Prevenção e tratamento da obesidade em idade pediátrica
Estudo da Universidade do Porto
Investigadores da Universidade do Porto (UP) avaliaram cerca de 250
crianças e adolescentes portugueses obesos para perceber a interação
entre a predisposição genética e o exercício físico regular, de forma a
prevenir e tratar a obesidade em idade pediátrica.
O projeto denominado "Genetic predisposition versus the effect of
regular physical exercise on circulating adipokine levels in obese
Portuguese adolescents", teve como objetivo avaliar essa interação em
níveis circulantes de adipocinas.
Segundo o líder do projeto e professor da Faculdade de Farmácia da UP,
Luís Belo, as adipocinas são um conjunto de substâncias produzidas pelo
tecido adiposo (um órgão metabolicamente ativo), com papéis importantes
no equilíbrio do organismo.
"Há evidências crescentes de que estas adipocinas, cuja secreção se
encontra alterada nos obesos, estão envolvidas em outras doenças
associadas à obesidade, nomeadamente a diabetes", explicou o
investigador à agência Lusa.
Para além dos fatores ambientais, como a má alimentação e o
sedentarismo, "a contribuição genética para o desenvolvimento da
obesidade é já amplamente reconhecida, porém os genes envolvidos ainda
não foram completamente identificados e estudados", acrescentou.
Na opinião de Lusi Belo, uma melhor compreensão da influência genética
“pode ajudar a identificar indivíduos que apresentam riscos aumentados e
que beneficiem mais de uma intervenção mais precoce/intensa".
Ao longo do estudo foi também analisada a interação entre a
predisposição genética e o exercício físico com alguns exames
laboratoriais de rotina, como é o caso dos níveis séricos de proteína
C-reativa, o perfil lipídico, o hemograma e marcadores de resistência à
insulina e do metabolismo do ferro.
Os investigadores concluíram que o exercício físico regular ajuda a
melhorar fatores de risco cardiovascular (alguns mediados por
adipocinas) que se encontram já alterados em obesos em idade pediátrica.
Verificou-se ainda que a obesidade está associada a um aumento dos
triglicerídeos e de proteína C-reativa, resistência à insulina e
hipertensão, entre outros fatores de risco.
Os participantes foram estimulados, durante a investigação, para uma
mudança nos hábitos de vida e convidados a participar num programa de
intervenção de exercício físico regular, que teve a duração de nove
meses (correspondente ao período do calendário escolar).
Fonte - http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/prevencao-e-tratamento-da-obesidade-em-idade-pediatrica?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20160502
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