álcool; 6%, se não houvesse stress; e 27%, se não tivessem lípidos no sangue (neste estudo considerou-se que as apolipoproteínas desempenhavam um melhor papel a prever o AVC do que o colesterol total).

Muitos destes fatores de risco encontram-se associados entre si (por exemplo, a obesidade e a diabetes), pelo que, quando combinados, o total de casos decorrentes dos dez fatores de risco chega ao 91%. Esta proporção foi semelhante em todos os países e independentemente da idade e sexo.

Contudo, alertam os cientistas no comunicado divulgado, o peso de cada um dos fatores de risco parece variar de região para região. O peso da hipertensão, por exemplo, foi de cerca de 40% na Europa Ocidental, América do Norte e Austrália e de 60% no Sudeste Asiático. O risco de AVC decorrente do consumo de álcool foi mais baixo na Europa Ocidental, América do Norte e Austrália, mas mais elevado em África e no Sul da Ásia, enquanto o impacto da inatividade física foi mais elevado na China.

Um ritmo cardíaco irregular, ou fibrilação auricular, foi associado ao AVC isquémico em todas as regiões, mas teve maior peso na Europa Ocidental, América do Norte e Austrália do que na China e no Sul da Ásia.

Contudo, a importância coletiva dos dez fatores de risco em conjunto era semelhante em todas as regiões.

De acordo com os cientistas, este estudo demonstra que o AVC é uma doença extremamente evitável em todo o mundo, independentemente da idade e do sexo. Além disso, consideram que a importância relativa dos fatores de risco modificáveis revela que deveriam existir programas de prevenção primários regionais ou de acordo com a etnia, e alertam ainda para a necessidade de realizar mais estudos acerca dos fatores de risco para o AVC nos países e grupos étnicos não incluídos no INTERSTROKE.

Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/esmagadora-maioria-dos-avc-sao-evitaveis-conclusao-de-estudo-mundial?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160808)

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