Altura influencia risco de doença cardiovascular, diabetes e cancro
Estudo publicado na revista “The Lancet Diabetes & Endocrinology”
Os indivíduos altos têm um menor risco de desenvolver doenças
cardiovasculares e diabetes tipo 2, mas um maior risco de cancro. O
estudo publicado na revista “The Lancet Diabetes & Endocrinology”
revela quais os fatores dietéticos e outros mecanismos que podem estar
na base destas associações.
A altura é em grande parte determinada por fatores genéticos, mas nas
últimas décadas a altura das crianças e dos adultos tem aumentado de
forma constante em todo o mundo. Na idade adulta as crianças são quase
sempre significativamente mais altas que os pais.
Estas observações levaram os investigadores da Universidade de
Tübingen, em colaboração com outros institutos alemães, bem como com a
Escola de Medicina de Harvard e da Escola de Boston, ambas nos EUA, a
analisarem as causas e os efeitos médicos deste aumento da altura.
O estudo, liderado por Norbert Stefan e Hans-Ulrich Häring, demonstrou
que a altura tem um impacto importante na mortalidade de determinadas
doenças comuns, independentemente da massa de gordura corporal e outros
fatores modeladores.
Estudos anteriores já tinham demonstrado que, comparativamente com os
indivíduos baixos, os mais altos apresentavam um menor risco de doença
cardiovascular, diabetes tipo 2, mas um maior risco de cancro. Dados
epidemiológicos demonstram que por cada 6,5 centímetros adicionais o
risco de mortalidade cardiovascular diminui em seis por cento, mas a
mortalidade por cancro aumenta quatro por cento.
Na opinião dos autores do estudo, o aumento da altura é um marcador do
consumo excessivo de alimentos altamente calóricos ricos em proteínas
animais durante as diferentes fases de crescimento. Ainda no útero, é
possível que ocorra uma programação que se repercute por toda a vida e
que até à data tinha sido associada ao fator de crescimento semelhante a
insulina tipo 1 e 2 e ao sistema IGF-1/2. A ativação deste sistema pode
tornar o organismo mais sensível à ação da insulina, influenciando
positivamente o metabolismo lipídico.
Os investigadores constataram que os indivíduos mais altos são mais
sensíveis à insulina e têm níveis mais baixos de gordura no fígado, o
que poderá explicar por que motivo têm um risco de doença cardiovascular
e de diabetes tipo 2 baixo.
Estes resultados vão de encontro aos já anteriormente publicados que
sugerem que os indivíduos altos apresentam uma proteção relativa contra
doenças do metabolismo dos lípidos. Contudo, a ativação do sistema
IGF-1/2 e de outras vias sinalizadoras podem estar associadas ao risco
de determinados cancros especialmente, cancro da mama, cólon e melanoma
porque o crescimento celular é permanentemente ativado.
Na opinião dos autores do estudo, os médicos devem estar mais
conscientes do fato de as pessoas altas, apesar de serem menos
frequentemente afetadas pela doença cardiovascular ou diabetes tipo 2,
terem um maior risco de cancro aumentado. Até à data, a importância da
dieta tem sido subestimada, especialmente durante a gravidez, nas
crianças e adolescentes.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A.(http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/altura-influencia-risco-de-doenca-cardiovascular-diabetes-e-cancro?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160208)
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