quinta-feira, 22 de junho de 2017

Engaço da uva poderá ser usado na indústria farmacêutica
Estudo conduzido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

 

Investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) estão a estudar o aproveitamento do engaço da uva, um subproduto vitícola, para as indústrias farmacêutica, cosmética e alimentar.
Segundo apurou a agência Lusa, Ana Barros, diretora do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da UTAD, referiu que “o engaço é, sem dúvida alguma, uma oportunidade de negócio” para o Douro.
A responsável explicou que este subproduto representa 25% dos resíduos orgânicos da indústria vinícola e estava pouco estudado e caracterizado comparativamente com outros subprodutos como as películas, grainhas, borras ou bagaços. Segundo a responsável, em 2014 só havia, a nível mundial, 59 artigos publicados sobre o engaço. Desde então a equipa do CITAB já publicou 11.
Após cada vindima, verifica-se um excedente deste produto que “não é tóxico, não é prejudicial, mas que possui um elevado teor de matéria orgânica, o que significa que poderá representar um potencial problema ao nível ambiental”.
Do trabalho realizado é já possível concluir que este subproduto possui características que “ajudam na atividade antibacteriana, anti-inflamatória e antimicrobiana”.
“Conseguimos verificar que, de facto, as potencialidades deste subproduto são enormes (…) e isso leva-nos a crer que, rapidamente, vamos conseguir ter resultados para podermos aplicar esta matriz quer na indústria cosmética, quer farmacêutica quer alimentar”, salientou.
A parte farmacêutica poderá ser a que demorará mais tempo em estudo. No entanto, segundo Ana Barros, a investigação já feita nesta área “leva a crer que a potencialidade de atividade antibacteriana é elevadíssima”.
A responsável explicou que foram testadas bactérias isoladas, do foro gastrointestinal, de pacientes do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), com extratos de engaço e verificou-se que “há castas que conseguem ter uma inibição superior aos próprios antibióticos em termos de crescimento microbiano”.
A investigadora destacou que o engaço tem uma “atividade antioxidante extremamente elevada” e concretizou que o objetivo é, por exemplo, desenvolver um creme antirrugas. “Que é aquele que eu acredito que vai ser a grande potencialidade deste subproduto”, sustentou.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/engaco-da-uva-podera-ser-usado-na-industria-farmaceutica?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20170620)

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