Neuroprótese melhora capacidade de marcha nos pacientes com AVC
Estudo publicado no “American Journal of Physical Medicine & Rehabilitation”
Uma neuroprótese implantada cirurgicamente melhorou substancialmente a
rapidez e distância da marcha de um paciente com mobilidade limitada
após um acidente vascular cerebral (AVC), dá conta um estudo publicado
no “American Journal of Physical Medicine & Rehabilitation”.
Os investigadores do Centro Médico de Assuntos de Veteranos de
Cleveland Louis Stokes, nos EUA, implantaram a neuroprótese num
indivíduo com 64 anos com função motora e sensibilidade da perna e pé
esquerdo afetada após um AVC hemorrágico. Após avaliação minuciosa, o
paciente foi submetido a uma cirurgia onde foi colocado um gerador de
impulsos implantável e elétrodos de estimulação intramuscular nos
músculos da anca, joelho e tornozelo.
Posteriormente, foi criado um programa de estimulação elétrica
personalizado para ativar os músculos, com o objetivo de restaurar um
padrão de marcha mais natural. O paciente foi submetido a um treino
extenso, ao longo de vários meses, após a colocação da neuroprótese.
Os investigadores verificaram que o paciente apresentou melhorias
significativas na velocidade e na distância da marcha. A velocidade de
marcha aumentou de 0,29 metros por segundo (m/s) antes da cirurgia, para
0,35 m/s após o treino, mas sem estimulação muscular. Contudo, quando a
estimulação muscular foi ativada, a velocidade da marcha aumentou
drasticamente para 0,72 m/s. Uma análise mais detalhada da capacidade de
marcha também demonstrou que o paciente adquiriu uma marcha mais
simétrica e dinâmica.
O estudo apurou ainda que o paciente foi capaz de caminhar uma maior
distância, tendo inicialmente andado 76 metros antes de se sentir
cansado. Após o treino, mas sem estimulação, o paciente foi capaz de
andar cerca de 300 metros, em 16 minutos. Com estimulação, a distância
máxima percorrida pelo paciente foi de 1.400 metros, em 41 minutos.
“A distância da marcha aumentou 370% com a estimulação, enquanto a
velocidade da marcha duplicou”, referiram em comunicado de imprensa os
investigadores.
Apesar de o paciente não estar a andar com estimulação fora do
laboratório, a sua capacidade de marcha na vida quotidiana melhorou
significativamente.
"O efeito terapêutico é provavelmente um resultado do condicionamento
muscular durante o exercício estimulado e o treino da marcha. A
utilização persistente do dispositivo durante a caminhada pode
proporcionar uma formação contínua que mantém tanto o condicionamento
muscular como a saúde cardiovascular”, referiram os investigadores.
Apesar de os resultados serem animadores, os cientistas referem que são
necessários mais estudos de maior dimensão para demonstrar a
aplicabilidade da neuroprótese para o controlo de várias articulações.
ALERT Life Sciences Computing, S.A
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