terça-feira, 29 de agosto de 2017

Descoberta molécula que aumenta canal de comunicação entre neurónios
Estudo publicado na “Scientific Reports”
Uma equipa de investigadores descobriu que uma molécula libertada por células estaminais aumenta o ‘canal de comunicação’ entre neurónios, anunciou a agência Lusa.
 
Num estudo desenvolvido pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) e pelo Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Universidade do Minho (UM) concluiu que “uma molécula libertada por células estaminais aumenta o ‘canal de comunicação’ (axónio) entre neurónios”.
 
O resultado é “inovador porque se foca no sistema nervoso central (SNC), que tem uma capacidade de regeneração inferior à do sistema nervoso periférico, podendo vir a ser aplicado na doença de Parkinson, esclerose lateral amiotrófica ou lesões vertebro-medulares, onde o crescimento do axónio entre neurónios pode ser crucial”, explicita a UC.
 
“O estudo de neurónios do SNC de rato estimulados com o secretoma apresentaram um aumento do crescimento dos seus axónios comparativamente maior que os neurónios que não receberam qualquer estimulação”, sublinha Luís Martins, citado pela UC.
 
Foi descoberto que uma das moléculas cruciais do secretoma para o aumento dos axónios é o denominado “fator neurotrófico derivado do cérebro”.
 
Os investigadores “removeram esta molécula do secretoma aplicado nos neurónios e verificaram que o crescimento dos axónios se apresentava reduzido na sua ausência, o que significa que a sua presença contribui para este crescimento”, acrescenta a UC.
 
Ramiro de Almeida, coordenador do estudo e investigador do CNC, salienta que “o secretoma poderá ser uma alternativa ao transplante, uma vez que, contendo as moléculas responsáveis pela regeneração mediada pelas células estaminais, pode ser aplicado sem a necessidade da presença destas”.
 
“A abordagem proposta é mais fácil, acarreta menos riscos e num futuro próximo poderá permitir um controlo da composição do secretoma a aplicar ao doente consoante as suas necessidades personalizadas”, admite Ramiro de Almeida.
 
A experiência foi realizada em câmaras microfluídicas, constituídas por uma placa à base de silicone com dois compartimentos unidos por túneis longos e estreitos, onde foram colocados os neurónios, tendo sido observado o seu crescimento quando atravessaram os túneis e atingiram o compartimento oposto, como se fossem as raízes de uma planta.
 
Fonte - http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/descoberta-molecula-que-aumenta-canal-de-comunicacao-entre-neuronios?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20170717.

Sem comentários:

Enviar um comentário