Doença celíaca: novo método de deteção
Estudo publicado na revista “Pediatric Research”
Investigadores espanhóis desenvolveram um método novo, simples e não
invasivo que permite determinar se uma criança entre os dois e os quatro
anos sofre de doença celíaca sem necessidade de recorrer a extração de
sangue, dá conta um estudo publicado na revista “Pediatric Research”.
Este método desenvolvido pelos investigadores da Universidade de
Granada, em Espanha, não necessita de técnicos experientes (apesar de
ter de ser interpretado por profissionais médicos), é rápido (demora
cerca de 10 minutos) e é económico (cada dispositivo custa, em média,
entre 10 a 12 euros). Adicionalmente, o método é menos invasivo que uma
extração sanguínea, o que, no caso da população infantil, é muito
importante.
A doença celíaca silenciosa passa despercebida aos olhos do médico,
pois apresenta poucos sintomas, mesmo impercetíveis para o paciente. A
doença celíaca é uma doença sistémica causada pela intolerância
permanente ao glúten, que pode ser encontrado no trigo, cevada e
centeio, e que afeta as pessoas com predisposição genética. Os pacientes
afetados por esta doença têm má absorção intestinal, distensão
abdominal, diarreia, dor abdominal, bem como problemas de pele, dores
articulares e cefaleias.
Atualmente, o diagnóstico da doença baseia-se na sintomatologia
clínica, na avaliação de anticorpos da doença celíaca no sangue e num
estudo histológico compatível através de uma biópsia intestinal.
Este estudo, liderado por José Maldonado Lozano, teve como objetivo a
avaliação da prevalência da doença celíaca silenciosa em 198 crianças
com idades compreendidas entre os dois e os quatro anos. Foram
utilizados novos dispositivos que permitiram detetar os marcadores da
doença (autoanticorpos) presentes no sangue capilar.
Os investigadores explicam que é necessário apenas uma punção capilar
para retirar uma pequena gota de sangue, que em seguida é colocada no
dispositivo. No caso de a criança ter a doença aparece uma linha rosa,
tal como nos testes de gravidez. A presença desta linha significa a
presença de autoanticorpos no sangue característicos da doença celíaca.
Os resultados positivos deverão ser confirmados através da extração de
sangue e a avaliação dos anticorpos da doença através de outros métodos.
Contudo, um resultado negativo permitirá descartar com confiança a
doença. Tal como foi comprovado ao longo do estudo, um resultado
negativo reduz a zero a probabilidade de a criança sofrer da doença
celíaca, dado o seu elevado valor preditivo negativo.
O estudo permitiu detetar seis crianças celíacas entre as 198 que
participaram no estudo, o que significa uma prevalência muito elevada de
3% (superior à média europeia). As crianças não apresentavam sintomas
ou tinham apenas sintomas quase impercetíveis, o que fazia com que os
pais não consultassem um pediatra.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/doenca-celiaca-novo-metodo-de-detecao?utm_source=NL_NOTICIAS_DESTAQUES&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160321)
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