Engaço da uva poderá ser usado na indústria farmacêutica
Estudo conduzido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) estão a estudar o aproveitamento do engaço da uva, um subproduto vitícola, para as indústrias farmacêutica, cosmética e alimentar.
Segundo apurou a agência Lusa, Ana Barros, diretora do Centro de
Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da
UTAD, referiu que “o engaço é, sem dúvida alguma, uma oportunidade de
negócio” para o Douro.
A responsável explicou que este subproduto representa 25% dos resíduos
orgânicos da indústria vinícola e estava pouco estudado e caracterizado
comparativamente com outros subprodutos como as películas, grainhas,
borras ou bagaços. Segundo a responsável, em 2014 só havia, a nível
mundial, 59 artigos publicados sobre o engaço. Desde então a equipa do
CITAB já publicou 11.
Após cada vindima, verifica-se um excedente deste produto que “não é
tóxico, não é prejudicial, mas que possui um elevado teor de matéria
orgânica, o que significa que poderá representar um potencial problema
ao nível ambiental”.
Do trabalho realizado é já possível concluir que este subproduto possui
características que “ajudam na atividade antibacteriana,
anti-inflamatória e antimicrobiana”.
“Conseguimos verificar que, de facto, as potencialidades deste
subproduto são enormes (…) e isso leva-nos a crer que, rapidamente,
vamos conseguir ter resultados para podermos aplicar esta matriz quer na
indústria cosmética, quer farmacêutica quer alimentar”, salientou.
A parte farmacêutica poderá ser a que demorará mais tempo em estudo. No
entanto, segundo Ana Barros, a investigação já feita nesta área “leva a
crer que a potencialidade de atividade antibacteriana é elevadíssima”.
A responsável explicou que foram testadas bactérias isoladas, do foro
gastrointestinal, de pacientes do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e
Alto Douro (UTAD), com extratos de engaço e verificou-se que “há castas
que conseguem ter uma inibição superior aos próprios antibióticos em
termos de crescimento microbiano”.
A investigadora destacou que o engaço tem uma “atividade antioxidante
extremamente elevada” e concretizou que o objetivo é, por exemplo,
desenvolver um creme antirrugas. “Que é aquele que eu acredito que vai
ser a grande potencialidade deste subproduto”, sustentou.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/engaco-da-uva-podera-ser-usado-na-industria-farmaceutica?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20170620)
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