Inflamação afeta centro de recompensa do cérebro
Estudo publicado na revista “Biological Psychiatry”
O centro de recompensa do cérebro, o corpo estriado, pode ser
diretamente afetado pela inflamação e estas alterações estão associadas
com o aparecimento de comportamentos de doença, sugere um estudo
publicado na revista “Biological Psychiatry”.
A inflamação aumenta o risco de depressão. Mais especificamente a
inflamação induz alterações de comportamento similares à depressão que
estão frequentemente associados à doença, incluindo fadiga, dificuldade
de concentração, falta de motivação e redução do prazer.
Para o estudo os investigadores da Universidade de Sussex, no Reino
Unido, recrutaram 23 pacientes com hepatite C que começaram um
tratamento com interferon-alfa (INF-a). Este tratamento provoca uma
resposta inflamatória imediata, a qual foi confirmada pela medição de
determinadas proteínas (citoquinas) no sangue.
Quatro horas após o início do tratamento, os participantes foram
submetidos a um exame imagiológico específico, que demonstrou que haviam
alterações microestruturais no corpo estriado. Estes resultados sugerem
que o corpo estriado é altamente sensível ao INF-a.
O tratamento com INF-a também induziu fadiga e depressão nos pacientes,
particularmente entre a quarta e a décima segunda semana de tratamento.
Curiosamente, a alteração estrutural inicial do corpo estriado previu o
aparecimento posterior de fadiga, mas não de depressão.
As alterações no corpo estriado foram heterogéneas com algumas
alterações associadas ao risco de fadiga, enquanto outras alterações
pareciam proteger contra o desenvolvimento da fadiga.
“A inflamação associada à fadiga e depressão são grandes problemas
clínicos. Este estudo dá conta que as regiões do cérebro envolvidas na
recompensa e motivação estão diretamente alteradas pela inflamação, de
uma forma que pode predispor ou proteger contra o desenvolvimento da
fadiga, mas não da depressão. A resposta heterogénea do corpo estriado
sugere que a fadiga e humor são suportados por diferentes microcircuitos
dentro do corpo estriado”, revelou, em comunicado de imprensa, o
diretor da revista onde o estudo foi publicado, John Krystal.
Na opinião de um dos autores do estudo, Neil Harrison, estes resultados
são importantes uma vez que mostram que uma simples ressonância
magnética pode ser utilizada para medir os efeitos da inflamação no
cérebro.
“A inflamação está cada vez mais envolvida na causa de doenças mentais
comuns, particularmente na depressão. Esta técnica pode ser uma forma de
identificar os pacientes que são mais sensíveis aos efeitos da
inflamação no cérebro. Esta também pode ser utilizada para monitorizar a
resposta a novas terapias anti-inflamatórias que estão atualmente a ser
testados na depressão”, conclui o investigador.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/inflamacao-afeta-centro-de-recompensa-do-cerebro?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160208)
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