Padrões alimentares das crianças influenciam atitudes face ao apetite
Estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto
Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto
(ISPUP) identificou padrões alimentares das crianças que influenciam
comportamentos relacionados com o apetite mais problemáticos.
A investigação, a que a Lusa teve acesso, analisou os padrões
alimentares (que quantificam o efeito cumulativo e de interação dos
vários alimentos e nutrientes) de cerca de 4.300 crianças com quatro
anos de idade da coorte Geração XXI - projeto iniciado em 2005, que
acompanha o crescimento e o desenvolvimento de mais de oito mil crianças
da cidade do Porto.
Gabriela Albuquerque, primeira autora do estudo, coordenado por Andreia
Oliveira, disse que “foram previamente identificados três padrões
alimentares aos quatro anos: um saudável, um outro designado de
“snacking” e um padrão de consumo de alimentos densamente energéticos”.
As crianças com o padrão saudável consumiam mais fruta, hortícolas e
peixe e menos alimentos densamente energéticos, como batatas fritas,
pizza, hambúrgueres, doces, refrigerantes, queijo e carnes vermelhas e
processadas.
Já aquelas que praticavam um padrão “snacking” comiam mais fora das
refeições principais (almoço e jantar) e apresentavam um elevado consumo
de “snacks”, incluindo alimentos saudáveis e pouco saudáveis - leite,
iogurte, batatas fritas, salgados e doces.
“Verificámos que, em comparação com as crianças que aos quatro anos
comiam de forma saudável, as que praticavam padrões menos saudáveis,
como o ‘snacking’ e o padrão densamente energético, desenvolviam
comportamentos alimentares mais problemáticos relacionados com a
restrição do apetite ou mesmo desinibição do apetite aos sete anos”,
explicou a investigadora.
O estudo mostrou que as crianças que se encaixavam no padrão “snacking”
desenvolviam posteriormente restrição do apetite, ou seja, eram mais
seletivas a comer, mais lentas e tinham menos prazer pela comida.
Já aquelas que aos quatro anos se encaixavam no padrão “alimentos
densamente energéticos”, aos sete apresentavam desinibição do apetite,
comportamento que se caracteriza por um apetite excessivo, pelo consumo
de alimentos em função de estímulos externos e estados emocionais e pelo
elevado desejo de bebidas, nomeadamente refrigerantes e sumos.
“Constatámos que as crianças que tinham tanto um padrão ‘snacking’ como
densamente energético apresentaram, mais tarde, comportamentos
alimentares que não eram os desejáveis, quer por terem um apetite
excessivo ou diminuído às refeições”, sublinhou Gabriela Albuquerque.
Fonte - http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/padroes-alimentares-das-criancas-influenciam-atitudes-face-ao-apetite?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20180521
Sem comentários:
Enviar um comentário