Tipo de parto influencia o microbioma intestinal e a saúde respiratória do bebé
Estudo apresentado no Congresso ECCMID 2019
Um novo estudo sugere que o tipo de parto afeta o microbioma intestinal do bebé, independentemente do uso materno de antibióticos, influenciando por sua vez, a saúde respiratória do bebé durante o seu primeiro ano de vida.
Conduzido por investigadores do Hospital Spaarne Gasthuis em Hoofddorp, em colaboração com o Complexo Médico da Universidade de Utrecht, ambos na Holanda, o estudo analisou o microbioma intestinal de 120 bebés, 46 dos quais tinham nascido por cesarina e 74 por via vaginal.
Para a análise do microbioma intestinal, a equipa recolheu amostras fecais, em 10 ocasiões diferentes, durante o primeiro ano de vida dos bebés.
A administração de antibióticos às mães submetidas a cesariana foi adiada até ser cortado o cordão umbilical. Foram ainda recolhidas amostras fecais das mães duas semanas após o parto.
Os resultados das análises demonstraram composições significativamente diferentes entre o microbioma intestinal nos bebés nascidos por cesariana e o dos nascidos por parto vaginal, durante o primeiro ano de vida, sendo mais pronunciadas pouco tempo após o nascimento.
Foi ainda observada a transferência de micróbios maternos vaginais para os bebés que tinham nascido por parto vaginal, mas não para os bebés nascidos por cesariana.
Os bebés nascidos por cesariana apresentavam um microbioma intestinal menos estável e um atraso nas bactérias Bifidobacterium spp, que são promotoras da saúde, em relação aos bebés nascidos por via vaginal.
Aqueles bebés possuíam ainda níveis muito mais elevados de bactérias intestinais potencialmente patogénicas, independentemente do tempo de internamento hospitalar após o nascimento, tipo de alimentação e uso de antibióticos.
Finalmente, a equipa descobriu ainda que o microbioma intestinal nos primeiros tempos de vida dos bebés estava associado ao número total de infeções respiratórias durante o seu primeiro ano.
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