Obesidade da mãe: porque afeta o peso do bebé?
Estudo publicado no “International Journal of Obesity”
Investigadores americanos descobriram por que motivo as crianças cujas
mães são obesas apresentam um maior risco de desenvolverem obesidade, dá
conta um estudo publicado no “International Journal of Obesity”.
Os investigadores do Centro de Diabetes Joslin, nos EUA, demostraram
que as células umbilicais das crianças cujas mães são obesas ou têm
excesso de peso têm uma alteração na expressão de genes que são
importantes na regulação da energia celular e metabolismo,
comparativamente com as células dos bebés com mães com peso normal.
De acordo com Elvira Isganaitis, uma das autoras do estudo, estes
resultados podem melhorar os cuidados de saúde, antes e após o
nascimento para as crianças em risco de obesidade. O estudo também
sugere que o aumento do risco de obesidade pode ser resultante da
presença de níveis elevados de determinados lípidos no sangue materno
que fluem através do cordão umbilical.
Para o estudo, os investigadores contaram com a participação de 24
mulheres com excesso de peso ou obesas e 13 mulheres sem excesso de
peso. Foram recolhidas células umbilicais da veia que transporta
oxigénio e outros nutrientes da placenta para o embrião.
O estudo apurou que, nestas células, a obesidade aumentada das mães
estava associada a uma menor expressão de genes que regulam a
mitocôndria (organelos que estão envolvidos na produção de energia) e
doutros genes que regulam a produção e metabolismo dos lípidos.
Estes resultados sugerem que já existem perturbações metabólicas
importantes à nascença que resultam da obesidade materna. As alterações
observadas são similares às que ocorrem na obesidade, resistência à
insulina e diabetes tipo 2.
Através da análise do sangue fetal, os investigadores verificaram que
os bebés de mães obesas apresentavam níveis elevados de muitos lípidos
que são conhecidos por serem metabolicamente prejudiciais, como os
ácidos gordos saturados.
A investigadora espera que no futuro seja possível utilizar marcadores
sanguíneos para identificar embriões em risco de desenvolver obesidade
ou outras condições relacionadas, como diabetes tipo 2, e acompanhá-los
com intervenções médicas adequadas.
Elvira Isganaitis acrescentou que as mães e os profissionais de saúde
também podem acompanhar os padrões de crescimento e nutrição das
crianças com risco de obesidade, tanto nos primeiros dois de vida como
depois. “O risco de doenças crónicas não está determinado à nascença,
existem vários períodos em que o risco de doença ao longo da vida pode
ser modelado”, concluiu.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A.http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/obesidade-da-mae-porque-afeta-o-peso-do-bebe?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160829
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