Cafeína: como reduz o risco de Alzheimer?
Estudo publicado no “Journal of Neuroscience”
12 Outubro 2012
O consumo de cafeína tem sido associado a um menor risco de doença de
Alzheimer, agora um novo estudo publicado no “Journal of Neuroscience”
explica como este processo ocorre.
Os investigadores University of Illinois, nos EUA, analisaram o efeito
da cafeína na formação de memória de dois grupos de ratinhos: um ao qual
foi dado este estimulante e outro não. Todos os animais foram
posteriormente expostos à hipoxia, simulando o que ocorre no cérebro
durante a interrupção da respiração ou fluxo sanguíneo.
O estudo apurou que em comparação com os ratinhos que não foram
tratados com cafeína, os que foram tratados recuperaram a capacidade de
formação de novas memórias 33% mais rápido que os ratinhos controlo. Na
verdade, a cafeína teve o mesmo efeito anti-inflamatório do que o
bloqueio da sinalização de uma proteína que está envolvida na
comunicação dos linfócitos e que medeia a inflamação, a IL-1. Esta
proteína tem também sido associada com o desenvolvimento de doenças
neurodegenerativas.
Os investigadores constataram que os episódios de hipoxia despoletavam a
libertação de adenosina. “As nossas células são como pequenas centrais
de energia, sendo alimentadas por combustível chamado ATP que é
constituído por moléculas de adenosina. Quando há danos nas células, a
adenosina é libertada", explicou, em comunicado de imprensa, um dos
autores do estudo, Gregory Freund.
Tal como a fuga de gasolina de um tanque é perigoso para tudo o que
está em redor, a libertação da adenosina também representa um perigo
para o ambiente celular. Assim a adenosina ativa uma enzima, a
caspase-1, que por sua vez, despoleta a produção da IL-1 que medeia a
inflamação.
Contudo, os investigadores verificaram que a cafeína bloqueia a
atividade da adenosina, inibindo a caspase-1 e consequentemente a
inflamação resultante. Deste modo os danos cerebrais ficam limitados e
protegidos.
Na nossa opinião estes resultados poderão conduzir a formas de reverter
os distúrbios cognitivos que se encontram em fase inicial. Já existem
fármacos que têm por alvo determinados recetores da adenosina. O que
queremos agora determinar é quais os recetores mais importantes”,
conclui o investigador.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A. (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/cafeina-como-reduz-o-risco-de-alzheimer?utm_source=NL_NOTICIAS&utm_medium=email&utm_campaign=NL_AHP_20121015)
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