Problemas de sono podem estar associados a risco de doenças cardiovasculares
Estudo publicado na revista “Circulation”
Os problemas de sono, como dormir pouco ou demasiado, podem estar
associados a vários fatores que podem aumentar o risco de doenças
cardiovasculares, dá conta uma declaração da Associação Americana do
Coração publicada na revista “Circulation”.
De acordo com a Fundação Nacional do Sono, nos EUA, o sono é essencial
para um coração saudável. Os indivíduos que não dormem entre seis a oito
horas por noite apresentam um maior risco de doença cardiovascular,
independentemente dos hábitos, idade, peso, tabagismo e exercício. A
falta de sono está associada ao stress, aumento da pressão arterial e
secreção de adrenalina – todos estes são fatores de risco para a doença
cardíaca. Contudo, estes riscos podem diminuir se a qualidade do sono
for melhorada.
Por outro lado, dormir demais, mais de oito horas, também está
associado ao risco de morrer de doença cardiovascular, o que sugere que
há um equilíbrio entre a duração do sono e a saúde do coração.
Muita da investigação científica realizada sobre o sono e a saúde do
coração tem-se focado na insónia ou apneia do sono. A insónia é definida
como a dificuldade de adormecer ou manter o sono, pelo menos, três
noites por semana durante três meses ou mais. A apneia do sono é
diagnosticada quando um indivíduo tem uma média de cinco ou mais pausas
na respiração, que pode durar de segundos a minutos, por hora de sono.
As pausas são normalmente devido a um estreitamento das vias aéreas.
A associação entre os problemas de sono e a obesidade e a diabetes tem
sido a temática mais estudada. Segunda Marie-Pierre St-Onge, da
Universidade de Columbia, nos EUA, estas são as duas principais
condições em que existem estudos de intervenção que demonstram que os
fatores de risco são aumentados quando o sono se encontra alterado. Na
obesidade, por exemplo, os estudos mostram que o sono influencia a
ingestão de alimentos e pode ter um impacto direto no risco de
obesidade. Contudo, os estudos têm sido de curta duração, sendo por isso
necessárias investigações mais longas para avaliar o verdadeiro impacto
no peso.
Da mesma forma, os estudos de longa duração poderiam também ajudar a
perceber se as variações do sono ao longo da semana têm impacto nos
níveis de colesterol, triglicerídeos ou marcadores inflamatórios.
De acordo com Marie-Pierre St-Onge, são também necessárias mais
evidências para associar diretamente o sono inadequado ou parco à
diabetes, pressão arterial elevada e doenças cardiovasculares. Na
verdade a investigação nesta área tem sido, em grande, parte
observacional estabelecendo uma conexão, mas não tem provado que os
problemas de sono causam estas condições.
No entanto, a especialista refere que os profissionais de saúde
deveriam questionar os pacientes sobre os seus hábitos de sono,
nomeadamente, o tempo que dormem, se dormem bem e se ressonam.
Na sua opinião, os indivíduos com excesso de peso e que ressonam
deveriam ser encaminhados para um especialista do sono para verificar se
têm apneia. Do mesmo modo, os indivíduos com sono inadequado ou insónia
devem ser orientados de forma a melhorar o seu sono.
"Os pacientes precisam estar conscientes de que o sono adequado é
importante, tal como ser fisicamente ativo e adotar uma dieta
equilibrada, rica em frutas, legumes, cereais integrais, carnes magras e
peixes é importante para a saúde cardiovascular. O sono é um outro tipo
de munição que podemos adaptar para melhorar a saúde”, conclui.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/problemas-de-sono-podem-estar-associados-a-risco-de-doencas-cardiovasculares?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160926
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