Doenças respiratórias responsáveis pela morte de 50 portugueses por dia
Dados do relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias
Em 2012, as doenças respiratórias foram responsáveis pela morte de 50
portugueses por dia, um aumento de 17% em relação ao ano anterior, dá
conta o relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias
(ONDR).
O documento elaborado pela Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP) e ao
qual a agência Lusa teve acesso refere que, em 2012, morreram por
doenças respiratórias 13.908 portugueses. A este número acrescem 4.012
óbitos por cancros da traqueia, brônquios e pulmão.
“Estes valores são muito superiores aos óbitos por todas as outras causas que, praticamente, não variam desde 2005”.
Em relação às pneumonias e os cancros do aparelho respiratório, estes
representam 60,29% dos óbitos por doenças do foro respiratório (10.805
em 17.920).O documento refere que houve um aumento da mortalidade em
todas as patologias, à exceção da tuberculose, e uma relativa
estabilização em relação aos cancros.
“Além do frio e das infeções virais, teremos de estar alertados para o
facto de, em épocas de crise e de significativa diminuição do poder de
compra, haver uma tendência, geralmente reconhecida, para o aumento das
doenças respiratórias”, diz o relatório.
Os autores classificam estes dados de “preocupantes”, sublinhando que,
em matéria de mortalidade, “assistiu-se a uma subida abrupta,
praticamente em todos os grupos nosológicos das doenças respiratórias,
tanto nas doenças não transmissíveis como a asma e a DPOC, como nas
doenças infeciosas, nomeadamente nas pneumonias”.
Em matéria de internamentos por doenças respiratórias - asma, Doença
Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), pneumonias, fibroses, neoplasias,
bronquiectasias, patologia pleural, tuberculose e gripe - em 2012 foram
internados 70.546 doentes (64.122 em 2011).
Em 2012, as três principais causas de internamento por doenças respiratórias foram as pneumonias, a DPOC e as neoplasias.
Artur Teles de Araújo , relator do documento e membro da direção da
FPP, , defende a articulação entre serviços para dar uma melhor
resposta, principalmente num cenário de crise, como o atual.
Para justificar o lema deste relatório – “Prevenir a Doença, Acompanhar
e Reabilitar o Doente” - a FPP considera que há "grandes lacunas:
educação para a saúde insuficiente, escassa literacia em saúde,
insuficiência de apoios no combate ao tabagismo, incompleta
implementação da Rede de Espirometria, escassa sensibilização para as
vantagens do exercício físico e erros na área da nutrição”.
No acompanhamento do doente, a Fundação identifica também falhas:
“Falta de estratégias para promoção do diagnóstico precoce,
insuficiências na acessibilidade e equidade nos cuidados de saúde,
dificuldades no acesso aos medicamentos (roturas de stocks, elevado
valor monetário desembolsado pelos doentes)”.
Fonte - ALERT Life Sciences Computing, S.A (http://www.alert-online.com/pt/news/health-portal/doencas-respiratorias-responsaveis-pela-morte-de-50-portugueses-por-dia)
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