Estudo revela que a doença reumática afeta a produtividade de cerca de 87% dos doentes
O estudo “Doenças Reumáticas: Produtividade, Empregabilidade e Saúde Social”, que tem como objetivo medir os prejuízos que as doenças reumáticas provocam no trabalho e nas atividades quotidianas, mostrou que 87% dos portadores de doença reumática têm, mesmo que ligeiramente, a sua produtividade afetada.
Promovido pela plataforma Portugalapto.pt,
o estudo teve como objetivo avaliar a relação direta entre as doenças, o
absentismo e as reformas antecipadas, bem como identificar medidas
promotoras da melhoria das condições de rentabilidade laboral numa
perspetiva de defesa do doente. Desta forma, permite que o doente
reumático mantenha o seu trabalho, efetivando-o para que melhor se
coadune com as suas limitações e capacidade individuais, motivadas em
cada momento pela doença reumática.
O estudo, ainda em curso, conta com uma amostra de 358 pessoas com
doença reumática diagnosticada, adultos profissionalmente ativos ou
reformados de uma consulta de Reumatologia geral.
Relativamente à atual situação laboral, entre os principais
resultados destaca-se que 30% dos inquiridos tiveram pelo menos um dia
de baixa devido à doença reumática no último ano. Destes, 5.6% estiveram
de baixa entre 120 e 265 dias. Nos doentes ativos questionados, na
última semana de trabalho, registou-se um absentismo laboral semanal de
mais nove horas. Por outro lado, verificou-se também que quase 50% dos
inquiridos trabalhou metade das horas que devia na última semana. Em
termos de produtividade, 87% dos inquiridos revelou que a doença
reumática afetou, mesmo que ligeiramente, a sua produtividade. De
destacar ainda que, entre os doentes reformados, 50% afirma que foi a
doença reumática levou à reforma antecipada. Foram ainda apurados os
níveis de presenteísmo, percentagem de prejuízo do trabalho por doença
(44.6%), de absentismo, percentagem de horas de trabalho perdidas por
doença (11%) e de perca de produtividade no trabalho, percentagem de
prejuízo global por doença (44.5%).
Decorreu no final de 2016 uma reunião de especialistas,
investigadores e associações de doentes que teve como propósito
apresentar os resultados do estudo “Doenças Reumáticas: Produtividade,
Empregabilidade e Saúde Social”, bem como discutir o plano de
iniciativas a implementar no sentido de alterar o paradigma do impacto
que estas doenças têm na produtividade dos doentes.
“Para além da necessidade de compilar toda a informação existente
sobre esta temática e criar um documento de integração destes dados, é
também crucial mapear os estudos de intervenção já existentes com
resultados nesta área que sejam relevantes para a proposta de
intervenção e para a definição de impacto. Paralelamente, este projeto
terá de ser apresentado à Comissão Parlamentar de Trabalho e Segurança
Social, aos Ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e
ao Conselho Económico e Social”, adianta Augusto Faustino, coordenador
do PortugalApto.pt. “No entanto, uma das iniciativas mais importantes é a
implementação de um projeto-piloto de intervenção num determinado
município. Este piloto, que irá utilizar métricas essenciais de
avaliação e expectativas de custos e benefícios para melhor avaliar o
impacto das doenças reumáticas na produtividade dos doentes de
determinado município e o contributo dos empregadores para essa melhoria
de produtividade, vai envolver empresas privadas, públicas e
municipais, numa lógica de responsabilidade social. Com os resultados
desta avaliação iremos criar cenários de intervenção, ajustando-os ao
programa do governo, e propor incentivos e vantagens legislativas que
funcionarão como recompensa às entidades empregadoras”, conclui.
Fonte - http://www.newsfarma.pt/noticias/4760-estudo-revela-que-a-doen%C3%A7a-reum%C3%A1tica-afeta-a-produtividade-de-cerca-de-87-dos-doentes.html
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