DPOC - Um problema sub valorizado
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) afecta, pelo menos,
700 mil portugueses. Muitos doentes chegam tarde demais à consulta.
Número de novos casos aumentou 100% entre 2011 e 2013. A Sociedade
Portuguesa de Pneumologia (SPP) alerta para um problema subvalorizado.
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é consequência
exclusiva do consumo do tabaco e avança silenciosamente apresentando
sintomas que são frequentemente desvalorizados.
Carlos Robalo Cordeiro, presidente da Sociedade Portuguesa de
Pneumologia (SPP), explica que essa é a principal razão para muitos
casos “que chegam tarde demais ao médico”. Em declarações à Renascença, o
especialista alerta que “quando os doentes chegam a nós, já perderam,
em média, 50% da sua capacidade respiratória”.
E quando assim é, o controlo da doença torna-se mais difícil.
Estima-se que em Portugal haja, pelo menos, 700 mil portadores de DPOC.
Um número que resulta da extrapolação feita a partir de um estudo
realizado há três anos na Grande Lisboa e que revela “uma prevalência de
cerca 14% da população com mais de 40 anos”.
Prevenção do tabagismo não é eficaz
“A prevenção tem sido eficaz nos grupos etários entre os 20 e os 30
anos”, diz à Renascença a presidente da Respira, a associação de doentes
com DPOC.
Maria Luísa Branco alerta, contudo, que “se nós passarmos junto às
escolas secundárias, há muitos jovens a fumar”. Um sinal de que “a
estratégia da indústria tabaqueira está a ser bem sucedida”, acrescenta o
presidente da SPP, para quem “a moda do cigarro electrónico não pode
ser excluída deste fenómeno”.
Os resultados mais recentes do Eurobarómetro revelam que 25% da
população portuguesa fuma “e é sobretudo à custa das mulheres jovens que
esta percentagem evoluiu”.
Neste momento, Portugal está em 13.º lugar no ranking da prevenção
tabágica. “Há um ano, apenas a Suécia estava à nossa frente”, precisa
Carlos Robalo Cordeiro.
Novos casos duplicaram em dois anos
Entre 2011 e 2013, o número de novos casos anuais de DPOC duplicou. O
presidente da SPP revela que “há quatro anos, tínhamos cerca de 50 mil
portadores desta doença".
Neste momento, “e os dados mais actuais correspondem a finais de
2013, estão codificadas 100 mil pessoas com este diagnóstico”, o que
significa um aumento de 100% em dois anos.
Os números completos de 2014 ainda não estão disponíveis. Carlos
Robalo Cordeiro alerta, por isso, para um problema que está
subvalorizado. “É um iceberg do qual só conhecemos a ponta”, conclui.
Fonte - http://www.mypneumologia.pt/sistema-de-sa%C3%BAde/37-dpoc-um-problema-subvalorizado.html
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