Diabetes tipo 2 eliminada com cirurgia
ICBAS e Hospital de São Sebastião promovem estudo
Mariana Monteiro, endocrinologista que colidera esta investigação a par do cirurgião Mário Nora, explicou ao “Ciência Hoje” que esta alternativa permite “reduzir o volume do estômago e fazer com que os alimentos não passem por parte do intestino, diminuindo o percurso do trânsito intestinal em dois metros”, enquanto o “bypass clássico elimina apenas 70 centímetros deste ‘percurso’”.
Segundo a especialista, esta cirurgia provoca um “aumento das hormonas que fomentam a função pancreática” e “permite uma remissão maior da diabetes do que a descrita para o bypass clássico”. Contudo, não é conhecido o mecanismo por detrás desse incremento. “Sabemos que as hormonas aumentam mas ainda não conhecemos a razão que desencadeia essa resposta”, sublinhou.
Os resultados obtidos pelos investigadores do ICBAS e do CHEDV não deixam margens para dúvidas. Participaram 94 doentes obesos com diabetes tipo 2, que foram submetidos a bypass gástrico metabólico e que tiveram um acompanhamento médio de 2,6 anos.
A percentagem de excesso de peso perdido foi de 69 por cento e a taxa de desaparecimento da diabetes, definida pela normalização dos níveis de glicose e ausência de tratamento com fármacos antidiabéticos, foi de 92 por cento aos dois anos e cem por cento aos três, um valor superior aos 84 por cento que estão descritos para o bypass clássico.
A diabetes tipo 2 está fortemente associada ao excesso de peso e 60 a 70 por cento dos doentes diabéticos são obesos. Dieta, exercício e medicamentos antidiabéticos continuam a ser os componentes-chave para o tratamento da doença. No entanto, apesar da terapêutica médica adequada, a glicemia tende a aumentar com os anos de duração da doença, reflectindo a progressiva deterioração da função pancreática.
Investigadores querem testes novos doentes
Este modelo de cirurgia bariátrica é, de acordo com Mariana Monteiro, apenas “permitida” em doentes com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 35 quilogramas por metro quadrado. Além disso, é “reconhecidamente o tratamento mais eficaz da diabetes tipo 2 em doentes obesos, estando associada a taxas de desaparecimento da doença que variam consoante a técnica utilizada”.
Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=50334&op=all
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